Coreia do Norte acusa Sul de tiros na fronteira e ameaça revanche

Disparos foram considerados uma “provocação” para as autoridades norte-coreanas

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Líder norte-coreano defendeu a expansão do arsenal do país após
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Líder norte-coreano defendeu a expansão do arsenal do país após “provocação”

Coreia do Norte acusou, nesta sexta-feira (22), as tropas da Coreia do Sul  de dispararem tiros na fronteira entre os dois países. O país de  Kim Jong-un classificou o episódio como uma “provocação deliberada”, que pode elevar a tensão a níveis “incontroláveis”.

Segundo a agência estatal KCNA, os disparos ocorreram na terça-feira (19), quando soldados norte-coreanos trabalhavam para reforçar parte da linha divisória na Zona Desmilitarizada (ZDM).

O Exército sul-coreano confirmou a ação e explicou que os tiros foram disparados após soldados norte-coreanos cruzarem rapidamente a fronteira. O último confronto entre as duas Coreias foi registrado em abril.

Outro fator que tem elevado a tensão entre as duas potências é a prática de exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul e Estados Unidos, previstos até 28 de agosto. Eles simulam respostas a possíveis ataques nucleares, de mísseis e drones.

A Coreia do Norte “não assumirá nenhuma responsabilidade pelas graves consequências” se o alerta for ignorado, disse o vice-chefe do Estado Maior do Exército norte-coreano, segundo a emissora.

O líder Kim Jong-un também falou sobre o episódio, e chamou as manobras militares conjuntas de Seul e Washington como uma “expressão óbvia da vontade de provocar guerra”. Ele defendeu ainda a expansão do arsenal nuclear norte-coreano.




A POSSE DE SARNEY NA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA; Rui Leitao 

A POSSE DE SARNEY NA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA; Rui Leitao

O Brasil vivia a expectativa da posse de Tancredo Neves, primeiro presidente civil, após 20 anos de uma sucessão de generais no comando do Palácio do Planalto. No entanto, o país foi surpreendido com a notícia de que, na véspera da data em que assumiria, por volta das 22h15, o presidente eleito dava entrada no Hospital de Base, em Brasília, com dores abdominais intermitentes. O quadro apontado era de extrema gravidade. Tinha início naquela oportunidade a longa noite que resultaria no início da Nova República.

No hospital, ao lado do quarto onde se encontrava Tancredo Neves, em torno de umas 20 pessoas, importantes líderes políticos da época, dentre eles José Sarney, José Fragelli, presidente do Senado, Marco Maciel, Pimenta da Veiga, Humberto Lucena, Aureliano Chaves, Affonso Camargo, Francisco Dornelles, Antônio Carlos Magalhães, José Hugo Castelo Branco, então ministro Chefe da Casa Civil de Figueiredo, general Leônidas Pires Gonçalves, futuro ministro do Exército e Aécio Neves, sobrinho do presidente eleito, reuniram-se para discutir quem tomaria posse no dia seguinte. A dúvida era se seria o vive-presidente eleito ou o presidente da Câmara Federal, Ulysses Guimarães.

O general Leônidas Pires iniciou o debate, perguntando: “O que diz a Constituição?”. Ulysses Guimarães consultou a Emenda I, da Constituição promulgada em 1969, elaborada pela Junta Governativa Provisória, que assumira o poder após a trombose cerebral do general presidente Costa e Silva. Feita a leitura, todos concordaram que a posse deveria ser dada ao vice-presidente eleito José Sarney. O jurista Afonso Arinos se manifestando a respeito, assim se pronunciou: “Sob o ponto de vista político e constitucional, Sarney foi eleito vice-presidente do Brasil, não vice-presidente de Tancredo. Portanto, ele toma posse como presidente”.

A base paulista de sustentação ao governo da Nova República defendia a tese de que o presidente da Câmara deveria ser o empossado interinamente. Não concordando, o próprio Ulysses Guimarães afirmou na oportunidade: “O Sarney chegou aqui ao lado do seu jurista. Esse jurista é o ministro do Exército. Se eu não aceito a tese do jurista, a crise estava armada’’. Além disso, havia a notícia de o general Figueiredo não admitia a hipótese da posse de Sarney. Um grupo formado por Ulysses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso e o general Leônidas Pires, se dirigiu ao Palácio do Planalto para conversar com o ministro chefe da Casa Civil, Leitão de Abreu. O clima era de tensão, pois havia a informação de que Figueiredo já teria sugerido a Walter Pires, seu ministro do Exército, o recurso à força militar para impedir a posse do vice-presidente eleito, que, em telefonema para o general Leônidas, propusera prorrogar o mandato do general presidente até que Tancredo se restabelecesse. Claro que a proposta foi prontamente rejeitada por todos, concluindo pelo respeito ao que definia a Constituição. Figueiredo, entretanto se recusou a passar a faixa presidencial para Sarney, deixando o Palácio do Planalto pela garagem.

Vencidos todos os obstáculos, Sarney jurou a Constituição no Congresso e tomou posse depois dessa longa noite de tensão, lendo o discurso deixado por Tancredo e empossou os ministros por ele já escolhidos. Estava iniciada, oficialmente, a Nova República, ou sexta República, com o objetivo de marcar a redemocratização política do Brasil, encerrando os 21 anos de governos caracterizados pela repressão política, comandados por generais do Exército.

www.reporteriedoferreira.com.br Por Rui Leitão- advogado, jornalista, poeta, escritor




Exército encontra eletrônicos em panetone, e Moraes suspende visitas a ‘kid preto’

A medida foi adotada após a irmã do militar tentar ingressar no Batalhão da Polícia do Exército, e Moraes suspende visitas a ‘kid preto’

Por Ig

As suspeitas recaem sobre seu envolvimento direto em ações para alterar o resultado eleitoral
Reprodução

As suspeitas recaem sobre seu envolvimento direto em ações para alterar o resultado eleitoral

ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal , determinou nesta segunda-feira (30) a suspensão das visitas ao tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo , preso preventivamente em novembro na Operação Contragolpe.

A medida foi adotada após a irmã do militar tentar ingressar no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, com equipamentos eletrônicos ocultos dentro de uma caixa de panetone.

De acordo com um relatório do PIC (Pelotão de Investigações Criminais), a entrada foi frustrada quando o detector de metais identificou a presença dos itens.

Após a inspeção, foram encontrados um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória escondidos no interior da embalagem do panetone. “O referido material foi apreendido e se encontra custodiado no PIC”, informou o documento.

Rodrigo Bezerra foi preso em 19 de novembro sob suspeita de envolvimento em um plano que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e restringir a atuação do Poder Judiciário, após as eleições de 2022.

Ele foi transferido para Brasília no início de dezembro. A investigação aponta que o militar, que servia no Comando de Operações Especiais do Exército em Goiânia (GO) em 2022, teria utilizado telefones para coordenar ações ligadas ao suposto golpe de Estado e participado de conversas secretas utilizando codinomes

Operação resultou em prisão

A operação que resultou na prisão de Rodrigo Bezerra também levou à detenção de outros três militares do Exército, conhecidos como “kids pretos”. Este grupo, especializado em operações especiais, foi formalmente confirmado pelo Exército em 2023 como ativo desde 1957.

As suspeitas recaem sobre seu envolvimento direto em ações para alterar o resultado eleitoral e articular movimentos contrários ao regime democrático.




Exército está se preparando para atuar durante Eleições na Paraíba, garante general

Exército poderá ser chamado para atuar em Bayeux, Cabedelo e Fagundes. Decisão será tomada pelo TSE.

Exército, TRE-PB, Cabedelo, Bayeux, Tropas federais

Imagem ilustrativa (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O Exército Brasileiro está se preparando para atuar nas Eleições deste ano. A informação foi dada pelo general de brigada combatente Alessandro da Silva, Comandante do 1º Grupamento de Engenharia, em João Pessoa. O general foi entrevistado nesta terça-feira (10) no programa Arapuan Verdade, da Arapuan FM., três cidades da Paraíba podem ter reforço da segurança com atuação do Exército: Bayeux, Cabedelo e Fagundes. Os três municípios tiveram os pedidos de reforço recomendados pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É o TSE que dará a palavra final sobre presenças das tropas federais. Os três processos estão sob relatoria da ministra Cármen Lúcia.

“O Exército se prepara (para atuar nas Eleições) porque alguns estados podem solicitar apoio. Estamos nos preparando para atuar na Paraíba, já que foi apresentado pelo TRE ao TSE a intenção de tropas em Cabedelo, Bayeux e Fagundes e existe a possiblidade, também, de Itabaiana”, afirmou o general, como ouvido pelo ClickPB.

Assista abaixo a entrevista do general do Exército:




Ao lado de Lula, chefe do Exército reforça “caros ideais democráticos”

Tomás Paiva afirmou que corporação tem um “eterno compromisso” na defesa da democracia

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Pedro Sciola de Oliveira

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Lula participou da cerimônia do Dia do Exército
Reprodução/Ricardo Stuckert/Presidência da República

Lula participou da cerimônia do Dia do Exército

O comandante do Exército , general Tomás Paiva , reforçou nesta sexta-feira (19) que a corporação possui um “eterno compromisso” em defesa dos “mais caros ideais democráticos”. A fala aconteceu no evento de celebração do Dia do Exército, no quartel-general em Brasília, e contou com a participação do presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“No dia de hoje, ao completar 376 anos de glórias, a Força Terrestre reafirma o eterno compromisso com a Nação brasileira em defesa da Pátria e dos mais caros ideais democráticos, mesmo com o sacrifício da própria vida”, disse o chefe do Exército. “Integramos uma Instituição de Estado, alicerçada na hierarquia e na disciplina, que se mantém coesa pelo culto a valores imutáveis”, acrescentou.

A declaração também ocorre após a Polícia Federal (PF ) intensificar a investigação sobre a  relação entre membros da reserva e da ativa do Exército com a tentativa de golpe de Estado. Até o momento, três pessoas ligadas às Forças Armadas foram presas por tentar manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República e impedir o terceiro mandato de Lula.

Ao longo da Operação Tempus Veritatis , foram detidos Marcelo Câmara, coronel do Exército, Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto, outro coronel do Exército. Sem ligação com a corporação, o ex-assessor de Bolsonaro, Filipe Martins, também segue preso.

Em uma tentativa de se aproximar com o Exército, Lula ignorou aliados e decidiu comparecer ao evento no quartel-general , que, inclusive, serviu de  acampamento para os bolsonaristas no 8 de Janeiro. Antes disso, o  presidente da República também decidiu não comentar os 60 anos do golpe militar, em uma clara tentativa de não se indispor com a corporação.




Por unanimidade, STF define que Constituição não prevê ‘poder moderador’ ou intervenção militar

Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu, por unanimidade, um esclarecimento sobre os limites para a atuação das Forças Armadas.

Por 11 votos a 0, a Corte decidiu que a Constituição não permite uma “intervenção militar constitucional” e nem encoraja uma ruptura democrática.

O esclarecimento foi feito em uma ação do PDT, relatada pelo ministro Luiz Fux e julgada em plenário virtual. O julgamento terminou às 23h59 de segunda-feira (8), mas todos os ministros já haviam votado bem antes de o prazo acabar.

Com o resultado, o STF também rejeita a tese de que as Forças Armadas seriam um “poder moderador” – ou seja, uma instância superior para mediar eventuais conflitos entre Legislativo, Executivo e Judiciário.

O ministro Flávio Dino, por exemplo, afirmou no voto que é preciso eliminar “quaisquer teses que ultrapassem ou fraudem o real sentido do artigo 142 da Constituição Federal, fixado de modo imperativo e inequívoco por este Supremo Tribunal”.

“Com efeito, lembro que não existe, no nosso regime constitucional, um ‘poder militar’. O poder é apenas civil, constituído por três ramos ungidos pela soberania popular, direta ou indiretamente. A tais poderes constitucionais, a função militar é subalterna, como aliás consta do artigo 142 da Carta Magna”, afirmou Dino.

Dino chegou a propor, no voto, que a eventual decisão do STF fosse enviada “para todas as organizações militares, inclusive Escolas de formação, aperfeiçoamento e similares” para combater a desinformação. Apenas 5 dos 11 ministros votaram nesse sentido, no entanto – ou seja, não houve maioria.

O artigo 142 da Constituição diz:

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

Os ministros julgaram uma ação que questiona pontos de uma lei de 1999 que trata da atuação das Forças Armadas.

O partido contestou três pontos da lei:

  • hierarquia “sob autoridade suprema do presidente da República”;
  • definição de ações para destinação das Forças Armadas conforme a Constituição;
  • atribuição do presidente da República para decidir a respeito do pedido dos demais Poderes sobre o emprego das Forças Armadas.

Toffoli: ‘poder moderador’ é aberração jurídica

Último a votar, o ministro Dias Toffoli afirmou que, entre o final do Império até a redemocratização e refundação do Estado brasileiro pela Constituição de 1988, as Forças Armadas, por vezes, usurparam e se arvoraram em um fictício “poder moderador”, ou mesmo, como no período entre 1964 a 1985, assumiram o poder – “atribuições as quais a elas jamais foram constitucionalmente concedidas”.

Para o ministro, o poder moderador das forças armadas “trata-se de ideia que infelizmente reapareceu na pena e no desejo de “alguns”, a partir de uma leitura equivocada do art. 142 da Constituição, no sentido de que as Forças Armadas seriam (falsamente – é importante reiterar) árbitras de conflitos institucionais”

“Para além de se tratar de verdadeira aberração jurídica, tal pensamento sequer encontra apoio e respaldo das próprias Forças Armadas, que sabiamente têm a compreensão de que os abusos e os erros cometidos no passado trouxeram a elas um alto custo em sua história”.

Toffoli disse que garantir um poder moderador aos militares seria violar a democracia.

“Superdimensionar o papel das Forças Armadas, permitindo que estas atuem acima dos poderes, é leitura da Constituição de 1988 que a contradiz e a subverte por inteiro, por atingir seus pilares – o regime democrático e a separação dos poderes. Residiria nisso um grande paradoxo: convocar essas forças para atuar acima da ordem, sob o argumento de manter a ordem, seria já a suspensão da ordem democrática vigente”, escreveu.

A tese unânime

No primeiro voto incluído no julgamento, Fux ressaltou que a Constituição não autoriza o presidente da República recorrer às Forças Armadas contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, e que também não concede aos militares a atribuição de moderadores de eventuais conflitos entre os três poderes.

“Qualquer instituição que pretenda tomar o poder, seja qual for a intenção declarada, fora da democracia representativa ou mediante seu gradual desfazimento interno, age contra o texto e o espírito da Constituição”, diz Fux no voto.

Relator, Fux já havia concedido, em 2020, uma decisão individual sobre os critérios para o emprego das Forças Armadas.

Agora, no voto, o ministro defendeu que o Supremo estabeleça que:

  1. a missão institucional das Forças Armadas na defesa da Pátria, na garantia dos poderes constitucionais e na garantia da lei e da ordem não acomoda o exercício de poder moderador entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
  2. a chefia das Forças Armadas é poder limitado e não pode ser utilizada para indevidas intromissões no funcionamento independente dos outros poderes;
  3. a prerrogativa do presidente da República de autorizar o emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou por intermédio dos presidentes do STF, do Senado ou da Câmara dos Deputados não pode ser exercida contra os próprios poderes entre si;
  4. o emprego das Forças Armadas para a “garantia da lei e da ordem” presta-se ao excepcional enfrentamento de grave e concreta violação à segurança pública interna, em caráter subsidiário, após o esgotamento dos mecanismos ordinários e preferenciais de preservação da ordem pública.

A decisão individual dada por Fux em 2020 na mesma ação já negava o papel das Forças Armadas como “poder moderador”.

Para Fux, apesar da lei mencionar que o presidente da República tem “autoridade suprema” sobre as Forças Armadas, essa autoridade “não se sobrepõe à separação e à harmonia entre os poderes”.

O ministro ressaltou que nenhuma autoridade está acima das demais ou fora do alcance da Constituição, sendo que essa expressão de autoridade suprema trata da “relação a todas as demais autoridades militares, mas, naturalmente, não o é em relação à ordem constitucional”.

O relator afirmou que para situações de grave abalo institucional, a Constituição prevê regras excepcionais, condicionadas a controles exercidos pelo Legislativo ou pelo Judiciário.

“Dessa forma, considerar as Forças Armadas como um “poder moderador” significaria considerar o Poder Executivo um superpoder, acima dos demais, o que esvaziaria o artigo 85 da Constituição e imunizaria o Presidente da República de crimes de responsabilidade”, escreveu o ministro.

“A exegese do artigo 142 em comento repele o entendimento de uso das Forças Armadas como árbitro autorizado a intervir em questões de política interna sob o pretexto de garantir o equilíbrio ou de resolver conflitos entre os poderes, uma vez que sua leitura deve ser realizada de forma sistemática com o ordenamento pátrio, notadamente quanto a separação de poderes, adotada pela própria Constituição de 1988, não havendo que se falar na criação de um poder com competências constitucionais superiores aos outros, tampouco com poder de moderação”, completou.

O ministro afirmou que as Forças Armadas não são um Poder da República, mas uma instituição à disposição dos Poderes constituídos para, quando convocadas, agirem instrumentalmente em defesa da lei e da ordem.

“Qualquer instituição que pretenda tomar o poder, seja qual for a intenção declarada, fora da democracia representativa ou mediante seu gradual desfazimento interno, age contra o texto e o espírito da Constituição”, disse.

“Não se observa no arcabouço constitucionalmente previsto qualquer espaço à tese de intervenção militar, tampouco de atuação moderadora das Forças Armadas, em completo descompasso com desenho institucional estabelecido pela Constituição de 1988”, disse.

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Irritados com depoimento à PF sobre tentativa de golpe, militares e bolsonaristas chamam Freire Gomes de ‘traidor’

O general Marco Antônio Freire Gomes em foto de arquivo — Foto: Divulgação/Exército

Por Andréia Sadi

Militares suspeitos de participação na tentativa de golpe de Estado e aliados políticos de Bolsonaro passaram o final de semana organizando uma estratégia para ‘’fritar’’ o ex-comandante do Exército Freire Gomes. A medida se deu após Gomes passar cerca de 7 horas depondo à Polícia Federal sobre o roteiro do golpe em curso durante o governo Bolsonaro.

Freire Gomes, na condição de testemunha, colaborou – e muito – com as investigações. A preocupação de golpistas é com o que pode existir de detalhamento de Freire Gomes a respeito de discussões sobre minuta do golpe, o papel do Ministério da Justiça e negativas de forma categórica de que houvesse qualquer indício de fraude em urnas.

Para investigadores ouvidos por esta reportagem, Freire Gomes é um personagem que teria evitado o golpe – por isso, para bolsonaristas e militares – e a informação de que ele decidiu falar como testemunha fez com que militares repassassem, no fim de semana, mensagens e vídeos uns aos outros chamando Freire Gomes de ‘’traidor’’ e traçando estratégia para “queimar” Gomes.

Num desses vídeos recebidos por esta reportagem, que circula há dias entre militares, antes até do depoimento de Gomes à PF, aliados de Bolsonaro afirmam que ‘’general que traiu Bolsonaro pode se complicar’’ e que ele ‘’enrolou’’ e “enganou’ Bolsonaro com discussões sobre artigos da Constituição. E que ele não ia interferir – mas tinha que ‘’parecer’’ que ia.

Bolsonaristas irritados, agora, se esforçam para atribuir a Freire Gomes omissão por não ter esvaziado os acampamentos golpistas. Essa é a principal estratégia dos golpistas irritado com Gomes para ‘’fritá-lo’’.

Para a PF, o depoimento dele foi bastante esclarecedor, inclusive em relação a superiores dele, e ao papel do MJ à época.

Cid e as minutas do golpe

A PF espera fechar o enredo da investigação do roteiro do golpe com as informações obtidas no depoimento de Freire Gomes – e cruzando com Mauro Cid.

Cid será chamado a depor novamente para confirmar as informações levantadas pela PF sobre as minutas do golpe encontradas na investigação. Se mentir ou omitir, pode perder benefícios de sua delação premiada.

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Depoimento de general à PF sobre tentativa de golpe gera clima de apreensão entre militares investigados

General Estevam Theóphilo, comandante da 10ª Região Militar — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução

Por Andréia Sadi

O general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, que integrou o Alto Comando do Exército, divergiu de outros militares e decidiu falar durante o depoimento à Polícia Federal nas investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Theophilo foi comandante de Operações Terrestres entre o final de março de 2022 até o final de novembro de 2023. A unidade fica em Brasília e não tem nenhuma tropa subordinada diretamente a ela.

De acordo com as investigações, em 9 de dezembro de 2022, Theophilo se reuniu com o então presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada e supostamente consentiu com a adesão ao golpe de Estado, desde que o presidente da República assinasse a medida, conforme conversas encontradas no celular do ajudante de ordens Mauro Cid.

A decisão causou apreensão entre esses outros militares investigados.

Alguns fardados não descartam a possibilidade de Theophilo decidir colaborar com a PF – como já fez o tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, que foi ajudante-de-ordens de Bolsonaro durante todo o mandato.

A delação premiada de Cid foi usada para embasar a Operação Hora da Verdade, no começo de fevereiro, que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por causa disso, há um temor crescente de um jogo de empurra-empurra de responsabilidades pela suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Um dos temores é o de que Theophilo detalhe a suposta participação de Freire Gomes, que foi o último comandante do Exército durante o governo Bolsonaro, e de outros militares investigados no roteiro do golpe.

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20 militares do exército são investigados por furto de armas em SP

Armas com potencial para derrubar aeronaves seriam negociadas com facções criminosas no Rio e em São Paulo

Por

iG Último Segundo

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Metralhadoras foram encontradas em São Roque, no interior de São Paulo
Divulgação/Polícia Civil de SP

Metralhadoras foram encontradas em São Roque, no interior de São Paulo

Vinte militares estão sendo investigados por participação no  furto de 21 metralhadoras do quartel de Barueri na Grande São Paulo. Sete militares teriam participação direta no caso.

O general Maurício Vieira Gama, chefe do Comando Militar do Sudeste, declarou em entrevista ao G1 que os militares estão respondendo inquérito disciplinar. A ausência das armas no Arsenal de Guerra foi percebida no dia 10 de outubro durante inspeção.

Segundo o general, os militares estão respondendo na esfera disciplinar pelo negligenciamento na conferência, na fiscalização e na gerência do controle do armamento. Porém, eles ainda podem responder na esfera criminal por participação direta ou indireta no furto do armamento.

A apuração do G1 afirma que do grupo de 20 militares , sete estão impedidos de sair do Arsenal de Guerra desde o dia em que o Exército detectou a ausência das armas. Três desses seriam os responsáveis diretos. Segundo o portal, um deles teria aberto o paiol, outro pegado as armas e o terceiro teria realizado o transporte para fora do quartel, em um caminhão militar.

pena para os militares com participação direta no ocorrido pode chegar até a expulsão , enquanto os envolvidos indiretamente podem receber penas administrativas como prisão temporária por 30 dias . A investigação já ouviu cerca de 50 militares , mas nem todos estão sendo investigados.

Polícia acha armas que foram furtadas
Foto: Divulgação/Polícia Civil – 21/10/2023

Polícia acha armas que foram furtadas

O Exército segue a linha de que 13 metralhadoras de calibre .50 e oito metralhadoras 7.62 tenham sido furtadas durante o feriado de 7 de Setembro. A investigação já obteve a gravação das câmeras de segurança do quartel.

Segundo o Instituto Sou da Paz, as 21 metralhadoras furtadas do quartel em Barueri representam o maior desvio de armas da história do Exército brasileiro desde 2009, quando sete fuzis foram roubados e depois recuperados pela polícia de um batalhão em Caçapava, interior de São Paulo. Suspeitos foram presos à época, entre eles um militar

Das 21 armas, 17 já foram recuperadas . As primeiras armas foram encontradas no Rio de Janeiro , possivelmente abandonadas por criminosos. Na madrugada deste sábado (21), na cidade de São Roque, a Polícia Civil de São Paulo encontrou mais cinco metralhadoras .50 e mais quatro de calibre 7.62 . Ao chegar no local onde estavam as armas, a viatura policial foi recebida com tiros, três deles acertaram o veículo, mas ninguém se feriu. Os criminosos conseguiram fugir.

Quatro metralhadoras de calibre .50, que possuem poder para derrubar aeronaves ainda estão desaparecida

As investigações apontam que as armas seriam repassadas para facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo e o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro




Mauro Cid é afastado do exército após decisão de Moraes

Ministro do STF homologou acordo de delação premiada com algumas condições impostas ao ex-assessor de Bolsonaro

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iG Último Segundo

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Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Reprodução / Redes Sociais

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

O Exército Brasileiro afastou o coronel  Mauro Cid de suas funções após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologar o acordo de delação premiada entre o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e a Polícia Federal.

Mauro Cid ficará agora agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) sem ocupar cargo e exercer função.

“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército Brasileiro cumprirá a decisão judicial expedida pelo Ministro Alexandre de Moraes e o Tenente-Coronel Mauro César Barbosa Cid ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) sem ocupar cargo e exercer função”, diz a nota.

A delação premiada foi homologada por Moraes neste sábado (9) e prevê uma séria de imposições ao ex-ajudante de ordens, como perda da posse de arma, utilização de tornozeleira eletrônica e restrição para saídas de noite.

Moraes também concedeu liberdade provisória ao coronel, que estava preso desde maio no âmbito das investigações das milícias digitais, além do caso das joias sauditas e da alteração de cartões de vacinação no Ministério da Saúde.

Com a delação homologada, a PF deve iniciar uma séria de depoimentos com o militar, que deverá contribuir e não pode permanecer em silêncio, como fez na CPMI dos atos golpistas.

Em troca, Cid poderá ter um abatimento ou até mesmo um perdão de uma eventual pena em caso de condenação.

A expectativa na PF – e em boa parte do meio político – é que Cid dê informações relevantes para chegar aos culpados e elucidar o escândalo das joias do Governo Brasileiro vendidas no exterior; as fraudes a cartões de vacinação de Bolsonaro e sua família; a suposta trama golpista contra o sistema eleitoral; e até mesmo a tentativa de golpe de Estado que o país sofreu no dia 8 de janeiro de 2023.

Veja as condições impostas por Moraes para soltar Cid:

  • Uso de tornozeleira eletrônica e proibição de ausentar-se da Comarca , de sair de casa à noite e nos finais de semana
  • Afastamento do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército
  • Obrigação de apresentar-se semanalmente perante ao Juízo da Execução da Comarca de origem
  • Proibição de ausentar-se do país e cancelamento de todos os passaportes emitidos em nome do investigado
  • Suspensão imediata de porte de arma de fogo bem como de realizar atividades de colecionador, tiro desportivo e caça
  • Proibição de utilização de redes sociais
  • Proibição de comunicar-se com os demais investigados, com exceção de Gabriela Cid (esposa), Beatriz Cid (filha) e Mauro Lourena Cid (pai)