Bolsonaro se refere a Lula como “quadrilheiro de nove dedos” no Rio

Presidente discursou em Copacabana e voltou a defender pautas conservadoras em cima de trio elétrico

Bolsonaro discursa em ato do 7 de Setembro em Copacabana (RJ)
Reprodução/RecordNews – 07.09.2022

Bolsonaro discursa em ato do 7 de Setembro em Copacabana (RJ)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) de maneira indireta, nesta quarta-feira (7). Durante ato na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o mandatário mencionou, novamente, as “quatro linhas da Constituição”.

“Esperem a reeleição para ver se todos não vão jogar nas quatro linhas da Constituição”, disse o presidente.

O discurso do mandatário durou cerca de 17 minutos em cima de um trio elétrico e, e em sua fala, defendeu pautas conservadoras, citando a posição contrária à legalização das drogas, ao aborto e à “ideologia de gênero”.

“Não sou muito educado, falo palavrões, mas não sou ladrão”, afirmou Bolsonaro, que não citou o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas se referiu a ele como “quadrilheiro de nove dedos” que quer “voltar à cena do crime” e deve ser, na visão dele, “extirpado da vida pública”.

“Compare o Brasil com a Argentina, a Venezuela e a Nicarágua. Eles são amigos do quadrilheiro que disputa a eleição. Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública, teremos um governo muito melhor com a nossa eleição, com a graça de Deus”, afirmou.

O evento ocorre na Zona Sul do Rio, onde o mandatário chegou acompanhado de apoiadores em uma ‘motociata’. Ao lado de Bolsonaro no Rio, estão o vice de sua chapa, general Braga Netto, o governador do estado, Cláudio Castro (PL), e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL).

O empresário Luciano Hang, o deputado Daniel Silveira, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o pastor Silas Malafaia também acompanham o chefe do Executivo.

* Em atualização

Por Ig




8 estados prometem punir PM que participar de ato de 7 de setembro

Outros 10 governadores não deixam claro quais serão as suas condutas

Polícia Militar
Reprodução

Polícia Militar

Próximo ao 7 de setembro, governadores de estados brasileiros se preparam de diferentes formas para lidar com a possibilidade de policiais militares se manifestando em favor do presidente Jair Bolsonaro  (sem partido) e contra as instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o jornal O Globo, oito chefes do executivo já afirmam que devem punir os PMs e oficiais e praças que participarem, outros 10 não deixam claro como vão agir, dois dizem que os regimentos internos permitem a manifestação de policiais; e outros sete não se pronunciaram.

A preocupação dos governadores sobre a PM participar das manifestações tornou-se pública na semana passada após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB),  exonerar um comandante da Polícia Militar, o coronel Aleksander Lacerda  por convocar outros policiais, pelas redes sociais, a participar do ato e atacar o Supremo Tribunal Federal (STF). A mobilização de PMs online também ajudou a deixar os governadores atentos à questão.

A participação da PM em manifestações depende de regimentos internos de cada estado. Em São Paulo, por exemplo, o governo informa que os “policiais militares da ativa, conforme a legislação, são proibidos de participar de eventos de caráter político-partidário”. Ainda segundo o governo, toda e qualquer denúncia de descumprimento das normas vigentes são rigorosamente apuradas e punidas, se confirmadas.

No Rio, outro estado que deve ter grande manifestação no dia 7, o governo diz ser defensor da liberdade de expressão e respeita qualquer ato de manifestação pacífica e que a ação da Polícia Militar em atos públicos é regulada pelo Regimento Interno. No comando do Governo, Cláudio Castro (PL) é aliado do presidente e trabalha pelo apoio da família Bolsonaro para sua reeleição em 2022.

No Distrito Federal, a Polícia Militar informou “que os policiais militares são cidadãos e ao exercerem a sua cidadania, podem se manifestar de maneira democrática, desde que não representem a instituição.” Mas o governador Ibaneis Rocha (MDB) diz que PMs da ativa que participarem das manifestações com pautas antidemocráticas em 7 de setembro serão punidos.

Os três estados são os que devem realizar as maiorias manifestações. Além de São Paulo e Distrito Federal, também pretendem punir PMs que participarem dos atos os estados da Bahia, Paraíba, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Amazonas e Roraima.

www.reporteriedoferreira.com.br      – Com informações do jornal O Globo.