AGRADECIMENTOS PELO APOIO: Escrito Por Gilvan de Brito
AGRADECIMENTOS PELO APOIO: Escrito Por Gilvan de Brito
Diante da informação de que decidi participar das eleições para uma cadeira da Academia Paraibana de Letras (APL), quero agradecer aos amigos e simpatizantes da minha escrita os apoios manifestados neste facebook nos últimos dias. Entre eles Eilzo Matos (membro da APL), Eitel Santiago, Walter Santos, Irapuan Sobral, Políbio Alves, Tião Lucena, Dida Fialho, Ivaldo Gomes, Edivaldo Teixeira de Carvalho, Glicério Maia, Rayssa Carneiro, Felix Di Láscio, Chico Lino Filho, Fátima Gaudêncio, Azulmi Limeira, Cristiane Oliveira, Cleudimar Ferreira, Djanete Oliveira, Carlos Gláucio de Farias, Carlos Rolim, Bruno Steimbach Silva e Sérgio Botelho, até anoite de ontem.
Meu amigo Irapuan Sobral, além do irrestrito apoio, escreveu um comentário para justificá-lo. Ei-lo:
‘Ad imortalitatem’
“Conheço Gil (Gilvan de Brito), com essa mesma fleugma que carrrega, há quase cinco décadas. E o conheci no Ponto de Cem Réis disputando doutas conversas abastecidas a café. Gil já era o ‘standard’ que permanece altivo e ativo à leitura dos que privam de sua amizade, desde as colunas dos jornais onde trabalhou. Naquela universidade popular (o pulmão da capital da Paraíba), estavam os grandes pautando o debate e, confesso, as minhas leituras. Depois, eu soube que Gil era parceiro musical de Livardo em nada menos que ‘Tá caindo água na bica’. Um frevo que foi sucesso, em todo o Brasil, em um carnaval no começo dos anos 70.
Aproximamo-nos tanto que me encarreguei (como reforço de feira) de vender um álbum duplo de Músicas da Paraíba, que Gil produziu numa época de extrema dificuldade para tamanha empreitada. A amizade com Gil, Livardo, Cleidson Tejo, Baú Calça Velha e Gonzaga entrou para o meu currículo – ainda que à revelia deles. Eram os tempos da opinião com conhecimento.
A convivência com Gil revelou, para além do jornalista do cotidiano e do compositor laureado em festivais (como Vale da Feira, com Zé Wagner), um estudioso meticuloso que se meteu em ensaios para desvendar, por exemplo, a itacoatiara do Ingá, puxando fios das estrelas e conexões com monumentos do mundo todo. Ultimamente, para não ser exaustivo e permitir que a curiosidade do leitor persiga as afirmações com a crítica particular, eu vi dele um trabalho sobre os anos da ditadura na Paraíba e outro sobre o acidente que ocorreu na Lagoa, parque central da capital, nos anos 70.
No teatro, eu vi o esforço dele para propor um manual de estruturação de peças, mas, e principalmente, algumas peças como ‘O anjo torto’, reencenando a vida de uma figura folclórica da Paraíba. Gil é pessoense da Torre. A Torre é um bairro misterioso na capital da Paraíba. É possível dizer que é o coração da cidade, porque de lá pulsam os rios arteriais que vão irrigar de cultura todos os locais. Essa origem ‘torrelândia’ inscreve Gil como um arguto observador da geografia e da antropologia do lugar. Não há um lapso de cena que não o remeta à memória ou a uma causa. Eu soube, pelo próprio, no perfil do Facebook, do seu interesse em tomar assento na confraria da academia de letras do estado. Não há espaço a contraditar o seu merecimento. Aliás, com o perdão dos acadêmicos: esse merecimento é recíproco. As academias são corporações que se notabilizam pelas escolhas que fazem, mas, também, pelas rejeições. Borges ironizou a ‘tradição nórdica’ de rejeitá-lo, dizendo que não confiaria numa academia que o tivesse por membro, mas, ao final de tudo, confessou que morreria feliz com a láurea.
A pretensão manifestada por Gil é, no dizer de uma linguagem de julgador: Procedente. Creio até que, se a academia fizesse a escolha sem a manifesta vontade do letrado, escolheria Gil. Entretanto, é exigida uma inscrição para validar a escolha: o que alguns fazem. O ato torna competitiva a imortalidade. Não sei se haverá disputa, nem se a academia toparia dispensar-se da presença de Gil, entre seus membros.”
www.reporteriedoferreira.com.br Por Gilvan de Brito- Jornalista, advogado e escritor.
”