STF determina obrigatoriedade do passaporte da vacina para viajantes

Decisão contraria portaria editada na última semana, que abria a possibilidade de quarentena para quem não apresentasse comprovante

Comprovante de vacinação será obrigatório para todos que entrarem no Brasil
Divulgação: Governo de São Paulo

Comprovante de vacinação será obrigatório para todos que entrarem no Brasil

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou hoje a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação para todos os viajantes que vierem ao Brasil vindos do exterior.

A decisão é fruto de uma ação movida pela Rede Sustentabilidade. Até então, a portaria editada pelo governo Bolsonaro – que só entra em vigor no próximo dia 18 de dezembro – abria a possibilidade para que não vacinados cumprissem cinco dias de quarentena. As informações são da coluna de Mônica Bergamo, na Folha.

Para o ministro, o tema é de extrema urgência em razão do período de alta nas viagens durante as festas de fim de ano e o verão, e pelo risco de, segundo a coluna, o país se tornar um destino antivacina.

Estão isentados da apresentação do comprovante apenas aqueles dispensados por razões médicas, ou que venham de países que comprovadamente não tenham doses disponíveis ou por razão humanitária excepcional.

A decisão deve ser enviada para referendo em sessão extraordinária em Plenário Virtual da Corte.

 




Verba do SUS foi desviada para militares no exterior e pagou até roupa de cama

Ao todo, foram R$ 130 milhões desviados para o Ministério da Defesa

Cúpula das Forças Armadas e Bolsonaro
Natalia Viana

Cúpula das Forças Armadas e Bolsonaro

Uma parte da verba do Sistema Único de Saúde (SUS) que deveria ser utilizada no combate à pandemia , foi desviada para o Ministério da Defesa. Ao todo,  R$ 130 milhões da pasta foram destinados para irrigar 184 unidades militares , que não tem relação com o SUS, inclusive, os hospitais militares se negaram a abrir leitos para pacientes civis de Covid-19 .

A informação foi levantada pela jornalista Malu Gaspar, com base em documentos enviados à CPI da Covid , no Senado. O estudo feito pela procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo, Élida Graziane Pinto, mostra que parte do dinheiro foi parar no exterior .

Comissões aeronáuticas brasileiras em Washington receberam R$ 55 milhões, e na Europa R$ 7,8 milhões, já para a Comissão do Exército Brasileiro em Washington foram depositados R$ 3,113 milhões e para o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro R$ 1,067 milhão.

O dinheiro foi usado até para compra de veículos de tração mecânica (R$ 22 milhões) ou uniformes (R$ 1,2 milhão). Além disso, material esportivo, veterinário e roupas de camas foram comprados com o dinheiro da doença.

“A gestão sanitária da calamidade decorrente da pandemia infelizmente não foi orientada para salvar o maior número de vidas possível. A dinâmica da execução orçamentária foi muito suscetível a capturas e desvios ”, afirma a procuradora no texto.

www.reporteriedoferreira.com.br  / Ig




Ex-ministro diz que Itamaraty buscou insumos para a cloroquina no exterior com interlocução de Bolsonaro

Ernesto Araújo – (Foto: Agência Senado)

O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo afirmou nesta terça-feira (18), em depoimento à CPI da Pandemia, que o Itamaraty buscou ajuda no exterior para importação de insumos da cloroquina a pedido do Ministério da Saúde na gestão de Pazuello e interlocução do presidente Jair Bolsonaro.

“Em função de um pedido do Ministério da Saúde foi que nós procuramos ajudar a viabilizar uma importação de insumos para farmacêuticas brasileiras produzirem hidroxicloroquina”, disse Enersto.

O ex-chanceler disse ainda que a importação “já estava contratada”, mas que a Índia “havia bloqueado as exportações”. “Já estava contratado, mas a Índia, justamente como havia uma procura mundial, não se sabia se a cloroquina teria uma procura ainda maior, havia bloqueado exportações”, afirmou.

Questionado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), se houve participação do presidente Jair Bolsonaro, Ernesto respondeu: “Sim”.

Sobre o medicamento
A CPI da Covid apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid e eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios. Uma das linhas de investigação da Comissão é justamente apurar atos do governo que incentivaram o uso da cloroquina. O remédio é cientificamente comprovado ineficaz contra a doença. A Associação Médica Brasileira (AMB) condena o uso do medicamento.