O QUE A HISTÓRIA NÃO CONTOU Por Francisco Nóbrega dos Santos
O QUE A HISTÓRIA NÃO CONTOU
Por Francisco Nóbrega dos Santos
A política, na opinião de minha saudosa avó,representa o lado avesso do homem de bem, pois todos os militantes da profissão devem seguir, religiosamente uma cartilha. Caso contrário terá a ilusão frustrada e a decisão de uma segunda tentativa.
Na minha juventude, à época que a Capital da República era no Rio de Janeiro. E, meu irmão mais velho, passou sua adolescência e quase o resto da sua mocidade, no Distrito Federal, onde se casou e constituiu família. Em razão disso eu mantinha uma atualizada noção do que se passava na Capital Federal.
Por meio de correspondência, além das notícias radiofônicas, eu conheci a política brasileira, desde a eleição de Eurico Gaspar Dutra, Marechal, (quando existia essa patente), sendo, no início da década 50, sucedido pelo populista Getúlio Dornelas Vargas, líder inconteste da classe pobre, idolatrado pela classe média baixa e odiado pelas oligarquias, influentes da situação.
No Estado Carioca surgira uma liderança civil, capitaneada pelo jornalista Carlos Frederico Verneck de Lacerda, atuante político, eleito deputado Federal, posteriormente, Governador do Estado, pela União Democrática Nacional – UDN, cuja oposição era o Partido Social Democrático – PSD,
O getulismo era uma espécie de mito, onde se debatia com a sistemática oposição de Carlos Lacerda, polêmico opositor do Governo Vargas a ideologia. Direita ou esquerda.
Na década de 50, o jornalista Lacerda, no auge dessa guerra política, foi vítima de uma tentativa de homicídio, que resultou na morte do Major do Exercito, conhecido no mundo político como Major Vaz, fiel escudeiro de Carlos Lacerda.
Em decorrência desse incidente, começou a “via crucis” do Governo Vargas, que culminou com o suicídio do Mandatário da Nação. Essa é parte da História.
Decorrido mais de uma década e na alternância do poder, veio a revolução de 1964, com a deposição de João Belchior Marques Goulart, “Jango”, o que culminou com a cassação de quase toda classe política, inclusive Carlos Lacerda.
Apesar de ser um jornalista, com a pena afiada, ferrenho crítico dos desmandos políticos, nunca passou pela peneira dos que buscavam apurar a corrupção, ou alcance de recursos públicos;
Certa vez Lacerda, ao conceder uma entrevista coletiva, um jornalista lhe perguntou: Por que os políticos que prometem acabar com a roubalheira e, quando deixam o poder, deixam também rombo nos cofres públicos?
O polêmico político, com a perspicácia que lhe erapeculiar, respondeu: Vou narrar um fato que se encaixa, perfeitamente com a política brasileira –
“Uma ocasião um caminhoneiro, cansado de engolir poeira, no percurso de vários quilômetros de estrada, parou para descansar, abaixo de uma sombra de grandes árvores, no Estado de Minas Gerais, quando percebeu que um cego seguiu em sua direção e começou a puxar assuntos diversos. Naquele momento passava um caminhão cheio de caixas de uva, anunciando que cada caixote custaria, apenas, dois cruzeiros. Então o pobre cego se lamentou e exclamou:” tinha tanta vontade de conhecer o sabor de uma uva, mas não tinha dinheiro”.
O caminhoneiro, compadecido daquela situação,perguntou-lhe: porque não experimenta umas?. E o deficiente visual, afirmou que só dispunha de um cruzeiro. Incontinenti o caminhoneiro propôs a divisão do pagamento das uvas e a degustação da metade do produto. E assim ficou combinado e começaram a devorar as frutinhas.
Quando, num dado momento, o ceguinho bradou: você tá me roubando! Voltou a ver,? Perguntou-lhe o motorista. Claro que não, mas eu tou tirando 4 uvas de cada vez e você não reclama é sinal que você tá comendo 8 uvas, de cada vez.
Por isso que muitos entram para evitar a comilança, equando chegam lá lhe dão a oportunidade maior de uma dilapidação dos recursos públicos. E eles, simplesmente,aposentam a guilhotina e seguem a rotina de corrupção e da impunidade, peculiares à frouxidão das LeisBrasileiras. e voltam ao poder anistiados pelo voto dos desmemoriados .