CONVERSANDO COM O ESPÍRITO: Escrito Por Gilvan de Brito
CONVERSANDO COM O ESPÍRITO: Escrito Por Gilvan de Brito
Isolado pelo Coronavirus resolvi conversar com o meu espírito, coisa que não fazia há algum tempo. Quem pensa que não temos espírito está redondamente enganado: eu tenho. E falo com ele, trocando ideias e manifestando minhas posições favoráveis ou contrárias às suas emanações. Nunca vi a sua cara, e acho que nunca a verei, mas sei que o espírito se constitui de uma energia que reside na nossa mente e se manifesta através e um sistema nervoso consciente, com ramificações eletromagnéticas através do coração, enquanto estamos vivos.
Uma central elétrica que nos supre de energia para o nosso entendimento e os nossos discernimentos, o tino e o juízo sobre as coisas que vemos e com as quais convivemos. Essa é a parte imaterial do meu eu, com quem convivo desde pequenininho, e a quem sempre agradeço, pela forma como preserva a minha vida e torna o meu corpo fechado, agindo como um escudo, orientando-me para andar pelo lado certo e evitar perigos da rua e da vida. Pois bem, a conversa foi boa, demorou um bom espaço da madrugada de ontem para hoje. Colocamos os assuntos em dia, discutimos alguns dos meus planos, ouvi opiniões e sugestões e tirei muitas conclusões, boas e más.
Ser o interlocutor do próprio espírito, da consciência ou da alma, como desejar, é muito bom porque cada um quer o melhor para o outro, como irmãos siameses. Não revelo as conversas porque, sem pedir licença – e não quero incomodá-lo agora – jamais avançaria o sinal, porque não sei se ele concordaria. De tudo isso, acho que o fato de ser ateu e de correr nas minhas veias o sangue judaico, mantendo-me longe dessas baboseiras dos dogmas religiosos, não tenho dificuldade de conversar com o meu próprio espírito, porque nada de fantasias, doutrinas, rituais próprios e crenças se interpõem entre nós.