PT da PB avança na consultas às bases e nas dúvidas sobre as eleições de 2024
PT avança na consultas às bases e nas dúvidas sobre as eleições de 2024 (Foto: Reprodução/ Instagram)
A Executiva estadual do PT avançou com sua caravana pelo interior, ouvindo as bases sobre propostas para fortalecimento da democracia, consolidação do governo Lula e tática eleitoral para as eleições de 2024.
O último encontro ocorreu em Cajazeiras, fim de semana. Havia representações de 14 cidades do Alto Sertão, com destaque para Sousa e Cajazeiras, que estão entre as maiores do Estado.
No Sertão, só falta agora a plenária de Catolé do Rocha. Outros encontros já programados são os de Monteiro, que reunirá os petistas do Cariri,; Guarabira , com filiados do Brejo, e João Pessoa, que atrairá também representações de cidades do litoral sul e do litoral norte.
Embora a plenária de João Pessoa seja diferenciada pela maior concentração de filiados e militantes, podendo influenciar no posicionamento final, parece já ser possível adiantar algumas tendências nas propostas e sugestões apresentadas até aqui, conforme observações de dirigentes petistas.
Os filiados querem que o partido volte a disputar eleições legislativas de no maior número de municípios. O objetivo é voltar a ter uma boa representação de vereadores. O PT já contou mais de 120 parlamentes e hoje tem aproximadamente 20. O entendimento é que o partido não participa da política estadual sem disputar as eleições municipais.
Outra sugestão discutida em todas as plenárias realizadas é a do PT lançar candidatos a prefeito onde for possível. Um problema verificado é que faltam condições objetivas de disputar na maioria das cidades. Faltam quadros para lançar como candidatos. O PT está imprensado entre grupos locais de situação e oposição, sem perspectiva de construir uma terceira força.
Em função dessa realidade, vai crescendo a ideia de que será praticamente impossível indicar uma tática majoritária para as eleições do próximo ano. O mais provável é que o indicativo seja o de lançar candidato onde for possível e fazer alianças onde faltar condições de disputa, o que deverá ocorrer na maioria dos municípios paraibanos.
Existe uma inclinação para se recomendar que, prioritariamente, as alianças sejam celebradas com partidos do campo da esquerda, especialmente com o PSB, que integra a aliança e o governo Lula.
O problema é que partidos de direita também estão apoiando ou estão em vias de indicar ministros para o governo Lula, o que gera certa confusão na militância. Em nome da governabilidade do governo Lula, não seria correto abrir mão da disputa em cidades nas quais partidos de direita estejam concorrendo com forças bolsonaristas?
Esse é um dos pontos mais melindrosos da discussão sobre a tática eleitoral a ser adotada em 2024, sobretudo quando estiverem em jogo alianças com candidatos do Progressistas, Republicanos e União Brasil, que devem fazer acordo com o governo nos próximos dias. Já dá para imaginar que a polêmica mais acirrada vai ocorrer em relação às eleições em João Pessoa.
Não será fácil um entendimento nem uma decisão sobre a questão da posição do PT na Capital. Existe respeito ao governador João Azevedo, mas muitas dúvidas quanto ao apoio ao prefeito Cícero Lucena.
Apesar de haver recomendação da direção nacional para a consulta às bases que está sendo realizada, avalia-se internamente que a tática eleitoral, incluindo a política de alianças, será definida e cantada pelo núcleo político do governo Lula, em Brasília .
Interessante a ebulição registrada nas bases do PT no momento. Existe, entre muitas correntes, o anseio de volta ao tempo em que as candidaturas eram decididas no voto da militância em cada cidade. Mas existe também a consciência de que há necessidade de montar a base para Lula governar e poder disputar a reeleição em 2026 com segurança. Esse será, certamente, o fundamento da tática eleitoral a ser definida pelo PT.
No que diz respeito especificamente a João Pessoa, vários dirigentes já acreditam que a decisão sobre candidatura a prefeito ou não dependerá em muito do governador João Azevedo.
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