Bolsonaro veta Renda Brasil e garante Bolsa Família até 2022
Possibilidade de congelamento de aposentadorias por dois anos para custear o novo programa desagradou e motivou recuo do governo
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, que vetou o Renda Brasil após repercussão negativa
Em resposta à repercussão negativa sobre a possibilidade de congelamento de aposentadorias por dois anos para custear o Renda Brasil , o presidente Jair Bolsonaro ‘proibiu’ o novo programa de transferência de renda e garantiu a permanência do Bolsa Família até o final de seu mandato, em 2022.
“Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final”, disse Bolsonaro em vídeo publicado em suas redes sociais.
“Congelar aposentadorias, cortar auxílio para idosos e pobres com deficiência , um devaneio de alguém que está desconectado com a realidade. Como já disse, jamais tiraria dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos”, postou Bolsonaro.
Criado durante o governo Lula, o Bolsa Família seria substituído pelo Renda Brasil, que segundo as informações prévias teria maior número de beneficiários e parcelas de valor maior, sendo uma espécie de meio termo entre o programa da era petista e um auxílio emergencial permanente. No entanto, essas mudanças gerariam mais custos para o governo, que teria que cortar gastos em outras áreas, como as aposentadorias ou outros programas sociais, como chegou a sugerir o governo, para bancar o Renda Brasil.
Após ser levantada nesta segunda-feira (14) a possibilidade de que as aposentadorias fossem congeladas por dois anos para que o governo criasse e bancasse o Renda Brasil e a repercussão ser fortemente negativa, o presidente preferiu vetar o novo programa, garantir o Bolsa Família até 2022 e promover um recuo do governo em sua proposta de criar um ‘novo Bolsa Família’.
O congelamento de aposentadorias surgiu como opção do governo em fala de Waldery Rodrigues, secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, em entrevista ao G1 . Waldery defendeu que benefícios previdenciários como aposentadorias e pensões não estivessem mais vinculados ao salário mínimo, possibilitando o congelamento e o financiamento do Renda Brasil, já que, não reajustando os benefícios previdenciários por dois anos, o governo teria menos custos e liberaria dinheiro no Orçamento para bancar o novo programa social.
Prática similar já foi adotada pelo governo neste ano e também será repetida em 2021 com o salário mínimo . Se antes o piso nacional tinha ganho real anual acima da inflação, no governo Bolsonaro ele é apenas corrigido pela inflação. Para o próximo ano, a proposta do Executivo é que o valor seja de R$ 1.067, abaixo dos R$ 1.079 previstos anteriormente e apenas com a reposição inflacionária. Na prática, quem recebe o salário mínimo não tem aumento nenhum, apenas não perde poder de compra com a inflação, já que há reposição proporcional.
Mais informações em instantes .
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