O ANTAGONISMO.POLÍTICO DOS ANOS 1968 E 2018; Rui Leitao
O ANTAGONISMO.POLÍTICO DOS ANOS 1968 E 2018
O ano de 1968 caracterizou-se pelo fortalecimento dos movimentos de esquerda nos países do Ocidente, tanto no plano político, quanto no ideológico. Fatores históricos, culturais e políticos suscitaram um movimento social chamado de contracultura, concorrendo para a emergência de novas “identidades” coletivas. Ficou conhecido como “o ano que não terminou”. Vivi essa época.
Eram atos de vontade política, com manifestações contrárias à concepção de mundo até então vivenciada, em todas as suas vertentes. Os jovens, representando esse movimento revolucionário, ocuparam as ruas desfraldando as mais diversas bandeiras: o feminismo, a luta pela paz mundial, críticas às formas burocráticas de organização social, contra…
[05:56, 18/02/2025] Rui Leitao Jornalista: O CONSERVADORISMO MORAL
Nos últimos dez anos passamos a conviver com uma batalha moral no ringue da política brasileira. A extrema direita baseada no lema “Deus, Pátria e Família”, procura construir entre nós o retorno a estruturas colonialistas do passado. O conservadorismo moral, que caracteriza ideologicamente o bolsonarismo, está no cerne das lutas por narrativas que têm garantido o fortalecimento da direita nacional-populista pós-moderna, ao despertar múltiplos alicerces morais em seus seguidores. Considerando que o Brasil tem uma população majoritariamente conservadora em relação aos costumes, à moral e à cultura, esse discurso utilizado tem um forte apelo emocional.
O conservadorismo é um pensamento político que se diz defender a manutenção das …
[07:34, 19/02/2025] Rui Leitao Jornalista: EUA: SOB O DOMINIO DOS PLUTOCRATAS
Quando as decisões políticas são definidas por grupos econômicos que se instalam no poder com a finalidade de defender seus próprinteresses, as democracias se transformam em plutocracias. É o que está acontecendo nos Estados Unidos, a partir da posse de Donald Trump. Nada menos do que 11 bilionários da indústria armamentista, do petróleo e das big techs (os novos reis do capitalismo de plataforma) integram o seu gabinete, com destaque para o neonazista sul-africano Elon Musk, hoje considerado o capitalista mais rico do mundo.
Esses magnatas têm uma riqueza conjunta em valor superior ao PIB de 154 países. É evidente que esses privilegiados capitalistas estão exercendo influência no governo norte-americano com o objetivo …
[08:44, 20/02/2025] Rui Leitao Jornalista: AGONIA E MORTE DE TANCREDO NEVES
Tancredo Neves, primeiro presidente civil eleito após a ditadura militar, mesmo que pelo voto indireto, já sentia fortes dores abdominais durante o período da campanha. Mas procurava esconder, com receio de que o ditador de plantão, general Figueiredo, por conta disso, resolvesse adiar a eleição programada para 15 de janeiro de 1985. Disfarçava tomando antibióticos às escondidas. Além da doença a que estava acometido, tinha outra preocupação. Sabia que seu vice, José Sarney, não era bem visto pelos militares, a quem consideravam um traidor, pois antes presidira o partido que dava sustentação ao governo, o PDS, renunciando para compor a chapa de oposição. Temia que na impossibilidade de assumir a presidência, não permitissem…
[06:57, 21/02/2025] Rui Leitao Jornalista: O VERDADEIRO AMOR PÁTRIO
O próprio termo ufanismo já define o exagero no sentimento de orgulho que se tem por algo. No caso trataremos desse ufanismo patriótico que tentam vender. “A pátria acima de tudo”, expressa um nacionalismo imoderado e fora dos padrões de racionalidade. Quem ama algo acima de tudo, constrói um falso entendimento de que tudo é possível fazer em nome desse amor. Até o que contraria a moral e a ética.
Amor pátrio não se harmoniza com divisão entre compatriotas. No amor pátrio devemos exercitar o espírito de fraternidade entre todos os que nasceram e pisam o mesmo solo, sem qualquer distinção entre eles. O amor pátrio não permite reverenciar outras nações, numa atitude de submissão e dependência. Quando se ama de verdade, nasce dentro …
[09:31, 22/02/2025] Rui Leitao Jornalista: A NECESSIDADE DA MÍDIA INDEPENDENTE
Numa sociedade que se diz democrática, é essencial que se tenha uma mídia que oferte espaços para a pluralidade de vozes e de fontes, se possível distanciada de interesses financeiros e político-partidários, garantindo, assim, uma comunicação isenta e imparcial. É indiscutível que o poder da comunicação influencia na opinião pública. Por isso mesmo, é importante a participação dos cidadãos no contexto informativo e comunicacional. O jornalismo responsável tem que estar sempre atento às questões dos direitos e à sua violação, especialmente pelas autoridades.
A evolução da tecnologia fez surgir as redes sociais, tornando a mídia mais acessível e democrática, contribuindo para que haja uma diversidade maior de vozes e manifestações. Mas não podemos ignorar que essa democratização igualmente permitiu a disseminação de informações falsas, a manipulação de conteúdo e polarização política. A Constituição de 1988 estabelece o direito à livre manifestação de pensamento, mas é necessário considerar os impactos e ingerência dessa liberdade de comunicação nas decisões políticas e sociais.
A mídia, nas suas mais variadas formas, falada, escrita, televisada e através dos meios sociais, lamentavelmente, muitas vezes desinforma com propósitos políticos e ideológicos. Daí a necessidade do fortalecimento da mídia independente, com a responsabilidade de desempenhar um papel vital na luta por direitos e justiça social, atuando como ferramenta poderosa para promover transformações sociais. Para que isso aconteça, é necessária sua autonomia em relação a interesses comerciais e políticos, operando fora do controle da mídia tradicional, dando prioridade à liberdade editorial.
Os oligopólios multimídias, dominados por grupos familiares e políticos, como também a forte influência dos grandes anunciantes, interferem no processo de produção das informações expostas ao público, atingindo corações e mentes com o objetivo de consolidar suas concepções de mundo, em relação à política, à economia, comportamento e cultura. É perigoso deixar que eles sejam os únicos formadores de opinião. A mídia independente, ou alternativa, se apresenta como um antídoto a essa capacidade da mídia tradicional, formulando juízos próprios sobre temas, fatos, personalidades ou valores, sem direcionamento determinado pelas forças dominantes da sociedade. Através dela, é possível aumentar o nível de consciência da população, se contrapondo ao que Gransci denominou de senso comum – o conjunto de valores e ideias aceitos por todos. O jornalismo crítico e sem amarras mercadológicas, produzido pela mídia independente, mostra que é possível superar o cenário de subserviência aos interesses políticos e individuais dos grupos empresariais.
www.reporteriedoferreira.com.br Por Rui Leitão- Advogado, jornalista, poeta, escritor