Governo Maduro diz que EUA arquitetaram “tentativa de golpe na Venezuela”

A declaração do chanceler veio em resposta ao reconhecimento pela Casa Branca da vitória de Edmundo González, candidato da oposição

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Maduro expulsou diplomatas que questionaram vitória na Venezuela
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Maduro expulsou diplomatas que questionaram vitória na Venezuela

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, fez graves acusações contra os Estados Unidos nesta sexta-feira (2), alegando que Washington estaria colaborando com a oposição venezuelana para um golpe de Estado. A declaração do chanceler veio em resposta ao  reconhecimento pela Casa Branca da vitória de Edmundo González, candidato da oposição, nas eleições de domingo (28).

“A Venezuela rejeita as graves, e, mais ainda, ridículas declarações, atribuídas ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, nas quais pretende assumir o papel do Poder Eleitoral venezuelano, demonstrando que o governo dos Estados Unidos está à frente do golpe de Estado que se pretende fazer contra a Venezuela, promovendo uma agenda violenta contra o povo venezuelano e suas instituições”, afirmou.

A crítica de Gil se deu após Blinken anunciar na quinta-feira (1°) que González, com base em “enormes evidências”, havia vencido a eleição. Blinken afirmou que a oposição havia fornecido aos Estados Unidos as atas eleitorais que confirmavam a vitória de González.

No entanto, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela ainda não divulgou essas atas, alegando problemas no sistema causados por um ataque hacker “orquestrado pelos opositores”. O órgão, por sua vez, proclamou Nicolás Maduro como vencedor da eleição.

Posição do Brasil

O Brasil, juntamente com Colômbia e México, tem exigido a liberação das atas e a contagem dos votos por observadores internacionais.

Em resposta, Maduro anunciou que o Tribunal Supremo de Justiça, composto em grande parte por juízes indicados por ele, realizará uma auditoria dos votos com a participação da oposição.

Enquanto isso, a oposição acusa o governo venezuelano de agressões, ameaças e  prisões em represália às manifestações.

Neste sábado (3), estão previstos protestos em Caracas, com a presença de líderes opositores como María Corina Machado e Edmundo González. Mais de 1,2 mil pessoas foram presas por protestar após a eleição, e Maduro prometeu prender mais mil indivíduos.

Suprema Corte da Venezuela convocou, nesta quinta-feira (1º) os 10 candidatos à presidência a participarem nesta sexta (2) às 15h (horário de Brasília), da auditoria das eleições. @maduro via Fotos Públicas

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Os integrantes da Suprema Corte foram indicados por Maduro, apontado como vencedor do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). RS via Fotos Publicas

2/7 Os integrantes da Suprema Corte foram indicados por Maduro, apontado como vencedor do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). RS via Fotos Publicas
Segundo o presidente, a maior instância da Justiça venezuelana é a única que tem o poder de auditar o resultado das eleições e conferir os resultados do CNE. RS via Fotos Publicas

3/7 Segundo o presidente, a maior instância da Justiça venezuelana é a única que tem o poder de auditar o resultado das eleições e conferir os resultados do CNE. RS via Fotos Publicas
De acordo com a Suprema Corte, todos os presidenciáveis devem apresentar suas contagens de votos ao tribunal. RS/via Fotos Publicas

4/7 De acordo com a Suprema Corte, todos os presidenciáveis devem apresentar suas contagens de votos ao tribunal. RS/via Fotos Publicas
A oposição de Maduro, liderada por María Corina Machado e por Edmundo González, contesta o resultado do CNE. RS/via Fotos Publicas

5/7 A oposição de Maduro, liderada por María Corina Machado e por Edmundo González, contesta o resultado do CNE. RS/via Fotos Publicas
A  comunidade internacional também questiona o resultado do pleito. Eles acusam a falta de transparência da autoridade eleitoral venezuelana. Rede Social Nicolás Maduro

6/7 A comunidade internacional também questiona o resultado do pleito. Eles acusam a falta de transparência da autoridade eleitoral venezuelana. Rede Social Nicolás Maduro
Edmundo González e María Corina Machado  sofrem ameaças de prisão desde que contestaram o resultado das eleições. RS/via Fotos Publicas

7/7 Edmundo González e María Corina Machado sofrem ameaças de prisão desde que contestaram o resultado das eleições. RS/via Fotos Publicas




Donald Trump sofre atentado em comício na Pensilvânia: dois mortos e um ferido

Ex-presidente levou um tiro de raspão na orelha e foi levado ao hospital; atirador foi abatido

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Donald Trump é retirado de palco após sons de tiros em comício na Pensilvânia
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Donald Trump é retirado de palco após sons de tiros em comício na Pensilvânia

O candidato republicano  Donald Trump  sofreu um atentado durante um comício na Pensilvânia, nos Estados Unidos, na tarde deste sábado (12). A confirmação foi feita pelo jornal The Washington Post. O jornal informa que o ex-presidente levou um tiro de raspão na orelha e foi rapidamente escoltado por agentes do Serviço Secreto Americano. O atirador foi abatido, e um espectador morreu, enquanto outro está em estado grave.

O ocorrido começou quando houve sons de três tiros, seguidos por gritos. Trump então colocou a mão direita no ouvido direito, onde foi atingido e se agachou antes de ser escoltado pelos agentes.

Richard Goldinger, promotor distrital do condado de Butler, no estado da Pensilvânia, informou que o atirador responsável pelo atentado foi abatido. Além do atirador, uma pessoa na plateia foi morta e outra está em estado grave.

O porta-voz de Trump afirmou que o ex-presidente está bem e está sendo examinado em um centro médico local. Imagens do incidente mostram Trump com a orelha sangrando e levantando o punho para seus apoiadores enquanto era retirado do local.

Um helicóptero médico chegou por volta das 18h30 para levar Trump em direção ao sul, conforme divulgado pelo jornal The New York Times.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comentou sobre o atentado no X (antigo Twitter): “Fui informado sobre o tiroteio no comício de Donald Trump na Pensilvânia. Estou grato em saber que ele está seguro e bem. Estou rezando por ele e sua família e por todos aqueles que estiveram presentes no comício, enquanto aguardamos mais informações. Jill e eu estamos gratos ao Serviço Secreto por tê-lo colocado em segurança. Não há lugar para esse tipo de violência na América. Devemos nos unir como uma nação para condená-lo.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se pronunciou: “O atentado contra o ex-presidente Donald Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. O que vimos hoje é inaceitável.”

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse: “Nossa solidariedade é o maior líder mundial no momento. Esperamos sua pronta recuperação. Nos veremos na posse.”

O vice-presidente Geraldo Alckmin também se manifestou: “Lamentável o atentado contra o ex-presidente Donald Trump. A democracia se faz com ideias, debates e votos, nunca com tiros e violência.”

O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comentou: “Não há absolutamente nenhum lugar para violência política na nossa democracia.”




Somente Michelle Obama poderia derrotar Trump nas eleições, de acordo com pesquisa

A ex-primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama é a única que poderia bater Trump em corrida à Presidência, nas eleições de novembro, segundo pesquisa – Matthew Stockman – 28.ago.23/Getty Images via AFP

Michelle Obama, esposa do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, superou Donald Trump por 11 pontos percentuais em uma possível disputa, marcando 50% contra 39% de acordo com uma pesquisa da Reuters/Ipsos. A ex-primeira dama já disse várias vezes que não pretende concorrer à Presidência.

A mesma pesquisa mostra que um em cada três democratas acha que o atual presidente, Joe Biden, deveria encerrar sua candidatura à reeleição após o debate da semana passada contra Trump.

O levantamento revelou que tanto Trump, 78, quanto Biden, 81, marcam 40% entre eleitores registrados para votar, sugerindo que o atual presidente dos EUA não perdeu terreno desde o debate.

Entretanto, uma pesquisa divulgada na quarta (3) pelo jornal The New York Times aponta o cenário oposto: de acordo com esse levantamento, o republicano ampliou sua vantagem sobre o democrata para nove pontos percentuais depois do confronto na televisão —agora, Trump marca 49% das intenções de voto entre eleitores registrados, e Biden, 41%. Quando se considera os eleitores que o jornal considera “prováveis votantes”, o resultado é de 49% para Trump e 43% para Biden.

A piora de Biden nas pesquisas também foi capturada pelo jornal The Wall Street Journal, cujo levantamento mostra Trump na frente, com 48% das intenções de voto, e Biden perdendo espaço, com 42%.

De acordo com a pesquisa da Reuters, entre os democratas entrevistados, 32% afirmaram à pesquisa que Biden deveria desistir de sua candidatura à reeleição após o debate, no qual o presidente gaguejou, não concluiu frases e se demonstrou confuso e vacilante frente a Trump.

O New York Times obteve respostas ainda piores para Biden: 47% dos democratas ouvidos pelo jornal acham que o partido deveria trocar de candidato, número que sobre para 72% quando a pergunta é feita a eleitores independentes.

Trump enfrenta suas próprias vulnerabilidades políticas, embora os casos criminais relacionados às suas tentativas de reverter sua derrota em 2020 estejam suspensos.

Os eleitores democratas sempre tiveram dúvidas sobre a candidatura de Biden. Em uma pesquisa da Reuters/Ipsos realizada em janeiro, enquanto a disputa pela indicação do partido ainda estava em andamento, 49% dos democratas disseram que ele não deveria concorrer novamente em 2024.

Biden prometeu permanecer na corrida. Se ele sair, contudo, os democratas cujos nomes surgem como possíveis substitutos tem resultados apenas um pouco melhores, com exceção de Michelle Obama.

A vice-presidente Kamala Harris, por exemplo, ficou atrás de Trump por um ponto percentual, 42% a 43%, uma diferença que estava dentro da margem de erro de 3,5 pontos percentuais da pesquisa da Reuters. Vale lembrar, entretanto, que as pesquisas foram feitas sem que haja uma campanha aberta a favor de Harris.

Kamala Harris saiu da sombra de Biden nos últimos meses, tornando-se uma voz importante no governo em defesa dos direitos ao aborto. A pesquisa da Reuters/Ipsos revelou que 81% dos eleitores democratas tinham uma visão favorável de Harris, em comparação com 78% que viam Biden da mesma forma.

Biden foi considerado muito velho para trabalhar no governo por 59% dos democratas, uma leitura semelhante aos resultados de uma pesquisa de janeiro.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, uma estrela em ascensão no Partido Democrata que muitos observadores esperam que possa buscar a Presidência em uma eleição futura, teve um desempenho ligeiramente pior, ficando atrás de Trump por 39% a 42%.

A governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, ficou atrás de Trump por 36% a 41%, enquanto o governador de Illinois, J.B. Pritzker, teve 34% de apoio em comparação com os 40% de Trump.

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Trump ganha primeiro debate na eleição nos EUA e Biden demonstra fragilidade

Trump ganha primeiro debate na eleição nos EUA e Biden demonstra fragilidade
TrumpTrump ganha primeiro debate na eleição nos EUA e Biden demonstra fragilidade – Foto: Arquivo

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ganhou o primeiro debate presidencial americano nesta quinta-feira, 27, em uma noite marcada pela fragilidade do presidente Joe Biden, que demonstrou nervosismo nas respostas e chegou a se perder no raciocínio em alguns momentos da discussão. Enquanto Trump deu uma série de declarações falsas durante a noite, Biden chegou a congelar em uma resposta na qual parecia perder o raciocínio. Segundo a imprensa americana, o desempenho de ruim Biden preocupa a cúpula democrata.

Trump se saiu melhor nas perguntas sobre os temas que mais prejudicam Biden: economia e imigração, mas teve um desempenho negativo quando foi questionado sobre defesa da democracia americana e sua condenação judicial no caso em que foi acusado de ocultar pagamentos secretos à atriz pornô Stormy Daniels, com o intuito de influir no resultado das eleições de 2016.

Já o presidente americano aumentou os temores relacionados à sua idade, com hesitações e paradas durante a fala, mas foi melhorando ao longo do debate, com algumas críticas a Trump. O democrata também se saiu melhor quando ressaltou a sua posição sobre o aborto. Nos comentários finais, no entanto, ele novamente pareceu perder a linha de raciocínio.

Economia

Biden começou sendo questionado sobre a situação da economia sob a sua administração, principalmente em relação à alta inflação, que está prejudicando o custo de vida dos americanos. O democrata afirmou que criou muitos empregos em seu primeiro mandato e baixou os preços da gasolina.

Já Trump apontou que Biden é o pior presidente da história dos Estados Unidos e ressaltou os números da economia durante o seu governo. O republicano disse que sua presidência foi prejudicada pela pandemia da covid-19 e que ele nunca teve o crédito merecido por recuperar a economia americana mesmo durante condições difíceis relacionadas à crise sanitária.

O ex-presidente também destacou que os empregos criados por Biden foram para imigrantes ilegais e prometeu impor tarifas comerciais contra países como a China, além de cortar impostos.

Aborto

Trump foi perguntado sobre suas posições em relação ao aborto e afirmou que é favorável ao procedimento em ocasiões que há ameaça à saúde da mãe. O republicano afirmou que “todo mundo, até os democratas”, eram a favor de derrubar a jurisprudência que legalizava o aborto a nível federal, o que não é verdadeiro.

A Suprema Corte americana derrubou o precedente legal estabelecido pelo caso Roe versus Wade em 2022, que estava em vigor havia quase 50 anos, interrompendo a nível federal o aborto regulamentado no país. Após a decisão, a prerrogativa de legislar sobre a interrupção de gravidez passou a ser exclusiva dos Estados americanos, posição defendida por Trump.

O presidente americano foi questionado sobre suas posições em relação ao aborto e ele apontou que quer restaurar o precedente legal estabelecido pelo caso Roe versus Wade.

Guerra na Ucrânia

Os dois políticos foram questionados sobre a guerra na Ucrânia. Desde o início do conflito em fevereiro de 2022, Biden tem sido o principal aliado de Kiev, com ajuda financeira e militar.

Já o ex-presidente Trump é critico das cifras enviadas por Washington à Ucrânia e ressaltou durante o debate que, se eleito, acabaria com a guerra antes de iniciar o seu segundo mandato, que começaria no dia 20 de janeiro de 2025, em caso de vitória republicana.

Trump apontou que a incompetência de Biden em lidar com a retirada militar americana do Afeganistão fez com que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, optasse pela invasão da Ucrânia. O republicano disse que ele é o único político americano que Putin respeita. Pressionado se aceitaria os termos de paz do presidente russo, Trump afirmou que não.

O republicano completou afirmando que Biden deveria fazer com que os países europeus pagassem pela guerra. Trump relembrou a sua relação fria com a Otan quando era presidente. Durante sua administração, o republicano apontou diversas vezes que os países europeus da aliança deveriam investir mais em defesa.

Na réplica, Biden disse que Trump estava “maluco” e que apoiar Kiev era necessário porque Putin deseja atacar outros países da região que fazem parte da Otan, como a Polônia. O democrata também ressaltou que Trump queria sair da aliança militar.

Durante a questão, o presidente americano atacou duramente Trump, afirmando que ele era um “otário e perdedor”, em referência a uma declaração que Trump teria dado sobre veteranos de guerra mortos em conflito. A frase foi revelada por John Kelly, ex-chefe de gabinete do presidente em um livro sobre seu período no governo. O republicano nega ter dito a frase.

Guerra entre Israel e Hamas

Trump foi questionado sobre como lidaria com a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, mas preferiu continuar discutindo o conflito entre Moscou e Kiev.

Já Biden apontou que conta com o apoio do G-7 e do Conselho de Segurança para seu plano de cessar-fogo e que garantiu a segurança de Israel ao coordenar a defesa junto com aliados ocidentais após o ataque do Irã, no dia 13 de abril.

Problemas judiciais de Trump

O democrata relembrou os problemas judiciais de Trump ao apontar que estava debatendo com uma pessoa que havia sido condenada pela Justiça. Um júri de Manhattan condenou o ex-presidente Donald Trump em maio por falsificar registros de negócios para encobrir um pagamento secreto de dinheiro a uma estrela pornô após supostamente ter tido um caso com ela. Ele foi acusado de dezenas de outros crimes em três outros casos: dois federais e um na Geórgia.

Trump afirmou que “nunca fez sexo com uma atriz pornô” e atacou Biden ao relembrar a condenação do filho do presidente, Hunter Biden, por porte ilegal de arma.

Este foi um dos momentos em que Biden saiu melhor, e Trump diminuiu a sua retórica disciplinada que havia sido mostrada em momentos anteriores do debate.

Eleitorado afro-americano

No início do segundo bloco do debate, Biden foi questionado sobre políticas para o eleitorado afro-americano, que o apoiou massivamente em 2020 e está decepcionado com ele. O democrata reconheceu falhas, sobretudo na economia e apontou que o alto custo de vida prejudica famílias afro-americanas.

O eleitorado afro-americano vota majoritariamente no Partido Democrata desde 1964, quando o então presidente Lyndon Johnson, um democrata, sancionou a Lei dos Direitos Civis. Na Geórgia, o Estado que recebeu o primeiro debate presidencial, o peso da comunidade negra é grande, já que os afro-americanos representam 33% da população total do Estado, segundo o censo americano. Em 2020, a comunidade negra da Geórgia alavancou a surpreendente vitória de Biden no Estado, a primeira de um democrata desde 1992.

Mas o eleitorado está decepcionado e pesquisas mostram que Trump conta com pelo menos 20% de apoio entre os negros adultos do país. Se estes resultados se concretizarem em novembro, o ex-presidente americano se tornará o republicano com a maior votação da população afro-americana desde Richard Nixon em 1960, que ocorreu antes da aprovação da Lei dos Direitos Civis.

O ex-presidente americano ressaltou os seus feitos durante seu governo em relação aos afro-americanos e hispânicos e ressaltou que as pesquisas mostram que a sua campanha está obtendo ganhos com esta faixa do eleitorado.

Migração

Durante todo o debate Trump criticou as políticas migratórias de Biden. Ele mencionou diversas vezes o assassinato da estudante de enfermagem Laken Riley em fevereiro durante uma caminhada no câmpus da Universidade da Geórgia, em Athens.

O principal suspeito pela morte de Riley é Jose Ibarra, venezuelano que cruzou a fronteira com os Estados Unidos de forma ilegal e não tinha sua documentação regularizada. Desde então, o tema passou a ser um dos tópicos que mais preocupam os eleitores do Estado.

Biden acusou os republicanos de não apoiarem uma legislação que poderia reforçar a fronteira americana por razões eleitoreiras. O republicano apontou que faria uma deportação em massa de imigrantes ilegais em seu primeiro dia de governo.

Idade dos candidatos

Questionado sobre ter 86 anos ao final de um possível segundo mandato, Biden afirmou que ele pode ser velho, mas suas ideias não são. Ele também apontou que Trump é apenas três anos mais novo que ele.

Sobre sua idade, Trump diz que passou em testes de cognição e passou nos dois, mas que Biden não passaria. “Ele não consegue jogar golfe. Ele me convidou para uma partida de golfe e não conseguiria jogar”, afirmou o republicano. Neste momento, os dois iniciaram a primeira discussão direta sobre quem jogaria golfe melhor.

Respeito ao resultado da eleição

Trump afirmou que aceitaria o resultado da eleição se o pleito fosse “justo”. “Se a eleição for legal e justa, sim”, diz ele. “Eu nem queria disputar a eleição. Eu poderia estar em outro lugar, mas ele é muito ruim e meus números são muito bons.”

Já Biden explorou o fato de que o republicano segue questionando o resultado das eleições americanas de 2020, que foram vencidas pelo democrata.

Considerações finais

Nas considerações finais, o democrata congelou mais uma vez, mas conseguiu completar o raciocínio sobre a cobrança de impostos em relação à classe média. Para ele, a cobrança é muito alta com os pobres e a classe média e é muito pequena em relação aos mais ricos.

Já o republicano afirmou que Biden promete muito e não cumpre e voltou a atacar a retirada do Afeganistão sob o governo democrata. Ele criticou também a atuação americana nas guerras na Ucrânia e em Gaza e exaltou seus cortes de impostos.




Putin compra briga com os EUA e agradece apoio da Coreia do Norte

Presidente da Rússia e Kim Jong-un se reuniram nesta quarta-feira (19) em Pyongyang

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Putin e Kim Jong-un durante encontro em Pyongyang
Mikhail METZEL

Putin e Kim Jong-un durante encontro em Pyongyang

Nesta quarta-feira (19), Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Kim Jong-un, líder supremo da Coreia do Norte, se reuniram em Pyongyang. O russo comprou briga com os EUA ao afirmar que está lutando contra a hegemonia do país norte-americano e de países aliados.

Esta é a primeira viagem de Putin à Coreia do Norte em 24 anos. Antes da reunião, Putin participou de uma cerimônia de boas-vindas com a presença de militares e civis.

Após a cerimônia, Kim e Putin conversaram em tom amigável e de aliança. O presidente da Rússia agradeceu o apoio que ele destacou como “inabalável” do país asiático à política russa, inclusive no que diz respeito à Ucrânia.

Do lado dos EUA, os americanos deixam claro que temem a aproximação entre Rússia e Coreia do Norte, já que a “nova relação” poderia influenciar na possível contribuição dos russos para o programa nuclear e armamentista dos asiáticos.

O líder norte-coreano, por sua vez, avaliou que as relações entre Rússia e Coreia do Norte estão entrando em um período de mudanças positivas. Ainda durante a reunião, Putin fez questão de convidar Kim Jong-un para uma reunião em Moscou.




Trump chama condenação de “farsa”; pena não deve incluir cadeia

“O veredito verdadeiro será em 5 de novembro”, disse ele em referência às eleições estadunidenses

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Donald Trump foi condenado por 34 crimes
AFP

Donald Trump foi condenado por 34 crimes

Após  ser considerado culpado por unanimidade nesta quinta-feira (30) por 34 crimes, em um julgamento histórico, o ex-presidente americano Donald Trump chamou o caso de “farsa”.

O processo diz respeito à acusação de fraudes para encobrir um suborno de US$ 130 mil à ex-atriz pornô Stormy Daniels , feito para esconder um relacionamento extraconjugal.

O caso ocorreu durante a campanha de 2016, quando Trump se elegeu derrotando a democrata Hillary Clinton. O julgamento marca a primeira vez em que um ex-presidente americano é acusado e condenado criminalmente.

Reação de Trump

O magnata ficou impassível diante da decisão do júri. “Foi um processo farsa, é uma vergonha. Sou um homem inocente”, disse, já fora do tribunal, acrescentando que “continuará lutando”.

“O veredito verdadeiro será em 5 de novembro”, concluiu, em referência à data das eleições, quando deve enfrentar o atual presidente, Joe Biden.

Pena

A dosimetria da pena será definida pelo juiz Juan Merchan nos próximos dias. Como todas as acusações foram por crimes considerados leves, a pena não deve passar de quatro anos de prisão. No entanto, a expectativa é de que o candidato a retornar à Casa Branca não chegue a ir para a cadeia.

Embora não haja precedentes, especula-se que, se for eleito presidente, Trump possa dar um indulto presidencial a si mesmo.




Morte de Raisi pode gerar disputa de poder no Irã, diz embaixador

Cesário Melantonio acredita que os candidatos à sucessão vão debater, principalmente, a questão nuclear

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iG Último Segundo

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Presidente do Irã momentos antes de sofrer acidente
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Presidente do Irã momentos antes de sofrer acidente

A inesperada morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi , após um acidente de helicóptero nesse domingo (19), pode levar o país a uma forte  disputa de poder , de acordo com  Cesário Melantonio Neto ,  colunista do PortaliGe embaixador do Brasil na Grécia . Além de Raisi, estava na aeronave o ministro das Relações Exteriores do país, Hossein Amir-Abdollahian, que também não sobreviveu, conforme anunciou o governo nesta segunda-feira (20).

“Raisi era um dos nomes preferidos do Ali Khamenei [líder supremo do Irã]. Nesse sentido, vamos ter que esperar o desenrolar dos acontecimentos, já que o vice-presidente vai assumir por 50 dias. Neste período, haverá novas eleições”, disse. “Certamente este acontecimento vai influenciar a sucessão do Khamenei”, acrescentou.

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Segundo o embaixador,  Ebrahim Raisi  era o mais conservador entre os últimos presidentes. “Como em todos os países, tem o centro, a direita e a esquerda. Raisi era o mais conservador dos últimos três presidentes. Ele era o mais extremo no conservadorismo islâmico iraniano. Esse grupo vai tentar procurar um candidato para manter o poder. Ninguém sabe ainda quem será”, continuou.

Para Melantonio, os candidatos à sucessão de Raisi vão debater, principalmente, a questão nuclear. “Tem um grupo que é favorável a uma negociação sobre o tema, já outro que não é favorável. O Raisi era contra a negociação, enquanto Mohammad Khatami e Mahmoud Ahmadinejad [ex-presidentes] são favoráveis a conversar com o Ocidente”, declarou.

Interferência externa

A sucessão de Raisi também pode ser influenciada por escolhas de outros países, apontou o embaixador. A questão energética, segundo Melantonio, é a principal motivação.

“Tudo isso se insere no quadro energético, já que o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita são grandes players no mundo da energia e membros da Opep. Todos têm interesse na questão do petróleo e do gás. A cooperação energética é importante”, declarou.

O embaixador ainda afirma que a Rússia e a China (outras potências mundiais), também vão tentar interferir. A situação no Oriente Médio pode ficar mais “caótica”, no entendimento de Melantonio. “Rússia e China são grandes apoiadoras do Irã. Aliás, o programa nuclear do Irã é apoiado há 20 anos pela Rússia. E, agora, pela China também. Ambos têm interesses comuns com grandes exportadores de energia”, analisou.

“Portanto, é um quadro multifacetado, com EUA tentando influenciar, só que mais difícil. A União Europeia tem as suas relações mais abertas. Vai tentar dar o seu recado também. É algo que vai tumultuar ainda mais a região e que terá impacto para o mundo inteiro”, continuou.

Brasil observa

Para o embaixador, o Brasil não tem poder de influenciar na escolha do novo presidente do Irã. Porém, como é um dos países fundadores do  Brics, precisa acompanhar o processo eleitoral do novo integrante do grupo.

“Não acredito que o Brasil participe. O Brasil não tem poder suficiente para influenciar uma sucessão no Irã. Quem tem poder, na minha opinião, são os árabes ricos, como Arábia Saudita, Omã, Bahrein… Todo o Golfo Pérsico. Depois, aparecem China e Rússia, porque os chineses importam muita energia do Irã. Já a Rússia, tem relações estreitas com os iranianos na área de cooperação nuclear”, disse.

“O Brasil não tem excesso de poder para influenciar a sucessão no Irã. O Brasil vai mais observar e acompanhar, já que o Irã é membro dos Brics e temos interesse na cooperação energética internacional. O Brasil não é uma Rússia ou Arábia Saudita, mas está começando a ser importante no mundo da energia, já que tem grandes reservas. Nesse sentido, o Brasil tem grande interesse”, finalizou o colunista do iG.




Joias furtadas por Bolsonaro: PF encontra imagens do “kit ouro branco” nos EUA

ORCRIM BOLSONARISTA
Joias furtadas por Bolsonaro: PF encontra imagens do “kit ouro branco” nos EUA
Joias, que foram separadas do Rolex vendido e recomprado na Pensilvânia após início das investigações, fazem parte de um conjunto avaliado em mais de R$ 500 mil.

Jair Bolsonaro, Frederick Wassef e o Rolex recomprado na Pensilvânia.

A equipe de investigadores deslocada aos EUA pela Polícia Federal (PF) fizeram novas descobertas que complicam ainda mais a situação de Jair Bolsonaro (PL) nas investigações sobre o furto de joias do acervo da Presidência feito pelo ex-presidente.

Após perder as eleições para Lula e articular uma tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro fugiu para os EUA às vésperas da posse, no final de dezembro de 2022, levando em malas uma série de joias recebidas principalmente em visitas a países árabes, para serem vendidas ilegalmente no país.

Segundo informações de Bela Megale, do jornal O Globo, nos EUA os agentes conseguiram imagens inéditas do “kit ouro branco”, com anel, caneta, abotoaduras e um rosário islâmico cravejados de diamantes.O kit incluia ainda o Rolex que foi vendido ilegalmente na Pensilvânia e recomprado pela organização criminosa após o início das investigações. O conjunto, recebido em visita oficial a Arábia Saudita em outubro de 2019, foi avaliado em mais de R$ 500 mil.

As joias foram vendidas de forma ilegal para a loja “Goldie’s”, em Miami, na Flórida, pelo tenente coronel Mauro Cid, que chegou a ser preso duas vezes e firmou acordo de delação premiada com a PF.

Os agentes conseguiram imagens de anúncios de revenda das joias, que comprova a negociata ilegal.

A operação, realizada em parceria com o FBI (Agência Federal de Investigação dos EUA), ainda obteve documentos que comprovam a ação da quadrilha comandada por Bolsonaro na venda das joias da União.

Veja imagem do kitKit ouro branco furtado por Bolsonaro do acervo da Presidência (PF)

 




Quem são os 12 jurados que vão decidir destino de Trump em julgamento

Ex-presidente dos EUA Donald Trump

Em apenas três dias, um tribunal descartou centenas de moradores de Manhattan para formar o júri no primeiro julgamento criminal de um ex-presidente na história dos Estados Unidos. Apenas 12 pessoas foram selecionadas — sete homens e cinco mulheres.

Encontrar um grupo de jurados imparciais no caso contra Donald Trump – um dos políticos mais polarizadores dos EUA – não foi tarefa fácil.

Trump é acusado de falsificar registros financeiros empresariais para encobrir um pagamento clandestino feito à ex-atriz pornô Stormy Daniels, pouco antes das eleições de 2016. Ele nega as acusações.

“Aqueles que são claramente tendenciosos estão fora”, disse Jeremy Saland, ex-procurador de Manhattan.

Para proteger suas identidades, o juiz de Nova York, Juan Merchan, limitou a quantidade de informações que os repórteres podem compartilhar sobre os 12 escolhidos.

Mas pelo que sabemos, trata-se de um grupo com bom nível de educação. As cinco mulheres e sete homens incluem um litigante civil do Upper East Side, um banqueiro de investimentos com MBA, um engenheiro de segurança do West Village e e um gestor de patrimônio aposentado.

Ter jurados altamente qualificados é valioso no julgamento, diz Saland, que não está ligado ao caso. “Você precisa de alguém que seja capaz e inteligente o suficiente para analisar o que aconteceu e aplicar a lei.”

Mas os jurados deverão enfrentar intensa pressão externa no julgamento que terá impacto na candidatura de Trump à presidência.

“Não é um caso criminal comum ou comum”, disse Saland. “Isso vai pesar muito em suas mentes.”

Confira a seguir as 12 pessoas que decidirão o destino jurídico do ex-presidente.

Jurado 1 – Trabalha com vendas

O jurado número um vem da Irlanda. Presidente do júri, encarregado de acompanhar as deliberações, hoje trabalha com vendas e é casado. Nas horas vagas, ele gosta de tudo que se pratica “ao ar livre” e recebe notícias do New York Times, do Daily Mail e da Fox News.

Jurado 2 – Banqueiro de investimento

O jurado número dois é um banqueiro de investimentos com MBA que mora com a esposa no bairro de Hell’s Kitchen. Para se divertir, ele gosta de ouvir música e ir a shows.

Ele leu partes do livro de Trump, The Art of the Deal.

“Embora não tenha opiniões firmes ou crenças fortes, acompanho as notícias”, disse ele, acrescentando que lê “basicamente tudo” devido ao seu trabalho nos mercados de capitais.

Jurado 3 – Advogado

O jurado número três mora em Chelsea. Ele trabalha com direito societário e gosta de caminhar e correr. Para obter notícias, como muitas outras pessoas, ele lê o New York Times e o Wall Street Journal.

Jurado 4 – Engenheiro de segurança

O jurado número quatro mora no West Village há 15 anos. Ele é engenheiro de segurança e gosta de trabalhar madeira e metal e gosta de ouvir podcasts de comédia em seu tempo livre.

Ele já fez parte do júri de um processo criminal, mas não se lembra se houve veredicto.

Quando questionado pelos promotores, no final do processo de seleção do júri, se ele teria alguma preocupação em retornar um veredicto de culpado, ele disse: “Não”. Ele também disse que não tinha sentimentos fortes em relação ao ex-presidente.

Jurada 5 – Professora

A jurada número 5 nasceu e foi criada no Harlem. Hoje é professora e uma pessoa “criativa de coração”, que adora teatro, escrever e viajar.

Ela disse que tem amigos com opiniões fortes sobre Trump, mas acrescentou que não é uma pessoa política e não se importa muito com as notícias.

“O presidente Trump fala o que pensa e prefiro isso do que alguém que está no cargo e não sabe o que está pensando”, disse ela durante o processo de seleção do júri.

Jurada 6 – Engenheira de software

A jurada número seis se formou recentemente na faculdade e mora em Chelsea. Ela trabalha como engenheira de software e gosta de passar tempo com amigos e familiares e ir a restaurantes. Ela lê o New York Times e também recebe notícias do Google e do TikTok.

Jurado 7 – Advogado civil

O jurado número sete mora no Upper East Side. Ele trabalha como advogado civil, mas disse ao tribunal que não sabe muito sobre direito criminal. Ele é casado e tem filhos e gosta de passar tempo com eles ao ar livre.

Ele lê o New York Times, o Washington Post e o New York Post. Ele também ouve o podcast Car Talk.

Ele disse ao tribunal que tem “opiniões políticas” sobre o período de Trump no cargo, gostando de algumas de suas políticas e não gostando de outras.

Jurado 8 – Gestor de patrimônio aposentado

O jurado número oito é um gestor de patrimônio aposentado. Ele mora no Upper East Side há décadas e tem MBA. Ele pratica ioga “todas as manhãs” e lê a BBC, o New York Times e a CNN. Ele tem um filho e uma filha.

Jurada 9 – Fonoaudióloga

A jurado número nove mora no Upper East Side e trabalha como fonoaudióloga. Ela tem mestrado e gosta de ir a restaurantes e assistir TV para se divertir. Ela disse que não acompanhava as notícias muito de perto, mas gosta de podcasts de reality shows.

“Acredito firmemente que posso ser justa e imparcial”, disse ela durante o processo de seleção.

Jurado 10 – Trabalhador do setor de comércio eletrônico

O jurado número 10 vem de Ohio. Ele trabalha com comércio eletrônico e ouve podcasts de psicologia comportamental. Ele adora animais. Ele não acompanha muito as notícias, mas lê o New York Times.

Jurada 11 – Gerente de desenvolvimento de produto

Nascida na Califórnia, a jurada número 11 é gerente de desenvolvimento de produtos e seus hobbies incluem explorar a cidade e comer.

Ela disse ao tribunal que não gosta do “personagem” de Trump.

“Eu realmente não concordo com algumas de suas políticas, mas isso não significa que não possa ser imparcial”, disse ela. “Não gosto de alguns dos meus colegas de trabalho, mas não tento sabotar o seu trabalho”, acrescentou ela, provocando risos no tribunal.

Jurada 12 – Fisioterapeuta

A jurada número 12 mora no Upper East Side e é fisioterapeuta. Ela é casada e gosta de correr, jogar tênis e ver música ao vivo, além de podcasts esportivos. Ela lê o New York Times, o USA Today e a CNN.

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STF reage a relatório divulgado nos EUA e diz que todas as suas decisões são fundamentadas

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE – Sérgio Lima – 30.jun.23/AFP

O STF (Supremo Tribunal Federal) reagiu ao relatório divulgado por uma comissão do Congresso dos Estados Unidos com uma série de decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes.

O documento contém ordens judicias enviadas ao X (antigo Twitter) com determinação de derrubada de perfis e conteúdos na plataforma. As ordens enviadas às empresas que administram as redes sociais, no entanto, não são acompanhadas de fundamentação, tendo apenas a decisão que manda retirar uma página do ar.

Por meio de nota divulgada na quinta-feira (18), a assessoria da corte rebateu e afirmou que “não se trata das decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas sim dos ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão”.

E prossegue: “Fazendo uma comparação, para compreensão de todos, é como se tivessem divulgado o mandado de prisão (e não a decisão que fundamentou a prisão) ou o ofício para cumprimento do bloqueio de uma conta (e não a decisão que fundamentou o bloqueio)”.

O texto diz ainda que “todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação”.

Ao ser questionado pela reportagem nesta quinta, o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, respondeu que, por enquanto, não comentaria a questão, mas que “é um problema de política interna dos Estados Unidos”.

Para Barroso, a divulgação dos documentos se trata de uma manifestação de parlamentares de oposição ao presidente americano Joe Biden. O modo como se tem protegido a democracia no Brasil, enfrentando a desinformação criminosa, teria sido apenas o pretexto, segundo a sua leitura.

As decisões divulgadas no relatório foram obtidas a partir de intimação parlamentar feita ao X, de propriedade do bilionário Elon Musk. Quando defendeu o impeachment de Moraes, o empresário prometeu que publicaria em breve ordens de Moraes que, segundo ele, “violam as leis brasileiras”.

O relatório produzido pela comissão parlamentar foi intitulado “O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. O colegiado é presidido pelo deputado Jim Jordan, polêmico republicano fortemente ligado ao ex-presidente Donald Trump —ídolo do bolsonarismo.

O relatório deixa de fora das críticas à liberdade de expressão no Brasil menções aos ataques antidemocráticos e à investigação de uma possível trama golpista no governo Jair Bolsonaro (PL). O documento tem 541 páginas com considerações gerais, 28 ordens judiciais (em português e em inglês) de Alexandre de Moraes ao X (antigo Twitter), outras 23 ordens do ministro sem tradução para o inglês e mais 37 documentos expedidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

 

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