Butantan receberá insumos da CoronaVac vindos da China na próxima semana

“Boa notícia”, comemorou João Doria pelas redes sociais; Produção tinha sido parada na semana passada

 Governador de São Paulo João Doria (PSDB)
Reprodução/Flickr

Governador de São Paulo João Doria (PSDB)

O governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou na tarde desta segunda-feira (17) que a China liberará a exportação de 4 mil litros de insumos, capazes de produzir 7 milhões de doses da CoronaVac na quarta-feira da próxima semana (26).

“Boa notícia”, celebrou Doria pelas redes sociais. A produção de doses da vacina produzida no Instituto Butantan está paralisada desde a última quarta-feira (12), pela falta de IFA (insumo farmacêutico ativo) para produzir o imunizante.

Confira o tuíte:

Em entrevista coletiva na última sexta-feira (14), o governador paulista fez um apelo as autoridades chinesas para liberar os insumos necessários para produzir as doses de vacina. “Os brasileiros não pensam como o presidente da República do Brasil”, disse. “Os brasileiros continuam agradecendo a China por ajudar a salvar vidas no nosso país.”

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Renan: impeachment de Bolsonaro poderá ser consequência das investigações da CPI

“O impedimento do presidente será – ou não – uma consequência da própria investigação. Não é a CPI que vai pedir”, disse o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros

Renan Calheiros
Renan Calheiros (Foto: Pedro França/Agência Senado)

247 – O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, condenou as críticas contra ele feitas por Jair Bolsonaro e disse que um eventual processo de impeachment poderá acontecer em função das investigações do colegiado sobre a atuação do governo federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19. “O impedimento do presidente será – ou não – uma consequência da própria investigação. Não é a CPI que vai pedir”, disse Renan ao podcast “A Malu tá ON”, de acordo com reportagem do jornal GGN.

“Nós não temos em nenhum outro país um chefe de governo, ou chefe de Estado, que ficou tão contra a vacina como o presidente da República do Brasil. Nós temos isso catalogado na linha do tempo, em frases que apavoraram o mundo”, ressaltou o parlamentar.

Renan também criticou os ataques que Bolsonaro fez à China, maior parceiro comercial do Brasil e também o maior fornecedor de insumos para a produção de vacinas contra a Covid. Nesta semana, o ex-capitão insinuou que o país asiático teria criado o coronavírus em laboratório para uso em uma “guerra química, bacteriológica e radiológica”.

“Isso é estilo próprio do presidente da República, mas assim, ele não faria um depoimento daquele, repetindo depoimentos catastróficos que tem feito ao longo dessa pandemia se nos ouvisse”, afirmou o senador.

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Generais críticos a Bolsonaro não descartam impeachment e articulam terceira via

Generais veem Bolsonaro minado por erros cometidos durante a pandamia

À espera de Mourão
Vasconcelo Quadros

À espera de Mourão

Em 27 meses no cargo, o general Hamilton Mourão construiu uma trajetória bem diferente da dos vices nos últimos 60 anos. Ele tem atribuições de governo e comanda efetivamente nichos importantes da política ambiental e de relações exteriores. É, por exemplo, mediador de conflitos com a China, processo iniciado com um encontro com o presidente do país, Xi Jinping, em 2019, restabelecendo a diplomacia depois de duros ataques feitos por Jair Bolsonaro ainda na campanha.

Mourão esforça-se para não parecer que conspira, mas é visto por militares e especialistas ouvidos pela Agência Pública como um oficial de prontidão diante de uma  CPI que pode levar às cordas o presidente Jair Bolsonaro pelos erros na condução da pandemia.

“Como Bolsonaro virou um estorvo, os generais agora querem colocar o Mourão no governo”, diz o coronel da reserva Marcelo Pimentel Jorge de Souza, um dos poucos oficiais das Forças Armadas a criticar abertamente o grupo de generais governistas que, na sua visão, “dá as ordens” e sustenta o governo de Bolsonaro.

Ex-assessor especial do general Carlos Alberto Santos Cruz na missão de pacificação no Haiti, Jorge de Souza está entre os militares que enxergam o movimento dos generais como uma aposta num eventual impeachment e ascensão de Mourão – que, por sua vez, tem fechado os ouvidos para o canto das sereias.

“Mourão jamais vai ajudar a derrubar Bolsonaro para ocupar a vaga. O que ele pode é não estender a mão para levantá-lo se um fato grave surgir. Honra e fidelidade são coisas muito sérias para Mourão”, diz um general da reserva que conviveu com o vice-presidente, mas pediu para não ter o nome citado.

A opção Mourão é tratada com discrição entre os generais que ocupam cargos no governo. Três deles, Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional, o GSI) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), formam o núcleo duro fechado com o presidente. Os demais, caso a crise política se agrave, são uma incógnita. Mas são vistos como mais acessíveis à influência dos generais da reserva que romperam com Bolsonaro e articulam a formação de uma terceira via pela centro-direita.

“O que fazer se a opção em 2022 for Lula ou Bolsonaro? É sentar na calçada e chorar”, afirma à Pública o general Sérgio Etchegoyen, ex-ministro do GSI no governo Michel Temer (MDB).

Embora se recuse a fazer críticas ao presidente, Etchegoyen acha que os sucessivos conflitos entre Executivo e Judiciário criaram no país um quadro grave de “instabilidade e incertezas”, que exigirá o surgimento de lideranças mais adequadas à democracia.

General Sérgio Etchegoyen, ex-ministro do GSI no governo Michel Temer

“O Brasil não precisa de um leão de chácara. Precisa de alguém que conheça a política e saiba pacificar o país”, diz o general.

O ex-ministro sustenta que 36 anos depois do fim do regime militar, com a democracia madura, a reafirmação do compromisso das Forças Armadas contra qualquer aventura autoritária a cada surto da política tornou-se desnecessária e repetitiva. E cutuca a imprensa: “Alguém ensinou um modelo de análise à imprensa em que a possibilidade de golpe está sempre colocada”, diz, referindo-se à crise provocada por Bolsonaro na demissão de Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, e dos comandantes militares. Para ele, a substituição é parte da rotina de governo e das crises decorrentes da política. “Ministros são como fusíveis que podem queimar na alta tensão da política. Quem não tiver vocação para fusível que não vá para o governo”, afirma.

Generais articulam terceira via para eleição

As articulações por uma terceira via são comandadas por generais da reserva, que já ocuparam cargos em governos e, até o agravamento da pandemia do coronavírus, se encontravam com frequência em cavalgadas no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), sede dos Dragões da Independência, grupamento do Exército sediado no Setor Militar Norte de Brasília, encarregado de guarnecer o Palácio do Planalto.

Os ex-ministros Etchegoyen e Santos Cruz e o general Paulo Chagas, ex-candidato ao governo do Distrito Federal, embora em diferentes linhas, fazem parte do grupo. Têm em comum o gosto pela equitação e bom trânsito com o vice, que também gosta do esporte e frequentava o 1º RCG ao lado de outros generais, o ex-comandante do Exército Edson Pujol e civis como Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa, ex-PCdoB, hoje pré-candidato à presidência em 2022 pelo Solidariedade.

Mourão defende Exército e “vai ficar na cara do gol”

Nas ocasiões em que foi sondado para substituir Bolsonaro diante da probabilidade de impeachment ou para se colocar como terceira via, Mourão rejeitou as duas hipóteses. Segundo fontes ouvidas pela Pública , ele “não se furtaria” a assumir, mas só o faria dentro de limites constitucionais, ou seja, em caso de vacância no cargo.

“O Mourão se impôs um limite ético para lidar com a política. Não disputará contra Bolsonaro e nem imporá desgaste a ele. É um homem de visão de mundo diferenciada, entende muito do que fala, compreende o país e tem trânsito confortável na política externa. Seu perfil não é do interesse do presidente e nem oposição”, avalia a fonte próxima ao vice.

Em entrevista à TV Aberta, de São Paulo, na quinta-feira, 22 de abril, Mourão disse que, por lealdade, não disputará com Bolsonaro em 2022 e apontou como seu horizonte a candidatura ao Senado ou simplesmente a aposentadoria. Em janeiro, quando veio à tona notícia sobre um assessor parlamentar da vice-presidência que falava com chefes de gabinete de vários deputados sobre a necessidade de se preparar para um eventual impeachment, Mourão o demitiu, marcando sua postura pública sobre a questão.

Mourão diz que, por lealdade, não disputará com Bolsonaro em 2022

Crítico corrosivo de Bolsonaro e um dos mais empenhados na construção da terceira via, o general Paulo Chagas vê Mourão como um reserva preparado tanto para um eventual impeachment quanto como nome viável pela terceira via. “Benza Deus que ele aceite! Mourão tem toda capacidade para colocar ordem na casa democraticamente, mas isso agora não interessa ao presidente nem à oposição, que quer ver Bolsonaro sangrar até o fim do governo”, diz.

O coronel Jorge de Souza pensa diferente. “Mourão não vai em bola dividida. Ficará na cara do gol”, afirma, referindo-se ao provável desgaste que Bolsonaro enfrentará com o avanço da CPI da Covid, o que, na sua opinião, poderá desengavetar um dos mais de cem pedidos de impeachment parados na Câmara.

Nesta segunda, 26 de abril, em entrevista ao jornal Valor Econômico , o vice defendeu a caserna e antagonizou mais uma vez com Bolsonaro. Afirmou que o Exército não pode ser responsabilizado pela atuação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. E disse que chegou a aconselhar o ex-ministro a deixar o serviço da ativa quando ele assumiu o combate à pandemia. À tarde, logo depois de ter recebido a segunda dose da vacina Coronavac, se recusou a falar sobre a CPI. “Isso aí não tem nada a ver comigo. Sem comentários”, desvia-se.

A CPI deve pegar Bolsonaro em pontos frágeis: o insistente apelo à população pelo uso de medicação sem eficácia, o boicote ao distanciamento social, a falta de remédios para intubação e de oxigênio para UTIs, a recusa em comprar vacina a tempo de evitar o espantoso aumento de mortes e a demora em prover a saúde de insumos necessários ao combate à pandemia.

Reforça as acusações – 23 delas listadas pelo próprio governo em um documento encaminhado a todos os ministérios – um pedido de impeachment da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no qual um parecer do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto sustenta existirem indícios fortes de crime de responsabilidade cometido pelo presidente. O parecer afirma que Bolsonaro sabotou as medidas que poderiam aliviar a tragédia, o que acabou transformando o vírus numa espécie de arma biológica contra a população. A OAB entretanto ainda não protocolou o pedido, e pode fazê-lo em pleno vigor da CPI.

Bolsonaro não conseguiu barrar a CPI e ainda terá de enfrentá-la em desvantagem, já que o controle da investigação, pelo acordo fechado, será exercido pela oposição.

“A CPI vai render manchetes diárias, mostrará nomes, extratos, vai revolver a política”, alerta o general Etchegoyen, com a experiência de quem teve sob seu controle a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e enfrentou as muitas crises do governo Temer.

www.reporteriedoferreira.com.br  Por Ig




João Azevêdo discute cronograma de envio de insumos para produção de vacinas contra a Covid-19 com Embaixada da China

O governador João Azevêdo participou, nesta sexta-feira (5), por meio de videoconferência, de reunião do Fórum de Governadores do Brasil com representantes da Embaixada da China, ocasião em que discutiram um possível estabelecimento de cronograma de entrega do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) nos próximos meses para a produção de vacinas nos Institutos Butantan e Fiocruz, permitindo aos estados um melhor planejamento para a distribuição dos imunizastes.

Além dos governadores, participaram da reunião remota, o embaixador Yang Wanming; e os ministros conselheiros Qu Yuhui e Li Qi.

O chefe do Executivo estadual ressaltou a importância da celeridade da fabricação de vacinas para conter o avanço da doença. “Nós queremos imunizar a nossa população o mais rápido possível para reduzir o número de casos e, consequentemente, de internações e de óbitos. Nós temos trabalhado incansavelmente desde o início para salvarmos vidas e a chegada da vacina nos dá a esperança e a certeza de que venceremos essa luta contra o coronavírus e, assim, poderemos vivenciar o nosso novo normal”, pontuou.

O embaixador da China, Yang Wanming, destacou a disposição do país de manter a parceria com o Brasil no combate à pandemia do coronavírus. “A vacina é capaz de conter a pandemia e garantir a saúde de todos e fico feliz pela aprovação do uso emergencial da Coronavac. Essa cooperação entre os dois países traz esperança, confiança e benefícios para o povo brasileiro. Nós somos parceiros estratégicos e vamos ajudar o Brasil com toda nossa capacidade para vencermos a pandemia o mais rápido possível”, falou.




CoronaVac: 10 perguntas para entender a vacina do Butantan

Instituto deu início à fabricação de doses do imunizante enquanto aguarda os resultados preliminares de eficácia para pedir o registro da CoronaVac a tempo de dar início à vacinação em 25 janeiro, como anunciado pelo governo de SP

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Rafael Barifouse – Da BBC News Brasil em So Paulo

CoronaVac: 10 perguntas para entender a vacina do Butantan

O Butantan anunciou na quinta-feira (10/12) que começou a fabricar a CoronaVac , vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o instituto.

“É a primeira vacina contra a covid-19 produzida no Brasil”, disse Dimas Covas, diretor do Butantan.

O instituto começou a produção na quarta-feira e adotou desde então um regime de fabricação intensivo para ter prontas em janeiro 40 milhões das 46 milhões de doses que o governo de São Paulo espera ter em mãos para dar início ao seu plano de imunização. As outras 6 milhões são importadas da China.

Mas, primeiro, é preciso atestar que a vacina protege de fato contra a covid-19, o que está sendo investigado por estudos feitos no Brasil e em outros países.

Até o momento, as pesquisas já comprovaram que a CoronaVac é segura e produz uma resposta imune.

Mesmo sem ter ainda os resultados da eficácia da vacina, que são cruciais para registrar a CoronaVac junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o governo paulista anunciou na última segunda-feira (07/12) que dará início à vacinação em 25 de janeiro.

Com mais de 69 milhões de infectados e 1,5 milhão de mortos no mundo por causa da covid-19, há uma grande expectativa em torno não apenas dessa, mas das 214 vacinas que estão sendo desenvolvidas atualmente contra o coronavírus, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde.

Desse total, 52 já estão sendo testadas em humanos, das quais 13 estão na última fase desta etapa de pesquisa, a chamada fase 3, quando se verifica a eficácia. Entre elas, está a CoronaVac.

A BBC News Brasil preparou uma série de perguntas e respostas para esclarecer o que se sabe sobre a vacina do Butantan até o momento. Confira a seguir.

O que dizem as pesquisas até o momento?

Os estudos da vacina da Sinovac começaram a ser feitos no início de maio na China.

As duas primeiras fases investigaram se o imunizante é seguro e se consegue gerar uma resposta do sistema imunológico. Ao todo, participaram 743 voluntários, com idades entre 18 e 59 anos.

A CoronaVac teve bons resultados em ambos os critérios. Os resultados foram divulgados no início de agosto e publicados na revista The Lancet , uma das mais prestigiadas do meio científico, em meados de novembro.

A pesquisa testou duas dosagens do imunizante, uma mais baixa (3µg) e outra mais alta (6 ug) e concluiu que a aplicação da menor dose era a mais indicada.

Dentre os que tomaram essa dose, 97% apresentaram uma resposta imunológica, ou seja, a vacina induziu à produção de anticorpos, que foram detectados no organismo até 28 dias depois da aplicação da segunda dose da vacina, prazo limite de avaliação usado no estudo.

O estudo concluiu que a vacina é segura ao apontar que nenhum efeito colateral grave relacionado à vacina foi identificado dentro dos 28 dias em nenhuma das duas fases da pesquisa.

Embalagem da CoronaVac

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Testes da CoronaVac começaram em maio na China

A taxa de eventos adversos entre os participantes variou entre 13% e 38%, conforme a fase do estudo, a dose tomada e o momento em que a avaliação foi feita.

A maioria dos eventos adversos foram leves, sendo o mais frequente dor no local da injeção, e os pacientes se recuperaram em até 48 horas.

A segurança da vacina foi atestada também pelos estudos de eficácia realizados no Brasil com 9 mil voluntários nacionais.

Resultados preliminares divulgados no final de outubro apontaram que 35% dos participantes tiveram efeitos adversos.

Os mais comuns foram dor, edema e inchaço no local da aplicação, dor de cabeça e fadiga. Não foram detectados efeitos colaterais graves.

Mas mostrar que a vacina é segura não quer dizer muita coisa, afirma Jorge Kalil, diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor).

“Para registrar uma vacina, o mais importante é a eficácia. Precisa ver se ela protegeu contra a doença, se ela deixou a doença mais branda”, diz Kalil.

A CoronaVac protege contra a covid-19?

É exatamente isso que os testes de fase 3 estão investigando. Eles estão sendo realizados não só no Brasil, mas também na Indonésia, na Turquia e no Chile.

No Brasil, os testes de fase 3 são feitos pelo Butantan com 13 mil profissionais de saúde voluntários com idades entre 18 e 59 anos.

Eles são divididos em dois grupos: um recebe a vacina e outro, placebo. Nem os participantes nem os pesquisadores sabem em qual grupo está cada voluntário.

Ao fim do estudo, será analisada a proporção de pessoas que receberam a vacina e ficaram doentes para atestar sua eficácia.

Mas o protocolo da pesquisa prevê que análises preliminares de eficácia podem ser feitas quando ao menos 61 ou 151 casos de covid-19 estejam confirmados entre os participantes.

Pessoa com vacina em frente ao rosto

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Estudos investigam agora a eficácia da CoronaVac

Isso foi atingido no final de novembro, segundo o governo de São Paulo, quando o primeiro patamar foi ultrapassado, com 74 casos confirmados.

Isso permite que um comitê de especialistas tenha acesso aos dados para saber de qual grupo fazem parte essas pessoas que ficaram doentes e avaliar se a vacina funciona ou não.

Se nestas análises a maioria dos que ficaram doentes estiver no grupo que tomou placebo, o comitê poderá concluir que a eficácia foi comprovada, o que permitirá apresentar esses resultados à Anvisa para solicitar o registro da vacina ou uma permissão de uso em regime emergencial.

A expectativa do Butantan e do governo de São Paulo é que a análise do resultados sejam concluídos no próximo dia 15.

Caso eles não sejam satisfatórios, uma segunda análise poderá ser feita quando houver 151 casos confirmados. “Não consideramos essa possibilidade no momento”, declarou Dimas Covas.

Qual é a taxa de eficácia que uma vacina deve ter?

A imunologista Cristina Bonorino, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, diz que, em geral, uma vacina deve ter uma taxa de eficácia de 70%, ou seja, ser capaz de proteger sete em cada dez pessoas que a tomarem.

“Porque aí a gente consegue atingir a chamada imunidade de rebanho , e há uma chance maior de proteger a população como um todo”, afirma Bonorino.

Dimas Covas já declarou anteriormente que deve pedir o registro à Anvisa caso a CoronaVac tenha uma eficácia de ao menos 50%.

A própria Anvisa já indicou que pode aceitar uma eficácia neste patamar, diante da situação de emergência criada pelo novo coronavírus.

Como funciona a CoronaVac?

A vacina da Sinovac usa vírus inativados, ou seja, que foram expostos em laboratório a calor e produtos químicos para não serem capazes de se reproduzir.

Por isso, eles não conseguem nos deixar doentes, mas isso é suficiente para gerar uma resposta imune e criar no nosso organismo uma memória de como nos defender contra uma ameaça.

O processo começa logo após a aplicação da vacina. As células que dão início à resposta imune encontram os vírus inativados e os capturam, ativando os linfócitos, células especializadas capazes de combater microrganismos.

Anticorpos atacam vírus

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CoronaVac usa vírus inativados para gerar resposta imune

Os linfócitos produzem anticorpos, que se ligam aos vírus para impedir que eles infectem nossas células.

Enquanto isso, estimulam a produção e recrutam outras células do sistema imune, que começam a destruir as células que já foram infectadas pelos vírus da vacina.

Os linfócitos se diferenciam em células de memória, que permanecem no corpo e permitem uma reação imune mais ágil se o vírus nos infectar de novo.

Quais são as vantagens e desvantagens da tecnologia da CoronaVac?

A vacina da Sinovac usa uma tecnologia bastante tradicional de imunização, desenvolvida há cerca de 70 anos, diz o imunologista Aguinaldo Pinto, professor da Universidade Federal de Santa Catarina.

“Não há nada de novo na tecnologia por trás dessa vacina. Temos muitas vacinas de vírus inativados sendo comercializadas hoje”, afirma Pinto.

Entre as que tomamos de rotina que utilizam essa tecnologia, estão as de gripe, hepatite A e poliomielite (na versão injetável).

A seu favor, conta a experiência de décadas no seu uso em saúde pública e sua segurança.

Mas elas são mais caras para serem produzidas, porque é necessário cultivar uma grande quantidade de vírus em laboratório, que devem então ser submetidos ao processo de inativação.

Operário da Sinovac verifica frasco da CoronaVac

EPA

Como é feita a produção pelo Butantan?

O instituto anunciou que a fabricação ocorrerá em turnos sucessivos, sete dias por semana, para que a produção diária alcance a capacidade de 1 milhão de doses por dia.

Desta forma, a fábrica funciona sem parar, 24 horas por dia, para dar conta da demanda. Até outubro, a operação era de segunda a sexta-feira, em dois turnos.

Atualmente, a fábrica tem 245 profissionais. Outros 120 serão contratados para reforçar a produção da vacina.

O primeiro lote terá aproximadamente 300 mil doses. O Butantan espera, assim, ter até janeiro 40 milhões de doses prontas produzidas localmente.

Outras 6 milhões de doses serão importadas da China, das quais 120 mil já estão no Brasil.

Como será a vacinação?

O governo de São Paulo anunciou em 7 de dezembro que a vacinação com a CoronaVac terá início em 25 de janeiro, embora ela não tenha sido aprovada ainda pela Anvisa.

Por enquanto, foram anunciados os detalhes apenas da primeira fase do plano de imunização, que tem como público-alvo profissionais de saúde, pessoas com mais de 60 anos, indígenas e quilombolas.

De acordo com o governo paulista, estes grupos respondem por 77% das mortes causadas pelo novo coronavírus no Estado.

Isso implicará na vacinação de 9 milhões de pessoas e no uso de 18 milhões de doses, porque cada pessoa deve tomar duas doses da CoronaVac, com uma diferença de 21 dias entre elas.

A vacinação será gratuita e realizada por meio de 10 mil postos de vacinação, dos quais 4,8 mil serão novos locais, criados especialmente para a campanha, com o uso provisório de escolas, quartéis e farmácias, por exemplo.

A previsão é que a primeira fase do plano esteja concluída até 28 de março, quando o governo paulista estima que 20% dos 46 milhões de habitantes do Estado estarão imunizados.

A primeira fase do plano seguirá o seguinte calendário, para evitar aglomerações nos postos de saúde:

* profissionais da Saúde, indígenas e quilombolas: 25/01 (1ª dose) e 15/02 (2ª dose);

* pessoas com 75 anos ou mais: 08/02 (1ª dose) e 01/03 (2ª dose);

* pessoas com 70 a 74 anos: 15/02 (1ª dose) e 03/03 (2ª dose);

* pessoas com 65 a 69 anos: 22/02 (1ª dose) e 15/03 (2ª dose)

* pessoas com 60 a 64 anos: 01/03 (1ª dose) e 22/03 (2ª dose)

Cada grupo deverá procurar os postos de vacinação ao longo da semana seguinte após a data de início. O atendimento será das 7h às 22h de segunda a sexta e das 7h às 17h aos sábados, domingos e feriados.

Tudo será feito apenas pelo sistema público de saúde, e não há previsão por enquanto de aplicação na rede privada.

O governador João Doria disse que não será preciso comprovar a residência no Estado para ser vacinado. “Todo e qualquer brasileiro que estiver em solo do Estado e pedir a vacina será vacinado”, afirmou.

Ainda não foram divulgados detalhes sobre as próximas etapas do plano de imunização.

Mulher é vacinada

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Vacinação dará prioridade a profissionais de saúde, idosos, indígenas e quilombolas

Vai ser obrigatório tomar a vacina?

João Doria disse em meados de outubro que a vacina contra a covid-19 seria obrigatória em todo o Estado. Segundo Doria, somente quem tiver um atestado médico que comprove que ele não pode ser imunizado seria liberado.

“Adotaremos medidas legais se houver contrariedade nesse sentido”, disse o governador na época.

No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é adversário político de Doria, afirmou que quem ofereceria vacinas contra a covid-19 seria o Ministério da Saúde, mas “sem impor ou tornar a vacina obrigatória”.

Desde então, nem o governador nem o presidente voltaram a tratar do assunto.

Em meio a esse embate, o Supremo Tribunal Federal (STF) dará seu parecer sobre se Estados e municípios podem obrigar a população a se vacinar.

Há duas ações sobre o tema na Corte, ambas relativas à lei criada em fevereiro que prevê medidas de combate à pandemia, entre elas a possibilidade de vacinação obrigatória.

Uma é movida pelo PDT, que pede que o STF reconheça o direito de Estados e municípios de impor a vacinação. Outra, do PTB, defende que essa possibilidade é inconstitucional. Ambas são relatadas pelo ministro Ricardo Lewandowski.

O julgamento começaria na sexta-feira (11/12), mas o presidente do STF, Luiz Fux, adiou a análise pelo plenário para 16 de dezembro.

A CoronaVac vai estar disponível em outros locais do país?

É provável que sim. Mas as condições em que isso vai acontecer ainda são incertas.

O governo de São Paulo disse que disponibilizará 4 milhões das 46 milhões de doses já compradas para que outros Estados imunizem profissionais de saúde.

De acordo com Doria, 11 já manifestaram interesse: Acre, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Roraima.

Doria também informou que mais de 900 municípios já manifestaram interesse na vacina, mas a relação não foi divulgada.

Por sua vez, o ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, chegou a assinar um protocolo de intenção para a aquisição de 46 milhões doses da CoronaVac.

Mas foi no dia seguinte desautorizado por Bolsonaro em uma mensagem pelo Facebook , na qual o presidente disse que, como o imunizante ainda não tinha sido autorizado pela Anvisa, sua decisão era de “não adquirir a referida vacina”.

Questionado por Doria em uma reunião com governadores na última terça-feira (08/12), Pazuello disse que comprará a CoronaVac, uma vez que ela esteja registrada na Anvisa, “se houver demanda e houver preço”.

O governo pode ter de fazer isso, queira ou não, caso o STF considere procedentes duas ações.

Uma é movida pela Rede e pede uma liminar para que seja cumprido o protocolo de intenção de compra assinado por Pazuello.

A segunda é de autoria de cinco partidos (PCdoB, PSOL, PT, PSB e Cidadania) e pede que o governo federal seja obrigado a adquirir qualquer vacina aprovada pela Anvisa.

Ambas as ações serão julgadas pelo plenário no próximo dia 17.

Quem mais usa a CoronaVac além do Brasil?

Diferentemente do que disse Bolsonaro, que afirmou que nenhum outro país tem interesse na vacina da Sinovac, outros quatro países já aplicam ou têm planos de aplicar o imunizante.

* China: a CoronaVac ainda não foi oficialmente registrada no país, mas já está sendo Chin;

usada, em regime emergencial, por funcionários do governo chinês, como profissionais de saúde e equipes que trabalham nas fronteiras. Ela é uma das três vacinas que estão sendo empregadas para este fim.

* Indonésia: o país firmou um contrato para compra de 50 milhões de doses. No último domingo (06/11), chegaram as primeiras 1,2 milhão. O governo indonésio diz que vacinação começará em dezembro, de forma gratuita, com prioridade para os profissionais que estão na linha de frente do combate à pandemia.

* Turquia: o país anunciou que começará a vacinação no final de dezembro. O ministério da Saúde local tem um acordo para o fornecimento de 50 milhões de doses. A vacina ainda não foi oficialmente aprovada no país, mas, segundo o governo turco, será concedida uma autorização de uso antecipada se os laboratórios do país confirmarem que a CoronaVac é segura e após a revisão dos preliminares dos testes de eficácia feitos no país.

* Chile: o país anunciou no fim de setembro ter aprovado a realização de estudos locais de eficácia da CoronaVac. O governo do país fechou ainda um acordo para o fornecimento de 20 milhões de doses.

www.reporteriedoferreira.com.br   Por BBC News Brasil




Bolsonaro critica OMS e troca farpas veladas com a China na cúpula do BRICS

Evento aconteceu virtualmente na manhã desta terça-feira (17)

Bolsonaro
Reprodução

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a participação na cúpula do BRICS

O presidente  Jair Bolsonaro (sem partido) e o presidente da China Xi Jinping trocaram farpas em seus discursos diplomáticos na manhã desta terça-feira (17), na Cúpula Virtual do BRICS.

“O Brasil lutará para que prevaleça em um mundo pós pandemia um sistema internacional pautado pela liberdade, pela transparência e segurança. Para que isso se concretize, é fundamental defender a democracia e defender as prerrogativas soberanas dos países”, disse Bolsonaro .

O discurso do chefe do Executivo brasileiro tocou em assuntos delicados para a China . O temor que a nova geopolítica internacional seja marcado por uma influência forte de Pequim está entre os temores do Itamaraty.

Jair Bolsonaro também fez críticas à Organização Mundial de Saúde (OMS) e alegou que há um “monopólio”. O líder brasileiro também solicitou uma reforma da Organização Mundial do Comércio.

Críticas rebatidas

O discurso do presidente da China reforçou que os atos de “bullying” estão aumentando no cenário internacional, em referência velada às posturas adotadas tanto por Jair Bolsonaro quanto por Donald Trump .

O líder chinês falou sobre os riscos de abandonar o multilateralismo.

“A história nos mostra que o multilateralismo pode evitar guerras”, disse Xi , que afirmou por outro lado que o isolacionismo “irá aumentar a tensão e possibilidade de conflitos”.

www.reporteriedoferreira.com.br Por Ig




Embaixador da China reage a declarações de Bolsonaro sobre vacina

 

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, usou as redes sociais para ressaltar os investimentos bilionários de empresas chinesas no Brasil

Embaixador da China reage a declarações de Bolsonaro sobre vacina

O embaixador da China  no Brasil,  Yang Wanming, ressaltou, nesta quarta-feira (21), os investimentos bilionários de empresas chinesas no Brasil. A postagem foi feita após declarações do presidente  Jair Bolsonaro  (sem partido) que, contradizendo o ministro da Saúde,  Eduardo Pazuello, afirmou que o governo federal  não vai comprar a vacina  ‘CoronaVac’, desenvolvida pela farmacêutica chinesa ‘Sinovac’, em parceria com o  Instituto Butantan. 

“Nos últimos 2 anos, empresas chinesas investiram no Brasil mais de US$ 15 bilhões em agricultura, nova energia, telecomunicação, eletricidade, petróleo, infraestrutura, logística etc., com mais US$ 5 bilhões de novos investimentos já acordados. O total investido no país já superou US$ 80 bilhões e chegará em US$ 109 bilhões em 3 a 5 anos. As empresas chinesas no Brasil criaram mais de 50 mil empregos diretos”, afirmou o embaixador Wanming pelo Twitter.

A polêmica envolvendo os governos se deu por conta do  atrito criado após as delcarações do presidente que foram contra o que o ministro da Saúde,  Eduardo Pazuello, havia dito sobre a compra das vacinas.

Bolsonaro declarou que  “o povo não será cobaia de ninguém”. Ele argumentou que não justifica “um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”.

 

As afirmações do presidente se somam à repercussões negativas geradas por negociações entre os  Estados Unidos e Brasil realizadas na terça-feira (20). O governo americano sinalizou que está disposto a investir para que operadoras de telecomunicações no país não comprem equipamentos de empresas chinesas.

O governo federal  estuda se irá banir a chinesa Huawei de fornecer equipamentos para a rede 5G, cujo leilão entre as operadoras deve ocorrer em 2021.

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Em represália aos EUA, China congela renovação de vistos para repórteres de veículos americanos

 

A China parou de renovar credenciais de imprensa para jornalistas estrangeiros que trabalham em organizações de notícia americanas, segundo os veículos. A medida é uma represália a restrições impostas a repórteres chineses que atuam nos EUA.

Aumenta a tensão entre China e Estados Unidos (Foto: REUTERS/Hyungwon Kang)

 

247 – A China parou de renovar credenciais de imprensa para jornalistas estrangeiros que trabalham em organizações de notícia americanas, segundo os veículos. A medida é uma represália a restrições impostas a repórteres chineses que atuam nos Estados Unidos, em sua maioria correspondentes da mídia estatal do gigante asiático. Em maio, o governo Donald Trump limitou a estadia dos profissionais por 90 dias, prazo que só pode ser estendido com autorização do Departamento de Segurança Nacional.

Pelo menos cinco jornalistas de quatro veículos não conseguiram realizar a renovação anual de suas credenciais com o país asiático na semana passada. Eles receberam uma carta que os autoriza a trabalhar e a morar no país por dois meses, até o dia 6 de novembro. A informação é do jornal O Globo.

Entre os afetados pela medida do governo chinês estão os jornalistas David Culver, da CNN, e Jeremy Page, do Washington Post, o fotojornalista Andrea Verdelli, da Getty, e dois repórteres da Bloomberg.

O porta-voz da Chancelaria chinesa, Zhao Lijian, acusou os americanos de serem “arrogantes”. “Se o governo americano realmente se importa com os jornalistas americanos, ele deveria estender os vistos para todos os jornalistas chineses o mais rápido possível, ao invés de fazer jornalistas dos dois países de reféns”, disse.

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China, Cuba e Rússia avançam na produção da vacina contra a Covid

 

“Os principais veículos de comunicação do mundo propiciam diariamente uma enxurrada de informações – e fazem proselitismo – sobre as vacinas em desenvolvimento nos EUA e Reino Unido, ao passo que desinformam, omitem e tergiversam sobre experiências promissoras como são as das vacinas chinesas, a russa e a cubana”, escreve o jornalista José Reinaldo Carvalho, editor internacional do Brasil 247

(Foto: ChinaDaily)

247 – Por José Reinaldo Carvalho, do Jornalistas pela Democracia – O mundo se aproxima de maneira assustadora de 30 milhões de casos da covid-19, e de um milhão de mortos. Neste sábado (4), os dados oficiais da Organização Mundial de Saúde indicam 26.622.706 de casos confirmados e 874.708 mortes.

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Em tal cenário, passa ao primeiro plano das medidas de prevenção, controle e combate à doença a descoberta e a produção em larga escala de uma vacina que seja a um só tempo segura e eficaz, com capacidade plena de imunização.

A mobilização para alcançar tal objetivo deve ser total. Governos, organizações multilaterais, a comunidade científica, agentes econômicos, a sociedade em geral devem mancomunar esforços para cumprir o sagrado dever da defesa da vida. Nesse quadro, merecem condenação veemente ações negacionistas de governantes, baseados em concepções retrógradas e obscurantistas, que de alguma maneira opõem restrições à vacinação, como fez o ocupante do Palácio do Planalto.

Contra essas concepções e atitudes, valem a ciência e a cooperação internacional. É o que salva vidas, enquanto à retórica negacionista está reservada o lixo da história.

“Neste momento, 172 economias estão envolvidas em conversas para potencialmente participar do Covax, uma iniciativa global que tem o objetivo de trabalhar com fabricantes de vacinas para fornecer aos países em todo o mundo o acesso equitativo a vacinas seguras e eficazes assim que licenciadas e aprovadas”, assinala um informe da Opas Brasil, vinculada à Organização Mundial de Saúde.

O mundo tem hoje em desenvolvimento cerca de 170 candidatas a vacina contra a covid, 24 delas em fase de testes clínicos em humanos. São dados promissores, que despertam esperança e confiança. Há uma fundada expectativa de que o aziago ano de 2020 termine com algumas dessas vacinas já aprovadas e em condições de distribuição maciça. Ou no mais tardar, nos primeiros meses de 2021. Entre estas, destacam-se as vacinas chinesas, a russa e, em uma primeira escala de desenvolvimento, a cubana.

Em um mundo globalizado, marcado por feroz competição de mercados e por hegemonia, a corrida pela vacina é parte integrante do cenário econômico e geopolítico.

Esta corrida vem desde janeiro, quando apareceram as primeiras mortes e os casos de infecção pelo novo coronavírus se multiplicaram e cresceram em flecha.

Os Estados Unidos difundem que sua vacina ficará pronta no mês de outubro. De olho na reeleição, Donald Trump promete valer-se da capacidade tecnológica da gigante farmacêutica Pfizer para promover a vacinação da população estadunidense. A empresa, por seu turno, apresta-se a comparecer no mercado e ganhar bilhões de dólares com a venda da vacina.

No vértice do sistema capitalista, outra vacina que aparece com perspectivas de sucesso imediato é a desenvolvida em conjunto pela Universidade de Oxford e a farmacêutica Astrazeneca. O instituto científico brasileiro Fiocruz tem um convênio para sua produção em nosso país.

Os principais veículos de comunicação do mundo propiciam diariamente uma enxurrada de informações – e fazem proselitismo – sobre essas duas vacinas em desenvolvimento, ao passo que desinformam, omitem e tergiversam sobre experiências promissoras como são as das vacinas chinesas, a russa e a cubana.

Apenas na sexta-feira (4), após a publicação de um estudo na renomada revista científica Lancet, a vacina russa Sputnik V ganhou “foro de cidadania” global entre as vacinas candidatas, segundo esses veículos de comunicação.

A revista reconheceu que a vacina russa induziu resposta imune e não teve efeitos adversos. Mesmo assim, a cobertura dos meios de comunicação brasileiros, principalmente os canais de TV abertos e fechados, demonstraram má vontade, apontando mais lacunas do que os aspectos comprovadamente positivos da Sputnik V. Os resultados dos estudos preliminares apontam para o avanço da pesquisa e dos ensaios clínicos, que entram em sua fase 3, que incluirá testes clínicos com mais de 40 mil voluntários, 10 mil dos quais no Brasil, a partir de convênio com o governo do Paraná.

O país que mais avançou até agora na pesquisa e produção da vacina contra a covid foi a China. Quatro vacinas chinesas estão na terceira fase de testes clínicos internacionais, uma parte destes também no Brasil, a partir de uma parceria entre a farmacêutica chinesa Sinovac-Biotech com o Instituto Butantan, de São Paulo.

Desde o mês de julho, o país asiático iniciou oficialmente o uso de emergência de duas vacinas contra a covid, o que é um indicador de sua segurança e eficácia.

As expectativas da humanidade para com a vacina chinesa se relacionam não apenas com as possibilidades de êxito no seu desenvolvimento, produção, mas também com o acesso, que será facilitado. O presidente chinês Xi Jinping prometeu solenemente durante a 73ª conferência da Organização Mundial de Saúde, em maio, que a vacina chinesa será “bem comum de toda a humanidade”.

Merece ainda destaque o anúncio feito nos últimos dias dos êxitos de Cuba no desenvolvimento da vacina contra a covid, já denominada Soberana 01, que entrou na primeira fase de testes clínicos. É a vacina mais adiantada na região da América Latina e Caribe, que poderá resultar não somente na imunização da população da ilha, mas numa contribuição no combate à covid em toda a região.

Assim, China, Cuba e Rússia, três países que se destacam no cenário internacional pela defesa que fazem da autodeterminação das nações e povos, ao obterem êxitos com a produção da vacina ajudam a humanidade a vencer o transe que está vivendo.

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China manda EUA fecharem consulado em Chengdu em retaliação ao fechamento do consulado em Houston

 

A resposta de Pequim foi conisderada uma contramedida “legítima e necessária” contra a decisão unilateral de Washington

Bandeiras dos Estados Unidos e da China (Foto: REUTERS/Aly Song)

 

A China ordenou aos Estados Unidos na sexta-feira que fechem seu consulado na cidade de Chengdu, como uma medida equivalente ao fechamento do Consulado Geral da China em Houston (Texas), segundo o Ministério das Relações Exteriores do país asiático.

“A China decidiu revogar a licença para o estabelecimento e operação do Consulado Geral dos Estados Unidos em Chengdu e estabeleceu requisitos específicos para o Consulado Geral interromper todos os negócios e atividades”, afirma um comunicado emitido em Pequim.

O Ministério das Relações Exteriores da China explicou que se trata de uma contramedida “legítima e necessária” ao ato unilateral e injustificado de Washington. Declarou também que sua resposta “está de acordo com o direito internacional” e mais uma vez instou os EUA a “retirarem imediatamente sua decisão errada”, a fim de recolocar as relações bilaterais nos trilhos.

A resposta veio depois que o governo Trump ordenou o fechamento do consulado chinês para “proteger a propriedade intelectual e as informações privadas” da nação americana. O presidente alegou que as autoridades chinesas tentaram roubar dados de instalações no Texas, incluindo o sistema médico.

Anteriormente Pequim “condenou veementemente” a medida dos EUA e instou o país americano a “imediatamente reverter sua decisão errônea”.

O Ministério das Relações Exteriores da China considera que o “fechamento unilateral” de seu Consulado Geral em Houston em um curto período de tempo representa uma “escalada sem precedentes” em meio à crescente tensão que está dominando as relações entre Washington e Pequim, que vêm se deteriorando nos últimos meses, devido à intensa guerra comercial e tecnológica, disputas pela administração da pandemia e pela nova lei de segurança chinesa imposta em Hong Kong.

Até o momento, Washington operou cinco consulados no continente chinês – em Cantão, Xangai, Shenyang, Wuhan e Chengdu – e também um Consulado Geral em Hong Kong e Macau.

O Consulado dos EUA em Chengdu foi estabelecido em 1985 e tem cerca de 200 funcionários, informa RT.

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