FAKE: Polícia Civil conclui que ‘ataque’ a candidato em Duas Estradas foi encenação; Guega deve responder ação por denúncia falsa

A informação sobre o caso de Guega, em Duas Estradas, foi detalhada pelo delegado Walter Brandão em entrevista ao programa Arapuan Verdade.

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Ataque foi ‘fake’, diz Polícia. (foto: reprodução/redes sociais)

Uma situação registrada como ‘ataque’ por um candidato a vice-prefeito do município de Duas Estradas, no Brejo do estado, não foi verdadeira. A informação foi detalhada pelo delegado Walter Brandão em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM

“Nós quando tomamos conhecimento do fato, procedemos todo o isolamento da área, procedemos todas as perícias, procedemos as diligências necessárias, laudos especiais […] constataram que, na verdade houve uma falsa informação de um suposto crime de tentativa de homicídio que de fato não ocorreu”, detalhou em entrevista à Rádio Arapuan FM.

O suposto ataque havia sido denunciado pelo candidato a vice-prefeito Guega (Republicanos.

“As investigações não deixam dúvida e nos convencem de que foi uma simulação do fato e de que, na verdade não houve crime”, explicou o delegado Walter Brandão.

Segundo o delegado, toda a vizinhança do local onde teria supostamente ocorrido o ataque foi ouvida e ninguém constatou a suposta motocicleta usada pelos dois elementos.

Contradições

De acordo com o delegado, ao longo da investigação foram observadas várias contradições, o que levou a Polícia Civil, além de outros motivos, concluir da não veracidade do ataque reportado pelo candidato a vice-prefeito ‘Guega’ em um sítio na Zona Rural de Duas Estradas.

Candidato Guega.
Candidato Guega. (foto: reprodução/redes sociais)

“Todos os estampidos de forma intervalada, os disparos, os projéteis, o trajeto dos projéteis estudados, os disparos de dentro para fora do veículo, a declaração de que os supostos algozes se encontravam do lado de fora… então foram várias contradições e não encontramos o mínimo de razoabilidade para sequer continuar com o inquérito policial, uma vez que com as diligências nos convenceu de que havia um farto contexto probatório, inclusive pericial, de que a dinâmica do fato em nada converge com as declarações da suposta vítima”, explicou como observou o ClickPB.

‘Guega’ pediu que Polícia não desse prosseguimento à investigação

O candidato a vice-prefeito disse à polícia que não tinha interesse no prosseguimento da investigação, que foi um dos pontos que chamou atenção do delegado.

“Por ocasião da sua oitiva pediu que não tinham interesse no prosseguimento da investigação. Um dos pontos que me chamou atenção, como uma pessoa vítima de uma emboscada”, falou Walter Brandão à rádio Arapuan FM.

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Situação foi falsa, diz Polícia. (foto: reprodução/redes sociais)

Segundo a investigação, alguns disparos partiram de fora para dentro do veículo (ao lado do motorista), dois deles atingindo o vidro do motorista e o para-brisas. Já outros disparos partiram de dentro para fora do veículo, atingindo o lado dianteiro do passageiro.

“Um dos pontos que diverge totalmente das declarações da vítima (os tiros que partiram de dentro para fora) e de todo um contexto que se foi produzido como prova no local. Então ficou patente a intenção da suposta vítima de levar a opinião pública a seu favor, orquestrando movimentos lá clamando por paz, por segurança, enquanto na verdade conclui-se a investigação, que foi uma encenação para tentar comover a opinião pública”, detalhou.

Candidato vai ser denunciado e pode ser preso

‘Guega’ será denunciado por falsa comunicação de crime. A informação foi confirmada pelo delegado Walter Brandão. A pena para estes casos pode chegar a seis meses de detenção.

“Ele será agora, será penalmente responsabilizado pela falsa comunicação de crime”, pontuou o delegado. O inquérito de falsa comunicação foi relatado e distribuído na comarca e deverá também ocorrer abertura de inquérito no Ministério Público.

Já o inquérito inicial da ‘tentativa’ foi arquivado.

Relembre o caso

Gilvan Garcia de Carvalho Filho, mais conhecido como ‘Guega’, de 60 anos, declarou à Polícia que foi vítima de um atentado.

O mesmo disse que estava em um carro quando, por volta das 2h foi atingido por vários disparos semelhantes aos de arma de fogo, na região do sítio Camaratuba.

De acordo com a Polícia Militar, no veículo foram observados “cinco perfurações semelhantes a marcas de disparos de arma de fogo”, onde 02 delas estava no vidro da porta do motorista, outras duas no vidro da porta do passageiro e a um no para-brisa, em frente ao volante.

| Assista ao Programa Arapuan Verdade, com a entrevista do delegado:

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Alexandre de Moraes decide que extremista Sara Giromini pode deixar prisão com tornozeleira eletrônica

 

Apontada como chefe de grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, ela foi presa em 15 de junho. Sara Giromini é investigada em inquérito que apura organização de atos antidemocráticos.

Extremista Sara Giromini foi presa pela PF na investigação sobre os atos antidemocráticos — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (24) que a extremista Sara Giromini pode deixar a prisão, mas será monitorada com tornozeleira eletrônica.

Apontada como chefe de um grupo de extrema-direita que apoia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ela estava presa desde o dia 15, por ordem do ministro, que é relator do inquérito que investiga a organização de atos antidemocráticos. Sara é suspeita de captar recursos para os atos.

Ela estava detida na Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia. A prisão temporária foi determinada por Moraes, em inquérito aberto a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e se estende a outras pessoas presas no âmbito do mesmo inquérito: Renan de Morais Souza, Emerson Rui Barros dos Santos, Érica Viana de Souza, Daniel Miguel e Arthur Castro.

G1 tenta contato com os advogados de Sara Giromini.

Alexandre de Moraes determinou também outras medidas:

  • O grupo não pode manter contato entre si e com outros participantes do grupo extremista, além de parlamentares, como Aline Sleutjes, Bia Kicis, Carla Zambelli, Caroline de TonI, Otoni de Paula, Arole de Oliveira, General Girão.
  • O grupo também não pode manter contato com empresas e empresários como Otávio Oscar Fakhoury e a empresa Inclutech Tecnologia da Informação, ligada a Sérgio Lima.
  • O grupo não pode manter contato com blogueiros como Allan dos Santos.
  • A lista inclui ainda a proibição de contatos com perfis e movimentos.
  • O grupo deverá ficar distante, por pelo menos um quilômetro, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional.
  • A decisão prevê, como locais onde eles poderão circular, residências e áreas de trabalho.
  • O grupo deverá ficar recolhido dia e noite, com saídas apenas com autorização, para trabalho e estudo.

O ministro Alexandre de Moraes afirma que é necessária a restrição a atuação do grupo, de forma a preservar o andamento da investigação.

“Verifico estar demonstrado o risco à investigação e a necessidade de restrição à atuação dos integrantes do grupo com relação aos fatos aqui investigados; considerando, todavia, a gravidade e reprovabilidade das condutas até agora a eles atribuídas, entendo ser suficiente para a garantia da ordem pública e a regularidade da instrução criminal, a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, inclusive com a utilização de monitoração eletrônica”, apontou Moraes.

Investigações

De feminista a chefe de grupo suspeito de ser “milícia armada”: quem é Sara Giromini?

As investigações do STF apontam que o grupo extremista se diz contrário a uma intervenção militar e propõe uma intervenção popular. Segundo a Procuradoria Geral da República, no início de maio, “o movimento esteve acampado em um chácara em Brasília, onde seriam oferecidos aos membros cursos sobre táticas de guerra da informação, treinamento com especialistas em revolução não violenta e palestras sobre a conjuntura social e política do país”.

Um dos elementos que pesam contra o grupo é a movimentação pela captação de recursos para atos antidemocráticos, inclusive, a partir de uma vaquinha online para financiar as ações. Os investigadores apontam ainda que o grupo obteve por meio de uma plataforma de financiamento virtual uma soma de R$ 71,6 mil.

Giromini prestou depoimento à Polícia Federal na segunda-feira (15), quando negou apoio de governo ou partidos em suas ações. Na terça (16), em novo depoimento, Sara e outros três presos ficaram calados.

Sara Giromini também é investigada em outro inquérito, que apura a produção e disseminação de fake news e ataques ao Supremo.

No fim de maio, quando foi alvo de uma ação da Polícia Federal nesse inquérito, ela gravou um vídeo com insultos e ameaças ao ministro relator, Alexandre de Moraes. Foi denunciada pelo Ministério Público Federal por injúria e ameaça contra o ministro.

Ao STF, os advogados da extremista alegavam que a prisão é ilegal, uma vez que ela não teria foro privilegiado no STF, por exemplo.

“Conforme demonstrado minuciosamente, não se vislumbra minimamente qualquer justificativa plausível para a prisão cautelar da paciente, uma vez que além de possuir endereço fixo, sequer foi indicado um crime tipificado”, afirmaram.

A extremista também é alvo de investigação pela Polícia Civil do DF. A corporação apura a conduta de grupos que praticaram atos antidemocráticos no DF e cometeram crimes de injuria e ameaça contra autoridades dos Três Poderes. Segundo o delegado Ricardo Gurgel, que cuida do caso, Sara também é alvo da apuração por ser integrante do grupo.

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