Filho que matou pai e enterrou corpo dentro de casa é preso pela polícia

O filho confessou o crime e contou com a ajuda de um outro homem, de 26 anos, para executar a ocultação de cadáver

Filho que matou pai e enterrou corpo dentro de casa roubou bens dele após a morte

Um homem que foi preso suspeito de matar e enterrar o corpo do pai há cerca de 1 ano, em Campina Grande, roubou bens do pai após a morte, de acordo com informações da Polícia Civil.

Após realizar buscas na residência em que a família morava, o Corpo de Bombeiros encontrou uma ossada enrolada em lençóis em um quarto na noite desta quinta-feira (4).

A vítima é um homem chamado Farag Ali, de 67 anos. Ele é natural da Líbia e era professor universitário em um estabelecimento privado. A polícia não identificou quais bens foram roubados pelo filho, no entanto, as informações são de que os bens foram comercializados após a morte do líbio.

Segundos a Polícia Civil, o filho contou com a ajuda de um outro homem, de 26 anos, para executar a ocultação de cadáver. O segundo suspeito também está preso. Mais detalhes de como aconteceu o assassinato e os nomes dos dois suspeitos não foram revelados.

Em depoimento, o filho confessou que ocultou o cadáver e teria indicado um lugar errado antes de mostrar onde realmente o corpo estava enterrado.

Farag Ali, natural da Líbia, país no norte da África, morava em Campina Grande há aproximadamente 30 anos e mais recentemente tinha passado a morar só com um dos filhos, suspeito de homicídio e ocultação de cadáver. A vizinhança percebeu a ausência dele, mas o filho argumentava que ele estava namorando e tinha passado a morar com a suposta namorada.

O desaparecimento dele só foi registrado na polícia há cerca de 15 dias. Nesta quinta-feira (4), o filho dele, principal suspeito, prestou depoimento e confessou ter enterrado o corpo do pai.

O filho do líbio Farag Ali deve responder por ocultação de cadáver e por homicídio.




Treze anos de saudades Por Rui Leitao 

Treze anos de saudades Por Rui Leitao

O dia primeiro de abril será sempre um dia triste no meu calendário. Há exatamente treze anos experimentei o doloroso sentimento de ver uma das pessoas que mais amei na vida sair do meu convívio diário. Meu pai partiu para, em outra dimensão, continuar intercedendo junto a Deus em favor de todos nós que formamos a sua descendência. Sua ausência física provoca uma saudade que contraria a afirmação de que “o tempo tudo cura”. Ela é maior a cada dia que passa.

Difícil confortar um coração saudoso. Costumo chorar meu pranto baixinho, silenciosamente, com receio de que ele se perturbe com minhas lágrimas de tristeza. Sei o quanto ele sofria quando me via triste. Era como se quisesse assumir a minha dor.

É impressionante como sinto a sua presença na minha vida. Percebo-me ajudando a escrever as crônicas que venho publicando diariamente. Na minha mente escuto a sua voz me aconselhando nos momentos de dificuldade e me festejando quando da conquista de vitórias. A minha imaginação fica fértil de lembranças que me encorajam quando a fragilidade quer me derrubar.

Ele sempre foi um homem forte. Nunca o vi se lamentando por nada. Paciente, compreensivo, amoroso sem ser piegas, rigoroso na aplicação da sua responsabilidade paterna, estava permanentemente próximo, acompanhando passo a passo a formação da personalidade de cada filho. Seu exemplo de dignidade, honradez e honestidade, foi o maior legado que nos deixou. Ao lado de minha mãe, fez dos seus oito filhos, orgulhosos herdeiros de uma postura de vida voltada para o bem.

Deusdedit Leitão, meu pai, meu ídolo, meu guia, marcou sua passagem enquanto conviveu fisicamente conosco, numa conduta que merece admiração e respeito, não só dos que integravam a sua família, mas de todos os que tiveram a oportunidade de com ele compartilhar experiências de vida. Sua memória é para mim uma luz que ilumina os passos da minha caminhada, na certeza de que, onde ele estiver, estará cuidando para que não tropece. E se isso acontecer, estará junto tentando me levantar e me incentivando a continuar trilhando caminhos que me ensinou a seguir.

www.reporteriedoferreira.com.br Por Rui Leitão- advogado, jornalista, poeta e escritor.




Um pai tem a sabedoria de um mestre e a sinceridade de um amigo.

Dia dos Pais , 13 de agosto de 2023, os filhos já cresceram o mesmo ocorre com os netos, dois filhos de Iêdinho e dois de Lívia.

Hoje,9 de agosto 2020, comemora-se Dia os País, repórter iêdo Ferreira, na condição de pai e avôr, sendo recepcionado pela sua proli em almoço familiar.

NETINHA CAÇULA, LÍS, FISCALIZANDO TUDO.

IÊDO jÚNIOR ( Cursa Engenharia) LÍVIA NILCETH ( LICENCIATURA) LILLANE RACHEL JORNALISTA )

LIVIA (FILHA MAIS VELHA ) E SUA PROLE, MEUS NETOS

Pai…
Sempre seguirei teus passos, porque eu te amo!

Existem pessoas bem pertinho de nós que amamos de montão, mas nunca falamos o quanto as amamos…
Também esquecemos de agradecer aos nossos pais por tudo que fizeram, ou fazem por nós…
E principalmente esquecemos de agradecer a Deus por todas as bênçãos que Ele nos concede e uma delas é você Pai, por isso vim lhe dizer, que agradeço a ti meu querido Pai por tudo, tudo mesmo que você fez e faz por mim e que agradeço imensamente a Deus por ter escolhido você para ser meu Pai, porque se eu tivesse que escolher alguém para ser meu Pai, escolheria exatamente Você!!

Babhina

É um orgulho ter você como pai e uma felicidade pensar que um dia meus filhos terão você como avô. Feliz dia dos Pais!

 

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Carnaval 2023 na Paraíba; em menos de 72 horas polícia registra várias mortes

Homem é assassinado a tiros no momento em que estava com filho nos braços no centro de João Pessoa

Um homem foi assassinado a tiros no início da tarde desta sexta-feira (17) no Parque Sólon de Lucena, mais conhecido como Lagoa, no centro de João Pessoa.

De acordo com a polícia, Pedro Henrique Mendonça de Oliveira, 20 anos, estava ao lado da esposa com o filho nos braços, quando um dois homens chegaram e, sem que houvesse qualquer discussão aparente, se aproximaram do jovem e já foram atirando.

Pedro Henrique foi atingido principalmente a cabeça e morreu no local, enquanto que a esposa e filho dele não sofreram nada.

Durante as investigações, a polícia descobriu que a vítima não tinha passagem pela polícia, mas era usuária de drogas.

No momento do crime, Pedro Henrique estava esperando um transporte alternativo para ir para o distrito de Cupissura, município de Caaporã, aonde residia com a família.

IMAGENS FORTES: HOMEM É ASSASSINADO A TIROS COM FILHO NOS BRAÇOS NO CENTRO DE JOÃO PESSOA

Um jovem foi assassinado a tiros no entorno do Parque da Lagoa, no Centro de João Pessoa, no início da tarde desta sexta-feira (17). O rapaz teria sido alvejado com disparos de arma de fogo no rosto.

O homicídio aconteceu nas proximidades de uma parada de ônibus. De acordo com informações de pessoas que estavam no local, o homem estava com a esposa e com um bebê de colo quando dois homens se aproximaram e efetuaram os disparos.

A Polícia Militar foi acionada para os primeiros procedimentos, isolou a área e iniciou diligências. Até o momento não há informações sobre a identidade dos acusados do crime.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para prestar socorro à vítima, mas acabou confirmando o óbito.

ClickPB

 JOVEM É ENCONTRADO MORTO COM MARCAS DE TIROS E FACADAS PELO CORPO, NA ILHA DO BISPO

  Um jovem foi encontrado morto com marcas de tiros e golpes de faca, no inicio da noite dessa quinta-feira, 16, na localidade conhecida como beco do Aratu, que fica por trás do colégio Frutuoso Barbosa, na Ilha do Bispo, em João Pessoa.

Segundo a Polícia Científica, haviam lesões na região do tórax e cabeça da vítima, provocada por arma de fogo e faca.

Moradores da localidade informaram que horas antes do corpo ser encontrado, ouviram barulho de tiros. Em grupos de Whatsapp circula um vídeo mostrando o jovem sendo morto a facadas.

O corpo do jovem foi encaminhado para perícia no Instituto de Polícia Científica (IPC) e o caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.

MOTOCICLISTA É MORTO A TIROS NA LADEIRA DO RANGEL, EM JOÃO PESSOA

Um homem foi morto a tiros no final da tarde desta quarta-feira, 15, na ladeira que liga o bairro do Rangel a Jaguaribe, em João Pessoa. O crime aconteceu nas imediações da comunidade Paulos Afonso, na Avenida Antônio Silva Melo.

De acordo com informações preliminares, colhidas pela polícia no local. A vítima estava pilotando a moto no sentido Jaguaribe/ Rangel quando foi surpreendido pelos atiradores, que fugiram logo em seguida.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência chegou a ser acionado, mas apenas constatou a morte do motociclista.

A Polícia Militar foi acionada, isolou o local do crime até a chegada da perícia. Até a publicação desta matéria, a vítima não teve a identidade revelada.

T5

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Pai de tenente da PM é morto a tiros no Sertão da PB

Uma dupla armada invadiu uma casa e matou o pai de um tenente da Polícia Militar a tiros, na madrugada desta terça-feira (13), no bairro Nova Vida, em Pombal, no Sertão da Paraíba.

Os atiradores arrombam o portão da casa onde a vítima, identificada Arnaldo Aprígio de Melo, de 59 anos de idade, morava sozinha.

Segundo a PM, os motivos para a morte de Arnaldo, que era pai do tenente Melo, ainda é um mistério.

O caso foi repassado para a Polícia Civil e segue sendo investigado.

Paraíba Notícia




Casamento termina em pancadaria e pai da noiva é esfaqueado por primo do noivo

Foto: Polícia Civil/Divulgação
Uma cerimônia de casamento se transformou em briga generalizada na madrugada deste domingo (12), em, um salão de festas no bairro Caiçara, em Campo Grande. Durante a confusão, o pai da noiva, um homem de 45 anos, interveio e acabou sendo esfaqueado por um dos convidados. Segundo testemunhas relataram à polícia, o suspeito é primo do noivo.

De acordo com o registro policial, por volta da 1h45, uma equipe da Polícia Militar foi enviada até o salão de festas para atender o caso. No local, o tio da noiva disse aos policiais que durante o casamento houve uma discussão entre os convidados e que a divergência acabou se tornando uma briga.

O pai da noiva tentou interferir e no meio da confusão foi atingido por algum objeto perfuro-cortante, provavelmente uma faca, causando dois cortes. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Não apresentava risco de morte e encaminhada para um hospital particular, para a realização exames e complemento do atendimento.

O suspeito, identificado como sendo o primo do noivo, fugiu do local logo após o crime em um veículo não identificado.

O caso foi registrado inicialmente com lesão corporal dolosa, na delegacia de Pronto Atendimento Comunitário Cepol (Depac Cepol).




Encapuzados armados invadem festa familiar, matam dois e deixa outro ferido

As vítimas estavam participando de uma festa com familiares quando dois suspeitos encapuzados chegaram no local e atiraram várias vezes.

Primos são mortos a tiros e pai de uma das vítimas é baleada e fica em estado grave, na Paraíba

Duas pessoas morreram e uma ficou ferida após um ataque a tiros na noite desse sábado (13), em aldeia do município de Marcação, Litoral Norte da Paraíba.

Conforme o delegado Francisco Basílio informou ao Notícia Paraíba, as vítimas estavam participando de uma festa com familiares quando dois suspeitos encapuzados chegaram no local e atiraram várias vezes.

Os primos Jeanderson Benício de Oliveira, de 32 anos e Lucas de Sousa da Silva, de 23, foram atingidos com vários disparos, não resistiram aos ferimentos e morreram no local.

Hieldo Benício da Silva, de 43 anos, pai de Lucas e tio do Jeanderson, também foi baleado. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência para o Hospital de Emerg|ência e Trauma de João Pessoa em estado grave.

Ainda segundo o delegado informou ao Noticia Paraíba, Jeanderson era acusado de ter praticado um homicídio e respondia pelo crime de tráfico de drogas. O homem cumpria pena em um presídio e havia recentemente sido posto em liberdade.

A motivação do crime pode ter sido vingança. Os autores ainda não foram localizados e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil.




Pai da prefeita de Conde, Iveraldo Lucena, morre após abandonar tratamento de câncer

Foto: reprodução/Facebook

Faleceu nesta terça-feira (07), o pai da prefeita de Conde, Márcia Lucena, o professor Iveraldo Lucena, após abandonar o tratamento para câncer de pâncreas. Márcia revelou que o pai decidiu não se submeter mais a intervenções cirúrgica ou tratamentos contra a doença e reuniu toda a família para comunicar aos entes queridos o que iria fazer.

Nesta terça, por meio de uma rede social, Márcia comunicou que o pai morreu. Ele estava sedado, a pedido, desde ontem e não resistiu às complicações da doença.

“Meu pai morreu fisicamente agora!Estava, a seu pedido, sedado desde ontem e hoje, como um bom andarilho, parte para sua nova caminhada, do jeito que ele gostava, em uma trilha desconhecida. Vai cheio de amor e verdade!Informamos que faremos o velório na Pitumirim só para a família, pois não queremos colocar em risco, diante da pandemia, a saúde das pessoas que amamos.Pedimos que emanem sua melhor energia, seu melhor pensamento, sua lembrança mais gostosa para que meu pai possa reforçar sua bagagem.Minha mãe, quando nos viu todos aqui juntos, entendeu sozinha que ele havia morrido. Está serena…Se ela, diante da morte do amor da vida dela está serena, pedimos que todos se inspirem nessa serenidade para que a partida do meu pai seja linda como ele!Amamos vocês!”, disse.

Antes Márcia havia revelado o desejo do pai: “Como não há o que fazer para que eu retome a liberdade mínima que eu estava tendo de levantar da cadeira e ir ao banheiro por exemplo, decidi que não farei nenhum tipo de intervenção ou tratamento além do que já fizemos, vou dormir até que o corpo resolva essa questão “, afirmou.

Iveraldo Lucena foi secretário de Educação durante a gestão de Ronaldo Cunha Lima, e pró-reitor de extensão e assuntos comunitários da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Era natural de Bananeiras, na Paraíba. Ele foi autor dos livros “Contos que Conto e Outras Histórias” e “Nas Veredas De Um Andarilho – Bananeiras Educacao E Cultura”.




Pai e filho levam tiros no bairro do Cristo,em JP,filho morreu-VEJA VÍDEO

Jovem morreu ainda no local. Pai foi socorrido ao Hospital de Emergência e Trauma da cidade.

Crime registrado no bairro do Cristo, em João Pesso Foto: whatsapp

Pai e filho foram vítimas de disparos de arma de fogo no fim da noite deste domingo (5). O caso foi registrado em um posto de gasolina na avenida presidente Ranieri Mazzilli, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa.

Segundo informações de testemunhas, ambos estavam dentro de um veículo quando o crime aconteceu. O filho não resistiu e morreu ainda no local. A identificação não havia sido confirmada até a última atuação desta matéria.

O pai foi socorrido ao hospital de Emergência e Trauma por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O ataque teria iniciado ainda no bairro do Rangel. Ao buscar abrigo no posto, o pai informou ao frentista sobre o estado de saúde do filho. Na sequência, o Samu foi acionado.

O ataque teria iniciado ainda no bairro do Rangel. Ao buscar abrigo no posto, o pai informou ao frentista sobre o estado de saúde do filho. Na sequência, o Samu foi acionado.

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O MEU AVÔ ROLDÃO CORREIA DE BRITO: Escrito Por Gilvan de Brito

A imagem pode conter: Gilvan de Brito, óculos e close-up

O MEU AVÔ ROLDÃO CORREIA DE BRITO: Escrito Por

Gilvan de Brito

Saindo de João Pessoa com o meu pai numa maria fumaça da Great Western, fui encontrá-lo pela última vez, velhinho, cansado, lá pela metade da década de 40, na sua casa antiga da rua Treze de Maio, 232, em Campina Grande. Meu pai às vezes o visitava conosco (minha mãe Corina e minha irmã Gilza, ainda nos cueiros). Ele era determinado e tinha uma força física que contrastava com a fragilidade de sua aparência. Parece que gostou oo neto, porque saiu pelo galpão mostrando as máquinas que estavam prontas para a entrega, feitas por ele: de fabricar e cortar doces, de fabricar manteiga e queijo, máquina de pasteurização, prensa para extração de óleo do caroço do algodão, peças de bolandeira, portões de cemitérios (ferros quadrados, retorcidos e sextavados com motivação barroca) e mais uma infinidade de coisas que não pareciam ter saído de uma bigorna, uma forja, uma prensa manual e um martelo. Isso valorizava a sua imaginação fértil, e suas mãos firmes de competente artesão no comando das ações.

Dessa última vez, de pelo menos cinco, em que eu estive com ele, mandou-me sentar numa cadeira ao lado da forja, colocou um avental de couro e um par de óculos que lhe cobria parte do rosto e dirigiu-me um olhar inextrincável, talvez piedoso para mim, ao passar a mão sobre a minha cabeça, sabendo que ali estava um dos ramos mais humildes da árvore, família. Pegou com uma enorme tesoura um pedaço de ferro da espessura de um dedo, levou-as ao calor da forja enquanto subia e descia a ponta do fole para levar vento às brasas. Seguidamente, caminhava para a bigorna, dava marretadas no ferro em brasa, oferecendo um formato à peça. Ao mesmo tempo as faíscas pululavam com vigor, tomando vida própria ao iluminar o ambiente, num espetáculo à parte, levando-me, temeroso, a proteger o rosto com as mãos. Primeiro, achatou a extremidade superior, depois bateu nas laterais e o transformou numa cabeça sextavada. Em seguida, minuciosamente, com muito esmero esquentou a peça, colocou-a numa prensa manual, prendeu a ponta com um alicate de pressão e girou-a para criar os sulcos circulares, mostrando que aquela peça era a imitação de um parafuso. E a conclusão era correta. Sabia instintivamente como fazê-lo.

Ele cortou-a com uma talhadeira no exato tamanho que imaginara e, ao final, mergulhou a peça em brasa num balde d´agua, quando subiu uma fumaça marrom com cheiro acre. Notava-se o seu entusiasmo enquanto realizava a obra prima. Ainda com o parafuso preso a grande tesoura de ferro, fruto de sua criatividade, usou a lima para desbastá-lo em alguns pontos dos sulcos circulares, enxugou-o e o estirou na minha direção, ainda preso à tesoura, proporcionando-me um presente, um parafuso artesanal, talvez o mais original que recebi em toda a minha vida, porque foi feito com o amor do avô pelo neto, certamente o mais carente da família, tanto quanto ele também o era, antes de sua notoriedade na labuta com o ferro. No meu progressivo processo de amadurecimento a imagem do meu avô sempre esteve presente, como incentivo para dar continuidade a alguma coisa que se encontrava travada.

Despois, já adulto, dei-me conta de sua exuberância nos passos, no olhar altaneiro e nos gestos, circulando com elegância, deslizando suavemente na sua oficina, e no íntimo trato que demonstrava no manuseio da sua matéria-prima. O ferro era conduzido em brasa da forja para a bigorna, da bigorna para a prensa e da prensa para o esmeril de acabamento, e de volta à bigorna onde sofria alteradas marretadas para a criação de órbitas de fagulhas que circulavam pelo ar e morriam antes de chegarem ao chão. Um círculo que se tornava vicioso à vista de qualquer pessoa. A marreta, de tão grande e pesada, não sei como ele conseguia levantar tantas vezes para bater no ferro quente, um castigo para uma pessoa que já ascendera dos 70 anos, numa época em que a vida no Nordeste tinha uma média que se estabelecia pouco acima dos 50. Parecia o personagem de uma história que ainda não fora escrita, uma espécie de Quixote dos trópicos envolvido numa aventura em que se dispensava as características fantasiosas da luta contra os moinhos de vento e de vez em quando assumia o realismo fantástico de Sancho Pança. E o meu pensamento continuava voando alto da forma como pensavam os adultos: por qual motivo um ser humano numa idade daquela, precisava submeter-se a uma tirania daquele tipo, qual seja, a de trabalhar de forma tão vigorosa e aviltante, exposto ao calor sufocante, o que certamente levaria um corpo a reclamar do cansaço dos braços, das pernas, dos músculos e, principalmente, dos nervos.

Mas ele nunca se queixava dessa provação. Esse era o seu lado fantástico, onde a arte dava substância a vida. Era o imaginário que orientava toda a sua obra. Era nesse ponto onde residia toda a sua genialidade, extrapolando o seu empírico campo de ação. Assim, pelo que foi, constituiu-se na melhor parte da vida de todos os filhos, que o adoravam e, também, daquele humilde neto presenteado que passara a exaltá-lo durante toda a vida, e até alimentar o desejo de um dia fazer este livro para contar a história e perpetuá-lo diante das novas gerações que naturalmente surgirão vidas afins e subsequentes. Era cordial, reservado e tinha uma voz firme. Meu pai Gilberto Correia de Brito dizia que chegou a vê-lo usando Kipá ou Solidéu (touca), o paramento de vestuário utilizada pelos judeus como símbolo da religião Judaica. Deixou de usá-lo depois que começou a frequentar a igreja evangélica, em Campina Grande. Afinal, era um cristão-novo, veio com a família para nordeste brasileiro diante das ameaças e do temor de ser queimada viva pelos católicos da Inquisição, em Portugal. Sempre quando sinto alguma dificuldade na vida, lembro-me dele, da sua determinação, levanto a cabeça e sigo em frente. (Do meu livro em elaboração: “Um Minuto de Silêncio – memórias de Gilvan de Brito”

www.reporteriedoferreira.com.br  Por Gilvan de Brito-Jornalista-Advogado e Escritor