PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. A Praça Álvaro Machado Sérgio Botelho
PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. A Praça Álvaro Machado
Sérgio Botelho
– Basta a gente olhar fotos antigas, como a do Acervo Stuckert que disponibilizo junto com o texto, para perceber que há tempo a Praça Álvaro Machado, no Varadouro, já não se dispunha como enfeite urbano, embora demonstrasse relevância. Pela imagem não se observa nada parecido com um espaço de encontro social, de recepção, de recreação, de eventos, de descanso ou de paisagismo.
Na década de 1930 (a foto é de 1934), além do prédio da Estação Elevatória de Esgotos, daquele que serviria posteriormente à Superintendência de Transporte Urbano de João Pessoa e de outros comerciais e hoteleiros, a praça era tomada por estacionamento e parada de meios de transporte coletivo. Antes disso, na largada da República, governo de Álvaro Machado (que depois da morte, em 1912, deu nome à praça), chamava-se Largo da Gameleira, servindo de estação de trem e de bondes. Portanto, sem vocação para nada que lembrasse um rossio com as características que se almeja para tal.
Hoje em dia a Álvaro Machado aumentou-se em tumulto, onde um posto de gasolina toma praticamente o espaço inteiro, sendo o restante dominado por ativo comércio ambulante de carros usados, em cenário de prédios arruinados. Dali, subindo para a parte leste da cidade, a curta ladeira 5 de Agosto chega até o antigo prédio da Fábrica de Cigarros Popular, que também já foi sede da Prefeitura de João Pessoa, no final da Gama e Melo, após cortar a rua Maciel Pinheiro. Muito provavelmente por conta dessa inclinação urbana da praça, ao longo do tempo, é que a estátua de Álvaro Machado, que passou a lhe emprestar o nome, foi parar noutro canto.
Ela está afixada na Praça Dom Adauto, também chamada muito comumente de Praça do Bispo, que, por sua vez, não contém nenhum monumento que homenageie quem lhe nomeia, no caso o arcebispo Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques. Há tempo que existe a pretensão do poder público em retirar o posto de gasolina que se abriga na praça, como também de providenciar o fechamento da rua lateral ao sul, que passa defronte à antiga sede da STU, já mencionada. Talvez, dessa forma, o monumento erguido em homenagem a Álvaro Machado termine lhe (à praça) sendo incorporado. Mas, por enquanto, são só presságios, apesar de origem oficial.
www.reporteriedoferreira.com.br Por Sérgio Botelho, Jornalista, poeta e escritor