PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS Por Sergio Botelho
Sergio Botelho
PARAHYBA DO NORTE E SUAS HISTÓRIAS. A histórica e mística Praia da Penha
Sérgio Botelho – No começo aquele espaço do Litoral Sul de João Pessoa era conhecido, segundo nomeação indígena, como Praia de Aratu, que referenciava uma das espécies comestíveis de caranguejo. Depois dos índios, pescadores sedentários a ocuparam, formando uma das primeiras vilas do litoral pessoense.
Ainda que estejamos há séculos desses primeiros habitantes fixos, os moradores da praia pessoense ainda se comportam como uma comunidade marcadamente tradicional. Portanto, a pesca ainda é a principal atividade praticada pela comunidade, mas evoluindo para o comércio do produto e a exploração de bares e restaurantes muito simples e rústicos, porém bastante apreciados, principalmente em virtude do turismo religioso, a partir do Santuário da Penha.
Foi justamente a espiritualidade que mudou a denominação de praia de Aratu para da Penha, sob inspiração da capela erguida no século XVIII, em glorificação à Nossa Senhora dessa forma nomeada. Com o acréscimo, desde o início da década de 1950, da famosa escadaria da Penha, que chega a ser um espetáculo à parte. Embora a religiosidade dos pescadores locais não esteja restrita à santa já que todos os anos, em 29 de junho, uma procissão de barcos dedicada a São Pedro (considerado pelo catolicismo como o primeiro bispo de Roma, vale dizer o primeiro papa) transporta a imagem do santo até a praia de Tambaú, onde outro cortejo, agora por terra, a conduz até o templo dedicado ao ícone religioso.
Para o atual sucesso da Praia da Penha também concorre a presença de turistas, apenas para desfrute do sol e do mar. É que na região sobrevivem quase íntegras partes dos cenários naturais litorâneos brasileiros, a exemplo de alguns pedaços da Mata Atlântica. No mar, com águas tranquilas e mornas, como em todo o litoral paraibano, é preciso força de vontade ao banhista para sair.
E, nas baixas das marés, tem um passeio muito especial que pode ser feito em barcos ou catamarãs, até umas ‘piscinas’ que se formam nos recifes de corais, com inevitáveis comparações ao Caribe. Contudo, é preciso reconhecer que o elemento efetivamente transformador da vida local foi mesmo a devoção a Nossa Senhora da Penha e suas romarias ao santuário ali existente, a partir da capela setecentista, especialmente a do final do mês de novembro. Por tudo isso, uma praia de muita história, fortes atrativos turísticos e muita religiosidade a da Penha!
www.reporteriedoferreira.com.br Por Sérgio Botelho, jornalista, poeta e escritor



