Estádio Amigão completa 50 anos como palco do futebol paraibano
Por
Joao da Paz
Foto: PB Esportes
Neste sábado, 8 de março de 2025, o Estádio Governador Ernani Sátyro, conhecido como Amigão, completa 50 anos de história. Inaugurado em 1975, o principal palco do futebol em Campina Grande se tornou um símbolo do esporte paraibano, sendo a casa de grandes clubes como Campinense e Treze.
Ao longo de cinco décadas, o Amigão foi cenário de jogos memoráveis, clássicos regionais e decisões que marcaram o futebol estadual e nacional. O estádio também recebeu partidas de competições nacionais e internacionais, além de seleções estrangeiras em amistosos.
Com capacidade para mais de 19 mil torcedores, o Amigão passou por diversas reformas ao longo dos anos, modernizando sua estrutura e garantindo melhores condições para atletas e público. Além do futebol, o estádio também foi palco de eventos culturais e religiosos, reforçando sua importância para a cidade e o estado.
Neste jubileu de ouro, o Amigão segue como um dos templos do futebol nordestino, carregando a paixão de milhares de torcedores que fazem desse estádio um verdadeiro patrimônio de Campina Grande e da Paraíba.
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Por
Joao da Paz
Amigão e Almeidão: 50 anos de rivalidade e política nos principais estádios da Paraíba
Principais estádios da Paraíba completam meio século de história neste fim de semana
Sérgio Montenegro e Vitória Soares
7 de março de 2025
O fim de semana será especial para o futebol da Paraíba. Além do início das semifinais do Campeonato Paraibano, os estádios Amigão e Almeidão completam 50 anos de fundação. As duas maiores praças esportivas do estado foram palco de jogos históricos e momentos marcantes do futebol paraibano. Ao longo desse meio século, tornaram-se a casa de diversas torcidas, especialmente as de Auto Esporte, Botafogo-PB, Campinense e Treze, que certamente guardam grandes lembranças vividas nas arquibancadas dessas praças.
Em homenagem ao aniversário de 50 anos do Amigão e Almeidão, o Arena Correio vai relembrar um pouco a história dessa história marcada pela rivalidade dentro de campo e pela política.
Um projeto ambicioso
Até o início dos anos 1970, a Vila Olímpica Parahyba, em João Pessoa, e o Presidente Vargas, em Campina Grande, eram os principais estádios da Paraíba, com capacidade média para cinco mil torcedores cada. Com o Brasil conquistando o tricampeonato da Copa do Mundo em 1970, o governo brasileiro — que, à época, estava sob o regime militar — queria aproveitar o bom momento da Seleção e expandir o campeonato nacional, garantindo que todos os estados tivessem um representante. No entanto, a Paraíba corria o risco de ficar de fora por não possuir estádios que atendessem aos requisitos exigidos.
Diante desse cenário, o então governador Ernani Sátiro decidiu construir não apenas um, mas dois novos estádios no estado. Nominando Diniz Filho, ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) e filho do ex-deputado estadual Nominando Diniz — líder do governo na Assembleia Legislativa da Paraíba —, relembra que havia recursos para erguer um estádio em João Pessoa. Porém, já naquela época, existia uma forte rivalidade entre a capital e Campina Grande. Com isso, tudo o que era feito em uma cidade precisava ser replicado na outra. Esse desejo de agradar as duas partes, no entanto, resultou em dois estádios que, mesmo após cinco décadas, ainda não foram totalmente concluídos.
Nominando Diniz Filho, ex-presidente do TCE-PB. (Foto: Divulgação)
A Paraíba ganhou dois estádios, ainda hoje inacabados, porque os recursos não davam para fazer dois estádios quando os recursos alocados eram para um estádio. Mas como ainda hoje o que o governador investe na capital tem de investir em Campina Grande, merecidamente, o então governador Ernani Sátiro em vez de um, fez dois estádios. E ambos continuam, depois de muitos anos, ainda inacabados. Quem conhece os estádios de futebol sabe que na parte traseira aos gols ainda necessita de um complemento. Não sei se um dia governadores irão destinar recursos para tal, destacou Nominando Diniz.
Para a construção dos estádios, foi criada a Superintendência de Desenvolvimento dos Estádios da Paraíba (Sudepar). O engenheiro Carlos Pereira foi escolhido para comandar a pasta e chefiar as obras.
Carlos Pereira, engenheiro responsável pela construção do Amigão e Almeidão. (Foto: Reprodução)
Carlos tinha dois grandes desafios: concluir as obras em um ano e meio, entregando-as em março de 1975; e, a pedido do governador Ernani Sátiro, projetar dois estádios iguais, mas diferentes.
Ele disse: ‘Eu quero dois estádios iguais, porém, tem que ser diferentes’. Então, o projeto era o mesmo, mas tem uma diferença. Se você for ver a fachada do Almeidão e do Amigão, eles têm uma diferença. No Amigão, os arcos da fachada são voltados para cima, do Almeidão, os arcos são voltados para baixo. Então, fizemos dois estádios em 18 meses, iguais e diferentes, conforme o governador queria, conta o engenheiro.
Inauguração com momentos de tensão
Passados 18 meses, os estádios ficaram prontos. Como o Botafogo do Rio de Janeiro era o time do coração do governador, a equipe carioca foi convidada para os jogos inaugurais. No dia 08 de março, Campinense e Botafogo disputaram a primeira partida do Amigão. Um empate sem gols que não tirou a alegria da festa dos torcedores.
No dia seguinte, foi a vez do duelo de xarás em João Pessoa. Mas, antes de a bola rolar, a inauguração do Almeidão quase foi marcada por uma tragédia. Após o término da construção do dois estádios, o grupo de oposição ao governador Ernani Sátiro espalhou boatos de que as construções poderiam desabar.
Matérias do Jornal Correio da Paraíba. (Foto: Arquivo)Matérias do Jornal Correio da Paraíba. (Foto: Arquivo)
Momentos antes do apito inicial, os torcedores foram surpreendidos por um barulho de explosão na arquibancada. Receosas com as informações que circulavam sobre o desabamento, as pessoas tentavam sair a qualquer custo, criando um momento de muita tensão.
“Eu estava na tribuna de honra com o governador, todo mundo esperando começar o jogo e correu todo mundo de arquibancada abaixo. O meu coração quase parou. Quinze dias antes havia acontecido um incidente muito grave em um estádio do Piauí, em Teresina. Houve um problema desse, e todo mundo correu para o fosso da arquibancada, o gradil cedeu, e morreu gente. Quando vi aquela multidão descendo para o gradil, meu coração parou. Quando empurraram o gradil, o gradil não cedeu. Só houve uma pessoa que pulou o gradil com medo e quebrou a perna”, relembrou Carlos Pereira.
Depois do grande susto, a bola rolou, e o Glorioso acabou vencendo o Botafogo-PB por 1 a 0.
Disputa pelo nome
A rivalidade política ainda protagonizou mais um capítulo dessa história. Quando foram inaugurados, os estádios levaram o nome do governador Ernani Sátiro. Ainda em 1975, a praça desportiva de João Pessoa foi renomeada para José Américo de Almeida Filho, em homenagem ao filho do ex-presidente do Botafogo-PB.
Matéria do Jornal Correio da Paraíba sobre o nome do estádio Almeidão. (Foto: Arquivo)
Só que, em Campina Grande, a resistência para homenagear o ex-governador Ernani Sátiro foi grande por parte dos deputados da Assembleia Legislativa. Após duas semanas de intensas discussões, eles chegaram a um acordo, como conta Nominando Diniz.
“Me lembro quando um Projeto de Lei foi encaminhado para a Assembleia Legislativa para denominar o estádio de José Américo de Almeida Filho, de Almeidão, em homenagem ao filho de José Américo de Almeida, que havia falecido em um acidente, tinha sido presidente do Botafogo-PB, era um botafoguense reconhecido, não houve questionamento. Mas quando foram denominar de Ernani Sátiro, houve uma reação da oposição e dos deputados que na época eram do Arena, mas faziam oposição ao então governador Ernani Sátiro. Foram duas semanas de discussão e de debates, mas, no final, prevaleceu o nome de ‘Amigão’, porque, naquela época, o governador Ernani Sátiro se dirigia às pessoas chamando de “amigo velho”. Então, subentendia-se que era uma justa homenagem ao governador Ernani Sátiro”.
Um novo momento
Ao longo dos últimos 50 anos, Amigão e Almeidão foram palcos de grandes jogos, títulos inesquecíveis e públicos históricos. Em 2013, por exemplo, o Campinense escreveu um dos capítulos mais marcantes do futebol paraibano ao conquistar a Copa do Nordeste no Amigão, superando adversários como Sport e Fortaleza antes de vencer o ASA na final. No mesmo ano, o Botafogo-PB gravou seu nome na história do futebol nacional ao se sagrar campeão da Série D do Campeonato Brasileiro diante de um Almeidão lotado, em uma decisão contra o Juventude.
Estádio Amigão, em Campina Grande. (Foto: Estefinho Francelino)
Após as reformas realizadas no governo de Ricardo Coutinho, os estádios ganharam novos gramados, mas tiveram sua capacidade reduzida praticamente pela metade. Na final do Campeonato Paraibano de 1998, por exemplo, o Almeidão registrou seu maior público, com mais de 44.268 torcedores no duelo entre Botafogo-PB e Campinense. Hoje, tanto na capital quanto na Rainha do Borborema, as arquibancadas comportam, em média, 20 mil pessoas.
“Quando eu vejo os domingos com o estádio lamentavelmente quase vazio, eu me lembro do trabalho que deu para fazer o estádio, que já recebeu um público de quase 40 mil espectadores. E é uma das minhas conquistas profissional, porque aquilo foi uma encomenda que eu nunca imaginei que fosse entregue a mim. O Almeidão tem prestado um enorme serviço ao desporto da Paraíba, porque se não fosse aquele estádio, não teríamos clube nenhum na Paraíba nos campeonato nacionais, tanto em João Pessoa como em Campina Grande”, revela Carlos Pereira.
Há vários anos, ainda mais na última década, as iluminações dos estádios Almeidão, em João Pessoa, e Amigão, em Campina Grande, reconhecidamente são defasadas e não atendem as necessidades de uma partida de futebol profissional disputada no turno da noite.
Com vários atletas e profissionais do esporte reclamando de escuridão em alguns pontos dos campos e também a má iluminação em geral, finalmente esse problema pode estar começando a ser resolvido.
É que, no próximo fim de semana, uma empresa irá visitar as praças esportivas para fazer os estudos luminotérticos para o projeto de implantação de iluminação de LED em ambas. No sábado (05), estarão no Almeidão, enquanto no domingo (06) visitarão o Amigão. A licitação ainda irá acontecer, mas já foi autorizada pela Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer do governo do estado.
Na segunda-feira (07), esses representantes estarão mais uma vez na capital para acompanhar o duelo entre Botafogo-PB x São José, pela décima sexta rodada da Série C do Campeonato Brasileiro, e presenciar o atual funcionamento dos refletores do estádio de João Pessoa.
A empresa responsável pelo estudo e a elaboração do projeto é a mesma que fez a iluminação de outros estádios do país e Arenas utilizadas na Copa do Mundo de 2014.
Treze vence o Caucaia por 3 a 1 pela Série D e fica perto do G4
O Treze venceu o Caucaia por 3 a 1 no Amigão pelo grupo A3 do Campeonato Brasileiro da Série D.
Márcio Goiano marcou contra no primeiro tempo para o Galo.
Mas a Raposa Metropolitana empatou logo em seguida com Génesis de Cabeça.
No segundo tempo, o artilheiro Wallison Bahia fez segundo gol e Birungueta marcou o terceiro de penalti já nos descontos.
Agora, o Treze soma 11 pontos e está ba sexta colocação, bem pertinho do G4.
O RETRATO DOS GOVERNADORES: Escrito Por Gilvan de Brito
O RETRATO DOS GOVERNADORES: Escrito Por Gilvan de Brito
A propósito de uma foto do estádio “Almeidão”, às margens da BR-230, publicada hoje pelo jornalista Carlos Aranha, constatei a inércia da maioria dos administradores paraibanos. Essa praça de esportes foi construída pelo governador Ernani Sátyro, na metade da década de 70, com capacidade para 40 mil pessoas, e que ainda achou pouco, fez uma réplica em Campina Grande com o apelido de “Amigão”.
Eu era seu assessor de imprensa, no palácio da Redenção, e ouvi-o dizer, certa vez: “O estádio está faltando preencher dois espaços na arquibancada, atrás dos goleiros, e uma cobertura maior, que possa proteger toda a arquibancada circular, mas isso os próximos governadores vão fazer, com certeza” – sentenciou equivocadamente porque nenhum dos que o substituíram tinham a sua visão. Não fizeram. E o estádio continua tal e qual Ernani Sátyro, legou aos paraibanos de João Pessoa, há exatos 45 anos.
Enquanto isso, houve uma Copa do Mundo no Brasil em 2014, e os governadores de Pernambuco e Rio Grande do Norte conseguiram com o governo federal a construção de dois belíssimos estádios que se assemelham aos mais confortáveis do mundo, no melhor estilo. O governador da Paraíba, de então, não se interessou em trazer uma verba federal para a conclusão do pouco que faltava do nosso estádio. Uma pena ter deixado passar essa grande chance, pois havia muito dinheiro sobrando para esse fim.
Algumas pessoas podem tentar justificar dizendo que nestes 45 anos a cidade cresceu, desenvolveu-se e até parece um “paliteiro”, tal a quantidade de edifícios construídos por todos os recantos. Para esses eu tenho uma palavra: Esse avanço deve-se exclusivamente à iniciativa privada. O governo não tem nada a ver com essa grandeza vertiginoso. O governo, inclusive, não proporciona o mínimo de infraestrutura para dar uma cara a esse crescimento. Não existe na maioria das ruas, sequer, placas orientando as pessoas por onde devem conduzir os seus veículos.