A PARTIDA DE UM GUERREIRO Por: FRANCISCO NÓBREGA DOS SANTOS
A PARTIDA DE UM GUERREIRO
Por FRANCISCO NÓBREGA DOS SANTOS
Recordo-me do dia que fui convidado por Jurandir Pereira, num sábado, não recordo o mês, porém tudo ocorreu no ano de 1986, para integrar uma parceria no Escritório situado no 6º andar do Condomínio Altamira, na Av. Miguel Couto. Era uma sala modesta, Com reduzidoespaço, constando já instalado o Advogado José Martins, além de uma máquina antiga, dois bureaux e uma pequena estante.
Naquela oportunidade percebi que, para mim,estavam sendo abertas as portas da advocacia.
A partir desse momento, via um prático advogado e com uma grande vontade de vencer as barreiras naturais da profissão.
A princípio, já vigorava a Constituição, estávamos, ainda, sob a égide da Constituição outorgada pela Ditadura Militar, a qual por demais restritiva de direito, buscávamos o mercado do ramo do Direito Privado.
No limiar de um poder Institucional, foi promulgada a Constituição de 1988, quando nasceram as expectativas de flexibilizar o acesso às ações públicas, contra os erros e excessos da Constituição imposta, assim como erros “grosseiros”, como bem falava Jurandir. Então abriram-seos caminhos para questionar as perdas financeiras no serviço público, onde o alvo principal seriam O INSS e a União Federal e as demais autarquias.
Jurandir, como um abnegado e prático no mundo do direito, firmou uma prioridade nas ações que reparavam os Planos de Governo e as perdas dos beneficiários da Previdência Social, (aposentados, Pensionistas e outros ).
Daí começaram a fluir o resultado do trabalho, nessa luta desigual contra o Governo.
Recordo-me que, com o sucesso dessa batalha, atuamos no Sindicato dos Policiais Federais e conseguimos significativos resultados, com muita batalha, viagens ao TRF 5 e debates que geraram Jurisprudência, em razão de uma aguerrida luta, na qual Jurandir Pereira, seria o comandante O resto dispensa maiores indagações.
Resumindo, Jurandir, como tratávamos na intimidade, conduziu seus filhos ao bom caminho da Universidade, formando-os e os tornando profissionais práticos e aguerridos;
Lembro-me quando Jurandir lançou o desafio difícil de incorporar o Estado da Paraíba à COBAP CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS. Assim criou a CENIPA, posteriormente, CRIOU a FAAPI – FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DOS APOSENTADOS, PENSIONISTAS E IDOSOS –PB, quando então, num esforço concentrado de Jurandir e outros abnegados, quando elaboramos e aprovamos o Estatuto da Federação, que viera a engrossar a fileira das entidades que lutam ou lutaram pelos direitos cidadãos.
Por fim, venceu muitas batalhas, porém, aos 86 anos,UM DIA PAROU de trabalhar, para ser hospitalizado, e não mais retornou à labuta que ele tanto amava, pois acometido de um mal degenerativo chamado diabetes. E no dia de junho, proferiu sua última viagem, mudando para outra dimensão. Ao Nobre saudoso amigo Jurandir, resta-nos agradecer por tudo que fez por nós, pelo povo do nosso Estado, embora não fosse paraibano, adotou essa terra como seu berço.
Missão cumprida, meu caro Jurandir. Não falo em um outro encontro, por não conhecer os mistérios da vida. ADEUS.