STF torna réus Serere Xavante, Fátima de Tubarão e outros por envolvimentos em atos extremistas

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar réus outros 70 denunciados pelos atos extremistas de 8 de janeiro. Neste bloco foram analisadas denúncias também de pessoas presas em dezembro por atos de vandalismo. Entre eles, Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de conhecida como Fátima de Tubarão, e o líder indígena José Acácio Serere Xavante.

Serere Xavante foi detido pela Polícia Federal em Brasília e é acusado de liderar manifestações questionando o resultado das eleições presidenciais e criticando os ministros do Supremo.

Também foi analisada denúncia contra um homem que já fraudou licitação do Governo do Distrito Federal (GDF) e é réu em processo de improbidade administrativa referente a um evento organizado pelo governo.

Há ainda o caso de um policial federal do Distrito Federal preso na terceira fase da Operação Lesa Pátria por suspeita de participar dos atos extremistas que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes.

Além deles, há o caso de um instrutor de voos paulista que invadiu a sala de acervo histórico do Senado durante os atos terroristas.

O julgamento foi feito de forma virtual, sem discussão entre os ministros. Se há um pedido de vista, o julgamento é suspenso. Quando ocorre um pedido de destaque, a decisão é levada ao plenário físico do tribunal.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou a favor da abertura das ações penais. Segundo Moraes, a livre discussão, a ampla participação política e o princípio democrático estão interligados com a liberdade de expressão, tendo por objeto não somente a proteção de pensamentos e ideias, mas também opiniões, crenças, realização de juízo de valor e críticas a agentes públicos, no sentido de garantir a real participação dos cidadãos na vida coletiva.

“Contudo, tanto são inconstitucionais as condutas e manifestações que tenham a nítida finalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do pensamento crítico, indispensável ao regime democrático, quanto aquelas que pretendam destruí-lo , juntamente com suas instituições republicanas, pregando a violência, o arbítrio, o desrespeito à Separação de Poderes e aos direitos fundamentais, em suma, pleiteando a tirania, o arbítrio, a violência e a quebra dos princípios republicanos, como se verifica pelas manifestações criminosas ora imputadas ao denunciado”, disse.

Seguiram o relator as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber e os ministros Edson Fachin, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e Dias Toffoli.

Os ministros Nunes Marques e André Mendonça votaram a favor que o tribunal enviasse os casos para a análise da primeira instância da Justiça Federal.

 

 

 

Por Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo




URGENTE: Réus do caso Boate Kiss são condenados

Do alto à esq. em sentido horário, Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha

Após 10 dias de julgamento e quase nove anos de espera, o condenou os quatro réus acusados pelo incêndio na boate Kiss, que matou 242 pessoas e deixou outras 636 feridas. O corpo de jurados foi formado por seis homens e uma mulher.

Foram sentenciados os dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido por Kiko, e Mauro Londero Hoffmann. Além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o produtor Luciano Bonilha Leão e o vocalista, Marcelo de Jesus dos Santos. As penas ainda estão sendo lidas pelo juiz Orlando Faccini Neto.

“No caso como o presente, é preciso referir que se está diante da morte de 242 pessoas, circunstância que, na órbita do dolo eventual, já encerra imensa gravidade”, disse o juiz Orlando Faccini Neto. Inicialmente, o julgamento tinha previsão de durar cerca de 15 dias, mas a dispensa de testemunhas acabou encurtando a fase de depoimentos.

Condenados no caso Boate Kiss

  • Elissandro Spohr, sócio da boate: condenado a 22 anos e seis meses de prisão
  • Mauro Hoffmann, sócio da boate: condenado a 19 anos e seis meses de prisão
  • Marcelo de Jesus, vocalista da banda: condenado a 18 anos de prisão
  • Luciano Bonilha, auxiliar da banda: condenado a 18 anos de prisão

O incêndio na madrugada de 27 de janeiro de 2013 em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, deixou 242 pessoas mortas e outras 636 feridas. As vítimas, em sua maioria, eram jovens estudantes com idades entre 17 e 30 anos, moradores da cidade universitária.