STF: Fachin vota contra posse de Márcio Roberto na ALPB; julgamento segue

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta sexta-feira (07), contra o recurso apresentado pelo ex-prefeito Márcio Roberto (Republicanos), que busca junto à Corte decisão favorável para tomar posse na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).

Fachin seguiu o entendimento do relator do caso, ministro André Mendonça. O ministro Nunes Marques divergiu e apresentou entendimento para que Márcio seja empossado.

O presidente da Segunda Turma do STF, Dias Toffoli, se disse suspeito para julgar o caso. Ainda falta o voto do ministro Gilmar Mendes. O julgamento, realizado de forma virtual, segue até o dia 10 de junho.

Entenda o caso 

Em 2022, o ex-prefeito de São Bento teve 40.909 votos, mas foi impedido de assumir vaga na Casa de Epitácio Pessoa por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O Ministério Público Eleitoral alegou que Márcio Roberto estava inelegível para disputar o cargo de deputado estadual em decorrência de irregularidades nas contas enquanto esteve no mandato de prefeito e condenação por improbidade administrativa.

Com o impedimento de Márcio assumir uma cadeira no legislativo estadual, o primeiro suplente da coligação, Bosco Carneiro, foi empossado e assumiu a vaga desde o início desta legislatura.




Cármen Lúcia assume presidência do TSE e ataca “algotírimo do ódio”

Ministra defendeu a democracia em evento que contou com a participação do presidente Lula

Por

Agência Brasil

|03/06/2024 20:53

Cármen Lúcia assume o TSE
Tânia Rêgo/Agência Brasil

Cármen Lúcia assume o TSE

Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia tomou posse nesta segunda-feira (3) no cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) . O mandato será de dois anos.

Em seu discurso, a magistrada defendeua democracia e prometeu combater a circulação de fake news . Para Cármen, o medo implementado pelo ódio e pelas mentiras espalhadas nas redes fomenta ditaduras.

“O algoritmo do ódio, invisível e presente, senta-se à mesa”, afirmou a ministra. “A mentira é um insulto à dignidade do ser humano, um obstáculo ao exercício pleno das liberdades. Contra o vírus da mentira, há o remédio eficaz da informação séria”, acrescentou.

A cerimônia de posse teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, além de outras autoridades.

Cármen Lúcia entra na vaga deixada por Alexandre de Moraes, que cumpriu o período máximo de um biênio na chefia do TSE. A ministra será responsável por comandar as eleições municipais de outubro.

Moraes, inclusive, tratou de exaltar a nova chefe do Tribunal. “A magistrada é exemplar, mas, acima de tudo, a ministra Carmen Lúcia é uma grande amiga, que honra o Poder Judiciário, a Justiça Eleitoral. Sua sabedoria, firmeza, sensibilidade garantirão, em 2024, eleições livres, seguras e transparentes, fortalecendo cada vez mais a nossa sólida democracia”, disse Moraes.

O ministro Nunes Marques ficará com a vice-presidência do tribunal pelo mesmo período.  Os ministros André Mendonça (STF), Raul Araújo e Maria Isabel Galotti (STJ), Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares (Advocacia) completam a composição do plenário.

O TSE é composto por sete ministros, sendo três do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e dois advogados com notório saber jurídico indicados pelo presidente da República.

Perfil

Cármen Lúcia foi nomeada para o Supremo durante o primeiro mandato ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Ela sucedeu o ministro Nelson Jobim na Corte. Antes de chegar ao STF, a ministra atuou como procuradora de Minas Gerais. É formada em direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG).

Será a segunda passagem da ministra pela presidência do TSE. Em 2012, Cármen se tornou a primeira mulher a comandar a Justiça Eleitoral e o pleito municipal daquele ano. De volta ao tribunal, a ministra se destaca pelo combate às fraudes de cotas de gênero nas eleições e violência política contra candidatas.




PF prende 2 suspeitos de ameaçar e perseguir a família de Moraes

Um dos homens foi preso em São Paulo e outro no Rio de Janeiro

Por

iG Último Segundo

|31/05/2024 11:28

Criminosos disseram saber do paradeiro da filha de Moraes
Agência Brasil

Criminosos disseram saber do paradeiro da filha de Moraes

A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (31), dois homens suspeitos de ameaçar a família do  ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A corporação realiza dois mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão.

Os suspeitos, um preso na cidade de São Paulo, na Vila Clementino, e outro no Rio de Janeiro, ainda serão ouvidos pela polícia. Os dois homens são irmãos.

O homem detido no Rio é fuzileiro naval e foi identificado como Raul Fonseca de Oliveira.

Ameaças

Em abril deste ano, chegaram e-mails de ameças no STF. As mensagens declaravam que bombas seriam usadas e que os criminosos sabiam o itinerário da filha do ministro Alexandre de Moraes.

A segurança da Suprema Corte acionou a Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da PF para investigação. Com a autorização também da Procuradoria-Geral da República, os dados foram levantados. Os crimes apurados são: ameaça e perseguição (crime de stalking).




Ministro do STF arquiva ação do PSDB contra eleição de Adriano Galdino a presidente da Assembleia Legislativa

O ministro Edson Fachin arquivou a ação do PSDB, impetrada no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a eleição antecipada do deputado Adriano Galdino como presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba no biênio 2025/2026.

Adriano Galdino, Deputado, Assembleia, ALPB, Casa

Adriano Galdino, presidente da ALPB (Foto: Walla Santos)

O ministro Edson Fachin arquivou a ação do PSDB, impetrada no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a eleição antecipada do deputado Adriano Galdino como presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba no biênio 2025/2026.

O magistrado considerou a perda do objeto da ação já que o PSDB desistiu da ação. Ao programa Arapuan Verdade, o presidente do PSDB na Paraíba, Fábio Ramalho, e o presidente nacional do partido, Marconi Perillo, já tinham declarado em entrevistas recentes que a legenda tomaria medidas pela desistência da ação no Supremo.

A ação do PSDB questionava a inconstitucionalidade da eleição antecipada.




Governo do RS planeja criar “cidades provisórias” para desabrigados

De acordo com a Defesa Civil, 538.167 pessoas estão desalojadas no estado, enquanto outras 77.199 estão em abrigos

Por

iG Último Segundo

Imagens da Nasa mostram a dimensão da tragédia no Rio Grande do Sul

Reprodução: Flipar

Imagens da Nasa mostram a dimensão da tragédia no Rio Grande do Sul

O governo do Rio Grande do Sul anunciou, nesta quinta-feira (16), que está planejando criar quatro “cidades provisórias” para atender as pessoas que ficaram desabrigadas após as enchentes. A informação foi repassada pelo vice-governador do estado, Gabriel Souza , em entrevista à emissora RBS.

Souza informou que Canoas , Guaíba , Porto Alegre e São Leopoldo devem receber as estruturas.  Segundo o último boletim da Defesa Civil , 538.167 pessoas estão desalojadas (tiveram que sair de casa, mas estão com parentes ou amigos), enquanto outras 77.199 estão em abrigos

“Temos pouco tempo para montar. Logo teremos o exaurimento de alguns locais. Na semana que vem vamos iniciar a contratação. Até amanhã (sexta) vamos ter o descritivo das estruturas temporárias necessárias. É mais rápido contratar um serviço de montagem dessas estruturas. É como se fosse uma estrutura de eventos com qualificação para albergar pessoas”, disse Souza.

Apesar da urgência, o vice-governador do Rio Grande do Sul reforçou que a gestão busca por “locais para a colocação rápida de estruturas provisórias com dignidade mínima”. “Teremos espaço para crianças e pets. Lavanderia coletiva. Cozinha comunitária. Dormitórios e banheiros. Isso nesse período em que as pessoas ainda necessitarão desse apoio”, detalhou.

O vice-governador ainda apontou o Porto Seco, em Porto Alegre, o Centro Olímpico Municipal, em Canoas, e o Parque de Eventos, em São Leopoldo, como possíveis lugares para instalar as “cidades provisórias”.

Plano do governo federal

Na última quarta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou um pacote de medidas para ajudar os gaúchos . Uma das decisões do governo federal foi comprar casas e entregar às pessoas que perderam seus imóveis com as enchentes.

Na visita a um abrigo, o presidente garantiu que os desabrigados voltarão a ter uma vida digna, mas pediu um pouco mais de tempo para reconstruir o estado.  Veja todos os auxílios anunciados aqui .

 




STF reage a relatório divulgado nos EUA e diz que todas as suas decisões são fundamentadas

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE – Sérgio Lima – 30.jun.23/AFP

O STF (Supremo Tribunal Federal) reagiu ao relatório divulgado por uma comissão do Congresso dos Estados Unidos com uma série de decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes.

O documento contém ordens judicias enviadas ao X (antigo Twitter) com determinação de derrubada de perfis e conteúdos na plataforma. As ordens enviadas às empresas que administram as redes sociais, no entanto, não são acompanhadas de fundamentação, tendo apenas a decisão que manda retirar uma página do ar.

Por meio de nota divulgada na quinta-feira (18), a assessoria da corte rebateu e afirmou que “não se trata das decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas sim dos ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão”.

E prossegue: “Fazendo uma comparação, para compreensão de todos, é como se tivessem divulgado o mandado de prisão (e não a decisão que fundamentou a prisão) ou o ofício para cumprimento do bloqueio de uma conta (e não a decisão que fundamentou o bloqueio)”.

O texto diz ainda que “todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação”.

Ao ser questionado pela reportagem nesta quinta, o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, respondeu que, por enquanto, não comentaria a questão, mas que “é um problema de política interna dos Estados Unidos”.

Para Barroso, a divulgação dos documentos se trata de uma manifestação de parlamentares de oposição ao presidente americano Joe Biden. O modo como se tem protegido a democracia no Brasil, enfrentando a desinformação criminosa, teria sido apenas o pretexto, segundo a sua leitura.

As decisões divulgadas no relatório foram obtidas a partir de intimação parlamentar feita ao X, de propriedade do bilionário Elon Musk. Quando defendeu o impeachment de Moraes, o empresário prometeu que publicaria em breve ordens de Moraes que, segundo ele, “violam as leis brasileiras”.

O relatório produzido pela comissão parlamentar foi intitulado “O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. O colegiado é presidido pelo deputado Jim Jordan, polêmico republicano fortemente ligado ao ex-presidente Donald Trump —ídolo do bolsonarismo.

O relatório deixa de fora das críticas à liberdade de expressão no Brasil menções aos ataques antidemocráticos e à investigação de uma possível trama golpista no governo Jair Bolsonaro (PL). O documento tem 541 páginas com considerações gerais, 28 ordens judiciais (em português e em inglês) de Alexandre de Moraes ao X (antigo Twitter), outras 23 ordens do ministro sem tradução para o inglês e mais 37 documentos expedidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

 

About Author




STF forma maioria contra ‘poder moderador’ das Forças Armadas

Cinco ministros votaram com o relator, ministro Luiz Fux

Por

Agência Brasil

|02/04/2024 07:40

STF
Luciano Rocha

STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta segunda-feira (1º) maioria de 6 votos a 0 contra a interpretação de que as Forças Armadas podem exercer “poder moderador” no país . A maioria foi formada com o voto proferido pelo ministro Gilmar Mendes . Faltam os votos de cinco ministros.

Ao se manifestar contra a tese do poder moderador, Mendes disse que a Corte está “reafirmando o que deveria ser óbvio”. “A hermenêutica da baioneta não cabe na Constituição. A sociedade brasileira nada tem a ganhar com a politização dos quartéis e tampouco a Constituição de 1988 o admite”, afirmou.

O Supremo julga uma ação protocolada em 2020 pelo PDT para impedir que o Artigo 142 da Constituição seja utilizado para justificar o uso do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para interferir no funcionamento das instituições democráticas.

A tese do “poder moderador” foi alardeada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para justificar eventuais medidas contra outros Poderes durante seu governo.

Entenda o julgamento

Os ministros julgam a ação da forma definitiva. Em junho de 2020, o relator do caso, ministro Luiz Fux, concedeu a liminar para confirmar que o Artigo 142 não autoriza intervenção das Forças Armadas nos Três Poderes. Pelo texto do dispositivo, os militares estão sob autoridade do presidente da República e se destinam à defesa de pátria e à garantia dos poderes constitucionais.

Até o momento, prevalece o voto de Fux, relator do caso. Para o ministro, o poder das Forças Armadas é limitado e exclui qualquer interpretação que permita a intromissão no funcionamento dos Três Poderes e não pode ser usado pelo presidente da República contra os poderes.

“A missão institucional das Forças Armadas na defesa da pátria, na garantia dos poderes constitucionais e na garantia da lei e da ordem não acomoda o exercício de poder moderador entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, afirmou.

Além de Fux, os ministro Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Edson Fachin, Flávio Dino e Gilmar Mendes também votaram no mesmo

O julgamento é realizado no plenário virtual, modalidade na qual os ministros inserem os votos no sistema eletrônico da Corte e não há deliberação presencial. A votação será finalizada no dia 8 de abril.




Anatel deixa operadoras ‘em alerta’ caso STF decida tirar X, antigo Twitter, do ar

A informação sobre os possíveis ‘preparativos’ para uma decisão do STF foi divulgada pela jornalista Andreza Matais, na tarde deste domingo (07), em sua coluna no portal Universo Online (UOL).

anatel

Sede da Anatel, em Brasília. (foto: Sinclair Maia/Anatel)

Em meio as reações do biolionário Elon Musk, dono da rede social X, sobre as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra a empresa, interlocutores do ministro Alexandre de Moraes já teriam procurado a cúpula da Agência Nacional de Telecomunicações para tratar sobre possíveis procedimentos em caso de um decisão judicial que determine a retirada da rede do ar.

A informação foi divulgada pela jornalista Andreza Matais, na tarde deste domingo (07), em sua coluna no portal Universo Online (UOL).

Na coluna a jornalista detalhou que Carlos Baiggori, presidente da Anatel, já teria inclusive entrado em contato com as principais empresas de telefonia para que fiquem de ‘prontidão’ e cumpram um eventual medida judicial contra o X, antigo Twitter.

Até o momento, mesmo procurado por veículos de imprensa, o ministro Alexandre de Moraes não se manifestou sobre a informação.

Musk diz que ministro traiu constituição do Brasil e que deveria sofrer impeachment

Elon Musk, dono do microblog X, antigo Twitter, voltou a criticar a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Relembre: Elon Musk faz novos ataques a Moraes e anuncia que X pode fechar no Brasil

Por volta das 12h deste domingo (07), Musk publicou no X que a plataforma deverá publicar todas as demandas feitas pelo ministro do STF e como as mesmas violam as leis brasileiras.

 

“Esse juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment. Vergonha Alexandre de Moraes, vergonha”, afirmou o bilionário.

As críticas de Musk são direcionadas ao ministro Moraes porque ele foi o responsável por uma série de inquéritos, tanto no Supremo como no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que investigam a disseminação de fake news nas redes sociais, incluindo o antigo Twitter.

Tais investigações foram seguidas pelas ordens de bloqueio e suspensão de uma série de perfis nas redes sociais de pessoas com suspeita de envolvimento.




STF tem 3 a 0 contra tese de intervenção militar constitucional

Julgamento avalia tese de que as Forças Armadas possuem um “poder moderador”; ação foi apresentada pelo PDT em 2020

Por

iG Último Segundo

STF vota tese de intervenção militar constitucional
Reprodução: Jogada10

STF vota tese de intervenção militar constitucional

O  STF (Supremo Tribunal Federal) formou, neste domingo (31), o placar de 3 a 0 contra a tese de que as Forças Armadas possuem um “poder moderador” constitucional. O último a votar foi o ministro Flávio Dino , que acompanhou o relator Luiz Fux . O outro voto foi do presidente do Tribunal, Luiz Roberto Barroso .

Relator da ação, que foi apresentada pelo PDT em 2020, Luiz Fux votou nesta sexta-feira (29) para dizer que a Constituição não permite uma “intervenção militar constitucional” e nem encoraja uma ruptura democrática.

Publicidade

Já o voto de Dino acontece no dia em que o golpe militar completa 60 anos. “Há 60 anos, à revelia das normas consagradas pela Constituição de 1946, o Estado de Direito foi destroçado pelo uso ilegítimo da força”, afirmou o ministro. “Em consequência, durante décadas, regredimos a um modelo jurídico assentado em uma Constituição puramente semântica.”

Em seu voto, Dino destacou que a função militar é subordinada aos poderes, e não superior a eles. “Com efeito, lembro que não existe, no nosso regime constitucional, um ‘poder militar’ “, destacou o ministro. “O poder é apenas civil, constituído por três ramos ungidos pela soberania popular, direta ou indiretamente. A tais poderes constitucionais, a função militar é subalterna, como aliás consta do artigo 142 da Carta Magna”, acrescentou.

A ação continuará sendo julgada no plenário virtual, através de um sistema eletrônico, até o próximo dia 8. Outros oito ministro ainda precisam dar seus votos sobre a tese.




Entenda o foro especial discutido no STF e o que pode mudar

Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Depois de ter se tornado alvo de novo julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) iniciado na sexta-feira (29), a discussão sobre foro especial foi suspensa na corte após um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Luís Roberto Barroso.

Na ação, a corte discute uma possível ampliação da regra, impactando quais pessoas poderiam ser julgadas pelo tribunal. O tribunal já tem 5 votos para determinar que o foro seja mantido mesmo depois do fim do mandato parlamentar de políticos por qualquer causa —renúncia, não reeleição ou cassação.

O julgamento ocorre depois de alteração feita pela corte em 2018, quando se decidiu que apenas crimes cometidos durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo deveriam ser julgados pelo Supremo.

Entenda o que é o foro especial e que decisões já foram tomadas pelo STF sobre ele.

O QUE É FORO ESPECIAL

Chamado com frequência de foro privilegiado, o foro por prerrogativa de função tem respaldo na Constituição Federal e garante que algumas autoridades públicas sejam julgadas por órgãos superiores de Justiça, com o objetivo de evitar pressões que poderiam ocorrer em instâncias inferiores.

Por causa da premissa, parlamentares devem ser julgados pelo STF a depender de algumas condições. Atualmente, o julgamento na corte deve ocorrer em casos que envolvam políticos com mandato e quando o crime está relacionado ao cargo.

O QUE ESTÁ EM DEBATE NO STF

O Supremo avalia se deve haver uma ampliação do foro especial, reduzido em 2018 por ação da mesma corte.

O relator, ministro Gilmar Mendes, votou a favor da ampliação. Ele defendeu que a prerrogativa de função seja mantida mesmo depois do fim do mandato parlamentar de políticos. Para ele, investigados devem perder o foro nos casos em que o crime tenha sido praticado antes de terem assumido o mandato.

Os ministros Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Flávio Dino acompanharam Gilmar e, logo depois, Barroso pediu vista. Mesmo com a suspensão do julgamento, o ministro Alexandre de Moraes decidiu antecipar o voto para acompanhar integralmente a posição do relator.

O QUE FOI DECIDIDO EM 2018

Há seis anos, o Supremo restringiu sua competência para julgar processos envolvendo parlamentares. Foi decidido que a atuação da corte se restringiria a crimes de autoridades cometidos durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo.

A decisão se deu no contexto da Operação Lava Jato, que aumentou o número de ações penais julgadas no tribunal. Na época da mudança, Luís Roberto Barroso, hoje presidente do STF, defendeu que o foro gerava politização dos processos.

“É preciso repensar o sistema de justiça criminal, mas o foro trazia problemas de politização [dos processos]. Nenhum país do mundo funciona como tribunal penal de primeiro grau como aqui”, disse Barroso na época.

O QUE ACONTECIA ANTES DE 2018

Antes da mudança de 2018, deputados federais e senadores adquiriam a prerrogativa de foro quando empossados, o que valia também para crimes ocorridos antes do mandato.

Ao mesmo tempo em que o foro especial era visto como necessário para impedir ações impróprias de ou contra parlamentares perante autoridades da primeira instância, ele era visto por muitos como um mecanismo que podia gerar impunidade, uma vez que as ações penais costumavam ter andamento mais lento no STF.

Votaram a favor das restrições de 2018 os então ministros Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio, Rosa Weber, Edson Fachin, Luiz Fux, Celso de Mello e Cármen Lúcia.

Outros quatro –Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes– votaram para que a corte julgasse crimes cometidos no mandato, sem que eles precisassem estar relacionados com a função parlamentar.

O QUE ESTÁ EM JOGO COM A REGRA ATUAL

Para alguns ministros, a regra atual gera insegurança jurídica e apresenta lacunas. Do ponto de vista político, a ampliação da participação da corte fortaleceria o Supremo diante dos outros Poderes, mas também poderia aumentar a chance de conflito com o Legislativo e o Executivo.

O novo debate sobre o tema no tribunal ocorre em um contexto no qual pessoas sem foro especial são julgadas pela corte em razão de investigações relacionadas aos ataques do 8 de janeiro.

Outro fato público com impacto sobre o tema é a prisão no último domingo (24) do deputado Chiquinho Brazão (RJ) em razão da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). Na época do crime, ele era vereador, o que, em tese, poderia afastar a competência do Supremo.

O julgamento ocorre em razão de envio ao plenário da corte de um habeas corpus do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), cuja defesa pede o envio para o tribunal de uma investigação em que ele responde pela suposta prática de “rachadinha” quando era deputado federal. O processo tramita atualmente na Justiça Federal de Brasília, em primeira instância.

 

About Author