Fábio Faria diz que se ‘arrepende profundamente’ de entrevista das rádios

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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirma que sua intenção ao convocar uma entrevista coletiva para denunciar que rádios estavam supostamente prejudicando Jair Bolsonaro ao não veicular a propaganda eleitoral do PL era fazer um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o problema fosse sanado.

Na segunda (24), ele e Fabio Wajngarten, que integra a campanha de Bolsonaro, reuniram jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, para falar que auditorias tinham constatado o problema.

A ideia, segundo ele, era que o TSE concedesse à campanha de Bolsonaro o mesmo número de inserções, na reta final das eleições, que supostamente não haviam sido divulgadas nas rádios.

“A falha era do partido, que percebeu o problema tardiamente, e não do tribunal. Como havia pouco tempo para o TSE fazer uma investigação mais aprofundada, eu iniciei um diálogo com o tribunal em torno do assunto”, diz ele.

A iniciativa desandou, diz ele, quando bolsonaristas passaram a usar o fato para pedir o adiamento das eleições, que acusavam de “fraude”.

“Eu fiquei imediatamente contra tudo isso. Fui o primeiro a repudiar”, diz. “Isso prejudicaria o presidente Bolsonaro”, segue.

Faria afirma ainda que, quando a situação “escalou”, protestou internamente e decidiu “sair de cena”.

E mais que isso: “Me arrependi profundamente de ter participado daquela entrevista coletiva. Se eu soubesse que [a crise] iria escalar, eu não teria entrado no assunto”.

O ministro afirma que, por manter um bom diálogo com magistrados de tribunais superiores, sempre fez a mediação entre a campanha de Bolsonaro e o TSE, “desde o primeiro turno”.

Quando surgiu o problema das rádios, a partir de um dossiê montado pelo PL, ele também foi chamado para tentar um acordo com os magistrados.

Ministros do TSE ficaram contrariados com a atitude de Faria, mas ele afirma que já conversou com todos e que o episódio foi esclarecido.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, rejeitou a ação apresentada pela campanha de Bolsonaro sobre suposto boicote de rádios por falta de provas.

Ele determinou investigação sobre possível “cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana”, mas não incluiu Fábio Faria na ação.

 

Mônica Bergamo. Folha Online




TUNEL DO TEMPO: Por Gilvan de Brito

TUNEL DO TEMPO: Por Gilvan de Brito

 

Agora, voltando ao passado, lembro-me com saudades do futuro, do progresso e dos tempos modernos, vividos nos anos setenta e oitenta em João Pessoa. Era uma fase de expectativas diante do surgimento do novo: LP de alta fidelidade, fitas cassetes de uso prático, filmadoras de mão e outras facilidades em todos os segmentos da vida. Homens pisando na Lua, ótimas músicas, excelentes compositores, grandes filmes. Havia até jornais diários (Jornal do Brasil, Correio da Paraíba,

O Momento, O Norte, Diário da Borborema, A União, trazendo sempre informações do dia anterior e nos atualizando com notícias completas de todo o mundo. Tinha uma ditadura mascarada e desmoralizada onde bastavam nas ruas os estudantes para lutarem contra as baionetas dos militares e sem qualquer resquício de medo e o empurrarem de volta aos quartéis.

E a Churrascaria Bambu? E o Pavilhão do Chá? E o Ponto de Cem Reis onde a fina intelectualidade se reunia misturada ao povo, nos fins de tarde, para tomar café São Braz e filosofar sobre a vida e à morte; E o animado carnaval do bate-latas e bloco dos sujos da Lagoa com direito a corso e lança-perfume? E o animadíssimo carnaval social do Cabo Branco, Astreia, Esquadrilha V, Boêmios Brasileiros, AABB e Internacional? E o Hotel Tambaú (antigo) onde alugávamos calções para o banho e guardávamos nossa roupa? E a rádio Tabajara nos esportes e a rádio Arapuan na política? Nossos times viajavam ao Recife e venciam o Sport no sábado e o Santa Cruz no domingo. Havia o nosso Botafogo, representando o Brasil, na Europa (escrevi até um livro sobre este périplo) e, enfim, muito mais solidariedade humana, melhor qualidade do ensino, companheirismo e confiança nas pessoas.

Não sei quanto tempo isso vai durar para chegarmos novamente aqueles anos de expectativas; espero que seja no menor espaço de tempo, após esta pandemia que nos atormenta. Eu sei, porque vivi.

 

www.reporteriedoferreira.com.br  Givan de Brito- Jornalista, Advogado e Escritor