Prefeito Luciano Cartaxo anuncia reforma e troca direção do Trauminha em Mangabeira
Luciano Cartaxo defendeu os serviços prestados pelo hospital. Foto: Divulgação/Secom-JP
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), anunciou nesta segunda-feira (31) a troca no comando do Hospitgal Ortotrauma de Mangabeira. O cargo será assumido pela secretária adjunta de Saúde, Ana Giovana. A decisão ocorre após o embate jurídico do Executivo com o Conselho Regional de Medicina (CRM), que fez a interdição ética da instituição de saúde na semana passada. O atendimento foi retomado no fim de semana depois de decisão da Justiça Federal.
Cartaxo também revelou que está em curso um processo licitatório para a reforma do hospital. Ao todo, o CRM apontou 16 pontos que precisam ser resolvidos pela Prefeitura de João Pessoa. As denúncias apontam problemas nas escalas dos médicos, infiltrações, baratas e outras irregularidades. O prefeito falou sobre o assunto, nesta segunda, durante a inauguração da reforma da Policlínica de Mangabeira. O gestor fez elogios ao trabalho prestado na instituição de saúde.
“A Justiça Federal tomou uma decisão importante quando disse que o CRM não tem competência legal para fechar um hospital, principalmente em meio a uma pandemia”, disse o prefeito, ressaltando os números de procedimentos. Ele revelou que foram atendidas mais de 50 mil pessoas neste ano e realizadas perto de 4 mil cirurgias. Cartaxo disse que a população de 64 cidades é atendida no local.
CRM diz que não fechou hospital
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) vai marcar, nesta segunda, audiência com o juiz que concedeu liminar anulando a interdição ética dos médicos do Complexo Hospitalar Governador Tarcísio Burity (Ortotrauma de Mangabeira), para explicar os motivos da decisão tomada na última sexta-feira (28).
O CRM-PB não fecha ou interdita hospitais e unidades de saúde. No entanto, tem competência para promover a interdição ética do médico, que é a proibição do profissional em exercer seu trabalho em estabelecimento de assistência médica por falta de condições mínimas para a segurança do ato médico, conforme a Resolução 2.062/2013 do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Com a interdição ética dos médicos do Ortotrauma, os profissionais ficaram proibidos de atender novos pacientes do serviço de saúde, porém mantiveram a assistência médica aos pacientes internados, inclusive realizando as cirurgias programadas e prestando atendimentos aos casos de urgência.
As 10 fiscalizações do CRM-PB, realizadas em 2016 e 2020, atestam que as condições do hospital são muito precárias, comprometem o ato médico e trazem risco para o atendimento à população. Faltam medicamentos essenciais, equipamentos e material cirúrgico. Além disso, a unidade apresenta problemas sérios em sua estrutura física, como precárias condições de higiene dos quartos e banheiros, com a presença constante de baratas, infiltrações, mofo, buracos no piso e nas paredes, banheiros sem funcionar, cadeiras de rodas e de banho quebradas, falta de privacidade, falta de lençóis e ventilação.
O CRM-PB também informa que continuará cumprindo seu objetivo institucional de fiscalizar o exercício da atividade médica e promover, por todos os meios e ao seu alcance, o perfeito desempenho técnico e moral da medicina.
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