PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Lyceu Paraibano Por Sérgio Botêlho

Por Sérgio Botêlho –
Das instituições públicas oriundas ainda da época do Império, na capital paraibana, uma das que permanecem é o Lyceu Paraibano. Começou em 1836 (aliás, para quem não sabia, um ano antes que o Colégio Pedro II, no Rio) como Lyceu Provincial da Parahyba, no prédio que abrigava a Assembleia Legislativa Provincial e a Tesouraria da Fazenda, na atual Praça Rio Branco.
Na sequência, já com 120 alunos, ocupou alguma dependência do Palácio do Governo, e a partir de 1839 instalou-se no prédio que foi construído pelos jesuítas para servir de convento da ordem (atual Faculdade de Direito, na Praça João Pessoa). Após 100 anos, veio parar na Avenida Getúlio Vargas, e lá permanece até hoje como Lyceu Paraibano.
O principal objetivo do educandário posto a funcionar em Parahyba do Norte era o de preparar a juventude para o ensino superior, especialmente na Faculdade de Direito de Olinda ou na Faculdade de Medicina da Bahia. Intelectuais e padres compunham o corpo docente.
Pelos bancos do Lyceu passaram figuras de proa da elite paraibana que se tornariam personalidades influentes tanto no Império quanto na República. Registre-se que em 1884, após crises envolvendo concepções de ensino e mesmo efetividade do alunado, o Lyceu foi extinto. Em seu lugar foi posta a Escola Normal, o que somente durou um ano, pois em 1885 o Lyceu foi restaurado.
Após a Revolução de 1930, e as renovadas preocupações oficiais para com o fortalecimento do ensino cívico e escolar, surgiria o projeto de construção do prédio atual, na avenida Getúlio Vargas. Efetivamente, o novo Lyceu foi inaugurado em 1937, no governo Argemiro de Figueiredo, ex-aluno do colégio, e hoje tem a companhia de dois outros prédios, o do Instituto de Educação da Paraíba e o da Escola de Aplicação. A obra é a mais emblemática do arquiteto Clodoaldo Gouveia, a quem já nos referimos quando do texto sobre o prédio da Secretaria da Fazenda, na Gama e Melo. Apenas no sentido de complementar a informação sobre o autor de ambas as construções,
Clodoaldo Gouveia vem a ser o avô materno do também arquiteto e escritor Germano Romero, que hoje edita o prestigiado site Ambiente de Leitura Carlos Romero, criado por seu pai, justamente o escritor, jornalista e advogado Carlos Romero.
wwww.reporteriedoferreira.com.br Por Sérgio Botelho- Jornalista, poeta e escritor.