Arquitetos, Paisagistas e Urbanistas protestam contra construção em frente ao Casarão histórico da Fazenda Boi Só

ARQUITETOS, PAISAGISTAS E URBANISTAS PESSOENSES PROTESTAM CONTRA CONSTRUÇÃO DE QUADRAS DE AREIA EM FRENTE AO CASARÃO HISTÓRICO DA FAZENDA BOI SÓ, NUMA OBRA DO CONDOMÍNIO ALPHAVILLE – PARTE 02

É lamentável que, ao lado da restrição social em vista e visitação, por estarem o casarão e a capela encravadas em empreendimento privado, o Condomínio Alphaville parece não ter noção do seu papel como guardião do patrimônio histórico cultural nem como exercer seu papel social, fazendo prevalecer os seus interesses particulares.

A área vermelha refere-se à área das quadras, obstruindo a visibilidade do casarão e capelas, estas em marrom. É fato público e notório com farto material para documentar a denúncia.

Com a palavra o IPHAEP, o Ministério Público, por sua Curadoria do Patrimônio Social, a sociedade e demais entidades representativas, como CREA, CRECI, IPHAN, IHGP, Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas no Estado da Paraíba, etc…

Lembrando de outros fatos, para deixar bem claro e consolidado o conteúdo dessa denúncia feita pelos profissionais atuantes na área, em João Pessoa. Todos com formação acadêmica em nível universitário.

O sobrado tombado pelo Patrimônio Histórico já serviu de cenário para a residência do Major Morais, cuja filha queria casar com o personagem Chicó, amigo de João Grilo, no filme e minissérie da Rede Globo, “O Auto da Compadecida”, com roteiro baseado na peça teatral originalmente escrita por Ariano Suassuna, em 1955.

Passaram por lá vários artistas globais de fama internacional e renomados na dramaturgia brasileira, como Lima Duarte, Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Denise Fraga, Paulo Goulart e Marco Nanini, entre outros. O restante das cenas foram gravadas em película de celulóide na cidade de Cabaceiras-PB e nos estúdios do Projac-RJ, em 1999. Foi lançado em 2000.

O Condomínio Alphaville de João Pessoa, localizado nas terras pertencentes à antiga Fazenda Boi Só, tem vários processos judiciais pendentes desde 2001. Em rápida pesquisa on-line, o site especializado em disputas jurídicas, o Jusbrasil, encontrou 11 processos de Condominio Alphaville nos Diários Oficiais. Desses, 6 processos são do TJPB e 5 processos são do TRT13. Desses processos encontrados, Andrea Costa do Amaral foi a parte que mais apareceu, totalizando 3 processos, seguido por C. A. J. P. F. B. S. com 3 processos.

Quem mais acionou o Condominio Alphaville nas barras da lei foi o também Condomínio Residencial Annette Cavalcanti, localizado na Avenida Acre, 691, na divisa entre os Bairros dos Ipês e dos Estados, vizinho ao próprio Alphaville.

www.repoteriedoferreira.com.br    Por Giovane Meireles-Jornalista




Construção civil ameaça patrimônio histórico da Fazenda Boi Só, tombada pelo IPHAEP

ARQUITETOS, PAISAGISTAS E URBANISTAS PESSOENSES PROTESTAM CONTRA CONSTRUÇÃO DE QUADRAS DE AREIA EM FRENTE AO CASARÃO HISTÓRICO DA FAZENDA BOI SÓ, NUMA OBRA DO CONDOMÍNIO ALPHAVILLE – PARTE 01

“Devido a sua importância dentro do contexto histórico, arquitetônico e urbanístico, do local onde se encontra”, o sobrado e a capela anexa, ambas da Fazenda Boi Só, foram tombados pelo IPHAEP, através do Decreto no 8.656, de 26 de Agosto de 1980.

No entanto, em 2008 foi autorizada a transformação desta propriedade em um condomínio residencial AlphaVille, empreendimento imobiliário que loteou toda a área verde da antiga fazenda, mantendo apenas o sobrado e a capela.

Ficou reservado uma área verde em frente ao Casarão, para garantir a visibilidade do imóvel tombado aos verdadeiros proprietários: a sociedade.

Todavia, na referida área verde, tomando a visão do casarão, está sendo construída, em fase avançada, uma série de quadras de areia, no total de quatro, onde, além das redes esportivas e refletores, serão também colocadas tendas, fechando sobremaneira a visão do casarão.

Além disso, foi necessário elevar o terreno da área verde com muretas, dificultando, ainda mais, a visibilidade do
Casarão.

Pesquisei junto ao IPHAEP e não há autorização de construção da referida área de lazer. Não houve sequer mera comunicação ao referido órgão, a fim de garantir minimamente a preservação do patrimônio coletivo.

Qualquer construção no entorno de imóvel tombado submete-se à prévia análise e possível autorização.

Destaco que a ausência de solicitação prévia leva o infrator a pagar uma multa de 50% do valor do imóvel tombado, sem prejuízo de embargo da obra e reparação de outros danos.

www.reporteriedoferreira.com.br   Por  Giovane Meireles-Jornalista