O professor Milton Marques aborda o mais recente livro lançado pelo escritor Eitel Santiago.
“O espargir do que se escreve é como o espargir do que se semeia: uma busca incessante pelos frutos que hão de vir. É daí, desse sentido, de semeadura frutificante, que gostaríamos de ressaltar a substância do livro de Eitel Santiago […] A sua resenha não é puramente informativa, mas a resenha crítica, aliando leitura, memória e saber jurídico, que o caracteriza e que integra a sua formação” – O professor Milton Marques aborda o mais recente livro lançado pelo escritor Eitel Santiago.
As artes como linha de frente da arenga
mais significativo do que apenas o de coisas jogadas aqui e acolá.
Diria que se trata de uma miscelânea. Também não se tome o termo na sua segunda acepção, de uma mistura pura e simples de coisas diferentes. É miscelânea, no seu primeiro significado, de textos literários variados, ligados, porém, por um fio condutor, configurando uma unidade, como o definiu Tertuliano. Uma unidade que expressa, no caso em questão, o amor às formas artísticas e, dentre elas, com mais especificidade, o amor à literatura. Por outro lado, as impressões também não são meros devaneios, são o que resulta do ato de imprimir, para ficar, de forma indelével, no nosso espírito.
Esta discussão inicial se justifica pelo fato de que costumamos defender que tudo num livro, do título às ilustrações, é texto, parte indissociável do seu conteúdo. Capa é texto, portanto. Não é à toa que Eitel Santiago escolheu como ilustração um quadro de sua irmã, Bella Santiago, intitulado O Escriba, pertencente ao acervo da Academia Paraibana de Letras. A escolha se deu, tenho certeza, por também ser uma tela de sua irmã. A motivação inconsciente, associando-se à razão, realiza, com perfeição, a adequação do citado quadro ao tema, por aquilo que ele representa: um profissional no ato da escritura.
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