CPI da Covid: Novo foco será na recusa de 70 milhões de doses da Pfizer

Com próximas testemunhas, senadores da comissão querem apurar a responsabilidade do governo federal no atraso da vacinação

 Rejeição de 70 milhões de doses da Pfizer por gestão Bolsonaro será novo foco da CPI da Covid
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Rejeição de 70 milhões de doses da Pfizer por gestão Bolsonaro será novo foco da CPI da Covid

Fonte de grande ansiedade na população, o lento avanço da vacinação contra o coronavírus no país é o foco principal desta semana na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid .

Estão previstos os depoimentos do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, do ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro , Fábio Wajngarten, e de executivos da farmacêutica americana Pfizer.

Com a sabatina dessas testemunhas, os senadores querem apurar a responsabilidade do governo federal na demora da imunização da população, já que a gestão Bolsonaro inicialmente recusou em 2020 ofertas de vacinas da Pfizer , do Instituto Butantan e do consórcio Covax Facility.

O tema vacinas deve continuar no centro da CPI também na semana seguinte, quando será ouvido o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre negociações internacionais para aquisição de imunizantes.

Além disso, está marcado para dia 19 o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Wajngarten responderá sobre recusa a Pfizer

O depoimento mais aguardado da próxima semana é o de Fábio Wajngarten, que ocorre na quarta-feira (12/05). Em entrevista recente à revista Veja, ele fez duras críticas ao ex-ministro Pazuello, que serão exploradas pelos senadores.

Segundo Wajngarten, a recusa do governo à oferta de 70 milhões de vacinas pela Pfizer em agosto do ano passado foi resultado da “incompetência e ineficiência” da gestão do general, que comandou o ministério entre maio de 2020 e março de 2021.

O ex-secretário de Comunicação disse que tomou a dianteira das negociações com a farmacêutica americana diante do desinteresse da pasta da Saúde pela oferta da empresa. Ele afirmou à revista inclusive ter documentos que provam isso, como e-mails e registros telefônicos.

Na entrevista, Wajngarten eximiu o presidente de responsabilidade, atribuindo toda a culpa à equipe de Pazuello. Para críticos de Bolsonaro, a tentativa de separar a responsabilidade do presidente da do general é difícil porque o próprio Pazuello disse em vídeo ao lado dele estar cumprindo fielmente suas ordens.

Até o momento, Pazuello não se manifestou publicamente sobre estas acusações.

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), quer depois marcar uma acareação entre Wajngarten e Pazuello, para confrontar a versão de cada um. A proposta ainda precisa ser aprovada pela maioria da comissão.

Antes disso, porém, será realizado o depoimento do ex-ministro da Saúde em 19 de maio. Sua ida à CPI estava prevista para dia 5 deste mês, mas foi adiada após Pazuello argumentar que havia tido contato com duas pessoas diagnosticadas com covid-19.

Contrato com a Pfizer saiu só em março deste ano

Diante da recusa inicial, apenas em março deste ano o governo federal firmou contrato para compra de 100 milhões de doses da Pfizer, previstas para entrega até o final do terceiro trimestre. Por enquanto, foram recebidas 1,628 milhão dessas vacinas .

O Ministério da Saúde negocia a compra de mais 100 milhões que seriam entregues ainda em 2021, segundo o atual chefe da pasta, ministro Marcelo Queiroga.

www.reporteriedoferreira.com.br   Por BBC News Brasil




Pazuello está “atrapalhando” e limitando ações de Queiroga, dizem aliados

Parlamentares e assessores presidenciais veem Pazuello restringindo ações de Marcelo Queiroga

Marcelo Queiroga, novo ministro da Saúde; cardiologista tem seguido cartilha semelhante à de Pazuello e alinhada ao discurso de Jair Bolsonaro
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Marcelo Queiroga, novo ministro da Saúde; cardiologista tem seguido cartilha semelhante à de Pazuello e alinhada ao discurso de Jair Bolsonaro

Assessores presidenciais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) avaliam que o ex-ministro da saúde, General Eduardo Pazuello, estaria atrapalhando o novo comandande da pasta , Marcelo Queiroga . O militar estaria “vigiando” Queiroga para que ele siga a mesma que estava sendo utilizada pela pasta. As informações são do colunista Valdo Gruz, da GloboNews .

A proximidade de Pazuello estaria tirando a liberdade do cardiologista Marcelo Queiroga de delinear seu próprio plano de combate à pandemia.

Congresso também não tem visto o início de gestão de Queiroga com bons olhos. Segundo apuração do colunista, paralmentares veem o novo ministro da Saúde com o “freio de mão puxado” em um momento em que medidas devem ser tomadas com rapidez em meio ao avanço alarmante da Covid-19.

Os parlamentares também estariam preocupados com a queda do apoio popular de Bolsonaro. Com a última pesquisa realizada pelo Datafolha que revelando que 54% dos brasileiros reprovam a atuação do presidente , congressistas acreditam que não adianta mudar o comandante da pasta, como também é preciso mudar as ações de combate à pandemia com rapidez

www.reporteriedoferreira.com.br    Por Ig




Marcelo Queiroga diz que Ministério da Saúde vai executar política de Bolsonaro

Marcelo Queiroga – (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta terça-feira (16) que a pasta vai executar a política definida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi dada a imprensa ao chegar para uma reunião de transição com o atual ministro, Eduardo Pazuello.

“O governo está trabalhando. As políticas públicas estão sendo colocadas em prática. O ministro Pazuello anunciou todo o cronograma da vacinação. A política é do governo Bolsonaro. A política não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do governo“, disse Marcelo Queiroga.

Ao chegar para o encontro com Pazuello, Queiroga ressaltou ainda que o país precisa de uma “união nacional contra o vírus” e que não existe uma “vara de condão” capaz de resolver sozinha o problema.

“O presidente está muito preocupado com essa situação. Ele tem pensado nisso diuturnamente. Vamos buscar as soluções. Não tem vara de condão”, completou o novo ministro.

www.reporteriedoferreira.com.br  Por agências