Câmara aprova urgência para corte de gastos e governo promete negociar

Votação do mérito das propostas ficou para próxima semana

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Agência Brasil

|05/12/2024 13:30

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados – 07/07/2023

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira (4), por mais de 260 votos favoráveis, as urgências dos projetos de lei que compõe o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo para adequar o orçamento ao arcabouço fiscal. A votação do mérito das propostas ficou para próxima semana.

Com críticas da oposição e de partidos aliados, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), justificou que a urgência é para sinalizar o compromisso com a pauta, mas que o mérito será amplamente debatido na semana que vem.

“É claro que nós vamos discutir, na hora certa, o mérito das matérias. Muitos dos senhores nos colocam, com razão, restrições com relação ao projeto, ao que está contido sobre o BPC [Benefício de Prestação Continuada], às mudanças que o governo está sugerindo; muitos levantam ponderações sobre o Bolsa Família”, ponderou.

Guimarães avisou ainda que o governo está comprometido em negociar uma solução para o pagamento das emendas parlamentares, “que são legítimas e que precisam ser executadas naquilo que os parlamentares indicaram”.

Ao liberar o pagamento das emendas, o Supremo Tribunal Federal (STF) impôs critérios para transparência e rastreabilidade dos recursos não previstos na Lei sobre as emendas aprovada pelo parlamento e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista ao portal de notícias Jota, o presidente da Câmara,  deputado Arthur Lira (PP-AL), reconheceu que a decisão do STF criou dificuldades para o andamento dos projetos na Câmara.

Pacote de cortes

Os projetos de lei 210/2024 e 4612/2024, que tiveram a urgência aprovada, limitam o crescimento real do salário mínimo à 2,5% acima da inflação, entre outras mudanças. Atualmente, o salário mínimo é corrigido com base no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.

O pacote também prevê regras cadastrais mais rígidas para Bolsa Família e BCP, além de novos critérios para acesso ao BPC, que é o benefício pago às pessoas com deficiência e idosos de baixa renda que não conseguiram cumprir as exigências para acessar a aposentadoria.

Deputados e partidos que apoiam o governo apresentaram restrições a esses cortes. O deputado petista Valmir Assunção (PT-BA) pediu que a equipe econômica do governo reveja essas restrições ao BPC.

“Nós não podemos aceitar que, em nome do ajuste fiscal , em nome de corte de gastos, se dificulte o acesso das pessoas com deficiência ou idosos ao BPC, porque o BPC é um instrumento fundamental para as pessoas mais pobres que existem na sociedade”, afirmou.

O líder do PSB, partido da base do governo, deputado Gervásio Maia (PSB-PB), afirmou que o partido vota a urgência, mas pediu diálogo em relação ao mérito. “Entendemos que nós precisamos dialogar daqui para frente em relação ao mérito”, disse.

A oposição liderada pelo PL e Novo obstruiu a votação. O líder Marcel van Hatten (Novo-RS) pediu um corte de gastos maior. “É imperioso que este Parlamento faça as emendas necessárias para dar um verdadeiro ajuste fiscal ao Brasil e não esse projeto, que só gerou ainda piora maior no mercado”, afirmou.

PSOL indicou o voto contrário por entender que não deve haver restrições ao salário-mínimo e ao BPC, como explicou o líder do partido, deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

“E essas propostas não são insuficientes porque arrocham pouco, cortam poucas despesas sobre os mais pobres; elas são equivocadas porque atingem exatamente os mais pobres. Esse é o velho jogo ultraneoliberal”, disse o parlamentar fluminense.




PEC da Anistia será votada no Senado na volta do recesso

A proposta pode livrar os partidos políticos de multas eleitorais

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iG Último Segundo

|17/07/2024 11:34

Atualizada às 17/07/2024 16:24

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A proposta não constava da pauta da CCJ
Edilson Rodrigues/Agência Senado

A proposta não constava da pauta da CCJ

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) declarou que não haverá votação da  Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Anistia nesta quarta-feira (17). A medida pode livrar os partidos políticos de multas eleitorais.

A proposta não estava na pauta da CCJ, no entanto, após a pressão de senadores, havia a expectativa dela ser debatida nesta quarta.

A “PEC da Anistia” isenta os partidos políticos das penalidades por não terem cumprido as obrigações de destinar recursos mínimos para candidatos negros e pardos nas eleições anteriores.

Atualmente, a norma estabelece que os recursos devem ser distribuídos de forma proporcional às candidaturas — ou seja, se os candidatos negros representam 40% do total do partido, devem receber pelo menos 40% dos fundos eleitorais disponíveis.

Davi Alcolumbre negou a inclusão de mais projetos na mesma sessão.

“Eu apenas, sem tentar polemizar ou politizar, vou manter o que disse na última reunião para convocação desta reunião: nós teremos apenas nessa reunião a decisão desses dois itens. Essa presidência não fará a inclusão de nenhum item extrapauta. Esta reunião foi convocada para dois itens, e esta presidência não incluirá nenhum item extrapauta”, disse o presidente da CCJ ao senador Eduardo Girão.

As duas pautas citados por Alcolumbre eram um projeto que resulta em crime a criação de barreiras para impedir acesso a praias, e a proposta que amplia a autonomia do Banco Central.

“Às vezes, a gente se pauta por uma fala que não houve. A gente fica discutindo o sexo dos anjos, esse é o problema da política brasileira”, concluiu Alcolumbre.

PEC da Anistia

A PEC da Anistia já é aprovada pela Câmara e é bastante defendida pelos senadores. Veja o que o texto propõe:

  • Isentar os partidos políticos de penalidades por não cumprir com os repasses mínimos para candidaturas negras.
  • Estabelecer um programa para refinanciamento das dívidas das agremiações partidárias e permitir o uso de recursos do Fundo Partidário para quitar multas eleitorais.
  • Ampliar o perdão às multas impostas às siglas durante os processos de prestação de contas eleitorais — uma medida criticada por 40 entidades como uma “anistia ampla e irrestrita para todas as irregularidades e condenações de partidos políticos e campanhas eleitorais”.




O candidato do PP, Cícero Lucena, votou no Colégio Meta, ele estava acompanhado do governador, João Azevêdo (Cidadania)

 

Cícero vota ao lado do governador e programa coletiva para a noite

 

Às 11 horas, o candidato do PP à prefeitura de João Pessoa, Cícero Lucena, votou no Colégio Meta, no bairro do Bessa. Ele estava acompanhado do governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), do candidato a vice, Léo Bezerra (Cidadania) e de alguns assessores. Ao conversar com a imprensa, Cícero demonstrou cautela quanto à composição da equipe de transição e secretariado:

“Vamos aguardar o resultado da eleição. Depois, ainda teremos um mês para anunciar essa composição, mas o quesito experiência foi o que eu mais destaquei nesta campanha. Citei a importância do eleitor escolher o certo em relação ao duvidoso”, declarou Cícero.

O ex-prefeito lamentou que seu adversário tenha feito uma opção por “não debater ideias e apenas falsear a verdade”, mas acrescentou que suas propostas foram assimiladas pelo eleitorado: “Tenho certeza que João Pessoa vai fazer a opção pelo melhor caminho, que tem preparo, experiência e compromisso. Estou muito confiante e com fé em Deus que sairemos vitoriosos desta eleição”.

Antes de chegar ao Colégio Meta, Cícero acompanhou a votação do governador João Azevêdo no Colégio Primeiro Mundo, em Manaíra. O candidato disse que irá à Basílica de Nossa Senhora das Neves às 17 horas e deve conceder uma entrevista coletiva na noite de hoje para comentar o resultado do pleito.

Cícero também falou da “necessidade de tomar decisões debatidas, discutidas, voltadas a solucionar os problemas da crise (da pandemia). Mas também estar preparando João Pessoa para um milhão de habitantes, por ser uma cidade líder da região metropolitana.” Acompanharam também Cícero Lucena a senadora Daniella Ribeiro e outras lideranças partidárias.