BRASIL – MUITA HISTÓRIA E POUCA MEMÓRIA Por Francisco Nóbrega dos Santos
BRASIL – MUITA HISTÓRIA E POUCA MEMÓRIA
Por Francisco Nóbrega dos Santos
O nosso pobre País rico, que foi descoberto por acaso, sobreviveu ao longo do
tempo percorrido e poderia fluir o universo de heroicas histórias. Porém vive
naufragado no oceano de incerteza e desolação. Incerteza em razão desse fantástico
mundo de hipocrisia que reina desde o império; desilusão em face de uma política
injetada por mentes e mãos malfazejas, à frente de tudo.
Nas três fases de governos (província, república e ditadura) pouco, ou quase
nada, mudou na vida dos brasileiros, que sempre carregaram nos ombros a obrigação
de pagar as contas sem darem conta do que já a pagaram, pois essas gerações,
nasceram e cresceram com a responsabilidade dos gastos das grandes farras
praticadas por aqueles escolhidos como gestores dos recursos arrancados da massa,
conquistados com sangue, suor e sacrifícios.
A trajetória do povo brasileiro, sem exclusão de classes sociais, o contribuinte é
aquela pessoa que trabalha a vida toda para o governo, sem fazer concurso. A
princípio, trabalhava-se para a Coroa Portuguesa, onde a produção era exportada para
a Capital da Província, e como retorno, os minguados recursos que mal davam para
amenizar a fome; Com a independência, todos continuavam com os enormes encargos
para manter o “status” da classe dominante, custeando as despesas extraordinárias
com os passeios por outros continentes, matrículas dos filhos da casta elevada, para a
formação de técnicos e especialistas na arte de fabricar políticos como fim de firmar
uma hereditariedade injetada.
Hoje o País, a exemplo de outros continentes, desfruta de três Poderes
constituídos, representados por uma oligarquia hereditária, forçosamente indicada
pelos mais diversos critérios, onde se escolhe o cargo para o homem ao invés de se
escolher o homem para o cargo. E nessa variedade de escolhas, o povo opta por
mandatários que irão governar ou legislar, enquanto o poder de guardar, respeitar e
defender a Constituição é aleatoriamente indicado, através da palavra chave; Q I (que
se traduz; Quem indicou?. Tais escolhas contemplam pessoas de formação acadêmica
que nunca exerceram a magistratura e, infinitas vezes, excluídas em concurso público,
porém num salto de paraquedas, entram no bloco das excelências.
E a amnésia dos que fazem a história dessa imensa nação não vê o proposital
desacerto dessa Torre de Babel, edificada pelo ciclo vicioso entre os poderes litigantes.
Então recapitulemos: No dia 24 de Agosto de 1954, o então Presidente Getúlio Vargas,
num tresloucado gesto, deferiu um tiro no coração e em carta disse: – Deixo á sanha
dos meus inimigos o legado da minha; Num passado não muito recente, o Jurista Ruy
Barbosa vaticinou: – Desigualar as desigualdades com tratamento desigual aos
desiguais”, O saudoso paraibano Alcides Carneiro, ao inaugurar em Campina Grande,
uma unidade hospitalar do IPASE proferiu a inesquecível frase: – Hospital! Uma casa
que por infelicidade se procura, mas por felicidade se encontra; o ex-presidente Jânio
Quadros, cuja renúncia a todos surpreendeu, sempre afirmava; contra fatos não há
argumentos; por fim, não poderia ficar à margem das históricas frases, destaque ao
desbravador marechal Rondon, que desenvolveu um trabalho no País através de
abertura de vias e rodovias em nosso território: eis a frase: “ Ou o Brasil acaba com a
saúva ou a saúva acaba com o Brasil. Hoje a saúva é, sem dúvida, a corrupção
oficializada. E o veneno eficaz é a ação do Ministério Público, com a atuante Polícia
Federal ou Estadual. O resultado é lento, pois corruptos agem contra a atuação dos
que buscam o fim dessa praga . E o povo, no silêncio conivente, apenas torce.
www.reporteriedoferreira.com.br Por Francisco Nóbrega dos Santos- Jornalista,Advogado e Escritor.