Lula rebate críticas de Zelensky na ONU e diz que ucraniano “só falou o óbvio”

Presidente da Ucrânia criticou o Brasil em discurso da ONU, e questionou interesses de Lula

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iG Último Segundo

|25/09/2024 17:07

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Sessão de Abertura da Cúpula do Futuro, no Salão da Assembleia Geral, da Sede das Nações Unidas (ONU)
Ricardo Stuckert

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Sessão de Abertura da Cúpula do Futuro, no Salão da Assembleia Geral, da Sede das Nações Unidas (ONU)

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente do Brasil,  disse que Volodymyr Zelensky, mandatário da Ucrânia, “só falou o óbvio” em  discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) feito durante esta quarta, 25.

Durante a fala, Zelensky criticou o Brasil e a China pelo posicionamento frente à guerra entre Ucrânia e Rússia.  Ele disse ter dúvidas do “real interesse” do Brasil nas falas de Lula.

Lula , porém, disse que o Brasil não tem “proposta” para a resolução do conflito, mas sim uma “tese” — a de que vale o diálogo entre os diplomatas europeus.

“[Zelensky], se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não é militar. E isso depende de capacidade de sentar e conversar. Ouvir o contrário e tentar chegar num acordo para o povo ucraniano ter sossego na vida”, disse o presidente brasileiro.

Também comentou: “Ele tem que defender a soberania, é obrigação dele. Que ele tem que ser contra a ocupação do território [ucraniano], é obrigação dele. O que ele não tá conseguindo fazer é a paz. E o que nós estamos propondo não é fazer a paz por eles, é chamar a atenção para que eles levem em consideração que somente a paz vai garantir que a Ucrânia sobreviva enquanto pais soberano e a Rússia sobreviva”, destacou.




Número de mortos por ataques israelenses  no Líbano sobe para 492

Segundo Ministério da Saúde libanês, há 35 crianças entre as vítimas

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AFP|iG Último Segundo

|23/09/2024 09:20

Nuvem de fumaça e chamas provocadas por ataque aéreo israelense na área de Marjayoun, no sul do Líbano, perto da fronteira
Rabih DAHER

Nuvem de fumaça e chamas provocadas por ataque aéreo israelense na área de Marjayoun, no sul do Líbano, perto da fronteira

O último balanço realizado pelo Ministério da Saúde do Líbano aponta 492  mortos  (sendo 35 crianças) e mais 1.246 feridos no maior ataque aéreo realizado por Israel no país nesta segunda-feira (23). Segundo as Forças Israelenses, o bombardeio atingiu mais de 800 alvos do movimento islamista Hezbollah em solo libanês.

Com os ataques desta segunda, o Líbano vive seu dia mais sangrento em mais de 18 anos, desde a guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006. De acordo com as autoridades libanesas, há mulheres, crianças e socorristas entre os mortos e feridos.

O Hezbollah anunciou que, em resposta, lançou foguetes contra três alvos no norte de Israel.

A onda de ataques a partir do amanhecer contra alvos do movimento pró-Irã no sul e leste do Líbano é a maior executada pelas tropas de Israel desde o início da guerra.

Pouco antes dos ataques, Israel havia alertado os civis do Líbano para que se afastassem “imediatamente” de supostas posições e depósitos de armas do Hezbollah.

“Até o momento, mais de 300 alvos do Hezbollah foram atacados”, informou o Exército em um comunicado emitido ainda no começo da manhã. Mais cedo, as forças militares israelenses anunciaram 150 ataques aéreos em apenas uma hora, das 6H30 às 7H30 (entre 0H30 e 1H30 de Brasília).

“Plano de destruição”

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um “plano de destruição” executado por Israel contra o país e pediu à ONU e aos “países influentes” para “dissuadir” o governo israelense da “agressão”.

A agência estatal libanesa de notícias ANI relatou “mais de 80 bombardeios em meia hora”.

“Estamos vivendo sob bombardeios, dormimos e acordamos com os bombardeios”, declarou Wafaa Ismail, uma dona de casa de 60 anos, na localidade de Zautar, sul do Líbano.

O Exército israelense aconselhou os libaneses a “se afastarem” das posições do Hezbollah e alertou que prosseguirá com bombardeios mais “extensos e precisos” contra o grupo islamista.

Ligações de alerta

A ANI informou que “moradores de Beirute e de diversas regiões” receberam ligações telefônicas de israel com pedidos para que “abandonem rapidamente os locais onde se encontram”. O gabinete do ministro da Informação, Ziad Makari, confirmou à AFP que recebeu o mesmo alerta.

“Quando a secretária do ministro atendeu, ouviu uma mensagem gravada que pedia (aos funcionários) que abandonassem o edifício ou ficariam sob escombros”, segundo a agência. O ministro denunciou uma “guerra psicológica”.

As autoridades libanesas ordenaram o fechamento de escolas nas áreas atingidas pelos bombardeios na segunda e terça-feira.

O Hezbollah, um influente ator político e militar no Líbano, abriu uma frente de batalha na fronteira com Israel há quase um ano, após o início da guerra na Faixa de Gaza, em apoio a seu aliado islamista Hamas, que governa o território palestino.

Os ataques de artilharia aumentaram desde as explosões de pagers e walkie-talkies utilizados por membros do Hezbollah, atribuídas a Israel, na semana passada, que deixaram 39 mortos e quase três mil feridos em redutos da milícia no Líbano, segundo as autoridades.

“As ameaças não vão nos parar: estamos preparados para todos os cenários militares contra Israel”, afirmou no domingo o número dois do Hezbollah, Naim Qasem, que anunciou uma “nova fase” na batalha contra Israel, a do “acerto de contas”.

“À beira da catástrofe”

Diante do agravamento do cenário, o governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, recomendou que seus cidadãos abandonem o Líbano.

“Faremos todo o possível para impedir a explosão de uma guerra mais ampla”, disse o presidente Joe Biden.

A China aconselhou seus cidadãos a deixarem Israel “o mais rápido possível”.

“A região está à beira de uma catástrofe iminente”, disse a coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert.

O Egito afirmou que teme uma “guerra total” no Oriente Médio e alertou que a escalada entre Israel e Hezbollah pode minar os esforços para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde o Exército israelense prossegue com a ofensiva devastadora de represália.

A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, após o ataque do movimento islamista Hamas em Israel, no qual morreram 1.205 pessoas, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Dos 251 sequestrados durante a incursão islamista, 97 ainda continuam em cativeiro em Gaza, embora 33 deles tenham sido declarados mortos pelo Exército israelense.

A ofensiva israelense matou pelo menos 41.455 palestinos, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, que a ONU considera confiáveis.




‘Escalada’ militar não é o melhor para Israel, alertam EUA

Além das tensões com o Hamas em Gaza, governo israelense tem trocado ofensivas com o grupo paramilitar Hezbollah na última semana

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AFP

|22/09/2024 13:30

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Membros das Brigadas do Hezbollah do Iraque participam do funeral de um comandante militar em Bagdá, em 22 de setembro de 2024
AHMAD AL-RUBAYE

Membros das Brigadas do Hezbollah do Iraque participam do funeral de um comandante militar em Bagdá, em 22 de setembro de 2024

Uma “escalada” militar regional não é o melhor para Israel , alertou um porta-voz da Casa Branca neste domingo (22), em meio a crescentes tensões na fronteira com o Líbano, que aumentam os temores de uma guerra total.

“Não acreditamos que uma escalada desse conflito militar seja o melhor” para Israel, declarou John Kirby à rede ABC. “Isso é o que dizemos a nossas contrapartes israelenses”, disse o porta-voz do governo americano.

Após quase um ano de guerra entre o movimento palestino Hamas e Israel na Faixa de Gaza, a frente se deslocou esta semana para a fronteira com o Líbano, em plena escalada militar entre as tropas israelenses e o grupo Hezbollah , apoiado pelo Irã.

Na madrugada deste domingo, o Exército israelense anunciou novos bombardeios contra alvos do movimento islamista no sul do Líbano, depois que esse disparou mais de 100 foguetes contra áreas residenciais do norte de Israel.

“Agora, as tensões estão muito mais altas do que estavam há alguns dias”, afirmou Kirby.

Mas “ainda acreditamos que pode haver tempo e espaço para uma solução diplomática e estamos trabalhando nisso”, acrescentou.

As trocas de tiros na fronteira se multiplicaram desde a onde de explosões contra pagers e walkie-talkies do Hezbollah, atribuídas a Israel, que causaram 39 mortes e 2.931 feridos nos bastiões desse grupo, segundo as autoridades libanesas.

“Estamos trabalhando desde o início do conflito, em 8 de outubro, para tentar evitar uma escalada, evitar que o conflito se estenda ali e ao redor de Israel, mas também para a região”, disse o porta-voz da Casa Branca.

Israel incluiu esta semana a fronteira com o Líbano entre seus objetivos de guerra para permitir o retorno dos milhares de habitantes deslocados pela violência.

Uma escalada da guerra “certamente não vai ser o melhor para toda essa gente que o primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu diz que quer enviar de volta para casa”, disse Kirby.

Guerra em Gaza

A guerra em Gaza eclodiu há quase um ano após um ataque do movimento palestino Hamas em Israel no qual morreram 1.205 pessoas, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses.

Dos 251 sequestrados durante a incursão islamista, 97 seguem presos no território, dos quais 33 foram declarados mortos pelo Exército israelense.

A ofensiva israelense causou a morte de pelo menos 41.431 palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde desse território governado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.




Brasil condena ataques israelenses em Beirute e pede cessar-fogo

Itamaraty alertou para risco de ‘conflito de ampla proporção’ no Oriente Médio

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Ansa

|21/09/2024 13:43

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Forças Armadas de Israel anunciaram bombardeio contra posições do Hezbollah no sul do Líbano
Ammar Ammar/AFP

Forças Armadas de Israel anunciaram bombardeio contra posições do Hezbollah no sul do Líbano

O governo do Brasil condenou o bombardeio de Israel contra Beirute , no Líbano , ação que resultou na morte de pelo menos 37 pessoas, incluindo três crianças e sete mulheres, segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde local.

“O governo brasileiro acompanha, com forte preocupação, esse mais recente episódio na escalada de tensões na região.

O Brasil exorta as partes envolvidas ao exercício de máxima contenção e à imediata interrupção dos ataques, que ameaçam conduzir a região a conflito de ampla proporção”, diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

“O Brasil reafirma sua convicção sobre a urgência de alcançar cessar-fogo permanente e abrangente na Faixa de Gaza, como forma de evitar o alastramento das hostilidades para outras áreas do Oriente Médio”, acrescenta a nota do Itamaraty.

Durante a semana, as explosões de milhares de pagers e walkie-talkies já haviam provocado dezenas de mortes no Líbano, que ainda foi alvo de novos ataques israelenses neste sábado (21).




Putin telefona para Lula e discute conflito contra Ucrânia

Presidente russo manifestou solidariedade no enfrentamento dos incêndios florestais

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GPS Brasília

|18/09/2024 13:50

Putin telefona para Lula e discute conflito contra Ucrânia
Henrique Neri

Putin telefona para Lula e discute conflito contra Ucrânia

Vladimir Putin telefonou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (18) e o presidente russo manifestou solidariedade ao Brasil no enfrentamento dos incêndios florestais” que têm afetado o país em meio a uma seca histórica.

Durante o telefonema, os dois presidentes também “conversaram sobre a reunião e os temas que serão debatidos na cúpula dos BRICS, mês que vem, em Kazan, e as relações bilaterais entre os dois países”. Além disso, também discutiram a proposta de paz do Brasil e China para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que já acontece há 2 anos e 6 meses.

Durante entrevista publicada na semana passada pelo portal Metrópoles, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a proposta é “destrutiva” e não passa de uma “declaração política”.

“Não nos perguntaram nada. E a Rússia aparece e diz que apoia a proposta do Brasil e da China. Nós não somos tolos. Pra que serve esse teatro? Ou seja, vocês falaram com a Rússia sobre uma iniciativa, apresentaram esta iniciativa e disseram: ‘essa é a nossa proposta’. Bem, definitivamente não se trata de justiça, não se trata de valores. Definitivamente é uma falta de respeito à Ucrânia. Não somos tolos”, afirmou Zelensky.

Zelensky ainda disse que o Brasil seria pró-Rússia, e que não seria necessário fortalecer a posição da Ucrânia antes de qualquer tipo de negociação futura para o fim do conflito

“Eu disse a Lula e ao lado chinês: ‘vamos sentar juntos, vamos conversar’. Voces não são nossos inimigos. Por que você de repente decidiu que deveria ficar ao lado da Rússia? Ou estar em algum lugar no meio? Qual é esse ponto de vista? No meio do quê? Não estamos lutando no meio. Não estamos lutando na fronteira. Estamos lutando nas nossas terras. Devemos parar os russos”, finalizou Zelensky.

Em resposta, o Itamaraty, quando procurado pela CNN, declarou que o “governo brasileiro tem reiterado, de forma clara e inequívoca, sua condenação à invasão russa do território ucraniano na Organização das Nações Unidas e em outros foros multilaterais, inclusive nos BRICS”.

O governo brasileiro defendeu “o diálogo e uma solução pacífica” para a guerra, e disse que o texto proposto em parceria com a China é um esforço de contribuir pela volta do diálogo. “Os elementos propostos sugerem princípios básicos que poderiam ser considerados na consolidação de eventual processo negociador”, conclui o Itamaraty.

Proposta de paz do Brasil e China

O texto propõe uma negociação direta entre Rússia e Ucrânia por meio de três princípios, não expandir o campo de batalha; não escalar combates; e a não inflamação da situação. O Brasil e a China pedem pelo fim de bombardeamentos em infraestrutura civil e também a criação de uma zona segura entorno de usinas nucleares nos dois lados.

“As duas partes convidam os membros da comunidade internacional a apoiar e endossar os entendimentos comuns, mencionados acima, e a desempenhar, conjuntamente, um papel construtivo em favor da desescalada da situação e da promoção de conversações de paz”, pontuam os dois países.

“1. As duas partes apelam a todos os atores relevantes a observarem três princípios para a desescalada da situação, a saber: não expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação por qualquer parte.

  1. As duas partes acreditam que o diálogo e a negociação são a única solução viável para a crise na Ucrânia. Todos os atores relevantes devem criar condições para a retomada do diálogo direto e promover a desescalada da situação até que se alcance um cessar-fogo abrangente. O Brasil e China apoiam uma conferência internacional de paz realizada em um momento apropriado, que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes, além de uma discussão justa de todos os planos de paz.
  2. São necessários esforços para aumentar a assistência humanitária em áreas relevantes e prevenir uma crise humanitária de maior escala. Ataques a civis ou instalações civis devem ser evitados, e a população civil, incluindo mulheres, crianças e prisioneiros de guerra, deve ser protegida. As duas partes apoiam a troca de prisioneiros de guerra entre os países envolvidos no conflito.
  3. O uso de armas de destruição em massa, em particular armas nucleares, químicas e biológicas, deve ser rejeitado. Todos os esforços possíveis devem ser feitos para prevenir a proliferação nuclear e evitar uma crise nuclear.
  4. Ataques contra usinas nucleares ou outras instalações nucleares pacíficas devem ser rejeitados. Todas as partes devem cumprir o direito internacional, incluindo a Convenção de Segurança Nuclear, e prevenir com determinação acidentes nucleares causados pelo homem.
  5. A divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos isolados deveria ser evitada. As duas partes pedem novos esforços para reforçar a cooperação internacional em energia, moeda, finanças, comércio, segurança alimentar e segurança de infraestrutura crítica, incluindo oleodutos e gasodutos, cabos óticos submarinos, instalações elétricas e de energia, bem como redes de fibra ótica, a fim de proteger a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais.”

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Brasil e China organizam reunião em Nova York sobre proposta conjunta de paz para Ucrânia

Celso Amorim e Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China. – Yue Yuewei/Xinhua

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a China estão organizando uma reunião em Nova York, na semana da Asssembleia-Geral da ONU (Organizações das Nações Unidas), para divulgar a proposta conjunta dos dois países de um plano de paz para a Ucrânia.

O plano foi anunciado em maio, durante uma visita do assessor internacional de Lula, Celso Amorim, a Pequim. O documento foi assinado por Amorim e por Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China.

Ele consiste em seis pontos, entre os quais a realização de uma conferência internacional de paz “que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes”.

“Agora é uma continuação disso, para estender o apoio [à iniciativa] baseado principalmente no Sul Global”, disse Amorim.

Os termos do documento divulgado por Brasil e China em maio foram rejeitados pelo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e por aliados de Kiev no Ocidente. Em linhas gerais, estes consideram que a abordagem sino-brasileira premia a Rússia e autorizaria o governo de Vladimir Putin a anexar territórios ocupados.

Na semana passada, Zelenski chamou de destrutiva a iniciativa encampada por Brasília e Pequim.

A organização do evento em Nova York está sendo acompanhada de perto pelo Palácio do Planalto. O encontro deve ocorrer na manhã de 27 de setembro, uma sexta-feira.

A relação de governos convidados não foi divulgada, mas, de acordo com Amorim, o foco é o chamado Sul Global [países em desenvolvimento]. Nem Rússia nem Ucrânia —as partes diretamente envolvidas na guerra— integram a lista.

De acordo com Amorim, a expectativa é que entre 15 e 20 países estejam representados no nível ministerial.

Lula já não estará em Nova York no dia da reunião. No caso do Brasil, uma das possibilidades é que Amorim participe ao lado do chanceler Mauro Vieira.

Ao anunciar um plano conjunto com a China, na prática o governo Lula também marcou distância de uma conferência de paz realizada na Suíça em junho.

Nos meses que antecederam o encontro, realizado no complexo hoteleiro de Bürgenstock, em Lucerna, houve intensa pressão do lado suíço para que o Brasil participasse ao menos no nível de chanceler.

No final, Lula escalou apenas uma observadora para o encontro, a embaixadora do país na Suíça, Cláudia Fonseca Buzzi. O governo tampouco endossou a declaração final da conferência de paz, que tratava o conflito como uma guerra “da Federação Russa contra a Ucrânia” que continua a causar “sofrimento humano e destruição em larga escala”.

Amorim vê o processo de paz suíço como o desfecho de uma série de conferências iniciadas em 2023 em Copenhague que, na prática, repetiram uma fórmula de paz proposta por Zelenski. Isso contribuiu para o fracasso do processo, na visão do assessor internacional.

Antes mesmo de assumir seu terceiro mandato, Lula tinha planos de exercer um papel de mediador na guerra iniciada em 2022.

O petista deu nos primeiros meses de governo uma série de declarações que foram criticadas nos Estados Unidos e na Europa por serem, na visão desses países, pró-russas.

Ele atribuiu igual responsabilidade a Putin e Zelenski pelo início da guerra e, num dos momentos mais tensos da sua relação com os EUA, chegou a declarar que os americanos incentivavam o conflito.

Com o passar o tempo, o assunto perdeu importância na agenda de Lula e foi menos abordado em discursos. A iniciativa de Amorim em Pequim recolocou a guerra da Ucrânia em posição de destaque.

Na segunda-feira (16), o presidente voltou a tratar da guerra durante discurso na formatura do Instituto Rio Branco, a escola do Itamaraty para preparação de diplomatas.

Ele disse que, no momento atual em que o mundo aborda a transição verde como uma prioridade, o Brasil tem uma oportunidade histórica por causa do seu potencial na área de energia.

“É porque o Brasil, em se tratando de energia, é um país imbatível. Basta que a gente seja grande, pense grande, acorde e transforme o sonho em realidade. Por isso que estamos fazendo com que essa coisa da transição energética seja para nós um novo momento do Brasil se desenvolver, crescer, se apresentar ao mundo de cabeça erguida, sem complexo de vira-lata, de inferioridade”, disse.

“Por isso é importante o Brasil não participar da guerra da Ucrânia e da Rússia. Por isso que é importante o Brasil dizer: ‘nós queremos paz, não queremos guerra’. Aqueles que querem conversar conosco poderiam ter conversado conosco antes da guerra. Por isso é que repudiamos massacre contra mulheres e crianças na Palestina, da mesma forma que repudiamos o terrorismo do Hamas.”

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Kamala amplia liderança sobre Trump em pesquisa de intenção de voto feita após debate

A candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, ampliou a liderança das intenções de voto sobre o republicano Donald Trump após o debate eleitoral entre os dois, segundo um levantamento da agência de notícias Reuters e do Instituto Ipsos divulgado na quinta-feira (12).

Harris tem 47% das intenções de voto, contra 42% de Trump, segundo uma nova pesquisa de intenção de voto Reuters/Ipsos, a primeira do instituto realizada após o debateA diferença é um ponto percentual maior que a registrada no último levantamento feito pelo mesmo instituto, no fim de agosto.

Na ocasião, 45% dos entrevistados disseram que votariam na vice-presidente, contra 41% que manifestaram apoio a Trump.

A pesquisa Reuters/Ipsos ouviu 1.690 pessoas entre quarta-feira (11) e a quinta (12), entre elas 1.405 eleitores registrados — nos EUA, o voto não é obrigatório, e os cidadãos têm de fazer um registro a cada pleito para poder votar — e tem margem de erro de três pontos percentuais.

Debate

O primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris, na noite de terça-feira (10), foi marcado por trocas de acusações em temas centrais da corrida à Casa Branca e pelo tom mais assertivo de Harris, que empurrou o adversário para a defensiva e conseguiu se impor até em temas mais confortáveis para Trump, como imigração e economia.

Enfática e expressiva, Kamala Harris investiu em ataques a Trump e procurou se desassociar de Joe Biden ao mesmo tempo em que defendeu seu governo. Com oratória segura, ela também evocou seu passado como procuradora-geral, deixando de lado dúvidas sobre se conseguiria lidar com acusações de Trump. E, mesmo sem o apoio de sua equipe e de anotações prévias, que não puderam entrar no auditório do debate, conseguiu dar respostas rápidas.

Segundo levantamento do jornal “The New York Times”, Trump passou a maior parte do debate, de pouco mais de 90 minutos, se defendendo de ataques da adversária, ao contrário do enfrentamento que teve em junho contra o presidente Joe Biden. Na ocasião, o republicano foi quem mais fez ataques.

Donald Trump, que começou o debate repetindo o tom mais calmo que adotou no cara a cara contra Biden, também foi optando por falas mais agressivas ao longo do enfrentamento em reação a provocações constantes da adversária.

Ele tentou atrelar a democrata a Joe Biden, buscando tirar proveito do mau desempenho do presidente. “Ela é Biden. Ela está querendo se afastar de Biden, mas ela é Biden”, disse.

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Troca de acusações e ataques sobre aborto: como foi 1° debate entre Trump e Kamala nos EUA

A democrata utilizou um tom agressivo e irônico diante do republicano

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|11/09/2024 00:05

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Kamala foi irônica e agressiva em seu primeiro debate contra Donald Trump
AFP

Kamala foi irônica e agressiva em seu primeiro debate contra Donald Trump

No primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris , realizado nesta terça-feira (11), os dois candidatos se enfrentaram em um embate marcado por trocas de acusações , abordando temas cruciais como economia, imigração, aborto e conflitos internacionais . O encontro, transmitido pela rede ABC na Filadélfia, foi o primeiro cara a cara entre os dois, e teve Kamala Harris adotando uma postura assertiva, forçando o adversário à defensiva.

Kamala, conhecida por sua experiência como ex-procuradora-geral, não hesitou em atacar a gestão de Trump, destacando falhas durante a pandemia e criticando o aumento do desemprego sob sua administração. A vice-presidente também enfatizou a importância de manter o direito ao aborto, afirmando que seu rival apoiaria um plano nacional para bani-lo, algo que Trump negou.

Trump, por sua vez, utilizou o debate para reforçar temas de sua base eleitoral, como a imigração, repetindo em diversos momentos que os EUA estariam sendo “invadidos por criminosos”. Em meio a essas declarações, chegou a alegar que imigrantes estariam “comendo cachorros” de americanos, o que foi prontamente contestado pelos mediadores. Além disso, ele acusou Kamala de ser a responsável pelo aumento do número de imigrantes ilegais, visto que ela foi encarregada por Joe Biden de gerir essa política.

Ao discutir questões internacionais, Trump afirmou que, se estivesse no poder, o conflito entre Rússia e Ucrânia jamais teria começado, alegando que mantém boas relações tanto com Vladimir Putin quanto com Volodymyr Zelensky. Harris, por outro lado, defendeu a atuação do governo Biden na guerra, afirmando que, sem as ações do presidente, Putin teria tomado o controle da Europa.

O debate também abordou o polêmico tema da guerra em Gaza. Enquanto Kamala expressou apoio ao direito de defesa de Israel, também fez questão de salientar que “vidas inocentes demais foram perdidas” no conflito, defendendo um cessar-fogo e uma solução de dois Estados. Trump, mais enfático, afirmou que, sob sua liderança, a guerra não teria ocorrido.

Apesar das provocações, Harris focou sua estratégia em se desvincular da figura de Joe Biden, tentando se apresentar como uma nova opção de liderança para o país. “Eu não sou Biden, e certamente não sou Donald Trump”, declarou, propondo uma agenda voltada para a classe média, ao contrário de seu adversário, que, segundo ela, governa “apenas para si mesmo”.




Maduro reestabelece luz, mas controla quem entra na embaixada argentina

A mudança coincide com a saída do país de Edmundo González. O Brasil tinha assumido a custódia da embaixada após expulsão de diplomatas argentinos

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iG Último Segundo

|08/09/2024 21:51

Atualizada às 08/09/2024 23:05

Maduro adianta Natal para outubro na Venezuela
Redação GPS

Maduro adianta Natal para outubro na Venezuela

Nicolás Maduro suspendeu o cerco ao redor da embaixada argentina em Caracas, neste domingo (8), mas o controle de acesso pela polícia local continua. Homens encapuzados que estavam posicionados nos muros e nas ruas ao redor foram retirados, mas ainda há restrições para quem entra ou sai da área próxima à embaixada.

A eletricidade, que havia sido cortada, foi restaurada, coincidindo com a saída de Edmundo González, líder da oposição e candidato à presidência, que pediu asilo na Espanha após seis semanas escondido na embaixada da Holanda. González já está em Madri, após ser retirado da Venezuela por um avião da Força Aérea Espanhola, em um acordo com o governo Maduro.

Jorge Rodríguez, em rede social, confirmou que a Venezuela concedeu salvo-conduto a González, afirmando que isso demonstra o respeito ao direito internacional. O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, disse que o asilo foi solicitado pelo próprio opositor.

O Brasil, que havia assumido a responsabilidade pela embaixada após a expulsão dos diplomatas argentinos, informou que qualquer mudança no acordo deveria ser negociada e que o controle da embaixada não pode ser alterado unilateralmente por Caracas.

No entanto, o governo venezuelano revogou no sábado (7) a autorização para que o Brasil assumisse a embaixada da Argentina. O gesto levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a convocar uma reunião de emergência neste domingo para discutir a situação.

Após a eleição de 28 de julho, em que Maduro foi reeleito, a expulsão dos diplomatas argentinos ocorreu porque o governo de Javier Milei não reconheceu o resultado, alegando fraude. Com seis opositores refugiados na embaixada, o Brasil fez um acordo para proteger a inviolabilidade do local. No entanto, Maduro violou esse entendimento, aumentando a tensão diplomática entre os países.




Maduro rompe combinado e crise entre Brasil e Venezuela aumenta

Agentes cercaram embaixada do Brasil e cortaram a eletricidade. O objetivo é invadir e encontrar os opositores do presidente

Por

iG Último Segundo

|07/09/2024 21:17

Tensão entre Venezuela e Brasil
Agência Brasil

Tensão entre Venezuela e Brasil

Na sexta-feira (6), embaixadores e diplomatas brasileiros foram convocados de forma emergencial para uma reunião no Itamaraty: o governo Lula (PT) havia recebido um alerta de que a embaixada em Caracas, aquela que era da Argentina, estava cercada e sem eletricidade. Pouco tempos depois, os venezuelanos quebraram o acordo e tiraram a responsabilidade do Brasil pelo local.

A ação, abre um dos maiores impasses diplomáticos da região. De acordo com agências de notícias, o governo brasileiro pediu à Venezuela para que a embaixada não fosse invadida.

O governo venezuelano prometeu não entrar no local, mas o corte da energia e a possibilidade da invasão acenderam uma luz vermelha dentro do Palácio do Planalto. Afinal, até onde Maduro vai cumprir o que prometeu?

Vale lembrar que logo que ganhou a eleição, o governo Maduro expulsou os argentinos da embaixada de Caracas. A medida foi uma resposta ao governo de Javier Milei de não reconhecer a suposta vitória do venezuelano.

Com objetivo de evitar uma ruptura ainda maior, o Brasil passou a assumir os interesses da Argentina em Caracas, inclusive da estrutura da embaixada.

Em um comunicado, o governo da Venezuela disse: “tomou a decisão de revogar, com efeitos imediatos, a aprovação concedida ao Brasil para representar os interesses da República Argentina e dos seus nacionais em território venezuelano, bem como a custódia das instalações da missão diplomática Brasil para exercer a representação dos interesses da República Argentina e dos seus nacionais em território venezuelano, bem como a custódia das instalações da missão diplomática, incluindo os seus bens e arquivos, conforme anunciado no comunicado conjunto de 5 de agosto de 2024”.

“A Venezuela vê-se obrigada a tomar esta decisão devido às provas da utilização das instalações desta missão diplomática para o planejamento de atividades terroristas e tentativas de assassinato contra o Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, e contra a Vice-Presidente Executiva, Delcy Rodriguez Gómez, por parte de fugitivos da justiça venezuelana que permanecem no interior da missão”.

Em comunicado emitido hoje, o governo brasileiro afirmou:

“De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções”, explicou.

O governo brasileiro ainda disse que “a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente abrigam seis asilados venezuelanos além de bens e arquivos”.

Vale dizer que o Brasil não reconhece nem rejeita o resultado da eleição. A postura do país tem sido a de exigir a apresentação das atas eleitorais — espécie de boletim das urnas —, o que ainda não foi feito pelas autoridades venezuelanas.

Para o Comando Nacional de Campanha da oposição venezuelana, seis membros do grupo estão asilados dentro da embaixada. O regime de Maduro tem interesse nos integrantes.