Bolsonaro perdido: um dia depois de vetar Renda Brasil, volta atrás e autoriza criação do programa

 

“Não adianta agora a gente especular do que vai tirar, onde que vai cortar, mas estou autorizado pelo presidente, ele me deu sinal verde”, disse o relator do Orçamento da União para 2021, senador Márcio Bittar

Bolsonaro deve ser operado para retirada de cálculo nas próximas semanas, diz médico (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

 

247 – O relator do Orçamento da União para 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC), afirmou que Jair Bolsonaro autorizou a inclusão de despesas com um novo programa social em seu relatório. Nesta terça-feira (15), Bolsonaro anunciou que não iria insistir na criação do Renda Brasil, que consistia na ampliação do Bolsa Família, e que o assunto estava proibido de ser discutido internamente pelo governo até 2022.

“Tomei café da manhã com o presidente da República e fui solicitar ao presidente se ele me autorizava a colocar dentro do Orçamento a criação de um programa social que possa atender milhões de brasileiros que foram identificados ao longo da pandemia e estavam fora de qualquer programa social. O presidente me autorizou”, disse Bittar nesta quarta-feira (16) conforme reportagem do G1.

Segundo o parlamentar, o momento não é de “especular” sobre a origem dos recursos que serão empregados para viabilizar o novo programa social que deverá ser apresentado na próxima semana.

“Não adianta agora a gente especular do que vai tirar, onde que vai cortar, mas estou autorizado pelo presidente, ele me deu sinal verde. E, a partir de agora, vou conversar com os líderes do governo no Senado e na Câmara, conversar com a equipe econômica. Mas, a semana que vem, a ideia é apresentar um relatório que tenha as PECs e a criação desse programa”, disse.

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Bolsonaro veta Renda Brasil e garante Bolsa Família até 2022

 

Possibilidade de congelamento de aposentadorias por dois anos para custear o novo programa desagradou e motivou recuo do governo

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, que vetou o Renda Brasil após repercussão negativa

Em resposta à repercussão negativa sobre a  possibilidade de congelamento de aposentadorias por dois anos para custear o Renda Brasil , o presidente Jair Bolsonaro ‘proibiu’ o novo programa de transferência de renda e garantiu a permanência do Bolsa Família até o final de seu mandato, em 2022.

“Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final”, disse Bolsonaro em vídeo publicado em suas redes sociais.

“Congelar aposentadorias, cortar auxílio para idosos e pobres com deficiência , um devaneio de alguém que está desconectado com a realidade. Como já disse, jamais tiraria dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos”, postou Bolsonaro.

Criado durante o governo Lula, o Bolsa Família seria substituído pelo Renda Brasil, que segundo as informações prévias teria maior número de beneficiários e parcelas de valor maior, sendo uma espécie de meio termo entre o programa da era petista e um auxílio emergencial permanente. No entanto, essas mudanças gerariam mais custos para o governo, que teria que cortar gastos em outras áreas, como as aposentadorias ou outros programas sociais, como chegou a sugerir o governo, para bancar o Renda Brasil.

Após ser levantada nesta segunda-feira (14) a possibilidade de que as aposentadorias fossem congeladas por dois anos para que o governo criasse e bancasse o Renda Brasil e a repercussão ser fortemente negativa, o presidente preferiu vetar o novo programa, garantir o Bolsa Família até 2022 e promover um recuo do governo em sua proposta de criar um ‘novo Bolsa Família’.

congelamento de aposentadorias surgiu como opção do governo em fala de Waldery Rodrigues, secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, em entrevista ao G1 . Waldery defendeu que benefícios previdenciários como aposentadorias e pensões não estivessem mais vinculados ao salário mínimo, possibilitando o congelamento e o financiamento do Renda Brasil, já que, não reajustando os benefícios previdenciários por dois anos, o governo teria menos custos e liberaria dinheiro no Orçamento para bancar o novo programa social.

Prática similar já foi adotada pelo governo neste ano e também será repetida em 2021 com o salário mínimo . Se antes o piso nacional tinha ganho real anual acima da inflação, no governo Bolsonaro ele é apenas corrigido pela inflação. Para o próximo ano, a  proposta do Executivo é que o valor seja de R$ 1.067, abaixo dos R$ 1.079 previstos anteriormente e apenas com a reposição inflacionária. Na prática, quem recebe o salário mínimo não tem aumento nenhum, apenas não perde poder de compra com a inflação, já que há reposição proporcional.

Mais informações em instantes .

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