Isac Nóbrega/PR

Arthur Lira, presidente da Câmara, e Bolsonaro

Apesar de ter sido avisado com antecedência do discurso crítico que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dirigiu ao Planalto na tarde de quarta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não gostou do tom adotado pelo parlamentar.

Bolsonaro entendeu que Lira precisava marcar posição por estar pressionado, principalmente, pela classe política, que discordou da nomeação de Marcelo Queiroga para o Ministério da Saúde . O presidente, porém, se surpreendeu ao ouvir, no discurso, uma ameaça velada de impeachment , traduzida no trecho em que Lira diz que há “remédios políticos no Parlamento” que são “fatais” .

Mesmo após a dura fala de Lira, Bolsonaro resiste a demitir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , e fez uma força-tarefa na manhã desta quinta-feira (25) para manter o aliado no cargo.

Um dia depois de Lira dizer que Araújo perdeu a capacidade de dialogar com países, o chanceler o procurou nesta manhã para dar explicações sobre a atuação do Itamaraty . Em seguida, Lira esteve no Planalto com Bolsonaro, que mais uma vez tentou blindar o auxiliar.

Interlocutores de Ernesto Araújo minimizaram o encontro nesta manhã com Arthur Lira, dizendo que a visita de cortesia estava programada desde que o deputado assumiu a presidência da Câmara.

Na conversa, o chanceler explicou o papel do Itamaraty na aquisição das vacinas, alegando que há uma confusão sobre o que é responsabilidade do Ministério da Relações Exteriores e o que concerne ao Ministério da Saúde.

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