Deserto espiritual; tentação & superação Por Walter Nogueira
Deserto espiritual; tentação & superação; Por Walter Nogueira
O deserto espiritual não dura para sempre – saiba disso! Porém, por vezes, é necessário à nossa evolução. A sabedoria popular diz: por mais longa que seja a noite, sempre encontrará o dia; com luz e todo o seu esplendor.
As vezes as nossas atitudes nos levam ao deserto; crise financeira, emocional, tentação e superação. Mas, é nas horas difíceis que os grandes homens se revelam; enfrentam obstáculos com resignação, firmeza, luta e esperança; nunca se entregam as saídas fáceis, estas oferecem apenas um alívio momentâneo.
A narrativa da condução de Jesus Cristo ao deserto é uma lição de vida atemporal – independente do credo religioso de cada ser humano. É que a realidade do deserto ocorre ou já ocorreu na vida de muita gente. A título de ilustração, podemos recorrer ao Evangelho de Mateus (Mateus 4, 1-11), que narra a batalha entre o bem e o mal, tendo como tema principal as tentações.
Primeiro, quando Jesus sente fome, a tentação propõe a Ele transformar pedras em pão. O pão é alimento biológico e necessário à vida. O Mestre é tentado a resolver o problema do alimento da forma mais fácil possível, recorrendo à mágica. Jesus vence a tentação, lembrado que “nem só de pão vive o homem”.
Depois, o inimigo propõe a Jesus lançar-se da parte mais alta do templo: alimento ideológico. Jesus supera a segunda tentação. Toda pessoa precisa crescer, ser dona do seu próprio nariz, mas sem esquecer de que cada um é responsável pelos seus atos. Não devemos chegar à irresponsabilidade de que podemos tudo, imaginado que sempre terá alguém a nos proteger do perigo que provocamos.
Por fim, o mau tenta seduzir o Mestre com uma proposta irrecusável, a qual toca no ponto central da vaidade humana: a possibilidade real de conquistar o poder. A Jesus, é oferecido todos os reinos.
Com sabedoria, o Mestre logo percebe que o preço é muito alto, vez que, segundo o Evangelho, a condição é adorar um “Deus” que não é o apresentado por Jesus. O Diabo – figura simbólica do mau –, propõe que Jesus o adore. Aqui, trata-se de um alimento afetivo.
O campo da afetividade é algo difícil de entender, pois atinge a alma e o coração. Nós precisamos de amor e de carinho, mas é bom lembrar que ninguém deve vender a própria dignidade para alcançar determinada coisa, mesmo que se trate de um alimento afetivo. O amor e o carinho devem ser gratuitos.
Dignidade
Por fim, neste ensinamento, podemos lembrar que Jesus não escapou às tentações, mas soube enfrentá-las com prudência, discernimento e dignidade, ao ponto de vencê-las.
www.reporteriedoferreira.com.br Por Walter Nogueira- Jornalista, Radialista e Escritor.