Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski e o diretor Geral da PF, Andrei Passos, durante coletiva sobre os mandantes do assassinato de Marielle Franco
José Cruz/ Agência Brasil – 24/03/2024
Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski e o diretor Geral da PF, Andrei Passos, durante coletiva sobre os mandantes do assassinato de Marielle Franco

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, participou de uma entrevista coletiva junto com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, para falar sobre a prisão dos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Eles foram encontrados e presos em Marabá (PA) por uma equipe de investigação da Polícia Federal.

Durante a operação, que aconteceu na ponte que atravessa o Rio Tocantins, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram capturados antes de conseguirem sair do país, o que, segundo o ministro Ricardo Lewandowski, era o objetivo da dupla.

Para o ministro, a operação como um todo foi bem sucedida, levando em conta que não foi necessário fazer nenhum disparo e mesmo assim 14 pessoas foram presa no total.

Uma vez que a prisão só aconteceu depois de os dois conseguirem cruzar diversas fronteiras estaduais , Lewandowski foi questionado se a inteligência da operação acompanhava o percurso de fuga.

“Nós enviamos todos os esforços possíveis para localizá-los ainda em Mossoró (RN). Colocamos todas as forças de segurança a serviço dessa captura. Esse monitoramento é intermitente. Estamos lutando contra o crime organizado. A polícia localizou a partir de telefonemas e testemunhas. O monitoramento significa um acompanhamento”, explicou o ministro.

Lewandowski ainda se mostrou satisfeito com o trabalho dos agentes de segurança e inteligência quando questionado sobre o tempo em que Rogério e Deibson ficaram foragidos.

“Me parece um prazo razoável esses 50 dias. Segue paradigmas internacionais de buscas como essa. O Brasil é um pais de dimensões continentais, eles estavam em um lugar de mata, a busca foi prejudicada por intensas chuvas e realmente fizemos todos os esforços possíveis, primeiro reunindo todas as forças de segurança e depois de inteligência. O que terminou em um prazo bem razoável.”

Agora, o planejamento do Ministério e da Polícia Federal é que os dois sejam reconduzidos a Penitenciária Federal de Mossoró.

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Dois presos fugiram da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na madrugada do dia 14 de fevereiro. Apesar de estarem em celas separadas, eles saíram juntos do presídio após retirarem as luminárias — usando barras de ferro — e passarem por dutos que chegavam até o teto do presídio. De lá, a dupla desceu para a área externa, cortou a cerca do presídio com um alicate – que a polícia acredita ser de obras que aconteciam na unidade — e escapou.

Rogério da Silva Mendonça, o Querubim, tem 35 anos. Natural de Rio Branco, no Acre, ele foi transferido para o Rio Grande do Norte após uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, na capital acreana, em julho de 2023.

Deibson Cabral Nascimento, conhecido como Tatu, nasceu em Brasileia (AC). Ele tem 33 anos e também estava no presídio de segurança máxima de Mossoró desde 2023. Foi transferido de Rio Branco no mesmo grupo de Rogério, após tramarem uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, em julho do ano passado.

Falhas na segurança

Apesar de estarem em celas separadas, Rogério e Deibson saíram juntos do presídio após retirarem as luminárias — usando barras de ferro — e passarem por dutos que chegavam até o teto do presídio. De lá, a dupla desceu para a área externa, cortou a cerca do presídio com um alicate e escapou

Ainda nesta terça-feira, 2, a Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais admitiu falhas nos procedimentos de segurança,  mas rechaça qualquer tipo de corrupção entre os funcionários do presídio.

O órgão ligado ao Ministério da Justiça ainda afirmou que abrirá uma nova investigação “para continuar as apurações referentes às causas da fuga, com foco nos problemas estruturais da unidade federal.”