Lula e Maduro devem debater crise política na Venezuela nesta quarta-feira

Presidentes de Colômbia e México também devem participar da reunião

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|04/09/2024 00:22

Atualizada às 04/09/2024 01:31

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Lula e Maduro durante reunião em 2023
Reprodução/X

Lula e Maduro durante reunião em 2023

Líderes de três países da América Latina , incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , estão se preparando para um diálogo com o presidente Nicolás Maduro nesta quarta-feira (4), visando encontrar caminhos para amenizar a crise política na Venezuela .

O chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo , antecipou a reunião, que também contará com a participação de Gustavo Petro , da Colômbia , e Andrés Manuel López Obrador , do México .

Embora o Itamaraty ainda não tenha oficializado a agenda, Murillo relatou a importância de manter as conversas em um nível diplomático, garantindo a devida confidencialidade. Ele também destacou que a mediação será conduzida com respeito à soberania venezuelana, com o intuito de permitir que a população do país seja a protagonista na busca por soluções.

Murillo enfatizou que os governos do Brasil, Colômbia e México estão alinhados na busca por uma saída pacífica e negociada para o impasse na Venezuela. A intenção dos líderes é facilitar o processo de mediação, sem imposições externas.

Prisão de Edmundo González

A Justiça da Venezuela emitiu, na última segunda-feira (2), uma ordem de prisão contra Edmundo González , 75 anos, candidato da coalizão opositora nas eleições presidenciais que declararam Nicolás Maduro como vencedor. A decisão atendeu um pedido do regime de Maduro, que vem sendo tratado como uma ditadura desde que foi declarado o vencedor das eleições em 2024.

A ordem de prisão contra Edmundo González foi expedida após o opositor não comparecer a uma audiência marcada para a última sexta-feira (30), dia em que a Venezuela enfrentou um apagão nacional. Segundo o Ministério Público, a ausência dele, que já havia desobedecido outras intimações, levou as autoridades a considerá-lo um “risco de fuga e de obstrução”, justificando o mandado de prisão.

Nesta terça-feira (3),  o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, comentou sobre a ordem de prisão da Justiça venezuelana contra o opositor Edmundo González . Para Amorim, é “muito preocupante” e “a coisa errada a se fazer”.




OEA rejeita eleição de Maduro e denuncia manipulação de votos na Venezuela

Para Organização dos Estados Americanos, resultado da eleição foi “manipulação extraordinária” de voto

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iG Último Segundo

|30/07/2024 11:53

Atualizada às 30/07/2024 12:38

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Marcelo Camargo/Agência Brasil – 29/05/2023

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

Organização dos Estados Americanos (OEA) negou a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela . O presidente assumiu nesta segunda-feira (29) o terceiro mandato, e diz ter 51,2% dos votos válidos – mas não apresentou provas.

De acordo com relatório divulgado pela  OEA nesta terça-feira (30), o resultado foi “manipulação extraordinária” dos votos. O órgão afirmou ter indícios sólidos disso.  A oposição afirma também ter provas.

O que diz relatório da OEA?

Para a organização, ao assumir presidência de forma fraudulenta, Maduro “aplicou um esquema repressivo, acompanhado de ações para distorcer completamente o resultado eleitoral”.

O relatório diz: “Ao longo de todo este processo eleitoral assistimos à aplicação por parte do regime venezuelano do seu esquema repressivo complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, colocando esse resultado à disposição das manipulações mais extraordinárias”.

A organização viu com maus olhos a demora da divulgação dos resultados e a  recusa de divulgação de atas . Afirmaram, ainda, terem encontrado “ilegalidades, vícios e más práticas” durante as eleições que elegeram Maduro.

Segundo o documento, o CNE – Centro Nacional Eleitoral divulgou o vencedor sem apresentação de dados ou provas, e os números apresentados oficialmente teriam “erros aritméticos” e forneceram “apenas as porcentagens agregadas de votos que as principais forças políticas teriam recebido.”

“Em conclusão, dado que não existe qualquer suporte documental público que suporte os dados anunciados pela CNE, existindo, sim, informações provenientes de diversas fontes que os contradizem, é critério técnico do Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral que os resultados oficiais não merecem confiança nem devem receber reconhecimento democrático”.