A DESPOLITIZAÇÃO: A QUEM INTERESSA? Rui Leitão

A DESPOLITIZAÇÃO: A QUEM INTERESSA?
Rui Leitão

É evidente que a sociedade brasileira vive um processo de despolitização. A pergunta que não quer calar é: a quem isso interessa? Na busca por essa resposta, é importante relembrar a famosa frase do filósofo grego Aristóteles, quando afirmava: “O homem é um animal político”. Segundo ele, a política foi criada para regular os conflitos da pólis, o local onde esta acontecia e era compartilhada. Portanto, fazemos política o tempo todo, por ação ou omissão, consciente ou inconscientemente.

Ora, se não encontramos soluções para os problemas da vida das pessoas, a democracia encontra dificuldades para se manter. Por isso, é preocupante esse fenômeno denominado “despolitização”, que cresce entre a população de nosso país. É indiscutível que esse desinteresse pela política advém dos discursos populistas de lideranças que se apresentam como apolíticas, desestimulando a confiança na classe política, como se elas não fizessem parte desse grupo. O resultado é que conseguimos eleger, pelo sufrágio universal, como nossos representantes, indivíduos com ideologia conservadora, alinhados à extrema direita.

Setores da grande mídia contribuem para essa situação ao procurar colocar todos os políticos numa mesma vala comum: como sendo desonestos e como se os governos existissem apenas para sugar os impostos dos cidadãos de bem. Percebe-se o abandono de projetos políticos justos e moralmente aceitáveis, cuja retórica, apresentada como algo edificante, esconde por trás a permanente luta pelo poder, a ânsia por dinheiro e a corrupção. O atendimento aos interesses econômicos se sobrepõe ao da justiça social, sem qualquer preocupação em saber se o sistema de governo idealizado é aceitável.

Há um método articulado de impedir que se desenvolvam motivos racionais para acreditar na capacidade política de realizar ações voltadas a corresponder aos interesses coletivos. O poder político perde, então, sua legitimidade, por conta da desmotivação alimentada por aqueles que não sabem viver numa democracia. Os governos tornam-se, a partir disso, autoritários e opressivos, resultado da despolitização em massa. Parte da população deixa de reconhecer suas funções perante a República, tornando-se parceira do conluio que contribui para a perpetuação do sistema político que tentam impor. Esses que se dizem apolíticos trabalham no sentido de se tornarem verdadeiras celebridades midiáticas. Prepondera uma cultura da superficialidade na relação entre os cidadãos e seus candidatos, fazendo com que a população se sinta sem vontade de participar da vida democrática do país.

Lamentavelmente, temos testemunhado que, por meio das redes sociais e da mídia, são utilizados mecanismos de distração, com a discussão de assuntos vazios, sem qualquer tipo de benefício para a população, com o propósito de evitar temas políticos. Verifica-se uma perda da qualidade social, política, histórica, cívica e moral da sociedade, porque, estrategicamente, se decidiu fechar espaços para o livre agir entre os homens, de maneira a intervir no rumo da história.

A falta de consciência crítica, em razão do desinteresse pela vida política, ajuda na estratégia de colocar como inimigos os que se dedicam ao exercício da política com boas intenções. Reagir a esse processo de despolitização é um passo para a consolidação da nossa democracia, conquistada com muito esforço, inclusive com grandes movimentos populares para sua efetivação.

www.reorteriedoferreira.com.br/ Rui Leitao- advogado. jornalista, poeta, escritor




João diz que a fome ameaça direitos básicos e alerta: “Não há república sem inclusão”

 

O governador João Azevêdo disse nesta segunda-feira (15), em postagem nas redes sociais, ao comentar os 132 anos da Proclamação da República, comemorada hoje, que o país está diante do maior desafio de sua história, que é garantir direitos e promover o bem estar de todos os seus cidadãos em meio à pandemia que tirou a vida de mais de 611 mil brasileiros e brasileiras.

O governador alerta que se o país está conseguindo vencer o vírus com ajuda da vacina, um outro inimigo volta a assustar: a fome.

“A insegurança alimentar voltou a fazer parte da rotina de milhares de brasileiros, ameaçando um dos direitos mais básicos e essenciais da nossa cidadania”, diz.

Ainda na postagem, o governador diz que está na essência da República a luta pela construção de um país mais justo, igual e melhor para todos e todas.

“Não há República sem inclusão. Que possamos compreender a necessidade de defendermos o nosso país e os interesses do povo, não com mentiras e discórdias, mas com gestos e ações de quem trabalha por um Brasil mais forte, que ofereça oportunidades para que seus filhos tenham educação, saúde, segurança e emprego. É isso que dignifica e engrandece uma nação”, completa.

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