Argentina prende 61 brasileiros foragidos por atos golpistas
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Atos golpistas do 8 de janeiro
A Justiça argentina, atendendo a um pedido do Brasil, emitiu nesta sexta-feira (15) mandados de prisão contra 61 brasileiros envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Os foragidos, que haviam violado medidas cautelares no Brasil, foram localizados em território argentino.
Segundo o jornal Clarín, o juiz Daniel Refecas foi responsável pela decisão. Com os mandados expedidos, qualquer autoridade argentina pode prender os golpistas.
Entre os presos estão Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, considerado foragido desde abril de 2024, e Joelton Gusmão de Oliveira, condenado a 17 anos de prisão pela tentativa de golpe.
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A operação conjunta entre a Polícia Federal brasileira e as autoridades argentinas visa localizar e extraditar os demais foragidos. Em junho, o Brasil enviou uma lista com mais de 180 nomes de brasileiros procurados nos três países.
O governo argentino, por meio de seu porta-voz, Manuel Adorni, já havia garantido que não haveria “pactos de impunidade” e que o país respeitaria as decisões da Justiça brasileira.
Após a prisão, os golpistas passarão por um processo de extradição na Argentina antes de serem enviados ao Brasil para responder pelos crimes cometidos.
Argentina prende 2 brasileiros e emite 59 mandados para foragidos do 8 de janeiro
Esses condenados são alvo de pedidos de extradição feitos pelo Brasil
Por
Raphael Leites
|15/11/2024 18:49–
Atualizada às 15/11/2024 21:43
A Justiça da Argentina emitiu mandados de prisão contra 61 brasileiros que participaram dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 . Esses condenados são alvo de pedidos de extradição feitos pelo Brasil. Até agora, dois deles já foram presos no país governado por Javier Milei .
As ordens de prisão foram emitidas pelo juiz Daniel Rafecas, responsável pela 3ª Vara Federal. Os brasileiros presos terão audiências com o próprio Rafecas, que decidirá sobre a extradição, mas eles podem apelar para a Suprema Corte da Argentina. As informações são da Folha de S. Paulo.
Brasileiros detidos e extradição
Um dos detidos é Joelton Gusmão de Oliveira, capturado na quinta-feira (14) em La Plata, na Argentina. Ele foi condenado a 17 anos de prisão no Brasil. Sua esposa, Alessandra Faria Rondon, também tinha uma ordem de prisão, mas conseguiu evitar a captura. A segunda prisão ocorreu na sexta-feira (15).
Os condenados permanecerão presos até a decisão final sobre a extradição. O governo de Javier Milei informou que seguirá as decisões judiciais sobre o caso.
Até outubro de 2024, 185 brasileiros solicitaram refúgio na Argentina, número muito superior ao registrado em 2023, quando apenas três pedidos foram feitos. A maior parte dos solicitantes são homens, com destaque para o mês de maio, que teve 47 novos pedidos.
Os dois brasileiros detidos aguardam audiência para definir a extradição, enquanto outros 59 seguem foragidos. A Justiça argentina, liderada pelo juiz Rafecas, está empenhada em cumprir os mandados de prisão.
A extradição segue sendo tema central, com novos desdobramentos esperados nos próximos dias.
Duas prisões
Segundo a agência AFP, os dois detidos até agora são Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos, e Rodrigo De Freitas Moro, de 34.
Gusmão, condenado a 17 anos de prisão, foi preso na quinta-feira na cidade de La Plata, 60 quilômetros a leste de Buenos Aires, quando policiais, durante patrulhamento, viram “um homem em atitude suspeita”, informou um comunicado policial, sem fornecer mais detalhes do episódio.
O portal UOL informou que ele foi capturado enquanto tentava renovar seu status de refugiado no escritório de Migração.
De Freitas, condenado a 14 anos de prisão, foi detido nesta sexta-feira, também em La Plata, quando “foi realizar trâmites migratórios”, detalhou a polícia da província de Buenos Aires.
Ambos foram condenados por tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de ativos, associação criminosa armada e abolição violenta do Estado democrático de direito, acrescentou o relatório policial.
Em 8 de janeiro do ano passado, milhares de seguidores de Bolsonaro invadiram o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso e do STF, exigindo a intervenção das Forças Armadas para depor Lula e alegando uma suposta fraude nas eleições.
Trump continuará com plano de deportação em massa para novo mandato
Presidente eleito disse que seu governo não teria “nenhuma escolha” a não ser realizar plano sobre imigrantes ilegais
Por
GPS Brasília
|08/11/2024 14:49
O presidente eleito dos EstadosUnidos , DonaldTrump , disse à NBCNews nesta quinta-feira (7), que uma de suas primeiras prioridades ao assumir o cargo em janeiro seria tornar a fronteira “forte e poderosa”. Quando questionado sobre sua promessa de campanha de deportações em massa, Trump disse que seu governo não teria “nenhuma escolha” a não ser realizá-las.
Trump disse que considera sua ampla vitória sobre a vice-presidente Kamala Harris um mandato “para trazer bom senso” ao país. “Obviamente, temos que tornar a fronteira forte e poderosa e, ao mesmo tempo, queremos que as pessoas entrem em nosso país”, disse ele à NBC.
“E você sabe, eu não sou alguém que diz: Não, você não pode entrar. Queremos que as pessoas entrem”, completou.
Sobre o investimento que precisará fazer para concretizar a política, o republicano respondeu que não é “uma questão de preço”. “Não temos escolha quando as pessoas têm matado e assassinado, quando traficantes poderosos têm destruído o país. Eles agora vão voltar para os seus países, não vão ficar aqui. Não é algo em que você coloque um preço”, afirmou.
Como candidato, Trump prometeu várias vezes realizar o “maior esforço de deportação da história americana”. Perguntado sobre o custo de seu plano, ele disse: “Não se trata de uma questão de custo. Não é – de fato, não temos escolha”.
Não se sabe ao certo quantos imigrantes sem documentos existem nos EUA, mas o diretor interino do ICE, Patrick J. Lechleitner, disse à NBC News em julho que um esforço de deportação em massa seria um enorme desafio logístico e financeiro.
Dois ex-funcionários do governo Trump envolvidos com a imigração durante seu primeiro mandato disseram à NBC News que o esforço exigiria a cooperação entre várias agências federais, incluindo o Departamento de Justiça e o Pentágono.
Na entrevista telefônica de quinta-feira, Trump creditou parcialmente sua mensagem sobre imigração como a razão de ter vencido a corrida, dizendo: “Eles querem ter fronteiras e gostam que as pessoas entrem, mas elas têm que entrar com amor pelo país. Elas têm que entrar legalmente”.
Trump também destacou a coalizão diversificada de eleitores que atraiu, apontando os ganhos que obteve entre os eleitores latinos, jovens, mulheres e asiático-americanos em 2020.
“Comecei a ver que o realinhamento poderia acontecer porque os democratas não estão alinhados com o pensamento do país”, disse Trump à NBC. “Não se pode tirar o dinheiro da polícia, esse tipo de coisa. Eles não querem desistir e não funcionam, e as pessoas entendem isso.”
Bombardeio israelense na Faixa de Gaza deixa quase 100 mortos
“A maioria das vítimas eram mulheres e crianças. As pessoas tentaram salvar os feridos, mas não há hospitais ou cuidados médicos adequados”, disse testemunha
Por
AFP
|29/10/2024 13:17
Um bombardeio israelense matou, na madrugada desta terça-feira (29), quase cem pessoas no norte da Faixa de Gaza , onde o Exército israelense intensificou desde setembro as suas operações aéreas e terrestres contra o movimento islamista palestino Hamas.
O ataque contra um prédio residencial em Beit Lahia deixou 93 mortos e 40 desaparecidos, disse o porta-voz da agência de Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal.
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“A maioria das vítimas eram mulheres e crianças. As pessoas tentaram salvar os feridos, mas não há hospitais ou cuidados médicos adequados”, disse Rabi al-Shandagog, uma testemunha de 30 anos que se refugiou em uma escola próxima.
Questionado pela AFP, o Exército israelense afirmou que estava examinando as informações sobre o ataque. Por outro lado, reivindicou ações no setor próximo de Jabaliya que mataram “cerca de 40 terroristas”.
Desde 6 de outubro, as tropas israelenses implementam uma nova ofensiva no norte de Gaza , onde garantem que os combatentes do Hamas estão se reagrupando. Sua operação causou o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas e, de acordo com a Defesa Civil, centenas de mortos.
A guerra, iniciada há mais de um ano em Gaza pelo ataque do Hamas contra Israel, foi ampliada em setembro para o Líbano , onde o Exército israelense luta contra o Hezbollah, um aliado do movimento palestino e também apoiado pelo Irã.
Israel enfrenta uma onda de rejeição internacional por sua decisão de proibir as atividades da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA). Também enfrenta pressões crescentes por suas ofensivas no Líbano e em Gaza.
– “Momento mais perigoso em décadas” –
A região do Oriente Médio vive o “momento mais perigoso” em “décadas”, alertou o enviado da ONU para a região, Tor Wennesland , para o Conselho de Segurança da ONU.
Em Gaza, a guerra eclodiu em 7 de outubro de 2023 com o ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, que matou 1.206 pessoas, principalmente civis. Os milicianos islamistas também capturaram 251 pessoas naquele dia, das quais 97 ainda estão em cativeiro em Gaza. O Exército israelense indicou que 34 delas morreram.
A ofensiva israelense, lançada em retaliação para acabar com o movimento palestino, já matou mais de 43.000 pessoas em Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Tropas israelenses e combatentes libaneses do Hezbollah começaram a trocar disparos na fronteira entre os dois países em 8 de outubro de 2023, o que forçou milhares de moradores dos dois lados a fugir.
Com o objetivo de permitir o retorno dos 60.000 habitantes deslocados do norte do seu território, Israel lançou bombardeios diários sobre o Líbano desde 23 de setembro, acompanhados uma semana depois por uma ofensiva terrestre no sul do país.
Esta ação enfraqueceu a poderosa formação político-militar xiita, que perdeu o seu influente líder, Hassan Nasrallah, em 27 de setembro em um bombardeio na periferia sul de Beirute, e o seu provável sucessor, Hashem Safieddine , dias depois.
– Novo líder do Hezbollah –
Nesta terça-feira, o Hezbollah anunciou a nomeação como novo líder do seu número dois desde 1991, Naim Qassem , cofundador do movimento e o seu líder mais visível publicamente nas últimas décadas.
A nomeação de Qasem será “temporária” e não vai “durar muito”, disse Yoav Gallant , ministro da Defesa de Israel, nesta terça -feira.
Segundo dados oficiais, a ofensiva do último mês deixou mais de 1.700 mortos no Líbano.
Nesta terça-feira, Israel continuou com seus bombardeios no sul do Líbano e, de acordo com a agência de notícias estatal, realizou um ataque de tanques em direção à cidade de Khiam, a 6 quilômetros da fronteira, incomum por sua profundidade.
A força de paz da ONU no Líbano, Unifil, afirmou que um foguete, provavelmente lançado pelo Hezbollah ou por um grupo aliado, atingiu seu quartel-general em Naqura, no sul, ferindo levemente alguns capacetes azuis.
O território israelense também foi atingido por mísseis lançados a partir do Líbano.
A nível diplomático, Israel enfrenta uma onda de críticas pela aprovação no seu Parlamento de uma lei que proíbe as atividades da UNRWA em seu território e a colaboração com a agência e os seus funcionários.
Várias capitais europeias, a própria ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciaram a proibição, à qual os Estados Unidos também expressaram oposição.
Juíza publica quase 2 mil páginas de provas contra Trump por eleições de 2020
A magistrada Tanya Chutkan rejeitou um pedido dos advogados de Trump para manter os documentos sob sigilo até as eleições presidenciais
Por
AFP
|18/10/2024 16:04
A juíza federal que preside o caso contra Donald Trump pela suposta tentativa de alteração dos resultados das eleições de 2020 publicou, nesta sexta-feira (18), quase 2.000 páginas com provas contra o ex-presidente, a menos de três semanas das eleições nos Estados Unidos.
A magistrada Tanya Chutkan rejeitou um pedido dos advogados de Trump para manter os documentos sob sigilo até 14 de novembro, nove dias após as eleições presidenciais nas quais Trump se apresenta novamente como candidato republicano.
Os advogados do magnata avaliam que a publicação dos documentos poderia ter uma “aparência preocupante de interferência” em uma eleição na qual seu cliente aparece empatado nas pesquisas de intenção de voto com sua adversária democrata, a vice-presidente Kamala Harris.
Chutkan considerou que, embora “sem dúvida haja um interesse público que os tribunais não se envolvam nas eleições”, reter os documentos também poderia ser interpretado como um ato de interferência na votação.
“Se o tribunal reteve informações às quais o público de outra forma teria direito de acesso apenas pelas possíveis consequências políticas de sua divulgação, essa retenção poderia constituir — ou parecer — uma interferência eleitoral”, argumentou.
“Portanto, o tribunal continuará mantendo as considerações políticas fora de sua tomada de decisões, em vez de incorporá-las como solicita o demandado”, conclui a magistrada.
Os documentos são um apêndice de uma apresentação judicial do procurador especial Jack Smith, em resposta à decisão da Suprema Corte de que um ex-presidente tem ampla imunidade por atos oficiais realizados no exercício do cargo.
Na apresentação, Smith disse que Trump fez um “esforço criminoso privado” para alterar as eleições de 2020 e não deveria estar protegido pela imunidade presidencial.
Trump, de 78 anos, deveria ser julgado em março, mas o caso foi suspenso enquanto se aguarda a resolução da demanda de seus advogados sobre a imunidade presidencial.
Chutkan não definiu uma nova data para o julgamento, mas este não ocorrerá antes das eleições de 5 de novembro.
Se Trump vencer, é muito provável que as acusações das quais é alvo sejam arquivadas.
Acusações contra Trump
O ex-presidente é acusado de conspiração para fraudar os Estados Unidos e para obstruir um procedimento oficial, a sessão do Congresso destinada a confirmar os resultados das eleições de 2020, que foi atacada por uma multidão de seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021.
O republicano também é responsabilizado por tentar privar os americanos de seu direito ao voto com suas falsas alegações de que teria vencido as eleições.
Este é apenas um dos vários problemas legais de Trump, que em maio foi condenado em Nova York por 34 acusações de falsificação de documentos comerciais para encobrir pagamentos feitos à atriz pornô Stormy Daniels para silenciá-la sobre um caso extraconjugal que ela afirma ter tido com o empresário.
O republicano também enfrenta acusações no estado da Geórgia por ter supostamente tentado alterar os resultados das eleições de 2020, que foram vencidas pelo democrata Joe Biden.
Biden afirma que Israel não vai tomar decisão sobre os ataques do Irã “imediatamente”
Presidente norte-americano também fez apelo para israelenses não atacarem instalações de petróleo iranianas
Por
AFP|iG Último Segundo
|04/10/2024 16:27
O presidente dos Estados Unidos , Joe Biden , afirmou nesta sexta-feira (4) que Israel “não tomará uma decisão imediatamente” a respeito de uma possível retaliação ao ataque realizado pelo Irã na última terça-feira (1º).
Biden ainda fez um apelo a Israel , para que não ataque instalações petroleiras do Irã, após ter reconhecido na véspera que esta possibilidade está sendo considerada.
“Se eu estivesse em seu lugar, estaria pensando em outras alternativas além de atacar campos petrolíferos”, declarou Biden à imprensa.
Eleições nos Estados Unidos
O presidente Joe Biden também falou sobre as eleições presidenciais. Ele destacou que não sabe se as eleições dos Estados Unidos, marcadas para o dia 5 de novembro, serão pacíficas, devido aos comentários do candidato republicano Donald Trump.
“Confio em que serão livres e justas”, mas “não sei se serão pacíficas”, declarou.
“As coisas que Trump disse e o que ele falou da última vez, quando não gostou do resultado das eleições, foram muito perigosas”, acrescentou.
Chefe do Hezbollah desaparece após bombardeio de Israel no Líbano, diz agência
O paradeiro de Nasrallah é incerto, mas fontes indicam que ele não foi atingido pelo
O Hezbollah , um grupo extremista com sede no Líbano , sofreu um ataque aéreo israelense em seu quartel-general em Beirute, na tentativa de eliminar seu líder, Hassan Nasrallah . Israel acredita que a morte de Nasrallah enfraqueceria o grupo terrorista, considerado uma ameaça à segurança da região.
O paradeiro de Nasrallah é incerto, mas fontes indicam que ele não foi atingido pelo ataque. Até o momento, o Hezbollah não se pronunciou sobre o estado de seu líder.
O governo do Irã, principal apoiador do Hezbollah, está investigando a situação após a perda de contato do grupo com Nasrallah.
Além disso, o ataque israelense em Beirute resultou em seis mortes e deixou 91 pessoas feridas. A situação entre Líbano e Israel continua a se agravar, com mais de 700 mortos em ataques durante a última semana.
No Líbano, 25 pessoas, incluindo quatro crianças, morreram em ataques no sul do país. Em resposta, o Hezbollah lançou mísseis contra a cidade israelense de Haifa, intensificando ainda mais o conflito.
No norte de Israel, milhares de pessoas foram obrigadas a evacuar suas casas devido aos ataques do grupo terrorista.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o conflito continuará até que os moradores dessas áreas possam retornar com segurança.
Netanyahu também rejeitou uma proposta de cessar-fogo de 21 dias, sugerida por diversos países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos, mantendo a escalada da tensão na região.
Lula rebate críticas de Zelensky na ONU e diz que ucraniano “só falou o óbvio”
Presidente da Ucrânia criticou o Brasil em discurso da ONU, e questionou interesses de Lula
Por
iG Último Segundo
|25/09/2024 17:07
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente do Brasil, disse que Volodymyr Zelensky, mandatário da Ucrânia, “só falou o óbvio” em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) feito durante esta quarta, 25.
Durante a fala, Zelensky criticou o Brasil e a China pelo posicionamento frente à guerra entre Ucrânia e Rússia. Ele disse ter dúvidas do “real interesse” do Brasil nas falas de Lula.
Lula , porém, disse que o Brasil não tem “proposta” para a resolução do conflito, mas sim uma “tese” — a de que vale o diálogo entre os diplomatas europeus.
“[Zelensky], se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não é militar. E isso depende de capacidade de sentar e conversar. Ouvir o contrário e tentar chegar num acordo para o povo ucraniano ter sossego na vida”, disse o presidente brasileiro.
Também comentou: “Ele tem que defender a soberania, é obrigação dele. Que ele tem que ser contra a ocupação do território [ucraniano], é obrigação dele. O que ele não tá conseguindo fazer é a paz. E o que nós estamos propondo não é fazer a paz por eles, é chamar a atenção para que eles levem em consideração que somente a paz vai garantir que a Ucrânia sobreviva enquanto pais soberano e a Rússia sobreviva”, destacou.
Número de mortos por ataques israelenses no Líbano sobe para 492
Segundo Ministério da Saúde libanês, há 35 crianças entre as vítimas
Por
AFP|iG Último Segundo
|23/09/2024 09:20
O último balanço realizado pelo Ministério da Saúde do Líbano aponta 492 mortos (sendo 35 crianças) e mais 1.246 feridos no maior ataque aéreo realizado por Israel no país nesta segunda-feira (23). Segundo as Forças Israelenses, o bombardeio atingiu mais de 800 alvos do movimento islamista Hezbollah em solo libanês.
Com os ataques desta segunda, o Líbano vive seu dia mais sangrento em mais de 18 anos, desde a guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006. De acordo com as autoridades libanesas, há mulheres, crianças e socorristas entre os mortos e feridos.
O Hezbollah anunciou que, em resposta, lançou foguetes contra três alvos no norte de Israel.
A onda de ataques a partir do amanhecer contra alvos do movimento pró-Irã no sul e leste do Líbano é a maior executada pelas tropas de Israel desde o início da guerra.
Pouco antes dos ataques, Israel havia alertado os civis do Líbano para que se afastassem “imediatamente” de supostas posições e depósitos de armas do Hezbollah.
“Até o momento, mais de 300 alvos do Hezbollah foram atacados”, informou o Exército em um comunicado emitido ainda no começo da manhã. Mais cedo, as forças militares israelenses anunciaram 150 ataques aéreos em apenas uma hora, das 6H30 às 7H30 (entre 0H30 e 1H30 de Brasília).
“Plano de destruição”
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um “plano de destruição” executado por Israel contra o país e pediu à ONU e aos “países influentes” para “dissuadir” o governo israelense da “agressão”.
A agência estatal libanesa de notícias ANI relatou “mais de 80 bombardeios em meia hora”.
“Estamos vivendo sob bombardeios, dormimos e acordamos com os bombardeios”, declarou Wafaa Ismail, uma dona de casa de 60 anos, na localidade de Zautar, sul do Líbano.
O Exército israelense aconselhou os libaneses a “se afastarem” das posições do Hezbollah e alertou que prosseguirá com bombardeios mais “extensos e precisos” contra o grupo islamista.
Ligações de alerta
A ANI informou que “moradores de Beirute e de diversas regiões” receberam ligações telefônicas de israel com pedidos para que “abandonem rapidamente os locais onde se encontram”. O gabinete do ministro da Informação, Ziad Makari, confirmou à AFP que recebeu o mesmo alerta.
“Quando a secretária do ministro atendeu, ouviu uma mensagem gravada que pedia (aos funcionários) que abandonassem o edifício ou ficariam sob escombros”, segundo a agência. O ministro denunciou uma “guerra psicológica”.
As autoridades libanesas ordenaram o fechamento de escolas nas áreas atingidas pelos bombardeios na segunda e terça-feira.
O Hezbollah, um influente ator político e militar no Líbano, abriu uma frente de batalha na fronteira com Israel há quase um ano, após o início da guerra na Faixa de Gaza, em apoio a seu aliado islamista Hamas, que governa o território palestino.
Os ataques de artilharia aumentaram desde as explosões de pagers e walkie-talkies utilizados por membros do Hezbollah, atribuídas a Israel, na semana passada, que deixaram 39 mortos e quase três mil feridos em redutos da milícia no Líbano, segundo as autoridades.
“As ameaças não vão nos parar: estamos preparados para todos os cenários militares contra Israel”, afirmou no domingo o número dois do Hezbollah, Naim Qasem, que anunciou uma “nova fase” na batalha contra Israel, a do “acerto de contas”.
“À beira da catástrofe”
Diante do agravamento do cenário, o governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, recomendou que seus cidadãos abandonem o Líbano.
“Faremos todo o possível para impedir a explosão de uma guerra mais ampla”, disse o presidente Joe Biden.
A China aconselhou seus cidadãos a deixarem Israel “o mais rápido possível”.
“A região está à beira de uma catástrofe iminente”, disse a coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert.
O Egito afirmou que teme uma “guerra total” no Oriente Médio e alertou que a escalada entre Israel e Hezbollah pode minar os esforços para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde o Exército israelense prossegue com a ofensiva devastadora de represália.
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, após o ataque do movimento islamista Hamas em Israel, no qual morreram 1.205 pessoas, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Dos 251 sequestrados durante a incursão islamista, 97 ainda continuam em cativeiro em Gaza, embora 33 deles tenham sido declarados mortos pelo Exército israelense.
A ofensiva israelense matou pelo menos 41.455 palestinos, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, que a ONU considera confiáveis.
‘Escalada’ militar não é o melhor para Israel, alertam EUA
Além das tensões com o Hamas em Gaza, governo israelense tem trocado ofensivas com o grupo paramilitar Hezbollah na última semana
Uma “escalada” militar regional não é o melhor para Israel , alertou um porta-voz da Casa Branca neste domingo (22), em meio a crescentes tensões na fronteira com o Líbano, que aumentam os temores de uma guerra total.
“Não acreditamos que uma escalada desse conflito militar seja o melhor” para Israel, declarou John Kirby à rede ABC. “Isso é o que dizemos a nossas contrapartes israelenses”, disse o porta-voz do governo americano.
Após quase um ano de guerra entre o movimento palestino Hamas e Israel na Faixa de Gaza, a frente se deslocou esta semana para a fronteira com o Líbano, em plena escalada militar entre as tropas israelenses e o grupo Hezbollah , apoiado pelo Irã.
Na madrugada deste domingo, o Exército israelense anunciou novos bombardeios contra alvos do movimento islamista no sul do Líbano, depois que esse disparou mais de 100 foguetes contra áreas residenciais do norte de Israel.
“Agora, as tensões estão muito mais altas do que estavam há alguns dias”, afirmou Kirby.
Mas “ainda acreditamos que pode haver tempo e espaço para uma solução diplomática e estamos trabalhando nisso”, acrescentou.
As trocas de tiros na fronteira se multiplicaram desde a onde de explosões contra pagers e walkie-talkies do Hezbollah, atribuídas a Israel, que causaram 39 mortes e 2.931 feridos nos bastiões desse grupo, segundo as autoridades libanesas.
“Estamos trabalhando desde o início do conflito, em 8 de outubro, para tentar evitar uma escalada, evitar que o conflito se estenda ali e ao redor de Israel, mas também para a região”, disse o porta-voz da Casa Branca.
Israel incluiu esta semana a fronteira com o Líbano entre seus objetivos de guerra para permitir o retorno dos milhares de habitantes deslocados pela violência.
Uma escalada da guerra “certamente não vai ser o melhor para toda essa gente que o primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu diz que quer enviar de volta para casa”, disse Kirby.
Guerra em Gaza
A guerra em Gaza eclodiu há quase um ano após um ataque do movimento palestino Hamas em Israel no qual morreram 1.205 pessoas, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses.
Dos 251 sequestrados durante a incursão islamista, 97 seguem presos no território, dos quais 33 foram declarados mortos pelo Exército israelense.
A ofensiva israelense causou a morte de pelo menos 41.431 palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde desse território governado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.