Com popularidade em baixa, Lula diz que 2025 é ano de ‘derrotar a mentira’ e provar que é melhor opção para o país

Lula fez um discurso para funcionários da mineradora Vale em Belém do Pará.

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Presidente Lula. (Foto: Rafael Neddermeyer/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem enfrentado uma crise na sua popularidade nos últimos meses, disse nesta sexta-feira (14) que 2025 é o ano de “derrotar a mentira”. Lula fez referência às fake news na política.

Ele também afirmou que, neste ano, vai provar que é a melhor opção para presidir o país.

Lula fez um discurso para funcionários da mineradora Vale em Belém do Pará.

Pouco antes do evento, pesquisa Datafolha mostrou que os brasileiros que aprovam seu governo são 24%, o pior patamar de Lula em todos os seus três mandatos até aqui.

O presidente, em sua fala, não mencionou diretamente a pesquisa.

“A gente tem que derrotar a era da mentira. Vivemos em um período da era da mentira. O importante é você mentir o tempo todo. O cara se tranca no quarto com o telefone celular e fica inventando mentira, fazendo provocação, provocando os outros. Vamos ver o que está acontecendo nos EUA”, afirmou Lula, aproveitando para alfinetar o governo do presidente norte-americano, Donald Trump.

Em seguida, Lula falou de seus planos para 2025.

“Eu dediquei 2025 para derrotar a mentira. 2025 vai ser o ano da verdade. Eu quero provar que somos melhores que os outros para governar este país”, completou.

Por fim, ainda em tom de aspirações para o ano, disse para a plateia “nunca desistir”.

“Nunca desistam. Porque, mesmo que a situação esteja difícil, temos que levantar a cabeça todo santo dia”, concluiu Lula.

‘Tempestade perfeita’

Aliados do presidente atribuem o mau resultado nas pesquisas a uma “tempestada perfeita”, formada por inflação dos alimentos, alta do dólar e a crise de comunicação sobre o Pix.

“Nós tivemos uma tempestade perfeita. Teve o aumento no preço dos alimentos por causa do aumento do dólar, a crise sem precedentes do PIX. Mas já estamos saindo. […] O prognóstico é melhor que o diagnóstico. Com as medidas que o governo vai anunciar, vamos melhorar. O pior momento já passou, já temos um prognóstico melhor daqui para frente”, afirmou o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).

Na mesma linha de Randolfe, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse em uma rede social que a pesquisa divulgada nesta sexta é o “reflexo dos dois meses mais difíceis para este governo”.

“Tivemos a especulação desenfreada com o câmbio, que também afetou os preços dos alimentos, o aumento do imposto estadual sobre a gasolina, as péssimas notícias sobre o aumento dos juros, o terrorismo sobre o resultado fiscal e a maior ‘fakenews’ de todos os tempos, sobre a taxação do PIX”, publicou a parlamentar.

Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) disse avaliar que o presidente Lula está “virando o jogo”, acrescentando que a pesquisa “reflete uma situação anterior”. “Em 2025 vamos para as entregas e chegarmos firmes em 2026”, acrescentou.

Por g1 política




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A mentira tem pernas curtas Por Rui Leitao

Bolsonaro discursa na ONU (Foto: Reprodução)

Adotar a mentira como política de governo é, no mínimo, um ato de irresponsabilidade. Há uma expressão da sabedoria popular que diz: “mentira tem pernas curtas”.  Mas isso não parece assustar quem está no comando do governo brasileiro. Tem sido recorrente a prática de disseminação de notícias falsas, no propósito de enganar a opinião pública, distorcendo dados e fatos que não resistem a uma pesquisa séria. As evidências rapidamente desmentem as informações incorretas. Não se pode dizer que se trata de equívoco de mensagens, é método de comunicação, ardilosamente concebido.

Tem sido um comportamento padrão do governante, atualmente instalado no Palácio do Planalto. Estratégia planejada, desprezando o compromisso com a verdade factual. O mentiroso contumaz não se envergonha em se utilizar do ludibrio para tentar esconder suas incompetências e maldades, na busca da autopromoção. É inadmissível que a falácia seja permanentemente usada como instrumento de governo, com o objetivo de se afirmar.

Analisada sob o ponto de vista ético e político, a mentira é um imperdoável ataque à probidade que se exige de um governante. O princípio da veracidade em todos os atos e falas de quem assume a missão de governar é condição essencial para que mereça o respeito dos que estão sob seu comando administrativo. O cidadão tem direito a receber a informação honesta por parte de um homem público. A mentira, principalmente quando recebe o selo oficial de um governo, é atitude vil e repreensível, merecendo, então, a condenação moral da opinião pública.

É bíblica a afirmação de que “a infâmia do mentiroso o acompanha sem cessar” (Eclesiástico 20,24). Quando um gestor público se acostuma a mentir, induzindo em falsidade a opinião alheia, ele perde confiabilidade e se descredencia como legítimo representante do povo.

Na abertura oficial da reunião da ONU o festival de mentiras oficiais se apresentou para o mundo. Foi um show de negacionismo e de inverdades, tentando mostrar uma situação que não reflete a realidade. Impressiona a desfaçatez com que informações falsas são propagadas num evento de repercussão internacional. Ainda bem que a mentira tem pernas curtas.

www.reporteriedoferreira.com.br  Por Rui Leitão