TRE-PB realiza segunda reunião voltada à segurança das Eleições

A segunda reunião voltada ao Planejamento Integrado de Segurança para as Eleições Municipais 2024 aconteceu nesta sexta-feira (2), no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB). O encontro de trabalho foi aberto e conduzido pela presidente do TRE-PB, desembargadora Agamenilde Dias Arruda Vieira Dantas.

A desembargadora Agamenilde Dias destacou a importância de garantir ao eleitor a segurança física, ética e moral nas eleições vindouras.

No encontro, foi entregue, aos participantes, o relatório resultado do projeto de Planejamento Integrado, finalizado pelo servidor George Bezerra Cavalcanti Leite, assessor de Segurança e Informação do TRE-PB.

Participação

Estiveram presentes à reunião os representantes do Corpo de Bombeiros, das Polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal, da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social, do Exército Brasileiro (1º Grupamento de Engenharia) e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) na PB.

 




PF encontra áudio entre Bolsonaro e Ramagem para proteger Flávio em caso da “rachadinha”

O ex-presidente e o então chefe da Abin investigaram auditores fiscais do caso das rachadinhas

Por

iG Último Segundo

|11/07/2024 13:37

Atualizada às 11/07/2024 13:38

Jair Bolsonaro (PL) e Alexandre Ramagem (PL-RJ)
Carolina Antunes/PR

Jair Bolsonaro (PL) e Alexandre Ramagem (PL-RJ)

A Polícia Federal (PF) encontrou no computador do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) , Alexandre Ramagem, uma gravação de áudio de uma reunião com o então presidente da República, Jair Bolsonaro. Na reunião, discutem um plano para proteger o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de investigações sobre desvios de recursos. A informação é da coluna do Aguirre Talento, do portal “UOL”.

De acordo com as investigações, a gravação revela que Bolsonaro aprovou um plano apresentado por Ramagem para abrir procedimentos contra os auditores fiscais que investigaram Flávio Bolsonaro. O objetivo era anular as investigações do caso das rachadinhas — desvios de recursos dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado estadual.

A estratégia traçada por Ramagem foi efetivamente colocada em prática, resultando na anulação da investigação sobre Flávio Bolsonaro na Justiça.

A gravação de áudio, supostamente feita pelo próprio Ramagem, tem aproximadamente uma hora de duração. Além de Bolsonaro e Ramagem, participaram da reunião o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e uma advogada de Flávio Bolsonaro. A reunião ocorreu em 25 de agosto de 2020.

Para a PF, o áudio comprova o uso da estrutura da Abin em defesa dos interesses pessoais de Jair Bolsonaro.

Essa nova prova foi apresentada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e contribuiu para a deflagração da quarta fase da Operação Última Milha, que resultou na prisão de cinco alvos nesta quinta-feira (11).

Nesta fase, os agentes cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Os mandados foram expedidos pelo STF.

Alvos de busca e apreensão:

  • Mateus de Carvalho Sposito
  • José Matheus Sales Gomes
  • Daniel Ribeiro Lemos
  • Richards Dyer Pozzer
  • Rogério Beraldo de Almeida
  • Marcelo Araújo Bormevet
  • Giancarlo Gomes Rodrigues

Prisões preventivas e afastamentos dos cargos públicos:

  • Mateus de Carvalho Sposito
  • Richards Dyer Pozzer
  • Rogério Beraldo de Almeida
  • Marcelo Araújo Bormevet
  • Giancarlo Gomes Rodrigues

Os investigados são acusados de criar perfis falsos nas redes sociais e divulgar informações falsas sobre jornalistas e integrantes dos Três Poderes. A chamada “Abin paralela” também teria acessado ilegalmente computadores, telefones e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.

De acordo com a PF, os investigados podem responder pelos crimes de:

  • Organização criminosa
  • Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito
  • Interceptação clandestina de comunicação
  • Invasão de dispositivo informático alheio




‘Abin paralela’ espionava Moraes, Barroso, Doria, Lira e mais; veja lista

Nomes apontados pela PF incluem desde autoridades do judiciário a jornalistas

Por

iG Último Segundo

|11/07/2024 12:56

Atualizada às 11/07/2024 13:09

SIGA NOgoogle news

Agência brasileira de inteligência monitorou autoridades durante o governo Bolsonaro
Reprodução/TV Globo – 03.03.2023

Agência brasileira de inteligência monitorou autoridades durante o governo Bolsonaro

Nesta quinta-feira (11), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma nova fase da operação Última Milha , que investiga um suposto esquema ilegal de monitoramento de autoridades por meio dos sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo as investigações, o grupo utilizou o sistema israelense de GPS ‘First Mile’ para rastrear celulares de autoridades e desafetos políticos do ex-presidente sem autorização judicial.

De acordo com a PF, lista de espionados vai desde autoridades do judiciário a jornalistas. Confira:

Poder Judiciário

Ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux.

Poder Executivo

Ex-Governador de São Paulo, João Dória; Servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges; Auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.

Poder Legislativo

Deputado Federal Arthur Lira (Presidente da Câmara dos Deputados), Deputado Rodrigo Maia (então Presidente da Câmara dos Deputados), Deputados Federais Kim Kataguiri e Joice Hasselmann, Senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.

Jornalistas

Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.




Abin: veja lista parcial de autoridades espionadas, segundo a PF

Agência Brasileira de Inteligência monitorou indevidamente autoridades durante gestão de Alexandre Ramagem, aliado da família Bolsonaro, de acordo com a PF

|26/01/2024 11:08

Atualizada às 26/01/2024 12:44

Rodrigo Maia, Marielle Franco e Alexandre de Moraes, nomes que aparecem nas possíveis espionagens da Abin
Reprodução/Agência Brasil/Montagem iG

Rodrigo Maia, Marielle Franco e Alexandre de Moraes, nomes que aparecem nas possíveis espionagens da Abin

A  Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente autoridades políticas entre 2019 e 2021, de acordo com investigações da Polícia Federal (PF). Nessa quinta-feira (25), uma operação de busca e apreensão da PF foi dirigida contra  Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor-geral da Abin à época das possíveis espionagens ilegais.

O esquema mirou opositores políticos de Jair Bolsonaro (PL), então presidente da República. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)  Alexandre de Moraes foi relator da decisão, divulgada nessa quinta, que expôs o esquema de espionagem na agência.

Publicidade
Alguns nomes espionados foram revelados na decisão de Moraes, indicando que as ações ilegais ocorreram através da ferramenta  First Mile, equipamento obtido pela Abin para “monitoramento de dispositivos móveis, sem a necessidade de interferência e/ou ciência das operadoras de telefonia”.

A decisão de Moraes afirma que, segundo a PF, foram encontrados diálogos entre ex-servidores da Abin sobre “ações de inteligência” para ataques às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral.

“As supostas ‘ações de inteligência’ foram realizadas sob a gestão e responsabilidade de Alexandre Ramagem, conforme se depreende da interlocução entre Paulo Maurício e Paulo Magno [ex-gestores da Abin] tratando do ataque às urnas eletrônicas, elemento essencial da atuação das já conhecidas ‘milícias digitais'”, escreve.

Embora a lista possa ser muito maior, visto que o diretor-geral da PF, Andrei Passos, estima  30 mil pessoas espionadas cujos dados foram guardados em Israel – onde o software First Mile armazena seus arquivos –, alguns nomes monitorados foram divulgados; a maioria segue sob sigilo. Veja a lista abaixo.

Espionados

Promotora do Caso Marielle, Simone Sibilio.  Na decisão dessa quinta-feira, Moraes afirma que “ficou patente a instrumentalização da ABIN, para monitoramento da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora Marielle Franco e o motorista que lhe acompanhava Anderson Gomes”.

Camilo Santana (PT), governador do Ceará à época e atual ministro da Educação. Paulo Magno, que geria o sistema First Mile, foi flagrado “pilotando um drone” próximo à residência de Santana.

Alexandre de Moraes, ministro do STF. Documentos encontrados tentam associar o ministro e outros parlamentares à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Gilmar Mendes, ministro do STF. “Houve a tentativa de vinculação” do ministro ao PCC.

Rodrigo Maia, então presidente da Câmara dos Deputados. Através da ferramenta First Mile, a Abin monitorou conversas de Maia.

Joice Hasselmann, à época deputada federal pelo Partido Social Liberal (PSL). Hasselmann, ex-aliada de Bolsonaro, teria sido espionada pela Abin após romper com o ex-presidente.

Possíveis beneficiados

Jair Renan Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro: a Abin foi utilizada para dar informações ao filho do então presidente sobre a investigação da PF sobre tráfico de influência. “Noutros termos, o presente evento corrobora a instrumentalização da ABIN para proveito pessoal. Neste caso o intento era fazer prova em benefício ao investigado Renan Bolsonaro”, diz a decisão de Moraes.

Flávio Bolsonaro (PL-RJ): A Abin preparou um relatório para auxiliar a defesa do senador no caso das Rachadinhas. “[…] relatórios para subsidiar a defesa do Senador Flávio Bolsonaro em caso que ficou conhecido como “Rachadinhas”, com o que o órgão central de inteligência teria sido empregado para finalidades alheias às institucionais”. O senador nega as acusações.




Pacheco pede ao STF lista de parlamentares espionados pela Abin




Lula ordena cuidado redobrado por investigações da Abin Paralela

Presidente Lula teme que membros do governo estejam sendo monitorados

Último Segundo

|30/01/2024 17:57

Presidente Lula
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil – 27.10.2023

Presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) emitiu uma ordem direta aos seus ministros e membros do governo, solicitando uma atenção redobrada diante das investigações em curso relacionadas à chamada “Abin paralela”.

O alerta do presidente vem em meio a preocupações sobre a possibilidade de membros do Palácio do Planalto ainda estarem sob vigilância por opositores políticos, o que poderia comprometer as ações do governo federal.

Lula expressou sua determinação para que não haja qualquer interferência no trabalho da Polícia Federal, enfatizando a importância da cooperação plena com a corporação e a pronta entrega de qualquer informação que seja solicitada durante as investigações. O presidente deixou claro que não deseja que quaisquer irregularidades na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sejam associadas ao seu governo.

Nos bastidores do Palácio do Planalto, aliados do presidente avaliam que as investigações relacionadas à Abin paralela terão um impacto significativo no núcleo duro do bolsonarismo.

A análise é de que, desta vez, aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) dificilmente escaparão de punições, dado que, conforme dados apurados pela Polícia Federal, ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos influentes foram alvo de monitoramento.

esse contexto, há uma percepção de que a impunidade que possivelmente beneficiava aliados políticos em episódios anteriores poderá ser mitigada, dada a exposição de figuras de alta relevância no cenário político nacional.

No entanto, apesar das investigações em curso, o Palácio do Planalto mantém a convicção de que o ex-presidente Bolsonaro não correrá risco iminente de ser indiciado neste desdobramento específico relacionado à Abin paralela.

 




Abin: Moraes diz que Ramagem agiu para proteger família Bolsonaro

De acordo com o ministro, autoridades como o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a ex-deputada Joice Hasselmann foram ilegalmente monitorados pela Abin

Por

|25/01/2024 15:31

 

O ministro do STF derrubou o sigilo sobre a decisão que autorizou as buscas da PF contra Ramagem e outros ex-membros da Abin
Reprodução/ Flipar

O ministro do STF derrubou o sigilo sobre a decisão que autorizou as buscas da PF contra Ramagem e outros ex-membros da Abin

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou, nesta quinta-feira (25), o sigilo da  decisão que autorizou a operação da Polícia Federal a apurar o  suposto esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para proteger os filhos dele.

Entre as autoridades monitoradas, estão a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, e a Promotora responsável pela investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Outros desafetos de Bolsonaro, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes também teriam sido monitorados no suposto esquema. A decisão de Moraes afirma ainda que a PF encontrou diálogos entre ex-servidores da Abin falando de “ações de inteligência” para atacar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral.

“As supostas ‘ações de inteligência’ foram realizadas sob a gestão e responsabilidade de Alexandre Ramagem, conforme se depreende da interlocução entre Paulo Maurício e Paulo Magno [ex-gestões da Abin] tratando do ataque às urnas eletrônicas, elemento essencial da atuação das já conhecidas ‘milícias digitais’.”

“As ações realizadas em detrimento do sistema eleitoral eram feitas com viés totalmente politizado conforme se depreende das declarações: (…) O evento relacionado aos ataques às urnas, portanto, reforça a realização de ações de inteligência sem os artefatos motivadores [que justificariam a medida], bem como acentuado viés político em desatenção aos fins institucionais da Abin”, anotou Moraes, em trecho extraído do relatório da PF.

No documento, Moraes afirma que o ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem (que hoje é deputado) utilizou a estrutura da Abin para beneficiar a família do ex-presidente da República, interferindo inclusive em investigações da Polícia Federal para proteger filhos do ex-presidente.

“Os policiais federais destacados, sob a direção de Alexandre Ramagem, utilizaram das ferramentas e serviços da ABIN para serviços e contrainteligência ilícitos e para interferir em diversas investigações da Polícia Federal, como por exemplo, para tentar fazer prova a favor de Renan Bolsonaro, filho do então Presidente Jair Bolsonaro”, escreveu o ministro do STF.

A PF informou que em 2021 foi instaurado inquérito para apurar suposto tráfico de influência perpetrado por Jair Renan.

“Entre as circunstâncias, havia a premissa do recebimento pelo investigado de veículo elétrico para beneficiar empresários do ramo de exploração minerária”, diz a corporação. A diligência da Abin, de acordo com a Polícia Federal, foi no sentido de produzir provas de que o carro estava em posse de um sócio, não do filho do presidente.

O ministro Alexandre de Moraes também disse que a Abin foi usada para produzir relatórios favoráveis ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também filho do ex-presidente, no caso de recolhimento ilegal dos salários de servidores de seu gabinete, conhecido como “caso das rachadinhas” Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando ele era deputado estadual. O caso acabou arquivado em tribunais superiores.

“A utilização da ABIN para fins ilícitos é, novamente, apontada pela Polícia Federal e confirmada na investigação quando demonstra a preparação de relatórios para defesa do senador Flávio Bolsonaro, sob responsabilidade de Marcelo Bormevet, que ocupava o posto de chefe do Centro de Inteligência Nacional – CIN, como bem destacado pela Procuradoria-Geral da República”, pontuou Alexandre.

Flávio Bolsonaro nega que a Abin tenha sido usada para favorecer a defesa dele. “É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro. Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia.”

A PGR chegou a pedir o afastamento de Ramagem, mas Moraes não concordou. O ministro argumentou que atualmente “não se vislumbra a atual necessidade e adequação de afastamento de suas funções”. Contudo, Alexandre ressaltou que essa hipótese pode ser analisada “se o investigado voltar a utilizar suas funções para interferir na produção probatória ou no curso das investigações”.

Em sua decisão, Moraes alega que a alta gestão da Abin, especialmente Ramagem e o secretário de Planejamento e Gestão, Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, “interferiu nas apurações disciplinares para que não fosse divulgada a instrumentalização da Abin”.

A investigação da Polícia Federal apontou que o temor de que a espionagem fosse revelada levou Carlos e Ramagem a anular um processo administrativo sobre o tema, com o objetivo de “dar aparência de legalidade” ao uso irregular da ferramenta de monitoramento First Mile.

 

 




Maioria no STF restringe arapongagem do governo Bolsonaro e limita acesso da Abin

 

9 dos 11 ministros votaram pela determinação de que o repasse de informações à Abin, solicitado pelo governo Jair Bolsonaro, deve ser a partir da motivação e interesse público e respeitando os preceitos constitucionais

STF e Jair Bolsonaro (Foto: ABr)

 

247 – A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (9 dos 11 ministros) é a favor de que o fornecimento de informações por órgãos do governo à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) só seja feito com motivação específica e leve em conta o interesse público.

Os ministros julgaram ação apresentada pelos partidos Rede Sustentabilidade e Partido Socialista Brasileiro (PSB), que pede que órgãos de inteligência não forneçam à Abin dados fiscais, bancários, telefônicos e informações de inquéritos policiais ou da base de dados da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), atual Unidade de Inteligência Fiscal (UIF).

Para os partidos, o decreto de Jair Bolsonaro, que promoveu mudanças na Abin, aumentou o poder da agência de obter dados de cidadãos e investigações, violando preceitos constitucionais e a intenção do decreto foi “aparelhar” a agência, criando uma “Abin paralela”, com desvirtuamento de sua finalidade.

De acordo com os partidos, “esse tipo de compartilhamento e devassa massivos a sigilos constituídos serve apenas para aparelhar o Estado com informações sensíveis sobre quem não for bem querido pelo governante de plantão”.

A relatora da ação, ministra Cármen Lúcia, o compartilhamento de dados com a Abin tem de ser feito obedecendo o que prevê a Constituição, que veda o acesso a informações sigilosas.

O ministro Alexandre de Moraes, apesar de afirmar que não há inconstitucionalidade no decreto, considera que não há problemas em o Supremo “assentar” a necessidade de cumprimento de garantias e direitos fundamentais, conforme a relatora.

“Há necessidade de se separar o que é sistema de inteligência e sistema de investigação”, afirmou o ministro.

Edson Fachin também seguiu o entendimento de Cármen Lúcia. “É preciso traçar, em cada ato singular da ordem jurídica constitucional, a linha divisória que a diferencia do ordenamento autocrático e de suas aventuras caudilhistas. Autoritária foi a ação do governo Vargas sobre o Supremo Tribunal Federal; autoritária foi a ação dos governos da ditadura civil-militar contra o Supremo Tribunal Federal; caudilhesco é o surto autocrático e tirânico de quem ameaça intervir”, afirmou Fachin.

Para Fachin, “o Brasil da legalidade constitucional não admite autoritarismos, não compactua com a corrupção como forma de governança, põe a cobro corruptos e corruptores, protege a ordem jurídica democrática e tem um Judiciário que não se verga a ameaças ou agressões”, disse.

O ministro Luís Roberto Barroso seguiu o voto da relatora e afirmou que “há uma imensa desconfiança em relação à atividade de inteligência, por obra da atuação recente do Serviço Nacional de Informação [SNI] durante o período do regime militar”. “O passado condena”, frisou.

Rosa Weber reforçou que é preciso obedecer critérios para o compartilhamento de informações entre Abin e órgãos do sistema brasileiro de inteligência.

O ministro Luiz Fux reforçou que o compartilhamento deve respeitar a Constituição. “O papel da Corte neste momento é o papel de esclarecer o alcance dos dados que podem ser obtidos ao alvedrio do Executivo, desde que respeitadas as balizas constitucionais”, disse o ministro.

Segundo o ministro Ricardo Lewandowski, foi o último a votar, afirmando que o Supremo não precisaria declarar nenhuma inconstitucionalidade de lei, pois não há uma afronta direta, mas enfatizou que não se opõe a seguir a relatora.

“Entendo que aí os requerentes de certa maneira buscam o STF para resolver pendências que não conseguiram solucionar na arena própria, que é justamente o Congresso Nacional”, criticou.

Gilmar Mendes endossou o votou da relatora e disse que o decreto presidencial não se mostra proporcional à sua finalidade. “As restrições ao domínio do indivíduo sobre suas informações devem respeitar as garantias constitucionais”, declarou.

www.reporteriedoferreira.com.br     Brasil 247




Jorge Oliveira deve ser nomeado como novo ministro da Justiça

Próximo da família Bolsonaro, Oliveira é ministro da Secretaria-Geral da Presidência e é o nome cotado para substituir o ex-juiz Sergio Moro na pasta

Cotado para substituir o ex-juiz Sergio Moro no ministério da Justiça e Segurança Pública, Jorge Oliveira deve ser anunciado oficialmente nesta segunda-feira, 27. Atualmente à frente da Secretaria-Geral da Presidência, o nome de Oliveira já havia sido confirmado pelo Radar como provável sucessor de Moro, que pediu demissão na última sexta-feira (24).

Ex-chefe de gabinete de Eduardo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Jorge Oliveira, 44 anos, é advogado, major aposentado da Polícia Militar e já atuou como como assessor parlamentar de Jair Bolsonaro. No Twitter, Oliveira se posicionou neste domingo (26) sobre o convite: “Juntos com o PR @jairbolsonaro por um Brasil melhor. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!”.

A saída de Moro, símbolo da Operação Lava-Jato, foi motivada, segundo ele próprio, por tentativas de interferências políticas do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Na última semana, Bolsonaro exonerou o delegado Maurício Valeixo. A vaga, assim como o ministério da Justiça, deve ser ocupada por um amigo de longa data do clã Bolsonaro. Atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem deve ser escolhido como o novo diretor-geral da PF.

www.reporteriedoferreira.com.br   Por agências