Câmara de João Pessoa aprova ‘Aluguel de Transição Emergencial’ para famílias do Complexo Beira Rio

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A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) aprovou, na sessão ordinária híbrida desta quinta-feira (4), o ‘Aluguel de Transição Emergencial’ às famílias que atualmente residem em condições de extrema precariedade no Complexo Beira Rio. Também foram aprovadas duas realocações orçamentárias e cinco homenagens a personalidades da cidade.

MP 12/2021, dispõe sobre as normas que regulamentam a implantação do ‘Aluguel de Transição Emergencial’ que será pago às famílias que atualmente residem em condições de extrema precariedade no Complexo Beira Rio para que estas possam ser realocadas voluntariamente em residências próximas que tenham segurança e salubridade, até que cesse o estado de precariedade constatado pelos órgãos públicos, em especial a Defesa Civil, limitado a 24 meses e à disponibilidade de dotação orçamentária  e recursos financeiros destinados a essa finalidade, conforme planejamento da execução do Programa João Pessoa Sustentável.

Já o PLO 646/2021, de autoria do Executivo Municipal, autoriza a realocação de dotações orçamentárias através dos instrumentos do remanejamento da transposição e da transferência de recursos de uma categoria de programação para outra no valor de R$ 8.709.500,00, nos seguintes órgãos: Gabinete do Prefeito, na Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Sedec), Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e Secretaria da Administração. Por sua vez, o PLO 714/2021, realoca R$ 1.800.000,00 na Secretaria Municipal de Habitação Social (Semhab). Ambos foram acatados pela Comissão.

Também foram aprovados cinco Projetos de Decreto Legislativo (PDL) com homenagens a personalidades locais: o 22/2021, do vereador Carlão (Patriota), concedendo a Medalha Cidade de João Pessoa ao ex-gestor da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Evaldo Cavalcanti da Cruz Neto; os 26/2021, 27/2021, 28/2021 e 29/2021, dos vereadores Marmuthe Cavalcanti (PSL), Emano Santos (PV), Milanez Neto (PV) e Durval Ferreira (PL), outorgando a cidadania pessoense à enfermeira obstetra e idealizadora do projeto ‘Hora do Colinho’, Mariluce Ribeiro e Sá, ao jornalista Danilo Miranda de Medeiros Alves, à pastora Cláudia Roberta Pimentel Barbosa e à missionária Eva Rego Oliveira Nóbrega, respectivamente.

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O COMPLEXO DE VIRA-LATAS: Escrito Por Rui Leitao

O COMPLEXO DE VIRA-LATAS: Escrito Por Rui Leitao
“O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Nossa tragédia é que não temos o mínimo de auto-estima”. Essa declaração de Nelson Rodrigues, retrata bem o sentimento chamado de “complexo de vira-latas” a que muitos de nós estão assumindo nos tempos atuais. É muito normal vermos hoje em dia frases como: “só no Brasil acontece isso”, “tinha que ser no Brasil”, na compreensão de que o mundo todo presta, menos o Brasil.
A expressão “complexo de vira-latas” foi cunhada também por Nelson Rodrigues, numa crônica escrita às vésperas da Copa do Mundo de 1958, quando ele se referia ao pessimismo que tomava conta dos brasileiros quanto ao sucesso de nossa seleção. Essa sensação prévia de falta de confiança, foi causada pelo trauma vivenciado por ocasião da inesperada derrota para o Uruguai na decisão de 1950, em pleno Maracanã lotado. Ele afirmou: “por complexo de vira-latas entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca perante o mundo”.
Dali por diante toda vez que vemos alguém se lamuriando pelo fato de ser brasileiro, dizemos que ele está alcançado pelo “complexo de vira-latas”. Essa manifestação tem se acentuado ultimamente, por conta das decepções resultantes dos escândalos de corrupção a que estamos diariamente sendo informados. Como se a chaga da corrupção fosse um mal unicamente da índole brasileira.
Na verdade, antes de falarmos mal do Brasil, é necessário que façamos uma autocrítica no sentido de promovermos mudanças de mentalidade e de comportamento. Urge a precisão de que aconteça entre nós uma revolução cultural. Transformar essa mentalidade subalterna, de desconhecimento dos nossos próprios valores, de ignorância dos acontecimentos gloriosos de nossa história, em sentimento de honra patriótica. Somos um povo alegre, trabalhador, sofrido, mas corajoso. Não podemos deixar que o desânimo, a desesperança e o desalento, façam com que nos sintamos incapazes de reagir em busca de modificar o que possa ser apontado como nossas deficiências e imperfeições.
Eu não embarco nessa do “complexo de vira-latas”. Tenho orgulho de ser brasileiro. Nossa terra é bonita e rica por natureza, em todos os sentidos. Se temos defeitos, temos também muitas qualidades, e ao invés de realçarmos nossas falhas, devemos valorizar nossas peculiaridades positivas, nossos predicados invejados pelo mundo, nossos atributos de excelência, que são muitos. Essa negação de amor à pátria, representa atitude de sujeição ao império das vontades vindas de fora, submissão ao estrangeiro, fraqueza de personalidade.
www.reporteriedoferreira.com.br   Por Rui Leitão, Jornalista, advogado e escritor.