Dino e Zanin votam contra ação para retirar símbolos religiosos de prédios públicos.

Dino (Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal – STF) e Zanin (Cristiano Zanin, também ministro do STF) votaram contra a ação que pedia a retirada de símbolos religiosos, como crucifixos, de prédios públicos. A ação foi movida pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA), alegando que esses símbolos ferem o princípio da laicidade do Estado, previsto na Constituição Federal.

Os ministros argumentaram que a presença desses símbolos não configura violação ao Estado laico, mas reflete aspectos culturais e históricos da sociedade brasileira. Outros ministros, no entanto, podem ter posições diferentes, considerando o caso como um teste para reafirmar os limites da separação entre religião e Estado.

O julgamento é significativo porque trata do equilíbrio entre diversidade religiosa e neutralidade estatal. A decisão final dependerá dos votos dos demais ministros do STF.

Relator do caso no Supremo, Zanin afirmou que os objetos religiosos não ferem a Constitucional e que faz parte do “aspecto-cultural presente”.

“Não fossem apenas os crucifixos, não há como desconsiderar as dezenas de dias consagrados — diversos deles com decretação de feriado —, a nomenclatura de ruas, praças, avenidas e outros logradouros públicos, escolas públicas, estados brasileiros, que revelam a força de uma tradição que, antes de segregar, compõe a rica história brasileira”, escreveu Zanin.

Em suas conclusões, o ministro do STF afirmou que a presença dos símbolos religiosos “não deslegitima a ação do administrador ou a convicção imparcial do julgador,, não constrange o crente a renunciar à sua fé, não retira a sua faculdade de autodeterminação e percepção mítico-simbólica, nem fere a sua liberdade de ter, não ter ou deixar de ter uma religião”.




Argentina prende 61 brasileiros foragidos por atos golpistas

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Marcelo Camargo/Agência Brasil

Atos golpistas do 8 de janeiro

A Justiça argentina, atendendo a um pedido do Brasil, emitiu nesta sexta-feira (15) mandados de prisão contra 61 brasileiros envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Os foragidos, que haviam violado medidas cautelares no Brasil, foram localizados em território argentino.

Segundo o jornal Clarín, o juiz Daniel Refecas foi responsável pela decisão. Com os mandados expedidos, qualquer autoridade argentina pode prender os golpistas.

Entre os presos estão Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, considerado foragido desde abril de 2024, e Joelton Gusmão de Oliveira, condenado a 17 anos de prisão pela tentativa de golpe.

A operação conjunta entre a Polícia Federal brasileira e as autoridades argentinas visa localizar e extraditar os demais foragidos. Em junho, o Brasil enviou uma lista com mais de 180 nomes de brasileiros procurados nos três países.

O governo argentino, por meio de seu porta-voz, Manuel Adorni, já havia garantido que não haveria “pactos de impunidade” e que o país respeitaria as decisões da Justiça brasileira.

Após a prisão, os golpistas passarão por um processo de extradição na Argentina antes de serem enviados ao Brasil para responder pelos crimes cometidos.




G20: Lula inicia agenda com líderes mundiais; Biden, Macron e Starmer estão na lista

Presidente do Brasil tem agendas confirmadas com 12 representantes de países como África do Sul, Itália, Índia e Japão

Por

iG Último Segundo

|16/11/2024 04:00

Lula também terá conversas com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
Ricardo Stuckert/PR

Lula também terá conversas com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

presidente Luiz Inácio Lula da Silva ( PT ) tem uma agenda diplomática intensa com pelo menos dez encontros bilaterais confirmados durante a Cúpula do G20 , que será realizada nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro .

Entre os líderes que se reunirão com Lula estão o presidente dos Estados Unidos , Joe Biden, o francês Emmanuel Macron , a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni , e o recém-eleito primeiro-ministro do Reino Unido , Keir Starmer .

Além desses, Lula também terá conversas com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Outras reuniões estão previstas com os líderes do Japão, Malásia, Egito e Emirados Árabes Unidos.

Agenda presidencial

As conversas bilaterais começam já neste sábado (16), quando Lula se encontrará com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Ambos participarão juntos do encerramento do  G20 Social. No domingo (17), véspera do início oficial da cúpula, o presidente brasileiro reservou a maior parte do dia para as reuniões reservadas com líderes internacionais.

De acordo com fontes do Palácio do Planalto, a agenda ainda está sendo finalizada e pode sofrer alterações nos próximos dias.

No sábado, Lula também pretende prestigiar o Aliança Global Festival, evento cultural criado para impulsionar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, prioridade do Brasil à frente do G20. Dezenas de  estrelas da música brasileira estarão reunidas em shows gratuitos na Praça Mauá, a partir das 17h.

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A ideia do festival é aproveitar o poder transformador das expressões artísticas para consolidar uma mensagem sobre o compromisso do país de construir uma rede colaborativa e de impacto duradouro, envolvendo países, organizações e cidadãos na luta pela segurança alimentar.

A agenda do presidente segue no domingo (17) com participação de reuniões bilaterais e da Plenária dos Prefeitos do Urban 20 (U20), no Armazém da Utopia, na capital fluminense. O evento receberá prefeitos e delegações de mais de 100 cidades para debates sobre soluções urbanas e o futuro das cidades, em meio aos desafios climáticos.

Os encontros do U20 abordarão os temas prioritários do G20, destacando a perspectiva dos governos locais. Os três principais eixos de discussão são a inclusão social e combate à fome e pobreza, transição energética e enfrentamento às mudanças climáticas, e a reforma das instituições de governança global.

A agenda continua na segunda (18) e terça-feira (19), quando o presidente Lula presidirá a Cúpula de Líderes do G20. Além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.

A agenda terá fim na manhã de terça-feira, quando ocorre a terceira e última sessão substancial dos líderes, para tratar sobre desenvolvimento sustentável e transição energética.

Na sequência, haverá a sessão de encerramento da Cúpula e a transmissão da presidência do Brasil para a África do Sul, que preside o G20 a partir de 1º de dezembro. No mesmo dia, Lula terá reuniões bilaterais e concederá uma entrevista coletiva à imprensa, no final da tarde.

Encontro com Xi Jinping

Após o encerramento do G20 no Rio de Janeiro, Lula receberá o presidente chinês Xi Jinping em Brasília, reforçando a parceria estratégica entre Brasil e China, o maior parceiro comercial do país.

Reuniões bilaterais confirmadas até agora:

– Joe Biden – Presidente dos Estados Unidos

– Emmanuel Macron – Presidente da França

– Giorgia Meloni – Primeira-ministra da Itália

– Keir Starmer – Primeiro-ministro do Reino Unido

– Narendra Modi– Primeiro-ministro da Índia

– Abdel Fattah Al-Sisi – Presidente do Egito

– Anwar Ibrahim – Primeiro-ministro da Malásia

– Shigeru Ishiba – Primeiro-ministro do Japão

– Cyril Ramaphosa – Presidente da África do Sul

– Mohammed bin Zayed Al Nahyan – Primeiro-ministro dos Emirados Árabes

– António Guterres – Secretário-geral da ONU

– Ursula von der Leyen – Presidente da Comissão Europeia

O G20 deste ano no Brasil contará com a presença de 55 líderes mundiais e chefes de organizações internacionais, consolidando o país como protagonista no cenário global.




Argentina prende 2 brasileiros e emite 59 mandados para foragidos do 8 de janeiro

Esses condenados são alvo de pedidos de extradição feitos pelo Brasil

Por

|15/11/2024 18:49

Atualizada às 15/11/2024 21:43

STF torna réu acusado de convocar pessoas para atos golpistas de 8/1
Agência Brasil

STF torna réu acusado de convocar pessoas para atos golpistas de 8/1

Justiça da Argentina  emitiu mandados de prisão contra 61 brasileiros que participaram dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 . Esses condenados são alvo de pedidos de extradição feitos pelo Brasil. Até agora, dois deles já foram presos no país governado por Javier Milei .

As ordens de prisão foram emitidas pelo juiz Daniel Rafecas, responsável pela 3ª Vara Federal. Os brasileiros presos terão audiências com o próprio Rafecas, que decidirá sobre a extradição, mas eles podem apelar para a Suprema Corte da Argentina. As informações são da Folha de S. Paulo.

Brasileiros detidos e extradição

Um dos detidos é Joelton Gusmão de Oliveira, capturado na quinta-feira (14) em La Plata, na Argentina. Ele foi condenado a 17 anos de prisão no Brasil. Sua esposa, Alessandra Faria Rondon, também tinha uma ordem de prisão, mas conseguiu evitar a captura. A segunda prisão ocorreu na sexta-feira (15).

Os condenados permanecerão presos até a decisão final sobre a extradição. O governo de Javier Milei informou que seguirá as decisões judiciais sobre o caso.

Até outubro de 2024, 185 brasileiros solicitaram refúgio na Argentina, número muito superior ao registrado em 2023, quando apenas três pedidos foram feitos. A maior parte dos solicitantes são homens, com destaque para o mês de maio, que teve 47 novos pedidos.

Os dois brasileiros detidos aguardam audiência para definir a extradição, enquanto outros 59 seguem foragidos. A Justiça argentina, liderada pelo juiz Rafecas, está empenhada em cumprir os mandados de prisão.

A extradição segue sendo tema central, com novos desdobramentos esperados nos próximos dias.

Duas prisões

Segundo a agência AFP, os dois detidos até agora são Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos, e Rodrigo De Freitas Moro, de 34.

Gusmão, condenado a 17 anos de prisão, foi preso na quinta-feira na cidade de La Plata, 60 quilômetros a leste de Buenos Aires, quando policiais, durante patrulhamento, viram “um homem em atitude suspeita”, informou um comunicado policial, sem fornecer mais detalhes do episódio.

O portal UOL informou que ele foi capturado enquanto tentava renovar seu status de refugiado no escritório de Migração.

De Freitas, condenado a 14 anos de prisão, foi detido nesta sexta-feira, também em La Plata, quando “foi realizar trâmites migratórios”, detalhou a polícia da província de Buenos Aires.

Ambos foram condenados por tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de ativos, associação criminosa armada e abolição violenta do Estado democrático de direito, acrescentou o relatório policial.

Em 8 de janeiro do ano passado, milhares de seguidores de Bolsonaro invadiram o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso e do STF, exigindo a intervenção das Forças Armadas para depor Lula e alegando uma suposta fraude nas eleições.




STF recebe ameaças após atentado e reforça segurança no prédio

Corte já acumulou mais de mil ameaças desde as invasões de janeiro de 2023

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iG Último Segundo

|15/11/2024 12:12

Decida para o STF bloqueada para pericia do corpo de Francisco Wanderley Luiz
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Decida para o STF bloqueada para pericia do corpo de Francisco Wanderley Luiz

Desde o atentado na noite de quarta-feira (14) , o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido alvo de uma série de ameaças . Segundo a rádio CBN, até o momento, a Corte recebeu oito e-mails de celebração pelos ataques realizados por Francisco Wanderley Luiz, além de uma ameaça direta .

Desde as invasões de 8 de janeiro de 2023, em que os prédios do STF, do Congresso Nacional e o Palácio do Planalto foram atacados, o tribunal acumulou cerca de 1.000 ameaças – entre e-mails e objetos entregues na sede da Corte. Isso equivale a mais de uma ameaça por dia.

Em resposta à intensificação das ameaças, o STF decidiu reforçar a segurança de suas instalações. A visitação ao prédio foi suspensa até que novos procedimentos de segurança sejam avaliados e implementados. Além disso, o local passou por uma varredura de segurança, medida que se estendeu também às residências dos ministros da Corte.

O tribunal está cercado por gradis e o controle de acesso foi intensificado, com barreiras de segurança estabelecidas desde o estacionamento do Panteão da Pátria até o estacionamento da Câmara dos Deputados. Essas medidas de segurança permanecerão em vigor por tempo indeterminado.

Todas as ameaças recebidas pela Corte são enviadas à Polícia Federal para investigação.




PF extrai dados do celular de homem-bomba para entender planos e possíveis apoios

Mensagens no celular podem revelar mais sobre o envolvimento de Francisco Wanderley e se houve apoio externo

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iG Último Segundo

|15/11/2024 13:39

Segundo as investigações, o veículo estava no nome de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, o homem morto é o dono do carro.
Reprodução X

Segundo as investigações, o veículo estava no nome de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, o homem morto é o dono do carro.

Polícia Federal (PF) segue, nesta sexta-feira (15), a extração de dados do celular de Francisco Wanderley Luiz , autor dos ataques com bombas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (13). O aparelho foi apreendido na manhã de quinta-feira (14), dentro de um trailer de Wanderley, localizado em um estacionamento nas proximidades do STF e da Câmara dos Deputados.

A perícia do celular está sendo realizada no Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF, e já foram analisadas as primeiras mensagens. Segundo fontes próximas à investigação, as informações extraídas do aparelho poderão esclarecer se Wanderley contou com apoio de outras pessoas e quais eram seus planos detalhados para o ataque.

Investigações preliminares indicam que uma das últimas mensagens enviadas por Francisco Wanderley foi para seu filho, que está em viagem no Paraná. O filho prestou depoimento à PF e relatou que recebeu uma mensagem de despedida do pai, mas só compreendeu o significado dela após o atentado ser noticiado.

Além disso, a ex-mulher de Wanderley também foi ouvida pela Polícia Federal. Ela afirmou que o plano de Francisco Wanderley era assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e qualquer outra pessoa que estivesse presente no momento do ataque.

“[Ele] queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”, relatou a ex-mulher aos agentes.

A investigação está sendo conduzida pela divisão antiterrorismo da PF, que agora foca na análise dos dados extraídos do celular para entender melhor o contexto do ataque e possíveis conexões com grupos ou ideologias extremistas.




Governo apresenta novo valor do salário mínimo para 2025; saiba mais

O Governo Federal já apresentou o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025, e com ele veio uma boa notícia para milhões de brasileiros: o aumento do salário mínimo para R$ 1.509. Esse reajuste representa um acréscimo de R$ 97 em relação ao valor atual de R$ 1.412, uma elevação de 6,87% que vai além da inflação.

Essa decisão tem como objetivo promover a responsabilidade fiscal e o compromisso social, equilibrando receitas e despesas.

O novo valor do salário mínimo é fruto de duas variáveis principais: uma parte (3,82%) corresponde à variação estimada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e a outra parte (2,91%) reflete o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.

Como o Novo Salário Mínimo Impacta o Bolso do Trabalhador

O aumento do salário mínimo tem um impacto direto no poder de compra dos trabalhadores, especialmente aqueles que dependem dessa renda para cobrir as despesas essenciais.

Com esse reajuste, espera-se que os brasileiros possam ter mais flexibilidade financeira para gastos em alimentação, transporte, saúde e educação.

Além disso, o governo incluiu uma meta de resultado primário zero no orçamento para 2025. A princípio, isso significa que o governo busca gastar apenas o que arrecada, promovendo uma maior estabilidade econômica para o país.

Confira a seguir uma tabela com alguns dos principais setores beneficiados pelo aumento do salário mínimo e como ele pode melhorar a qualidade de vida dos brasileiros:

Setor Impacto do Aumento do Salário Mínimo
Alimentação A elevação no salário mínimo permitirá a compra de uma maior variedade de alimentos, melhorando a qualidade da dieta familiar.
Transporte Com um aumento na renda, os trabalhadores terão mais recursos para cobrir os custos de deslocamento, seja para o trabalho ou lazer.
Saúde O reajuste possibilita maior acesso a medicamentos e consultas, aliviando a carga financeira de despesas médicas.
Educação Famílias terão mais condições de investir em materiais escolares e atividades educacionais para os filhos.



Presidente do STF encerra programação do XIII Consepre e destaca avanços do Poder Judiciário




Ministério Público mira prefeito e pede cassação de prefeita, vice e vereador eleitos em Mulungu ao investigar assédio a servidores

O prefeito de Mulungu, Dyego Moura, também é alvo da investigação e, segundo a denúncia, usou do poder político e de autoridade do cargo para demitir servidores que não declaravam voto a Daniela, D’Arc Bandeira e a Leo Moura.

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Prefeita e vice eleitas em Mulungu, Daniela Ribeiro e Dar’c Bandeira – Foto: Divulgação

A prefeita e a vice-prefeita eleitas em Mulungu, Daniela Rodrigues Ribeiro e Joana D´Arc Rodrigues Bandeira (D’Arc Bandeira), e o vereador eleito Leonel Soares de Souza Moura (Leo Moura) são alvos de ação na Justiça. O Ministério Público Eleitoral (MPE) ajuizou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) e pede a cassação dos diplomas desses eleitos denunciados em apuração de assédio eleitoral a servidores e eleitores do município. O prefeito Dyego Moura também é alvo da investigação e, segundo a denúncia, usou do poder político e de autoridade do cargo para demitir servidores que não davam voto a Daniela, D’Arc Bandeira e a Leo Moura.

A Aije por abuso de poder político e conduta vedada cumulada com representação por captação ilícita de voto tem como réus, além dos três candidatos eleitos, o atual prefeito, Dyego Maradona Assis de Moura; o presidente da Comissão Provisória do Partido Progressistas de Mulungu, José Leonel de Moura (pai do então prefeito, Dyego Moura, e então chefe de gabinete da Prefeitura de Mulungu) ; e o servidor público municipal, José Ribeiro Rodrigues (esposo da prefeita eleita Daniela Ribeiro).

A Ação 0600268-11.2024.6.15.0075, proposta pela promotora da 75ª Zona Eleitoral de Gurinhém, Jaine Aretakis Didier, é um desdobramento do Procedimento Preparatório Eleitoral 001.2024.075993, instaurado para apurar denúncia de assédio eleitoral, contra servidores públicos e eleitores de Mulungu.

Prefeito teria agido para beneficiar apoiadores com contratos temporários na Prefeitura

Dyego Moura assumiu a Prefeitura de Mulungu após o prefeito Melquíades Nascimento ter sido cassado por irregularidades na gestão. A investigação do MPE aponta que, logo após assumir a função de prefeito de Mulungu, em agosto deste ano, Dyego Moura, em acordo com os demais investigados e para beneficiar as candidaturas de Daniela Ribeiro, D´Arc Bandeira e do tio dele, Leo Moura, teria usado o poder de prefeito para manter, de forma ilegal, contratos temporários a apoiadores e eleitores dos candidatos e para admitir novos servidores. Tudo isso foi feito em período vedado pela Lei Eleitoral.

Foi constatado ainda que os candidatos Daniela Ribeiro, D´Arc Bandeira e Leo Moura se valeram de pessoas interpostas (entre elas o então prefeito, Dyego; Leo Moura e José Ribeiro Rodrigues) e ofereceram e prometeram a diversos eleitores e servidores públicos vantagem pessoal, consistente em emprego e função pública (admissão e manutenção), bem como praticaram grave ameaça a servidores públicos, consistente em exoneração do cargo e não pagamento de salários. Tudo isso com a finalidade de obter o voto deles.

“Além de serem ameaçados de perderem seus empregos, o que de fato ocorreu, os servidores que não declarassem voto aos candidatos da situação, ora requeridos, também eram ameaçados a não receberem os seus vencimentos”, destacou a promotora, como obtido pelo ClickPB.

30 servidores denunciaram

Cerca de 30 servidores municipais procuraram o MPE para denunciar o caso. Nos autos, também há informações de mais pessoas que foram demitidas por não darem apoio político aos investigados.

“Foram angariadas provas que corroboram que a exoneração de alguns contratados e a manutenção de outros foram realizadas com o nítido objetivo de se utilizar do poder político e de autoridade para manter aqueles que prestavam o apoio político e dispensar aqueles que se recusaram a dar essa ajuda ilegal, deixando evidente que, quem não desse o apoio politico às candidaturas de Daniela Ribeiro, Joana D´Arc e Leo Moura seria demitido, ao passo que, quem se demonstrasse a seu favor, seria mantido na Prefeitura de Mulungu”, relatou a promotora.

Segundo o MPE, além de contratações feitas em período proibido pela Lei Eleitoral, o então prefeito realizou pagamento de salários desses novos contratados por emissão de notas de empenho. “Para esconder a prática ilícita da sociedade e dos órgãos de fiscalização, o promovido Dyego Maradona, com o auxílio do seu pai José Leonel de Moura, admitiu novos funcionários sem incluí-los em folha de pagamento para que no sistema não figurassem como servidores. Assim, os pagamentos dos salários – que deveriam ser feitos através da emissão de contracheques -, foram realizados, às escondidas, por meio da emissão de notas de empenho”, detalhou.

Para a promotora eleitoral, os fatos e elementos probatórios demonstram a “vontade e consciência” em descumprir a Lei Eleitoral e o abuso de poder político, previsto no artigo 73 da Lei 9.504/1997, com influência direta no resultado da eleição municipal. “Em se tratando de município de pequena monta, onde a maioria do eleitorado depende financeiramente do cargo público que exerce, seja ele efetivo ou temporário, permanecer no emprego é uma questão de sobrevivência, motivo pelo qual muitos dos servidores conseguiram manter seu contrato, submetendo à pressão e ameaça sofrida por parte dos representados”.

Inelegibilidade e anulação de votos

Além da cassação dos diplomas, nos termos do artigo 22, inciso XIV da Lei Complementar 64/1990 e dos artigos 73, parágrafo 5º e 41-A da Lei 9.504/97, o MPE pede a aplicação de multa e que sejam condenados a inelegibilidade os denunciados.

O MPE pede, ainda, a anulação dos votos dados na eleição municipal de 2024 às candidatas aos cargos de prefeita e vice-prefeita de Mulungu, Daniela Rodrigues Ribeiro e Joana D´Arc Bandeira, respectivamente, e ao candidato a vereador, Leonel Moura, o Leo Moura, nos termos do artigo 222 do Código Eleitoral.

 

Com informações do MPPB




João Azevêdo nomeia Anna Carla como nova desembargadora da Paraíba

O governador João Azevêdo anunciou, na noite desta terça-feira (5), a escolha da advogada Anna Carla Lopes para a vaga de desembargadora do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) pelo Quinto Constitucional.

A definição ocorreu logo após o chefe do Executivo estadual receber do presidente do Poder Judiciário, desembargador João Benedito da Silva, a lista tríplice da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Paraíba (OAB-PB).

O ato de nomeação será publicado na edição desta quarta-feira (6) do Diário Oficial do Estado (DOE).

Mais uma vez, o gestor estadual levou em consideração a escolha da candidata mais votada pela OAB-PB e pelo Pleno do TJPB. Anna Carla Lopes obteve 15 votos e encabeçou a lista tríplice do Tribunal de Justiça em votação ocorrida na tarde de hoje. Ela também foi a mais votada na eleição da OAB, ocorrida em 18 de setembro, com 3.010 votos.

“Esse é sempre o critério que nós adotamos, de nomear a pessoa mais votada entre seus pares, respeitando as decisões das instituições. Eu desejo à nova desembargadora muito sucesso na nova jornada profissional e que ela possa exercer com muita competência a missão de garantir a Justiça e a proteção social”, pontuou o governador João Azevêdo.

Os desembargadores Frederico Coutinho, Joás de Brito Pereira Filho, Leandro dos Santos, Marcos Cavalcanti, Carlos Martins Beltrão Filho, Onaldo Queiroga, João Batista Barbosa, Maria das Graças Morais Guedes e Túlia Gomes; o procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio Rocha Neto; além do procurador-geral do estado, Fábio Brito e do chefe de Gabinete do Governador, Ronaldo Guerra, estiveram presentes.