Inelegível, Bolsonaro diz ao lado de Tarcísio que é o candidato da direita em 2026

O governador Tarcísio de Freitas e o ex-presidente Jair Bolsonaro – Danilo Verpa/Folhapress

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na terça-feira (22) que ele será o candidato da direita à Presidência da República, em 2026.

A declaração foi feita em entrevista após almoço com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que vem sendo apontado como presidenciável.

Ao responder sobre o pleito nacional de 2026, ele reforçou que vê sua inelegibilidade como perseguição. Questionado se quem disputaria seria ele ou Tarcísio, respondeu, em referência ao seu próprio nome do meio: “O nome é Messias”.

Bolsonaro afirmou ainda que, caso consiga reverter sua inelegibilidade, ganharia de Lula em 2026. “Eu tenho certeza de que eu ganho.”

“Quem é o substituto de Lula na política? Não tem. De Bolsonaro? Tem um montão por aí. Eu colaborei a formar lideranças, estou muito feliz com isso”, disse o ex-presidente.

“O candidato a presidente é Bolsonaro”, reforçou Tarcísio.

O governador também foi questionado sobre em qual data iria sair do Republicanos para se filiar ao PL, mas apenas sorriu e disse que só responderia sobre a eleição de São Paulo.

Ao falar da disputa em Goiânia, Bolsonaro criticou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), com quem trava uma batalha na cidade. Caiado, que é cotado como um presidenciável em 2026, apoia Sandro Mabel (União Brasil), enquanto Bolsonaro quer que Fred Rodrigues (PL) vença.

Bolsonaro disse que estará em Goiânia “no domingo, votando com o Fred”.

“O que nos surpreendeu agora, segundo eu vi na imprensa, o Caiado aceitou o apoio do PT pelo Sandro Mabel. Quem diria, o cara da UDR (União Democrática Ruralista), que fala grosso, gosta de ranger os dentes, e está aí, agora aceitou o apoio do PT. O PT não apoia de graça, não tem amor lá não. Alguma coisa foi acertada”, completou.

Antes de deixar a churrascaria na qual ocorreu a conversa com a imprensa e o evento de campanha de Nunes, Bolsonaro foi perguntado sobre qual a sua avaliação do evento. O ex-presidente respondeu “nota 10” e disse que está confiante com a campanha de Nunes.

Tarcísio também avaliou como positiva a participação de Bolsonaro no almoço. “A militância está muito animada, e eu estou sentindo isso na rua, eu acho que ajudou sim”, afirmou.

Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no ano passado, Bolsonaro não poderá figurar nas urnas eletrônicas pelo menos até 2030.

Ele foi condenado por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação sob acusação de difundir mentiras sobre o processo eleitoral em reunião com embaixadores e utilizar eleitoralmente o evento de comemoração do Bicentenário da Independência.

 

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Republicanos recusa Lula e planeja Tarcísio na presidência em 2026

Tarcísio de Freitas e Lula conversando durante visita em São Sebastião
Cristiane Batista/Governo de São Paulo

Tarcísio de Freitas e Lula conversando durante visita em São Sebastião

O presidente do Republicanos , Marcos Pereira, afirmou neste sábado (11) que o partido não fará parte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), terá uma postura independente e planejará para que o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas fortaleça seu nome para, quem sabe, se colocar à disposição na corrida eleitoral à Presidência da República em 2026.

“O partido continua independente e vai continuar independente”, disse em entrevista para a Folha de S.Paulo. “Em 2019, nós fizemos uma convenção nacional do partido para a mudança do nome [de PRB para Republicanos] e do [lançamento do] manifesto político do partido. No manifesto político, nós já abrimos no preâmbulo dizendo que o Republicanos é um partido conservador e liberal na economia”.

Marcos garantiu que não mudará de posição, mesmo que Lula ofereça um ministério ao partido. Ele explicou que a agenda do PT vai na contramão do que a sigla defende atualmente.

“Defendemos a livre iniciativa, o mercado, a meritocracia. É um manifesto de centro-direita. Então, nesse contexto, nosso manifesto político e o resultado da eleição —elegendo o governador do maior colégio eleitoral, do estado mais pujante e mais rico do país— não nos permite fazer parte da base do governo que é mais estatizante, socialista etc. Eu não vejo como a gente atuar como base do governo. Não há nada então que possa atrair [o partido para a base]”, relatou.

Republicanos visa 2026

Pereira confessou que o Republicanos está se organizando para ser forte nas eleições de 2026.  A decisão ser independente ocorreu pelo fato de ter senadores e deputados que defendem projetos da centro-direita e extrema-direita e também parlamentares que querem fazer parte da base governista, principalmente que foi eleito no Nordeste.

“Quando eu olho para 2026, estou olhando para aumentar a bancada de senadores e aumentar a bancada de deputados; no mínimo, manter. Não vejo como a conta fecha. Como vou prejudicar a maioria?”, indagou. “Para além disso, tem a questão também de em que campo que a gente vai estar em 2026 para presidente. Nós temos o governador do principal estado”.

“O projeto do Tarcísio, o mais natural é que ele seja candidato à reeleição. Agora, se houver um chamamento da população brasileira [para ele ser candidato a presidente], uma coisa que pesquisas qualitativas e quantitativas [meçam], e também a população, aquela onda, não podemos descartar. Mas nesse meio tempo tem o próprio [ex-presidente Jair] Bolsonaro, que é o mesmo eleitor. O que vai acontecer com ele, ninguém sabe”, completou.

Por fim, ele comentou que o governador paulista só se colocará à disposição para disputar à Presidência se Jair Bolsonaro (PL-RJ) não estiver no páreo. “Pelo que eu conheço do Tarcísio, se Bolsonaro for candidato, não acredito que ele disputaria contra ele”, concluiu.