TIRO NO PÉ: Escrito Por Gilvan de Brito
TIRO NO PÉ: Escrito Por Gilvan de Brito
Não dá para entender a posição dos comentaristas de futebol, quando condenam a realização dos campeonatos estaduais do chamado “violento esporte bretão” (porque veio da Grã Bretanha), o futebol. Eu fico pasmo quando vejo alguns desses profissionais condenarem o seu meio de sobrevivência, muitos deles com grande vocação para ocupar os microfones da atividade futebolística. Acho até que eu troquei a atividade esportiva, onde comecei, pelo jornalismo, por causa dessas incongruências que já existiam no setor na década de 60 do século passado. “Pensar grande” era o que faltava, na minha visão.
Ainda falta objetividade. Então, para que servem os campeonatos estaduais, tão condenados por alguns setores da grande imprensa esportiva de jornais, rádio e TV? É fácil explicar: esses campeonatos revelam os maiores jogadores de futebol, surgidos nos campos de terra batida da várzea e dos bairros. Podem ser chamados de “galinhas dos ovos de ouro”, porque os “olheiros” dos grandes times do Rio e São Paulo, vão ver os meninos e os jovens jogando pelos interiores do Brasil para selecioná-los e vendê-los aos grandes clubes. Assim surgiu Pelé em Três Corações (MG) e muitos outros.
E eu tenho experiência própria: na minha juventude joguei em três times de futebol, amadores: o Tabajara, da Torre; a Portuguesa, de Cruz das Armas, e o ABC, do Cordão Encarnado (bairro por trás do Pavilhão do Chá”. Eu nunca fui um bom jogador, a bola não queria nada comigo, mas tinha muita disposição em campo. Mas, nesses times citados, surgiram grandes atletas, que dividiram o campo comigo. À saber: Miruca, no Tabajara, que foi para o Treze e depois jogou em São Paulo e na seleção brasileira; Chicletes 1 e 2 (irmãos), que foram para São Paulo, jogaram na seleção brasileira e nos melhores times de Portugal; e Zé Luiz, que saiu do ABC para o Treze e depois para os principais times da Bahia e Fluminense, do Rio de Janeiro.
Miruca era tão jovem que jogava no meio dos adultos, pela boa qualidade que apresentava, por pura vocação. Todos foram meus companheiros. Benedito Honório e Majó (sem o r), que foram zagueiros comigo, assim como Zé Luiz, estão aí para comprovar o que digo. E todos esses grandes atletas de que falei, foram catapultados através do campeonato paraibano de futebol, uma das vitrines do futebol brasileiro. Por que acabar com eles? Agora mesmo o Campeonato Carioca está empolgando o Brasil, com as finais de Flamengo e Fluminense. jogando pelo ABC no)
www.repoteriedoferreira.com.br Por Gilvan de Brito- Jornalista,advogado e escritor.