Militares querem colocar general Pazuello como ministro da Saúde

Os militares ao redor de Bolsonaro estão em campanha para que o general de divisão Eduardo Pazuello assuma o Ministério da Saúde no lugar de Nelson Teich. Ele é secretário-executivo do Ministério e foi colocado no segundo cargo mais importante da pasta por exigência de Bolsonaro, quando Teich assumiu

General Pazuello
General Pazuello (Foto: Reprodução)

247 – Os militares querem assumir o Ministério da Saúde com a saída de Nelson Teich. Os assessores militares no Planalto estão em campanha pelo nome do secretário-executivo da pasta: o general de divisão Eduardo Pazuello, informa a jornalista Carla Araújo, do UOL. Ele foi colocado no segundo cargo mais importante da pasta por exigência e Bolsonaro, quando Teich assumiu.

“Estamos na torcida”, disse um auxiliar palaciano nesta sexta-feira (15). Um general no posto, depois de dois médicos recusarem-se a seguir à frente do Ministério da Saúde, Henrique Mandetta e Nelson Teich, significará, na prática, que Bolsonaro passa a centralizar as ações do país em em meio à maior crise sanitária da história.

O ministro da Casa Civil, general Braga Netto, disse no começo da tarde que Pazzuello fica no cargo “interinamente”.

Se não for um general, outros dois nomes cotados para a Pasta já indicaram que serão correias de transmissão de Bolsonaro: o deputado e ex-ministro Osmar Terra, que voltou a ser cotado para assumir a pasta. e a também médica oncologista Nise Yamaguchi, que está em Brasília nesta sexta-feira e é uma propagandista da cloroquina.

www.reporteriedoferreira.com.br Por  Brasil 247




Nelson Teich é o novo Ministro da Saúde no lugar de Mandetta

Teich é o substituto de Mandetta no comando da Saúde (Reprodução)

com R7

 

O médico oncologista Nelson Luiz Sperle Teich foi escolhido por Jair Bolsonaro como o novo ministro da Saúde. Ele vai substituir Luiz Henrique Mandetta no cargo.

Teich é carioca e formado em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Teich chegou a ser cotado para a pasta da Saúde antes da posse de Bolsonaro na Presidência. Ele foi consultor de saúde durante a campanha eleitoral de Bolsonaro e assessorou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, de setembro de 2019 a janeiro de 2020.

Teich coordena a parceria com o programa de consultoria MD Anderson, criada com o objeito de criar um centro integral de câncer no Rio.

Teich tem mestrado em economia da saúde pela Universidade de York, MBA em saúde pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPEAD) e em gestão e empreendedorismo pela Harvard Business School.

Em um artigo publicado na rede social Linkedin em 3 de abril com o título “COVID-19: Como conduzir o Sistema de Saúde e o Brasil”, Teich destacou que “estamos vivendo um tempo de guerra e tempos de guerra, apesar de todas as dificuldades e perdas, são períodos onde grandes inovações acontecem, inclusive na saúde”.

Ele ponderou sobre isolamento horizontal (para todos) e vertical (apenas para grupos de risco). Disse que “diante da falta de informações detalhadas e completas do comportamento, da morbidade e da letalidade da Covid-19, e com a possibilidade do Sistema de Saúde não ser capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento. Além do impacto no cuidado dos pacientes, o isolamento horizontal é uma estratégia que permite ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas que permitam a retomada econômica do país.”

“Outro tipo de isolamento sugerido é o isolamento vertical”, escreveu. “Essa estratégia também tem fragilidades e não representaria uma solução definitiva para o problema. Como exemplo, sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem à partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela Covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa. O ideal seria um isolamento estratégico ou inteligente.”

Teich defendeu em seu artigo que o isolamento social “deveria ser personalizado”. “Um modelo semelhante ao da Coreia do Sul. Essa estratégia demanda um conhecimento maior da extensão da doença na população e uma capacidade de rastrear pessoas infectadas e seus contatos. Estamos falando aqui do uso de testes em massa para covid-19 e de estratégias de rastreamento e monitorização, algo que poderia ser rapidamente feito com o auxilio das operadoras de telefonia celular. Esse monitoramento provavelmente teria uma grande resistência da sociedade e demandaria definição e aceitação de regras claras de proteção de dados pessoais.”

www.reporteriedoferreira.com.br  Por  R7




Mandetta anuncia em rede social que foi demitido do Ministério da Saúde

Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília


O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, durante entrevista na última sexta-feira (3) — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, durante entrevista na última sexta-feira (3) — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta quinta-feira (16) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A informação foi divulgada pelo próprio ministro em uma rede social.

“Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar”, escreveu Mandetta.

“Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país”, prosseguiu.

Ex-deputado federal, Mandetta estava à frente da pasta desde o início do governo, em janeiro de 2019, e ganhou maior visibilidade com a crise provocada pelo novo coronavírus. Na tarde desta quinta, Mandetta foi chamado ao Planalto para uma última reunião com Jair Bolsonaro.

Nas últimas semanas, contudo, Bolsonaro e Mandetta tiveram divergências públicas em razão das estratégias para conter a velocidade do contágio da Covid-19, doença provocada pelo vírus.

Em entrevista ao Fantástico, no domingo (12), Mandetta disse que a população não sabe “se escuta o presidente ou o ministro” da Saúde em relação a medidas.

Em coletiva nesta quarta (15), no Palácio do Planalto, o então ministro da Saúde disse que era claro o “descompasso” entre a pasta e as orientações do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Mandetta, pessoas cotadas para a sucessão no cargo chegaram a ligar para ele em busca de aconselhamento.

Na entrevista, o ministro também disse que a equipe montada por ele e empossada em 2019 trabalharia em conjunto, e ajudaria na transição para evitar uma ruptura na política contra a Covid-19.

O último dia

Na manhã desta quinta, Mandetta participou de um seminário virtual sobre o enfrentamento ao coronavírus. Durante o papo, afirmou que a perspectiva era de que a mudança no comando do ministério acontecesse “hoje, no mais tardar amanhã”.

No mesmo horário, o presidente Jair Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto o oncologista Nelson Teich. O médico, que atua em São Paulo, desembarcou em Brasília como o principal cotado para assumir o Ministério da Saúde.

  • Quem é Nelson Teich, o mais cotado para substituir Mandetta no Ministério da Saúde

Em artigo recente sobre a pandemia, Teich se mostrou a favor do isolamento horizontal, como Mandetta. Ele também afirmou, também em texto nas redes sociais que o enfrentamento da crise não pode levar em conta apenas fatores econômicos ou apenas fatores sanitários.

Até a publicação desta reportagem, nem a reunião com Bolsonaro nem a nomeação de Teich para o cargo tinham sido oficializadas pelo Palácio do Planalto.

Discordâncias

O presidente defende o que chama de “isolamento vertical”, ou seja, isolar somente idosos e pessoas com doenças graves, que estão no grupo de risco. Bolsonaro repete que o isolamento amplo, com suspensão de atividades, traz prejuízos à economia que ele considera até mais graves do que as mortes provocadas pelo coronavírus.

Mandetta reforçou nas últimas semanas a necessidade de isolamento para toda a população e reafirmou que as recomendações e determinações do Ministério da Saúde seguem parâmetros científicos e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em três ocasiões diferentes, Bolsonaro saiu por ruas de Brasília e cumprimentou apoiadores, mantendo contato físico e descumprindo as orientações dadas por Mandetta e pelas autoridades internacionais de saúde.

A discussão sobre as medidas de restrição, com suspensão de atividades comerciais e aulas, por exemplo, gerou embate do presidente não só com Mandetta, mas também com governadores – em especial com o de São Paulo, João Doria (PSDB), e o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).

Bolsonaro e Mandetta também discordaram sobre um remédio usado para tratamento de malária como alternativa para o coronavírus, a cloroquina (escute o podcast O assunto sobre o tema ao final da reportagem). Bolsonaro é entusiasta do remédio para tratar a Covid-19. Mandetta alerta para a falta de estudos científicos sobre o tema.Exclusivo: 'brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente', diz Mandetta

Exclusivo: ‘brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente’, diz Mandetta

Mandetta no governo

Bolsonaro anunciou Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) como ministro da Saúde em novembro de 2018, após vencer a eleição presidencial e iniciar a transição de governo. Então deputado federal, Mandetta havia apoiado Bolsonaro na eleição.

O anúncio de Bolsonaro da escolha do então futuro ministro foi feito por uma rede social, após encontro do presidente eleito com representantes das santas casas e de deputados da Frente Parlamentar da Saúde.

Ex-deputado e médico de formação

Médico de formação, Mandetta era deputado em final de mandato. Ele não tentou a reeleição em 2018. Foi o terceiro ministro filiado ao DEM anunciado por Bolsonaro – Tereza Cristina (Agricultura) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil à época) eram os outros.

Natural de Campo Grande, o agora ex-ministro seguiu a profissão do pai, o médico Hélio Mandetta. Cursou medicina na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, fez residência em ortopedia na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e uma especialização em ortopedia em Atlanta (EUA).

Em seu estado, Mandetta foi dirigente de plano de saúde e secretário municipal. Ele presidiu a Unimed de Campo Grande entre 2001 e 2004 e, ao encerrar sua gestão, assumiu a secretaria de Saúde de Campo Grande.

Coronavírus

Durante um ano e quatro meses como ministro da Saúde, Mandetta tentou cultivar uma imagem de gestor técnico e distante das pregações ideológicas que marcam a conduta de parte dos ministros de Bolsonaro.

Mandetta recebia críticas de auxiliares do presidente. No entanto, com a pandemia do novo coronavírus, passou a conceder entrevistas coletivas quase diariamente, nas quais recomendava o distanciamento social como forma de tentar reduzir a velocidade do contágio, e foi ganhando projeção.

O Brasil teve o primeiro caso de Covid-19 confirmado em 26 de fevereiro. O ex-ministro e sua equipe alertavam que haveria uma elevação do número de casos. O Ministério da Saúde orientou medidas de proteção e trabalhou na tentativa de ampliar equipamentos e aparelhos nas unidades hospitalares.

Crítico do programa Mais Médicos, criado no governo Dilma Rousseff, Mandetta também liderou a criação do Médicos Pelo Brasil. O novo programa foi concebido para substituir de forma gradativa o Mais Médicos e ainda não está em pleno funcionamento.

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