SOLON EXPLICA QUE DECISÃO DO SUPREMO NÃO MUDA NÚMERO DE VEREADORES NAS CÂMARAS MUNICIPAIS, MAS DIMINUI DE 36 PARA 30, CADEIRAS NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

  • Em efeito cascata, a repercussão geral da decisão do Supremo provocará também a eliminação de seis das 36 vagas na Assembléia Legislativa, diz o jurista, que possui Mestrado pela Faculdade de Coimbra (Portugal), Doutorado pela USP (Universidade de São Paulo) e PHD pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

Por esse critério, os Estados que esperam aumentar vagas podem ser beneficiados com mais cadeiras do que o previsto inicialmente e os que perderiam, conseguiriam manter o número atual ou diminuir as perdas de deputados a serem eleitos em 2026.

“Seria uma solução legislativa com base estatística, para que não se contrarie o que foi decidido pelo Supremo”, explica.

A Constituição Brasileira determina que a representação na Câmara dos Deputados deve ser proporcional à população de cada estado.

  • Porém, os constituintes definiram o mínimo de 8 e o máximo de 70 deputados por unidade da Federação e não o somatório total de cadeiras, que hoje é de 513 e pode perfeitamente, do ponto de vista jurídico-legal, ser ampliado 600, 550, etc, a critério dos integrantes do Poder Legislativo, em Brasília-DF.

O número de cadeiras divididas por bancadas estaduais não é alterado desde dezembro de 1993, ano em que ocorreu o último recálculo das vagas na Câmara a partir da aprovação de uma Lei Complementar.

  • Não houve atualização do tamanho das bancadas a partir dos dados dos dados coletados pelo IBGE nos Censos de 2000 e 2010.

Solon Benevides lembra que esse tipo de alteração na representação ocorre com frequência em democracias maduras, a exemplo dos Estados Unidos da América do Norte.

O Congresso tem prazo até o dia 30 de junho de 2025 para realizar essa redistribuição das vagas.

  • Se a Câmara não fizer esse recálculo, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral determinar, até o dia 1º de outubro de 2025, qual será o número de deputados de cada Estado e também do Distrito Federal, com validade para a legislatura de 2027.



Deputados vão debater na ALPB coligações partidárias nas eleições proporcionais

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A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta quarta-feira (8), audiência pública para discutir o retorno das coligações partidárias nas eleições proporcionais. O debate foi proposto pela Mesa Diretora da Casa de Epitácio Pessoa após o plenário da Câmara Federal rejeitar a proposta que adotaria o ‘distritão’ e permitir o retorno das alianças entre os partidos. Além da participação dos deputados estaduais, a audiência contou ainda com a presença do senador Veneziano Vital do Rêgo.

No último dia 11 de agosto, um acordo entre partidos na Câmara Federal trouxe de volta as coligações partidárias nas eleições proporcionais para deputados federais, estaduais e vereadores. O texto, já encaminhado ao Senado, precisa ser promulgado ainda este mês para que a regra passe a valer já no pleito eleitoral de 2022. As coligações tinham sido extintas em 2017 e a nova regra passou a valer nas eleições municipais de 2020.

Contrário ao fim das coligações, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino, demonstrou preocupação com o fato de o acordo realizado no âmbito da Câmara Federal não ser mantido no Senado. Na avaliação do presidente, a proibição das alianças traz prejuízos à democracia. “No parlamento paraibano, a maioria se mostra favorável ao retorno das coligações. Entendemos que é muito ruim para a democracia fechar as portas do ‘distritão’ e também das coligações, visto que, na prática, só iríamos ter apenas dez partidos na Paraíba, pois os demais irão caducar ou se juntar a outras siglas”, afirmou. Galdino alega que a ideia de por fim as alianças têm como base a divisão do Fundo Partidário para um menor número de legendas “A gente percebe que por trás desse fundo ideológico que alguns colocam, existe o Fundo Partidário, que é a razão maior. Hoje temos mais de 30 partidos no Brasil e, com o fim das coligações, só vão existir no máximo dez. Logo, esse Fundo Partidário passaria a ser dividido por apenas dez siglas”, alertou o presidente. Ele destacou que a decisão adotada na Câmara Federal tem o apoio da população e o parlamento paraibano espera que o mesmo aconteça no Senado. “Queremos debater sobre o tema e obter conhecimentos sobre o que é melhor para o sistema político paraibano para que possamos fazer política em 2022 atendendo aos anseios partidários de todos nós”, concluiu o presidente.

Para o deputado Hervázio Bezerra, a audiência foi uma oportunidade necessária para promover o diálogo entre o Senado e a Assembleia. Ao senador Veneziano, Hervázio alertou que a rejeição ou a aprovação da proposta no Senado interfere diretamente no Legislativo estadual. “A decisão que os senadores vão tomar afeta a nós, deputados estaduais e federais. Com responsabilidade, vossa excelência haverá de tomar a melhor decisão para nós, deputados estaduais”, disse.

“Temos que ver aquilo que é ideal para a nossa realidade”, defendeu o deputado Anderson Monteiro. Historicamente contrário às coligações, o deputado disse ser favorável que haja uma diminuição na quantidade de partidos. “Que isso não se confunda com censura ou com cláusulas de barreiras, trata-se de uma melhor organização dentro na Câmara federal”, explicou. No entanto, Anderson avalia que a alteração aprovada em 2017 e aplicada nas eleições municipais de 2020 não foi bem sucedida, desta forma, é necessário que haja uma melhor adequação a melhor opção apresentada no momento. “Se a opção que temos é o que ocorreu em 2020 ou o retorno das alianças entre os partidos, por mais que eu tenha sido contra, defendo o retorno das coligações”, declarou Anderson Monteiro.

A deputada Pollyanna Dutra disse que o sistema de coligações partidárias favorece os partidos pequenos e as “pessoas mais parecidas com o povo: negros, LGBTs, mulheres, trabalhadores comuns”. Na opinião da parlamentar, a coligação partidária dá oportunidade às pessoas simples chegarem ao parlamento. “Se não fossem as coligações, seria impossível eu estar aqui como mulher sertaneja, representando o meu povo, a minha região”. Pollyanna solicitou ao senador Veneziano que, no Senado, se coloque favorável ao retorno das alianças entre as siglas nas eleições proporcionais. “Gostaria que vossa excelência tivesse bastante atenção nessa votação lá no Senado e, como vice-presidente do Senado, usasse do seu poder de influência. É muito difícil lutar contra o dinheiro e a máquina para que uma pessoa simples venha a se eleger e representar, de fato e de direito, o povo”, reforçou.

Também defensor das coligações, o deputado Wilson Filho, disse que a forma atual de eleição para um estado do porte da Paraíba é uma realidade que se mostrou inviável, pois, segundo ele, dificulta a formação de chapa. Ao pedir o voto favorável pela volta das coligações ao senador Veneziano, ponderou que essa deve ser uma decisão individualizada. “Se o MDB tomar uma decisão contrária à coligação, acho que o senhor pode usar um dos argumentos aqui trazidos, para votar pela coligação”, sugeriu Wilson.

Para o senador Veneziano, as constantes mudanças de regras nas eleições fragilizam o sistema partidário e o sistema político, além de trazer insegurança jurídica para os que concorrem. Após ouvir as demandas dos deputados estaduais, o senador Veneziano Vital do Rêgo revelou que algumas reuniões no âmbito do Senado e dentro dos partidos ainda deverão acontecer para que a proposta seja analisada. “Há pontos controversos, que precisam ser revistos e formatados. Por isso, definimos essas reuniões, para chegarmos a um entendimento comum”. De acordo com Veneziano, a proposta ainda não foi levada à Comissão de Constituição Justiça e Redação do Senado, o que deverá acontecer ainda esta semana. Segundo o senador, existe por parte do presidente da Casa, o senador Rodrigo Pacheco, a firme disposição de votá-la. “Levo a Brasília todas as considerações feitas e deixarei a todos informados de todo o processo”, garantiu Veneziano.

A audiência pública aconteceu de forma remota e contou também com a participação da deputada Dra. Paula e dos deputados Lindolfo Pires, João Gonçalves, Chió, Jutay Menezes, Inácio Falcão, Janduhy Carneiro e Júnior Araújo.




Deputados João Gonçalves e Tovar são eleitos para cargos na Mesa da Assembleia

Com 24 votos favoráveis, o deputado estadual João Gonçalves foi eleito na manhã desta segunda-feira (1º) primeiro-secretário da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Mais dois deputados concorriam a vaga: Pollyanna Dutra ficou em segundo lugar, com 11 votos, e Wallber Virgolino ficou em terceiro lugar, com apenas um voto, o dele mesmo.

A segunda vice-presidência da Assembleia ficou com o deputado Tovar Correia Lima, que obteve 35 votos dos colegas.

Em virtude da ausência do equipamento eletrônico, disponível apenas na sede da Assembleia, a eleição foi realizada em cédula de papel e com apuração manual, como determina o Regimento Interno da Casa.

Drive Thru

O deputado Edmilson Soares, que integra o grupo de risco, e passou recentemente por uma cirurgia, pediu e teve autorização para votar dentro do carro.

Logo após a eleição todos foram empossados nos novos postos.

Composição da Mesa Diretora da ALPB

O deputado Adriano Galdino permanece presidente da Casa de Epitácio Pessoa, pois foi eleito para os dois dois biênios. Completam a Mesa Diretora de 2021 e 2022 os seguintes deputados:

Tião Gomes- 1º vice-presidente;
Tovar Correia Lima– 2º vice-presidente;
Felipe Leitão – 3º vice-presidente;
Galego Souza – 4ª vice-presidente;
João Gonçalves– 1º secretário;
Bosco Carneiro – 2º secretário;
Dra Paula Francinete – 3º secretário;
Anderson Monteiro – 4º secretário;
Camila Toscano- 1º suplente;
Moacir Rodrigues – 2º suplente;
Caio Roberto – 3º suplente
Walber Virgolino – 4º suplente.