O SONHO DA COPA E O PESADELO DA COZINHA Por Francisco Nóbrega dos Santos
O SONHO DA COPA E O PESADELO DA COZINHA
Por Francisco Nóbrega dos Santos
A história conta que o Estadista Francês, Charles De Gole, ao visitar o Brasil,
numa época de carnaval, vendo a euforia do povo, exclamou: Esse não é um País sério.
O povo brasileiro sentiu-se ofendido com o pronunciamento, praguejou aquele
governante, como se fora uma ofensa.
Confesso que, à época, fiquei bastante aborrecido, pelo meu sentimento
patriótico. Porém, concordei em tese, pois mesmo sabendo que seria uma expressão
xenófoba e preconceituosa.
Na verdade, num País onde eleitor diz, com indisfarçável prazer, que vota num
candidato, porque ele rouba mas trabalha. É uma regra que se eterniza no tempo e
anda de braços dados com fiel e inseparável companheira chamada “corrupção.
Todos sabem que a corrupção nasceu desde a formação do povo, mas no Brasil
gonhou conotação padrão, onde, nas entrelinhas das normas de regras e condutas,
acham-se existem as dúbias interpretações, que encontram respaldo entreas
conjunções, propositalmente inseridas tais como “ MAS, PORÉM, TODAVIA,
ENTRETANTO, PORTANTO ETC. ETC. em que se impõem direitos e obrigações, para os
reis e os vassalos, respectivamente. Essas normas enigmáticas, seguem a teleologia da
conveniência e o TRÍDUO PODER CONSTITUCIONAL, faz a distinção, separando o joio
do trigo, descartando, lamentavelmente, o segundo , para a facilidade de locomoção
do primeiro.
Quanto dinheiro público é desviado, de modo especial dos menos privilegiados,
para engordar o patrimônio de muitos que entram no poder, com um projeto
corruptamente perfeito, sobrando, tão somente, a conta que implica numa injusta
distribuição de riquezas. E a população cresce, desordenadamente enquanto a
corrupção se amplia nos escaninhos da impunidade.
Na versão invasiva, o raciocínio de um governante de uma progressista Nação,
embora tenha ferido o brio de certos patriotas, não se pode, em tese discordar.
Numa demonstração inequívoca da verdade das palavras, o País sempre se portou,
como no ANTIGO EGITO, onde o povo vivia de PÃO E CIRCO. Aceitava, pacificamente,
a injusta distribuição das riquezas, assistindo uma tremenda digladiação, numa disputa
desigual entre gladiadores e plebus, homens e feras.E a plebe rude,, feliz com as
migalhas que sobravam dos banquetes.
Neste mês o Mundo assistirá mais uma COPA. E os brasileiros, fanáticos ou não,
esbanjam patriotismo, sem se esqueceram as farras e as fanfarras, enquanto os preços
de alimentos devoram suas ínfimas economia. Depois da disputa, vencendo ou
perdendo termina O SONHO DA COPA, para se viver O PESADELO DA COZINHA, com o
aumento dos preços de gêneros alimentícios, que governantes e governados deixaram
em um plano secundário.
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