O GOVERNO NÃO PODE TER MEDO DOS GRITOS DA FARIA LIMA; Rui Leitao
O GOVERNO NÃO PODE TER MEDO DOS GRITOS DA FARIA LIMA; Rui Leitao
A extrema direita, representada pelo mercado financeiro, boa parte da bancada parlamentar de oposição e a mídia corporativa, não se conforma com a política do governo Lula em olhar para as classes mais pobres desse país. Exige responsabilidade fiscal, mas não admite qualquer ação de responsabilidade social.
Tenta jogar para a população uma realidade paralela em relação à economia do país. E conta para isso, com uma ineficiente política de divulgação das ações do governo e dos resultados animadores que vem apresentando. O PIB brasileiro superou o dos EUA e empatou com o da China, crescendo 4 % em relação ao mesmo período de 2023. As reservas internacionais alcançaram um nível exxtraordinário, fechando em US$ 372 bilhões. No mês de novembro foi batido o recorde de emprego, com 103,6 milhões de postos ocupados na indústria, na construção e serviços. Só no ano passado, 8,7 milhões de brasileiros deixaram de viver abaixo da linha de pobreza.
A elite econômica e os políticos da extrema direita ficam incomodados com essa performance do governo e partem para uma campanha negativa de avaliação. Claro, isso tudo contraria os que estão no ápice da pirâmide social. Esquecem que contam com R$ 546 bilhões de isenção fiscal e desoneração da folha de pagamento e ficam pressionando para que o ajuste fiscal seja feito em cima das classes desfavorecidas da Nação. E se afirmam patriotas. Como, se trabalham contra o Brasil?
Diante de um Congresso conservador, que defende as demandas do mercado, propondo corte de direitos trabalhistas e sociais, o governo tem que ter muita habilidade política para enfrentar essa disputa. É uma luta que requer resistência decidida, não se dobrando às chantagens dos empresários da Faria Lima, nem dos parlamentares ultraconservadores. Eles fazem parte da torcida do contra.
Dificilmente um ajuste fiscal pode ser popular. Sempre terá alguém perdendo. Porém, não pode penalizar ainda mais a classe trabalhadora do país, cortando nos programas sociais e nos investimentos públicos que favorecem a população pobre. Quando se falou em aumento de impostos sobre os ricos e no fim dos subsídios, o mundo reacionário gritou. A mesma reação foi ao ser anunciado o corte nos gastos e mordomias dos militares.
Essa é realmente a hora de promover um ajuste fiscal, uma vez que a economia está aquecida, com pleno emprego dos fatores de produção (capital e trabalho). Assim, o momento permite que se pense numa moderação gradual de gastos desnecessários e em como tributar mais os ricos ou cortar subsídios, sem se tornar refém dos desejos dos oposicionistas. Os porta-vozes do capital financeiro vão continuar gritando, procurando impedir um projeto de reconstrução nacional que conseguiu ser vitorioso nas urnas em 2022. Os setores derrotados estão num esforço enorme para retomar a agenda pautada no retrocesso.
O problema a ser encarado é que os golpistas não são democratas e se abespinham quando o andar de cima é atingido com as medidas de ajustes fiscais. O governo precisa se comunicar melhor e fazer com que a população entenda seus propósitos, não permitindo que seja enganada pelos críticos capitalistas encastelados no parlamento e na mídia financiada pela extrema direita.
www.reporteriedoferreira.com.br Rui Leitão- Advogado, jornalista, poeta, escritor