Cloroquina, supernotificação, ‘relatório’ do TCU seguem no discurso de Bolsonaro

Presidente voltou a defender o tratamento precoce contra a Covid-19 e disse que há uma “supernotificação” de casos no Brasil

Bolsonaro faz discurso citanto
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Bolsonaro faz discurso citanto “supernotificação” de mortes por Covid-19 e “relatório paralelo” do TCU

Em frente ao obelisco do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um discurso ao final da  “motociata” que aconteceu neste sábado (12). “Vocês me autorizaram quando votaram em mim em 2014”, disse Bolsonaro, afirmando que “existe mais de uma maneira de se perder a vida”, dando a entender que há outras causas de morte que não a Covid-19.

Bolsonaro disse que é preciso ver o que aconteceu em países vizinhos ao Brasil. “Lamentamos e muito o que aconteceu na Venezuela. Hoje existem milhares de venezuelanos em Pacaraima [Roraima] para serem interiorizados. Como nós, eles fugiram da demagogia, da ditadura, da opressão e da violência”. afirmou.

“O socialismo e comunismo é muito bom para quem está no poder, para a cúpula que organiza aquele país. Não para o resto, para o povo todo, até para aqueles que defendem na rua, que me chamam de genocida, mas nem sabem o que é isso”, disse Bolsonaro.

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Ex-ministro diz que Itamaraty buscou insumos para a cloroquina no exterior com interlocução de Bolsonaro

Ernesto Araújo – (Foto: Agência Senado)

O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo afirmou nesta terça-feira (18), em depoimento à CPI da Pandemia, que o Itamaraty buscou ajuda no exterior para importação de insumos da cloroquina a pedido do Ministério da Saúde na gestão de Pazuello e interlocução do presidente Jair Bolsonaro.

“Em função de um pedido do Ministério da Saúde foi que nós procuramos ajudar a viabilizar uma importação de insumos para farmacêuticas brasileiras produzirem hidroxicloroquina”, disse Enersto.

O ex-chanceler disse ainda que a importação “já estava contratada”, mas que a Índia “havia bloqueado as exportações”. “Já estava contratado, mas a Índia, justamente como havia uma procura mundial, não se sabia se a cloroquina teria uma procura ainda maior, havia bloqueado exportações”, afirmou.

Questionado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), se houve participação do presidente Jair Bolsonaro, Ernesto respondeu: “Sim”.

Sobre o medicamento
A CPI da Covid apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid e eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios. Uma das linhas de investigação da Comissão é justamente apurar atos do governo que incentivaram o uso da cloroquina. O remédio é cientificamente comprovado ineficaz contra a doença. A Associação Médica Brasileira (AMB) condena o uso do medicamento.




CPI da Covid-19 deve apurar distribuição de cloroquina e ouvir fabricantes de vacinas

Senador Randolfe Rodrigues Foto: Agência Senado

Recomendação do distanciamento social, a produção e distribuição de hidroxicloroquina e cloroquina durante a pandemia, e a demora na compra de vacinas, estão entre os assuntos que deverão ser investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Congresso Nacional.

Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que deve assumir a vice-presidência da CPI, é provável que se definam sub-relatorias diante do grande volume de trabalho.

Todos os ministros que comandaram a Saúde no governo Jair Bolsonaro e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, serão chamados a falar, segundo o senador Otto Alencar (PSD-BA). Também devem ser ouvidos os principais fabricantes de vacina, em especial a Pfizer, cuja negociação com o governo federal ficou travada por meses, diz Randolfe.

Os integrantes da CPI, cuja instalação deve ocorrer na próxima semana, ainda são cautelosos sobre quais serão os investigados da comissão. Mas há expectativa que Eduardo Pazuello figure entre os alvos.

Ele está na mira do Tribunal de Contas da União, onde ministros apoiam a apuração de responsabilidades do general e defendem que ele receba multa por erros cometidos na gestão da pandemia. Um dos primeiros atos da CPI será justamente requerer documentos ao TCU e ao Ministério Público Federal.

Os senadores têm reforçado sua posição de isenção e que não chegam na CPI com conclusões tomadas. Mas a pressão sobre o governo federal será intensa.

Randolfe Rodrigues diz que é “explícita” a influência do presidente Jair Bolsonaro em decisões erradas tomadas pelo Ministério da Saúde no enfrentamento da pandemia.

Ele defende fazer uma cronologia dos posicionamentos do presidente e relacionar com o avanço da crise. “Qual a consequência do presidente dizer à população que é só uma gripezinha, que não vai comprar a ´vachina´ do Doria, que quem tomar vacina vai virar jacaré, a demora em fechar a compra da Pfizer?”, diz o senador.

Otto Alencar diz que a ideia é fazer uma CPI também propositiva, que pressione o governo a corrigir rumos. Ele faz um diagnóstico ácido da gestão do Ministério da Saúde até agora.

“O governo passou um ano com um ministro à frente da Saúde com procedimentos totalmente equivocados, que realmente não deram certo, tanto que houve expansão da doença, veio a segunda onda, com falta de oxigênio, falta de insumos do kit intubação, o drama no Amazonas”, diz o senador.

Alencar, que é médico e foi secretário de saúde na Bahia, diz que o país ouviu “muito besteirol” de integrantes do governo federal durante a pandemia.

“Besteiras faladas por pessoas que não tem formação médica, a começar pelo presidente Jair Bolsonaro. Tudo o que ele falou foi errado: gripezinha, cloroquina, anita. Se nem a ciência entende direito ainda a doença, será ele a entender?”.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) tem feito críticas públicas à gestão do governo Jair Bolsonaro. Em entrevista publicada neste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo, disse que “não há dúvida nenhuma que um dos principais culpados pela situação a que nós chegamos é o governo federal”.

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Barrado na ALPB projeto do “kit do capitão” que distribuiria hidroxicloroquina aos profissionais da saúde da PB

Em meio a tantos deslizes por parte do Ministério da Saúde, na condução da pandemia do novo coronavírus, a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) derrubou por 14 votos a 12 (além de duas abstenções), o projeto de lei do líder da bancada de oposição, deputado estadual Cabo Gilberto (PSL), que queria obrigar o governo do estado a distribuir para os profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate à covid-19 um kit de medicamentos composto pela Ivermectina, Vitamina D e Zinco, Azitromicina e Hidroxicloroquina, que foi apelidado de ‘kit Capitão’.

O deputado estadual Anísio Maia (PT) foi um dos que se colocou contra o projeto. Segundo ele, a proposta não tinha base cientifica para se mostrar eficaz.

“Os medicamentos de prevenção são válidos, mas eles devem ser indicados pelos médicos e não por nós deputados”, disse Maia, destacando que A iniciativa, remanescente de agosto do ano passado e denominado de “kit do capitão”, chegou a obter parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e estava acompanhado de uma emenda do deputado Taciano Diniz (Avante).

A emenda obrigava prévia receita médica, mas, mesmo assim, do mesmo jeito que aconteceu na Comissão de Saúde da Casa, a matéria terminou barrada pelo plenário depois de intensa discussão.

Mesmo ponderando suas posições depois de conhecer a emenda do deputado-médico Taciano Diniz, o primeiro a contestar o projeto foi o deputado Anízio Maia (PT), para quem a matéria contrariava as orientações científicas desde o começo da pandemia.

O deputado Cabo Gilberto autor do projeto lembrou que o projeto não é recente e que ganhando a emenda do deputado Taciano Diniz só teria a contribuir no combate à covid-19, especialmente no que se refere a oferecer mais um apoio dos poderes públicos àqueles profissionais que atuam na linha de frente nos hospitais e postos de saúde do estado.

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Governo planeja ‘Dia D’ contra Covid-19 com recomendação de cloroquina e irrita ministro da Saúde

 

“Se tem cloroquina escrito, está errado”, afirmou o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, sobre campanha do governo Bolsonaro cujo slogan é “tratamento precoce é vida”

Eduardo Pazuello, Jair Bolsonaro e Hidroxiclorquina (Foto: Reprodução)

 

247 – O governo de Jair Bolsonaro planeja um ‘Dia D’ contra a Covid-19 no dia 3 de outubro, segundo a CNN. O slogan da campanha é “tratamento precoce é vida”, pedindo que as pessoas, no primeiro sintoma, procurem um médico e solicite o tratamento precoce, com hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e zinco. O kit não será distribuído pelo governo à população.

A medida irritou o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. “Se tem cloroquina escrito, está errado. Vamos corrigir. Falei muitas vezes pros meus secretários que não era pra ter nome de medicamento”, reclamou. O documento cita a hidroxicloroquina pelo menos três vezes.

Pazuello disse que o ‘Dia D’ não vai servir para incentivar o uso de nenhum remédio, mas para reforçar que as pessoas busquem um atendimento médico logo no início dos sintomas do novo coronavírus, para prevenir.

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Flávio Bolsonaro,Testou positivo para covid-19.” Estou bem, sem sintomas e tratando em casa”, escreveu no Twitter

 

“Estou bem, sem sintomas e tratando em casa”, escreveu o senador Flávio Bolsonaro

(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 – O senador Flávio Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (25) que testou positivo para Covid-19 e que está fazendo uso da hidroxicloroquina e azitromicina, medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada para o tratamento da doença.

Flávio afirmou que está se sentindo bem e que seguirá em casa.

“Testei positivo para covid-19. Estou bem, sem sintomas e tratando em casa com hidroxicloroquina e azitromicina. Obrigado a todos pelas mensagens de apoio e orações!”, escreveu no Twitter.

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Ministério da Saúde já admite mudar recomendação contra a cloroquina

Remédio sugerido por Jair Bolsonaro é inútil contra o coronavírus e condenado pela Sociedade Brasileira de Infectologia

Cloroquina
Cloroquina (Foto: REUTERS/George Frey)

(Reuters) – O Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira que avalia diariamente as novas evidências relativas ao uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 e reconheceu que provavelmente mudará sua orientação atual, depois que a Sociedade Brasileira de Infectologia cobrou que os medicamentos sejam abandonados no tratamento de qualquer fase da doença.

“Estamos vendo quais são as evidências mais novas publicadas na literatura universal, então já somamos mais de 1 mil evidências em quase 70 boletins de evidências científicas, esses boletins são atualizados diariamente. E se mudará as orientações? Provavelmente sim. A ciência, ela muda dia após dia”, disse Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do ministério, em entrevista coletiva.

Ele não detalhou qual tipo de mudança de orientação pode ser feita pelo ministério, mas disse que muitos artigos têm se posicionado contra o uso da cloroquina em pacientes em fase tardia da doença, quando “o vírus praticamente já não está mais presente” e a pessoa está sofrendo processos inflamatórios muito fortes.

“O ministério vai continuar acompanhando essas evidências diariamente e trazendo o melhor que se tem de informação atualizada. Se houver informação a favor, pode ser que uma nota informativa vire até uma orientação mais formalizada. Se vier uma orientação contra, pode ser que a nota informativa traga uma orientação diferente daquela que hoje se encontra. Da nossa parte não há problema nenhum em mudar a orientação”, acrescentou.

Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 em todas as etapas da doença, apesar da falta de comprovação científica de eficácia.

Inicialmente o medicamento era recomendado pela pasta apenas para casos graves, mas o ministério ampliou a orientação em maio para todas os estágios da Covid-19 por pressão do presidente Jair Bolsonaro, um defensor do medicamento assim como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Desde que anunciou ter testado positivo para coronavírus na semana passada, Bolsonaro afirmou que estava tomando o remédio e tem defendido o uso pelas pessoas contaminadas, mesmo reconhecendo a falta de comprovação científica de eficácia.

Nesta sexta-feira, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou um informe em que disse ser urgente e necessário que a hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da Covid-19, citando dois estudos internacionais divulgados nesta semana que se somaram a outros afirmando que o medicamento não é eficaz e pode provocar efeitos colaterais.

Segundo a SBI, os estudos completam a avaliação de eficácia e segurança do seu uso nas três fases da doença: profilaxia, tratamento precoce e pacientes hospitalizados, sem mostrar qualquer benefício clínico e ainda provocando eventos adversos.

“Com essas evidências científicas, a SBI acompanha a orientação que está sendo dada por todas sociedades médicas científicas dos países desenvolvidos e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de que a hidroxicloroquina deve ser abandonada em qualquer fase do tratamento da Covid-19”, afirmou.

A nota da SBI foi divulgada após a revelação, na véspera, de que o Ministério da Saúde enviou ofício à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pedindo que a instituição dê ampla divulgação ao tratamento com cloroquina nos primeiros dias de sintomas de Covid-19.

A recomendação foi dada apesar de a OMS ter suspendido testes com o medicamento em vários países, inclusive o Brasil, depois que os resultados de outros estudos não mostraram benefício do medicamento contra malária para tratar a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.

“A Fiocruz está ciente das orientações do Ministério da Saúde sobre o uso ´off label´ (quando o fármaco é utilizado para uma indicação diferente daquela que foi autorizada pelo órgão regulatório, a Anvisa) da cloroquina e da hidroxicloroquina contra a Covid-19. A Fiocruz entende ser de competência dos médicos sua possível prescrição”, disse a Fiocruz em nota.

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Empresários amigos de Bolsonaro lucram com propaganda de cloroquina

Segundo o Sindusfarma, consumo de cloroquina cresceu 358% no Brasil desde o início da pandemia. Laboratórios que produzem o medicamento no país pertencem a amigos de Jair Bolsonaro, que se tornou uma espécie de garoto propaganda da substância

(Foto: YouTube/Reprodução)

247 – A propaganda feita por Jair Bolsonaro em defesa do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 alavancou os negócios das cinco empresas autorizadas a produzir o medicamento no Brasil. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, dados o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) apontam que o consumo de cloroquina cresceu 358% desde o início da pandemia. A droga, porém, não tem eficácia comprovada contra o coronavírus.

Ainda conforme a reportagem, o laboratório Aspen, pertencente ao empresário Renato Spallicci, triplicou a produção do medicamento Reuquinol, que tem a cloroquina como base à base da substância. No dia 26 de março, uma caixa do remédio produzido pelo laboratório foi mostrada por Bolsonaro durante um encontro virtual de líderes do G-20.

Nesta semana, após afirmar ter sido diagnosticado com Covid-19, Bolsonaro voltou a exibir uma caixa de hidroxicloroquina, produzida pela SEM, que integra o grupo empresarial de Carlos Sanchez, que também é dono do laboratório Germed e que também possui autorização da Anvisa para produzir o medicamento.

“Por volta das 17h (de terça-feira) tomei um comprimido de cloroquina. Recomendo que você faça a mesma coisa. Sempre orientado pelo médico. É um testemunho meu: tomei e deu certo, estou muito bem”, disse Bolsonaro durante sua live semanal, visualizada por cerca de 1,6 milhão de pessoas. “No meu caso deu certo. Não estou ganhando nada com isso. Não tenho nenhum negócio com essa empresa”, completou.

Sanchez é apontado pela  Forbes como o 16.º homem mais rico do Brasil, com um patrimônio estimado em cerca de U$ 2,5 bilhões, e já teve ao menos duas reuniões com Bolsonaro desde o começo da pandemia.

O laboratório Cristália, do empresário Ogari de Castro e segundo-suplente do líder do governo no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO) também foi beneficiado pela propaganda feita pro Bolsonaro, assim como a empresa francesa Sanofi-Aventis, que tem entre seus sócios o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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FDA revoga autorização emergencial de uso da cloroquina nos EUA

Órgão americano afirma que benefícios contra a Covid-19 não superam os riscos; confira os detalhes

Por iG Último Segundo | 15/06/2020 15:38 – Atualizada às 15/06/2020 15:38

cloroquina

Agência Brasil

Eficácia da cloroquina não foi comprovada por estudos científicos

O FDA (Food and Drug Administration), agência que exerce o mesmo papel da Anvisa nos Estados Unidos, revogou a autorização emergencial para o uso das drogas cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento de casos severos da Covid-19 . Os medicamentos são utilizados no tratamento de malária, lúpus e artrite, porém, não há evidência científica de que tenha efeitos contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Segundo a nota do FDA, os benefícios do uso de cloroquina e hidroxicloroquina não superam os riscos do medicamento, que pode causar adversidades cardíacas e outros efeitos colaterais graves.

O medicamento era utilizado em casos graves de Covid-19 desde o dia 28 de março, com forte apoio do presidente Donald Trump . No Brasil, há a preocupação de que a autorização do uso dos medicamentos possa causar pressão de paciente sobre médico. “A população vai literalmente pedir o remédio. Muitas vezes, até exigir”, contou o médico Dr. Felipe Bueno à reportagem do iG Último Segundo.

Segundo o médico, faltam estudos que comprovem a eficácia do uso da cloroquina. “As autoridades que estudam a Covid-19, no caso, infectologistas, pneumologistas e intensivistas, não recomendam o uso’, afirma o Dr. Bueno.

Segundo pesquisas, os medicamentos podem causar arritmia. Nos casos mais severos, há risco de alterações na condução de estímulos no coração, causando piora de doenças cardíacas. “Qualquer remédio tem riscos, efeitos adversos e colaterais. Nenhum paciente está isento de risco quando toma uma medicação. Quando a cloroquina é bem indicada por um médico que faz uma avaliação anterior, o risco de problemas é mais baixo, mas ele ainda existe”, explica o Dr. Bueno

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O fim da obsessão de Trump pela cloroquina

O presidente dos EUA, Donald Trump, se dirige ao jardim da Casa Branca, em Washington, na segunda-feira (11) — Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP

Tal como o brasileiro Jair Bolsonaro, e mais recentemente o venezuelano Nicolás Maduro, o presidente americano insistiu o quanto pôde no uso de medicamentos indicados para malária e lúpus — hidroxicloroquina e cloroquina — para tratar o novo coronavírus. Mas com uma diferença: a obsessão de Donald Trump em recomendar o remédio pelo menos 50 vezes cessou em meados de abril, quando a FDA, a agência que regula alimentos e medicamentos, alertou para a falta de comprovação de sua eficácia e segurança na prescrição para a Covid-19.

O entusiasmo de Trump pela hidroxicloroquina também custou o cargo de um alto funcionário. Rick Bright, o ex-diretor da Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado, revelou ter sido demitido por resistir à pressão do presidente para que a droga fosse aplicada no tratamento de infectados pelo novo coronavírus antes da comprovação em estudos clínicos.

Nicolás Maduro é entusiasta da hidroxicloroquina, assim como Bolsonaro — Foto: Miraflores Palace/Handout via Reuters

Nicolás Maduro é entusiasta da hidroxicloroquina, assim como Bolsonaro — Foto: Miraflores Palace/Handout via Reuters

“HIDROXICLOROQUINA E AZITROMICINA, juntos, têm uma chance real de ser uma das maiores mudanças na história da medicina”, twittou o presidente, em letras maiúsculas, no dia 21 de março.

Durante a quarentena, que confinou mais de 95% da população em suas casas, o medicamento era prescrito diariamente por ele, em rede nacional, como uma “tremenda promessa” de solução para a pandemia que ameaçava seu governo.

“O que nós temos a perder?”, repetia. “O que eu sei? Não sou médico. Mas eu tenho bom senso. A FDA se sente bem com isso, como vocês sabem, a aprovou.” Não era bem assim. A FDA deu apenas autorização limitada para o uso emergencial de hidroxicloroquina, mas não o aval como tratamento do novo coronavírus.

As opiniões de Trump colidiam frequentemente com as de conselheiros da área de saúde. Entre eles, o conceituado Anthony Fauci, principal autoridade em doenças infecciosas da Casa Branca, onde já trabalhou para seis presidentes. A cautela era a palavra de ordem e contrastava com a euforia de Trump.

As advertências de que sua eficácia não tinha embasamento científico eram insuficientes para demover a obsessão do presidente em abraçar a hidroxicloroquina como a cura para o vírus. Até que novos estudos divulgados por respeitadas instituições médicas mostrando os graves riscos de efeitos colaterais da droga acabaram por silenciar seu maior relações-públicas na Casa Branca.

Uma pesquisa com veteranos do Exército dos EUA apontou, por exemplo, um índice de letalidade de 28% entre os pacientes da Covid-19 que foram submetidos à hidroxicloroquina, mais do que o dobro em relação aos que receberam o tratamento padrão.

O entusiasmo pelo uso da cloroquina ainda persiste no Palácio do Planalto, em Brasília, e no Palácio Miraflores, em Caracas, como um improvável elo de ligação entre Bolsonaro e Maduro. Embora conhecidos inimigos, ambos estão em busca de soluções mágicas para se verem livres da pandemia.