O FIM DO LOCKDOWN; Escrito Por Gilvan de Brito

O FIM DO LOCKDOWN; Escrito Por Gilvan de Brito

A questão aberta entre o ministro da Saúde e o presidente da República tem sido o isolamento proposto de forma inquestionável pela Organização Mundial de Saúde, com a qual não concorda Bolsonaro. Enquanto o ministro segue apoiado pelos mais idosos, de maior vulnerabilidade, como está comprovado, os mais jovens estão com o chefe da Nação e querem trabalhar, não importando os riscos. Os entregadores (delivery) são mostrados como exemplo, onde não há registros de contaminação mesmo na atividade que exige contatos diversos e movimentação de corpos.

 

Em Portugal, este problema também está sendo questionado e, no dia de ontem, entidades patronais lideradas pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), e União Geral de Trabalhadores (UGT) defenderam, em manifesto encaminhado ao primeiro-ministro, o relaxamento da política exigida pela OMS. E, como alternativa, ofereceram como sugestões:testar todos os casos suspeitos num prazo 24 horas desde a manifestação de sintomas e a massificação de teste sorológicos na população em geral —além da manutenção em isolamento dos casos confirmados e do trabalho em casa quando isso for possível.

 

O prazo de isolamento termina sexta feira em Portugal. O grave problema no Brasil, por exemplo, é que essa sugestão torna-se impraticável pela insuficiência de testes a fim de atender a demanda. Em Portugal, porém, há autoridades que vêm insistindo na importância do isolamento, tais como o médico português Rui Moreno, ex-presidente da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva e diretor no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, garantindo que Portugal ainda está longe de ganhar a guerra” contra a Covid-19.

 

Por esse motivo ele achou um absurdo a declaração de Bolsonaro de que o vírus não passa de uma gripezinha. Moreno, no entanto, apoia “o levantamento das restrições no interior do país (menos povoado) em direção ao litoral, além de liberar para trabalhar primeiramente os mais jovens.” Até ontem o número de falecidos e contaminados atingia 535 mortos e 16.934 casos de infeção confirmados em Portugal, o que representa muito para um país de 10 milhões de habitantes em relação ao Brasil com 220 milhões.

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