Filho de ministro do STJ é nomeado por Lula para vaga no TRF-1

Eduardo Filipe Alves Martins já foi investigado pela Operação Lava Jato e contou com apoio do Gilmar Mendes

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Ricardo Stuckert/Divulgação

Luiz Inácio Lula da Silva

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na última sexta-feira (8) a nomeação de dois advogados para vagas de desembargadores do Tribunal Regional Federal da 1ª região . Os nomeados são Eduardo Filipe Alves Martins e Flávio Jaime de Moraes Jardim .

Eduardo Alves Martins é filho de Humberto Martins , ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e ligado à família do ex-presidente da república  Jair Bolsonaro (PL).

Os novos desembargadores faziam parte de uma lista elaborada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e vão preencher o quinto constitucional, que demanda que os tribunais federais tenham um quinto de sua composição composta por juízes de outros ramos da magistratura e do Ministério Público . Os eleitos já foram investigados pelo Ministério da Justiça , durante a gestão de Flávio Dino .

Eduardo Martins , além de filho de ministro do STJ, é próximo de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e contou com o apoio de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.

O novo desembargador também foi alvo da Operação Lava Jato em setembro de 2020, acusado de tráfico de influência em uma negociação de R$ 40 milhões em honorários com a Fecomércio do Rio de Janeiro, onde Eduardo faria interferência nas decisões do pai. Entretanto, a investigação foi arquivada em 2021 após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Além de bacharel em direito, Martins é especialista em direito tributário e mestrando em gestão pública.

Flávio Jaime de Moraes Jardim também contou com um apoio importante, o decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes .

Flávio trabalhava no escritório de advocacia “Sergio Bermudes”, que conta com Guiomar Mendes, esposa do ministro do STF, no seu quadro de advogados. Segundo o Estadão , esse escritório é um dos mais importantes do país e tem interesse no TRF-1.

Além de advogado, Flávio Jaime já foi assessor do ministro do STF Marco Aurélio Mello, entre os anos de 2006 e 2009, além de ter ocupado o cargo de assessor da Presidência do TSE, também em 2006.

 

 

 




Dino toma posse como ministro do STF em cerimônia nesta quinta; lista tem 800 convidados

Por Fernanda Vivas, Márcio Falcão, g1 e TV Globo — Brasília

 

Flávio Dino quando ainda ocupava o cargo de ministro da Justiça no governo Lula.  — Foto: EBC/Reprodução

Flávio Dino quando ainda ocupava o cargo de ministro da Justiça no governo Lula. — Foto: EBC/Reprodução

A cerimônia de posse do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, na tarde desta quinta-feira (22), será presidida pelo ministro Luís Roberto Barroso e contará com a participação de autoridades dos Três Poderes. A previsão é que a solenidade comece às 16h e dure meia hora.

A lista de convidados, feita pelo próprio Dino, tem cerca de 800 nomes. Entre as presenças confirmadas estão o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também foram chamados. São esperados ainda deputados, senadores, além de integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Nesta quarta-feira (21), a estrutura do corredor, por onde vão passar as autoridades, em frente ao STF, já estava montada. A circulação de funcionários também pôde ser vista, nos últimos preparativos para a solenidade de posse. (veja vídeo abaixo).

Corredor para receber autoridades já está montado em frente ao STF.

O roteiro da posse conta com os seguintes procedimentos:

  • abertura da sessão pelo presidente Luís Roberto Barroso, com a execução do Hino Nacional;
  • conforme a tradição, o ministro mais antigo da Corte presente na sessão e o mais novo conduzem Dino ao plenário;
  • o ministro Flávio Dino faz o juramento de cumprir a Constituição.
  • após a leitura pelo diretor-geral do STF, o termo de posse é assinado e o novo ministro é declarado empossado pela presidente do tribunal.

À noite, por volta das 19h, Dino participa de uma missa na Catedral de Brasília, celebração para qual foram convidadas 500 pessoas. Ministro dispensou a tradicional festa oferecida pelas associações de juízes.

Indicado por Lula

Segundo indicado à Corte pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no terceiro mandato, Dino vai ocupar a cadeira deixada pela ministra Rosa Weber, que se aposentou em outubro de 2023.

O novo ministro foi indicado pelo presidente em novembro do ano passado, e passou por sabatina e aprovação no Senado em dezembro.

Será a primeira posse sob a presidência do ministro Luís Roberto Barroso, que iniciou sua gestão em setembro de 2023.

Se mantidas as regras atuais, Dino poderá ocupar o cargo de ministro do STF até completar 75 anos. Ou seja, se resolver se aposentar com a idade máxima prevista por lei, ele ficará no tribunal por mais 19 anos. Atualmente, ele está com 55 anos.

Despedida do Senado

Flávio Dino foi eleito senador, em 2022, pelo PSB do Maranhão, mas logo teve que se ausentar para assumir o cargo de ministro da Justiça no governo Lula.

Em discurso de despedida no Senado, nesta terça-feira (20), Dino afirmou que atuará com “coerência”, “imparcialidade” e “isenção” no Supremo Tribunal Federal (STF).

“No Supremo Tribunal Federal, onde estarei nas próximas 48 horas, terei coerência, coerência com essa visão que aqui manifesta”, afirmou Dino.

“Esperem de mim imparcialidade e isenção. Esperem de mim fiel cumprimento à Constituição e à lei. Nunca esperem de mim prevaricação. Nunca esperem de mim não cumprir meus deveres legais”, completou.

No discurso, Flávio Dino deixou em aberto a possibilidade de voltar à carreira política depois que se aposentar do STF.

“Não sei se Deus me dará a oportunidade de estar novamente na tribuna do Parlamento, no Senado ou na Câmara […] então, quem sabe, após a aposentadoria, em algum momento, se Deus me der vida e saúde eu possa aqui estar”, declarou.




Dino promete “para breve” solução para de caso do assassinato de Marielle Franco

Flávio Dino durante agenda em João Pessoa (foto: Roberto Targino)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta quinta-feira (21), que a morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco será solucionada “em breve”.

“Eu quero reiterar e cravar. Não tenham dúvida, o caso Marielle em breve será integralmente elucidado. Disse Fávio Dino durante evento no Ministério da Justiça, para assinatura de medidas de segurança pública e balanço do ano de 2023. Esses foram os últimos eventoS de Dino no comando da pasta antes de ir para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Dino fez a cobrança pela elucidação da morte de Marielle dirigindo-se ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Segundo ele, as investigações já estão bastantes avançadas.

“É claro que eu não controlo o inquérito, não tenho a honra de ser policial. Mas o dr. Andrei [Rodrigues] está aqui. Eu quero reiterar e cravar.

Apesar da promessa, Dino disse que não poderia “cravar o dia e a hora” da resolução do assassinato e, questionado, também não deu mais detalhes concretos sobre a investigação.




Sabatina de Flávio Dino será dia 13 de dezembro, anuncia Alcolumbre

Flávio Dino foi indicado por Lula para ocupar uma vaga no STF

 

Ministro da Justiça, Flávio Dino
Tomaz Silva/Agência Brasil – 08/11/2023

Ministro da Justiça, Flávio Dino

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou nesta segunda-feira (27) a data da sabatina de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal, marcada para o dia 13 de dezembro.

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O senador Weverton Rocha, aliado de Alcolumbre e conterrâneo de Flávio Dino, foi designado como relator da indicação na CCJ.

“A sabatina do indicado ao STF será no dia 13 de dezembro, em reunião ordinária da CCJ, com a relatoria do competente senador Weverton Rocha”, comunicou Alcolumbre em nota.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comprometeu-se com um “esforço concentrado” entre 12 e 15 de dezembro para votar indicações.

A tramitação da indicação de Flávio Dino deve ser célere. Após a sabatina na CCJ, a votação seguirá imediatamente para o plenário do Senado, com o objetivo de encerrar todo o processo até dia 15, antes do recesso parlamentar.

O senador Weverton Rocha, aliado de Alcolumbre e conterrâneo de Flávio Dino, foi designado como relator da indicação na CCJ.

“A sabatina do indicado ao STF será no dia 13 de dezembro, em reunião ordinária da CCJ, com a relatoria do competente senador Weverton Rocha”, comunicou Alcolumbre em nota.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comprometeu-se com um “esforço concentrado” entre 12 e 15 de dezembro para votar indicações.

A tramitação da indicação de Flávio Dino deve ser célere. Após a sabatina na CCJ, a votação seguirá imediatamente para o plenário do Senado, com o objetivo de encerrar todo o processo até dia 15, antes do recesso parlamentar.

A decisão de Lula de ligar pessoalmente para formalizar as escolhas dos indicados ao STF e à PGR demonstra deferência ao Senado.

Além disso, a movimentação nos bastidores revela uma estratégia política mais ampla. Pacheco e Alcolumbre garantiram a Lula que, com o apoio de ambos, a indicação de Dino será aprovada.

Essa articulação visa possíveis apoios do governo para a sucessão na presidência do Senado, com Alcolumbre já planejando seu retorno ao comando da Casa.

Por Ig

 




Flávio Dino critica fala de Romeu Zema: ‘Traidor da pátria’

Governador de Minas Gerais defendeu um protagonismo político da frente Sul-Sudeste

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iG Último Segundo

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Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino
Marcelo Camargo/Agência Brasil – 24/07/2023

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino , criticou a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) por defender um protagonismo político da frente Sul-Sudeste .

“É absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais.
Precisamos do Brasil unido e forte. Está na Constituição, no art 19, que é proibido “criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”. Traidor da Constituição é traidor da Pátria, disse Ulysses

Em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, Zema propõe a criação de ações de um consórcio de estados do Sul e Sudeste para se defender no Congresso Nacional de perdas econômicas diante dos estados do Norte e Nordeste.

“Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década. Se não você vai cair naquela história, do produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito. Daqui a pouco as que produzem muito vão começar a reclamar o mesmo tratamento. É preciso tratar a todos da mesma forma”, disse o governador ao Estado de S. Paulo.

O objetivo seria integrar os estados do sul e sudeste do país politicamente, coordenando a atuação política em um bloco organizado que busca angariar recursos e apoio para temas importantes para a região.

Zema ainda citou que no sul e sudeste “temos 256 deputados – metade da Câmara – 70% da economia e 56% da população do País”.

“Não é pouco, nê? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos nós queremos – que é o que nunca tivemos – que é protagonismo político. As decisões têm que escutar ambos os lados e o Cosud vai fazer esse papel porque ninguém pode ignorar o peso de expressivo de 256 deputados na Câmara.”

Governadores dos estados do Nordeste ainda emitiram uma nota em conjunto no domingo repudiando a fala de Zema.

“Indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo, sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de governança que caracterizou essas desigualdades”, diz trecho da nota assinada pelo governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), presidente do Consórcio Nordeste.




Dino: Agressão a Moraes pode ser atentado contra Estado Democrtático

Ministro da Justiça disse ser “abstratamente possível” enquadrar os agressores

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iG Último Segundo

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Empresário admite à PF que houve ‘entrevero’ com filho de Alexandre de Moraes
redacao@odia.com.br (Estadão Conteúdo)

Empresário admite à PF que houve ‘entrevero’ com filho de Alexandre de Moraes

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse em entrevista ao jornal O GLOBO publicada neste domingo (23) que os suspeitos de agredirem o ministro Alexandre de Moraes  no aeroporto de Roma podem ser enquadrados no crime de atentar contra o Estado Democrático de Direito.

“Tem que continuar a apuração, é algo abstratamente possível. Pode ter essa possibilidade da relação com a função”, disse ele ao jornal.

Ele declarou ainda que não vê excessos na investigação, como o pedido de busca e apreensão, por exemplo.

“Eu tenho convicção absoluta de que a Polícia Federal acertou ao pedir a medida e, claro, o Poder Judiciário ao deferir. Essa ideia é minimizadora dos riscos que a democracia sofre ou erradamente pode pensar que os riscos já foram superados. Não foram.”

Moraes e sua família acusam o empresário Roberto Mantovani Filho de ter dado um tapa em Alexandre Barci de Moraes, de 27 anos, filho do ministro. Além dele, são suspeitos de calúnia, injúria, desacato e perseguição ainda sua mulher, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta. Eles negam as acusações.

O ministro diz no depoimento à PF que estava no saguão de embarque do aeroporto de Roma quando Andréia Munarão iniciou os xingamentos. Em seguida, Mantovani Filho “passou a gritar e, chegando perto do meu filho, Alexandre Barci de Moraes, o empurrou e deu um tapa em seus óculos. As pessoas presentes intervieram e a confusão foi cessada”.




Flávio Dino critica “penetração indevida” da política nos quartéis

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou nesta terça-feira (14) o que classifica como “penetração indevida da política nos quartéis”, algo que, segundo ele, foi reincidente ao longo da história do país. Ele, no entanto afirmou que a tendência, após o 8 de janeiro, é a de avanço da democracia no país.

Flávio Dino também assegurou que não descansará enquanto não encontrar os responsáveis pela tragédia que matou centenas de crianças indígenas yanomami; pela morte da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro; bem como os responsáveis pela tentativa de golpe de Estado, no dia 8 de janeiro.

Sobre os problemas causados pela invasão de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, o ministro garantiu que entregará, ao Poder Judiciário, “não apenas os nomes de quem estava lá”, mas também daqueles que financiaram; que atuaram na lavagem de dinheiro; que ficaram com o dinheiro da saúde indígena; e, também, de quem “se omitiu nesses anos e permitiu a morte de mais de 500 crianças naquele território”.

Marielle Franco

O ministro diz que é prioridade da sua gestão chegar ao nome dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ). “Este é um crime revelador de múltiplos preconceitos e de múltiplas violências”.

“Por isso uma das missões principais da Polícia Federal é a de avançar com a investigação, compromisso que está sendo assumido com atos concretos. Tanto é que o superintendente indicado para o Rio de Janeiro é exatamente o delegado que atuou no caso”, disse.

Segundo o ministro, está prevista para esta semana uma reunião de trabalho que definirá “se continuaremos insistindo no caminho de cooperação com as autoridades locais do Rio de Janeiro ou se buscaremos a chamada federalização, tentativa buscada anteriormente, mas que não foi acolhida”, disse.

8 de janeiro

Sobre os atos golpistas do dia 8 de Janeiro, Dino diz ser “evidente que houve perpetração de crimes”, e que as falhas de segurança não foram apenas operacionais ou de planejamento.

“Foi uma ação de criminosos que desmontou o funcionamento dos aparatos de garantia da lei e resultou naquelas cenas terríveis. Isso mostra que quando há comandos que, de alguma maneira, não respeitam seus deveres legais, abre-se as portas para o cometimento de crimes”. “Os inquéritos policiais estão mostrando isso e vão chegar a todas pessoas que, por ação ou omissão, foram responsáveis pelos eventos”, disse.

O ministro lembra que a proteção das áreas externas dos espaços cívicos de Brasília é responsabilidade da Polícia Militar, e que, a fim de evitar que a situação se repita, enviará ao Congresso Nacional uma proposta para a criação de uma guarda nacional “que retire a proteção dos poderes federais dos humores da política local”.

“A Guarda Nacional também substituirá a Força Nacional, que é provisória e temporária, para socorrer estados em dificuldade. É uma proposta importante, na nossa avaliação. Claro que a palavra final ficará com o Congresso Nacional”, complementou.

Despolitização dos militares

Dino voltou a defender a despolitização de policiais e de militares, usando como argumento os momentos traumáticos que “a penetração indevida da política nos quartéis” causou ao longo da história do país.

“Se pegarmos desde o alvorecer da república, os militares sempre tiveram participação na política brasileira. Poderia citar uns 10 ou 20 exemplos de penetração indevida das políticas nos quartéis, e também o inverso. Isso não trouxe bons resultados. Basta olhar a experiência mais recente da longa e tenebrosa ditadura militar de 1964”, disse, ao lembrar que, diante desse contexto, prevaleceu, após a redemocratização, a ideia de “profissionalismo” nas Forças Armadas.

Artigo 142

Na avaliação de Dino, seria desnecessário fazer mudanças no artigo 142 da Constituição, usado por extremistas como argumento para um golpe de Estado por supostamente dar às Forças Armadas uma espécie de Poder Moderador. O ministro disse que esse tipo de interpretação do texto constitucional é “paranoica, absurda e desbaratada”, além de ser dissociada do contexto da norma.

“Não vejo necessidade de mexer no artigo, mas respeito a posição de colegas parlamentares de vários partidos que estão com essa ideia para, talvez, prevenir, seguindo a linha de que gato escaldado tem medo de água fria. Não vejo como caber ali uma interpretação golpista, a não ser pelo desejo material de alguém dar um golpe de Estado. Não é portanto um tema que vamos pautar, mas respeitamos que o debate se dê no Congresso Nacional”, acrescentou.

Crimes de Ódio

Flávio Dino disse considerar importante que o país inicie um debate político sobre os riscos dos crimes de ódio. Na avaliação do ministro, essas discussões devem buscar consenso.

“Os mecanismos de regulação externa e de autorregulação precisam funcionar melhor. Aludo, por exemplo, a situação das casas parlamentares, em que deputados e senadores às vezes abusam da imunidade parlamentar para servir de escudo a discursos de ódio. Isso é execrável”, disse.

A internet é outro ambiente fértil à propagação de discursos de ódio, conforme lembrado pelo ministro. “Todo um universo de destruição e ódio está sendo alimentado ali. Por isso, o ministério está propondo um projeto de revisão da regulação, para que os crimes de ódio sejam de verdade combatidos na internet, e para que não tenhamos o impulso a essas condutas, como infelizmente temos visto”.