jair bolsonaro
Agência Brasil
Presidente Jair Bolsonaro

Informações da Secom (Secretaria de Comunicação Especial da Previdência) indicam que publicidade sobre a reforma da Previdência foi veiculada em sites de fake news, de jogo do bicho, além de canais do YouTube direcionados ao público infantil, em russo e que promovem Jair Bolsonaro . Os dados foram divulgados pela Folha de S.Paulo.

A partir de um pedido pelo Serviço de Informação ao Cidadão, a reportagem teve acesso a planilhas que constam o direcionamento dado à verba publicitária — inicialmente, a Secom negou duas vezes o pedido e só liberou após determinação da CGU (Controladoria Geral da União).

Foi apontado que agências de publicidade foram contratadas para comprar espaços e distribuir anúncios sobre a reforma. Entre os destinos, o canal do YouTube Get Movies foi um dos que mais recebeu anúncios (101.532 anúncios). O que chama a atenção é o fato de ser um canal destinado ao público infantil com um conteúdo 100% em russo. O canal da Turma da Mônica e Planeta Gêmeas também constam na planilha.

Um site com resultados do jogo do bicho (resultadosdobichotemporeal.com.br), ilegal no Brasil, também recebeu uma quantidade considerável de anúncios do governo (319.082).

Além disso, sites de fake news receberam verba pública . O site Sempre Questione teve 66.431 anúncios. Aplicativos para celular como “Presidente Jair Bolsonaro” e “Brazilian Trump” também tiveram anúncios sobre a reforma, bem como o canal de YouTube “Bolsonaro TV”.

Em nota, a Secom afirma: “A plataforma de anúncios da Google atua automaticamente a partir de parâmetros para a entrega do conteúdo publicitário aos públicos de interesse. As definições são abrangentes e não determinam com exatidão o local na internet em que o anúncio será veiculado. Porém, neste caso específico, buscou-se perfis reconhecidos pela ferramenta do Google que tenham afinidade para o tema ‘Previdência’ e demais correlações de acordo com sintaxe para o tema da campanha”.

“Foram realizados comandos para o bloqueio da entrega da publicidade em sites de conteúdos impróprios, que incitem a violência ou que atentem contra os direitos humanos. Trata-se de procedimento padrão, em cumprimento às diretrizes da lei 6.555/2008”, finaliza a nota.

Leia também: Bolsonaro atinge a marca de mil declarações falsas ou distorcidas

As planilhas com os detalhes do destino da verba publicitária devem ser encaminhadas à CPMI das Fake News nos próximos dias para investigação.

www.reporteriedoferreira.com.br   Por Ig