ATAQUE À IMPRENSA; Bolsonaro volta atacar chamando jornalistas de urubus

“Eu não cheguei aqui… pelo milagre da facada, e a eleição também, para perder para esse urubus aí”, afirmou Bolsonaro, mencionando jornalistasJair Bolsonaro

Reprodução

Jair Bolsonaro com apoiadores nesta sexta (3)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou, nesta sexta-feira (3), jornalistas de urubus. A fala foi feita em frente a apoiadores que o esperavam no Palácio da Alvorada e foi direcionada a um grupo de jornalistas que o aguardava no mesmo local.

“Eu não cheguei aqui… pelo milagre da facada, e a eleição também, para perder para esse urubus aí”, afirmou Bolsonaro . O presidente pediu a seus apoiadores, que haviam descumprido as orientações do Ministério da Saúde de isolamento social, para que eles ficassem mais próximos à portaria do Palácio da Alvorada e longe dos jornalistas

“Vamos vencer essa guerra, pessoal. Vai chegar a hora certa aí”, disse Bolsonaro , que em nenhum momento se direcionou aos repórteres, mas criticou o isolamento social aos seus apoiadores.

 




 Bolsonaro afirmou que é favorável ao retorno de atividades a partir da próxima semana

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que é favorável ao retorno de atividades comerciais a partir da próxima semana, mesmo com o isolamento social ainda sendo praticado por causa da pandemia de Covid-19. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (2), uma entrevista ao programa “Pingos nos Is” da rádio Jovem Pan em São Paulo.

“Na semana que vem, com toda certeza, se não começar a volta pelo menos gradativa ao emprego, terei que tomar uma decisão e aí, seja aquilo que o povo brasileiro quiser. Acho que até semana que vem, os informais , o pessoal que vai receber dia 5, não vai ter dinheiro. O servidor público tem que entender, se não tiver arrecadação, não vai receber também. Eu sei que o Rio de Janeiro não tem dinheiro para pagar mais”, afirmou o mandatário.

Jair Bolsonaro

Agência Brasil

Jair Bolsonaro

“Que teremos mortes, lamentavelmente teremos. Mas parece que o que seria mais prudente é nós abrirmos, de forma paulatina, o comércio a partir da próxima segunda-feira (6) agora”, completou.

O presidente ainda comparou o novo coronavírus (Sars-CoV-2) com a chuva. “Vai contaminar 70% (da população). É como a chuva, pega todo mundo. Uma chuva que vai molhar 70%”, declarou.

 Ataques a governadores

Bolsonaro também não poupou críticas a postura de Wilson Witzel (RJ) e João Doria (SP). O presidente declarou sobre o governador do Rio: “Tem uma coisa que está esquisita por parte do governador do Rio. O Pastor Silas Malafaia fez um vídeo agora a pouco mostrando gente dele indo a comunidades e dentro da comunidade os comércios estão funcionando. Por que o Witzel não manda alguém pra dentro das comunidades e fechar o comércio lá dentro, não tem coragem de fazer isso daí?”.

O presidente também criticou o governador do Rio pela proibição de uso das praias. “Proibir de ir à praia, que é um lugar aberto? O que é isso? É ditadura?”, indagou Jair Bolsonaro.

Sobre João Doria , Bolsonaro foi questionado sobre sua opinião em relação aos tuítes trocados entre o ex-presidente Lula e o atual governador de SP, em que Doria afirmou que “vírus não escolhe ideologia”.

Bolsonaro declarou: “Eu lembro aqui do Márcio França falando num debate ‘ Doria , se o Lula for solto hoje, você vai lá e se apega a ele’ esse é o João Doria. Ele precisou do meu nome em 2018, ele e outros aí né, e chegaram (ao poder). Eu não entrei em campanha em São Paulo , tanto é que o João Doria foi ao Rio para que eu o recebesse e eu não o recebi. Conheço essa figura aí, mas não critiquei nem bati nele, fiquei quieto. Acabaram as eleições, ele ganhou e logo depois começou a me criticar. A cisão dele foi na minha ida a ONU , quando fiz um discurso completamente diferente de outros presidentes quando iam lá, que sempre falavam que tava tudo lindo no mundo.”

“Eu estou sempre na minha quieto, mas tudo tem limite. Essa do Lula agora, pelo amor de Deus. Estou com vergonha dessa aproximação do Lula neste momento. Já caiu a máscara dele há muito tempo agora ficou realmente ridícula a situação dele se solidarizando com esse ex-presidiário”, finalizou.

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Sem mágoas, Lula se diz pronto para retomar diálogo com Ciro Gomes

 

Em entrevista por telefone, o presidente Lula, vivendo sua quarentena em São Bernardo do Campo há 21 dias, ao lado da namorada Janja, falou da importância do manifesto da oposição divulgado na segunda-feira (30), assinado pelos ex-candidatos à presidência em 2018, Fernando Haddad, Guilherme Boulos e Ciro Gomes, e endossado por outros governadores e presidentes dos partidos de oposição:

“O importante foi o Ciro Gomes ter entrado, não era correto eu assinar. PT, PDT, PSOL, PCdoB e o PSB têm-se reunido toda semana. Quando os partidos entenderem que eu devo participar dessas conversas, não terei problema nenhum, estarei pronto para falar com o Ciro. O importante agora é afastar o Bolsonaro”.

Lula comentou as declarações e ações do presidente Jair Bolsonaro nos últimos tempos, afirmando que “esse homem não respeita a ciência, os pesquisadores, não respeita nada. Para ele, a orientação científica para combater a epidemia vale muito pouco. O maior problema da crise é a falta de gerenciamento, tem que ter um comando centralizado. Ele tinha que conversar com os governadores e prefeitos, os partidos no Congresso, o movimento social, mas Bolsonaro não ouve ninguém, só os filhos e aquele guru dele lá da Virgínia. A oposição vai ter que encontrar um caminho para ver o que fazer com o Bolsonaro porque ele hoje é um perigo, não só para o Brasil, mas para o mundo”.

Deu no blog do Ricardo Kotscho
De quarentena há 21 dias em São Bernardo do Campo, desde que voltou da Alemanha, “sem por os pés para fora de casa”, o ex-presidente Lula não reclama da vida.

No final da tarde de segunda-feira, ele falou com o UOL por telefone sobre como está passando estes dias, outra vez confinado, agora por conta da pandemia.

A localização da casa alugada é mantida em sigilo, “para evitar aglomerações”, e respeitar o isolamento social imposto pelo Ministério da Saúde.

“Quando eu cheguei, consultei três médicos. Como eu não tinha nenhum sintoma, eles me falaram que não precisava fazer exames, só ficar em casa. Agora estou aqui, na bela companhia da Janjinha (apelido da namorada Rosângela da Silva, que acompanhou a entrevista por telefone). Não posso reclamar de nada. Aqui tem quintal, tem espaço para andar, bem melhor do que a cela em Curitiba, de 15 metros quadrados, onde passei 580 dias”.

Esta semana ele conversou bastante com Fernando Haddad, candidato do PT que o substituiu na última eleição presidencial, um dos articuladores do manifesto dos partidos de oposição que pede a renúncia do presidente Jair Bolsonaro, divulgado na véspera.

“Eu gostei da iniciativa do manifesto, acho que ficou muito bom. Na ideia inicial, era para ser assinado só pelos candidatos à Presidência da República em 2018 (além de Haddad, Ciro Gomes e Guilherme Boulos) e os governadores. Mas alguém vazou o documento enquanto esperavam as assinaturas dos governadores e só acabou entrando o Flávio Dino, do Maranhão, representando o PCdoB. Foi dado um passo importante pelos partidos de oposição porque, além da pandemia, temos um problema grave no Brasil hoje, que é o comportamento do Bolsonaro. Ele é o epicentro da crise que vivemos”.

Nesse ponto da conversa, Lula vira novamente líder da oposição e parte para o ataque como nos velhos tempos.

“Esse homem não respeita a ciência, os pesquisadores, não respeita nada. Para ele, a orientação científica para combater a epidemia vale muito pouco. O maior problema da crise é a falta de gerenciamento, tem que ter um comando centralizado. Ele tinha que conversar com os governadores e prefeitos, os partidos no Congresso, o movimento social, mas Bolsonaro não ouve ninguém, só os filhos e aquele guru dele lá da Virgínia. A oposição vai ter que encontrar um caminho para ver o que fazer com o Bolsonaro porque ele hoje é um perigo, não só para o Brasil, mas para o mundo”.

Aos que estranharam a ausência do nome dele no manifesto, Lula explica que não foi candidato em 2018, e a decisão coube aos partidos.

“O importante foi o Ciro Gomes ter entrado, não era correto eu assinar. PT, PDT, PSOL, PCdoB e o PSB têm-se reunido toda semana. Quando os partidos entenderem que eu devo participar dessas conversas, não terei problema nenhum, estarei pronto para falar com o Ciro. O importante agora é afastar o Bolsonaro”.

Aos 74 anos, Lula quer casar de novo, mas não tem pressa. Habituado a ajudar nos afazeres domésticos desde quando era casado com Marisa Letícia, Lula gosta de cozinhar e vai para a pia lavar pratos. No caso dele, a quarentena já é uma lua de mel.

“Não marcamos o casamento ainda, mas minha vida agora é uma eterna lua de mel. Eu sou um cara agraciado por Deus. Quando tudo parecia esvair-se na minha vida, surgiu a Janjinha”.

Por ter o mesmo sobrenome, Lula brinca que ela “já é minha parente há muito tempo…”.

Vida que segue.

 

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SUTILEZA DE UM BÚFALO: Escrito Por Gilvan de Brito

SUTILEZA DE UM BÚFALO: Escrito Por Gilvan de Brito

É incrível como uma pessoa vai na contramão do mundo e não atenta para que se encontra em erro. Ninguém pode contestar a maioria, que é avassaladora, e leva tudo de roldão. Nesse caso do presidente Bolsonaro, a mesma maioria que o elegeu nas urnas, agora é contra a sua permanência no governo. Com um agravante surgido ontem: formou-se um bloco liderado por Moro e Guedes, que poderá levar a maioria a posicionar-se para um lado ou para o outro.

 

Se for contra o presidente, ele não terá como se segurar. O contrapeso, a partir de agora, é a parcela militar que se encontra no Governo, que, pelo que se diz, mostra muitas inquietações. O que mais aumenta a minha admiração é a falta de sutileza do presidente, que segue cometendo os mesmos erros, todos os dias, de negar o que todos defendem: o isolamento contra o vírus.

 

Pelo que vemos, a questão se agrava com a formação de um grupo poderosíssimo contra o governo, justamente aqueles que ainda dão sustentação a Bolsonaro com maior ênfase e com um trabalho que mostra visibilidade: Moro e Guedes, Lembro-me de quando Jânio Quadros, com sete meses de governo, começou a atentar contra o Poder, para se transformar num ditador-eleito, terminou com a renúncia, porque não encontrou apoio para dar o golpe contra seu próprio governo, e administrar por decretos.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, pessoas andando, sapatos e atividades ao ar livre
www.reporteriedoferreira.com.br    Gilvan de Brito-Jornalista e Escritor



Há mais pessoas a favor do impeachment de Bolsonaro do que contra, diz pesquisa

 

Presidente Jair Bolsonaro

Agência Brasil

Presidente Jair Bolsonaro

Uma pesquisa feita pelo Atlas Político, plataforma de inteligência de dados e engajamento político, mostrou que o apoio ao impeachment do presidente Jair Bolsonaro cresceu em março deste ano, chegando ao índice de 47,7%. O índice ultrapassou pela primeira a porcentagem de pessoas contra a saída de Bolsonaro, que representam 45% dos entrevistados. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (26) pela coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Um levantamento da entidade divulgado na quinta-feira passada, 19 de março, mostrava que até então 45.2% dos entrevistados eram contra o impeachment , 44.8% a favor e 10.0% não sabiam sua opinião sobre o assunto. A consulta foi realizada com 2.000 pessoas, acima dos 16 anos, de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois  pontos percentuais, acima ou abaixo.

Desde que Bolsonaro assumiu, essa é a primeira vez que o índice a favor do impeachment é maior do que contra sua saída. Em maio de 2019, 38% queria que o presidente deixasse o cargo, enquanto 49,4% defendia sua permanência.

O aumento de pessoas a favor de impeachment pode ser uma reação à maneira que Bolsonaro tem administrado a pandemia do Coronavírus. A doença já infectou 2.614 pessoas no Brasil e causou 63 mortes. O presidente, no entati, tem minimizado o vírus e se mostrando contra medidas restritivas.

Atlas Político Impeachment
Atlas Político

Dados da pesquisa divulgada dia 19 de março deste ano

Atlas Político Impeachment

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Pronunciamento de Jair Bolsonaro provoca choro no deputado Chió

O deputado estadual paraibano Chió (Rede) se emocionou ao comentar o pronunciamento feito na noite de ontem pelo presidente Jair Bolsonaro que defendeu o fim do isolamento social, a proibição de transportes e o fechamento de comércio. Diante da pandemia de Coronavírus, o parlamentar da Paraíba afirmou que o natural seria ter ódio, indignação e desprezo por Bolsonaro: “Mas, sinceramente, eu tenho é tristeza. Dói ver o povo liderado por um canalha desses! Fazer o que ele está fazendo com todos nós, com a minha mãe, a sua, minha família e a sua… precisamos reagir e tirar esse cara do poder. Ele não pode continuar cometendo barbáries”, disse.

De acordo com O Estado de S. Paulo, o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro foi preparado no gabinete do presidente com a participação de poucas pessoas e em segredo. O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), considerado o mais radical do clã, participou da elaboração do texto. Também estariam presentes integrantes do “gabinete do ódio”, onde atuam assessores responsáveis pelas redes sociais pessoais do presidente e ligados a Carlos.

Durante o pronunciamento, Bolsonaro foi alvo de panelaços em ao menos dez capitais. Após o discursos, as críticas ao presidente estiveram entre os assuntos mais comentados do Twitter.

 




Médica de CG sugere que favoráveis a abertura do Comércio abdiquem de respiradores

Ao opinar sobre a possibilidade de reabertura do comércio em Campina Grande e outras cidades, medida essa defendida por alguns empresários, a médica campinense Adriana Melo, que é especialista em Medicina Fetal e referência no tratamento da microcefalia no Brasil, por meio das suas redes sociais deu um recado duro, sugerindo que estes apoiam essa medida abram mão de respiradores, quando foram internados com a suspeita do vírus.

“Sugiro que quem for favorável acabar com o isolamento social e abrir o comercio, assinar um termo dizendo que abre mão de um respirador quando nós, profissionais da saúde, tivermos que escolher quem vai morrer ou viver”, disse a médica destacando que acredita na ciência.

Não levando em conta os apelos da Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG) e do Governo do Estado que pedem o isolamento da sociedade, alguns comerciantes de Campina promoverão uma carreata hoje (27), atendendo ao pedido do presidente da República Jair Bolsonaro para a reabertura do comércio.

Segundo arte que circula nas redes sociais, empresários da cidade estão articulando uma carreata com a finalidade de pressionar o governo municipal para que libere o comércio local na próxima segunda-feira (30). A carreata está prevista para ocorrer às 15h desta sexta-feira (27), com concentração na frente do Partage Shopping, passando pelas principais ruas do Centro da cidade. Por motivo de segurança, ninguém deverá descer

A ação dos empresários começou após a fala do presidente Jair Bolsonaro que, em pronunciamento, minimizou a gravidade do avanço do coronavírus no Brasil, além do quadro de crise da economia local. Os empresários ponderaram que todas as precauções sanitárias para evitar qualquer tipo de disseminação viral serão tomadas.

Redação




Governadores mantiveram uma conferência e cobram de Bolsonaro “ação” contra coronavírus

Os governadores do Nordeste mantiveram uma conferência através da internet na tarde desta quinta-feira, 25, e emitiram uma carta como resposta ao pronunciamento feito ontem à noite pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que criticou medidas enérgicas tomadas em vários estados a respeito do isolamento social adotado como forma de prevenção ao coronavírus. No texto, os governadores nordestinos de declaram “frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil”. Além disso, há um repreensão direta a Bolsonaro no trecho que diz: “Entendemos que cabe ao Governo Federal ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos. Agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas”.

Confira a íntegra da carta:

 




Governador Azevêdo reagiu com críticas ao discurso de Bolsonaro

Em resposta ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite de ontem (24) em cadeia nacional de Rádio e TV, o governador João Azevêdo (Cidadania) reagiu com críticas ao discurso.

“A nossa posição será de manter exatamente o plano elaborado anteriormente. Esse pronunciamento foi um desserviço à nação’, disse o chefe do executivo nacional em resposta. Mais cedo, Bolsonaro criticou as ações determinadas por governadores e prefeitos em relação ao combate ao novo coronavírus, como o fechamento de lojas, bares, restaurantes e estabelecimentos.

“Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas?”, pontuou o presidente.




Bolsonaro decide revogar artigo da “MP da Fome” após repercussão negativa

 

jair bolsonaro coronavírus

Isac Nóbrega/PR

Presidente Jair Bolsonaro revogou artigo da Medida Provisória 927 que suspendia contratos de trabalho por 4 meses

O presidente Jair Bolsonaro determinou nesta segunda-feira (23) a revogação do artigo 18 da Medida Provisória 927, que permitia a suspensão dos contratos de trabalho por quatro meses, editada neste domingo pelo governo.

A novidade anunciada, que consistia na flexibilização de regras que já existem na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), sofreu grande resistência de diversos segmentos, que chegaram a caracterizá-la como “MP da Fome” e “MP da Morte”. A MP de Bolsonaro  continua facilitando o uso do regime de home office nas empresas, permitindo a antecipação de férias e flexibilizando as regras para decretação de férias coletivas, já que o presidente revogou apenas o artigo que diz respeito à suspensão dos contratos.

Hoje, a legislação já permite que empresas coloquem funcionários no chamado “lay off”. A nova medida provisória, no entanto, abriria a possibilidade para que isso fosse feito sem participação dos sindicatos da categoria. Esse artigo foi revogado da MP pelo presidente.

Na avaliação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a iniciativa é “capenga” e parte de seu texto foi “esquecido” pela equipe econômica. O Ministério Público do Trabalho (MPT) também disse ver com “com extrema preocupação” a suspensão de contratos de trabalho .

Veja a seguir as principais perguntas e respostas sobre a nova regra, que já estava em vigor desde este domingo, até a revogação de Bolsonaro.

O que mudaria em relação à legislação atual?

CLT já permitia a suspensão temporária do contrato de trabalho. A lei dizia que esse período poderia ser de dois a cinco meses, desde que negociado com o sindicato. O texto também abria a possibilidade de que o empregador pagasse apenas uma espécie de bolsa qualificação (ou não pague nenhum valor), no lugar de um salário. A mudança precisaria ser notificada ao sindicato com uma antecedência de 15 dias.

A MP flexibilizava todas essas regras, e, para suspender o contrato, bastaria que o empregador firmasse um acordo individual com o trabalhador ou um grupo de trabalhadores. Essas mudanças, que geraram maior repúdio, foram revogadas, enquanto o restante do texto segue em vigor.

O empregado poderia ser demitido após o período de suspensão?

A MP não deixa isso claro. Pelas regras da CLT, o trabalhador que tiver seu contrato de trabalho suspenso tem direito a uma estabilidade de ao menos três meses, sob pena de multa a ser paga pela empresa no valor do último salário do funcionário. O texto editado no domingo não fixava nenhuma regra para garantir que os empregos sejam mantidos após o período de suspensão.

O trabalhador poderia ficar sem salário por quatro meses?

Sim. O texto da MP é claro ao dizer que o empregador “poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal”. Ou seja, é uma opção da empresa pagar ou não algum tipo de auxílio no lugar do salário. Como não há interferência dos sindicatos na negociação, não haveria, com a MP completa em vigor, a garantia de que funcionários teriam poder de barganha para definir se e quanto seria pago. Outra vantagem para as empresas seria que o valor a ser pago não teria “natureza salarial”. Ou seja, seria livre de contribuições que incidem sobre a folha, como recolhimento para o INSS e FGTS .

Haveria compensação das perdas de renda por parte do governo?

O Ministério da Economia prometeu que permitiria que trabalhadores atingidos pela suspensão de contrato teriam acesso a uma compensação, por meio da antecipação de parte do seguro-desemprego . Mas isso não estava previsto na MP que foi publicada domingo. Segundo o governo, a previsão deveria estar em uma nova medida provisória, ainda a ser publicada.

Por quanto tempo valem as regras da MP, que mudou após revogação de artigo?

Por se tratar de medida provisória, o texto já tem força de lei desde domingo. No entanto, as regras especiais são válidas somente enquanto durar o estado de calamidade pública, que termina no dia 31 de dezembro. A revogação do artigo 18 da MP também é imediata.

www.reporteriedoferreira.com.br  com informações da Agência O Globo